Cheguei a
conhecer, mas numa época em que ela já tinha sido vendida.
Meus avós
moraram nesta casa desde o casamento, em 1920. Tinha o nº 593, quase na esquina
da Rua Dias da Rocha. Esta casa, cor-de-rosa, sobreviveu até o final dos anos
50. Nos últimos tempos se transformou em uma pensão, como muitas que existiam
no Rio naquela época. Além de alugar quartos (lembro de muitos
caixeiros-viajantes chegando com suas malas de papelão), servia almoço e
jantar. Da varanda de casa era possível observar todo o movimento nesta casa
vizinha.
Por volta de
1940, neste lote à esquerda, o nº 589 da Barata Ribeiro, meu avô resolveu
construir o que seria a “nova casa”. A firma construtora foi a H.C. Cordeiro
Guerra, salvo engano. Alugou e depois vendeu a casa original, a do nº 593.
Inicialmente,
como podemos ver na foto 2, colorizada pelo Conde di Lido, esta nova casa tinha
dois andares. No térreo, além das salas de visitas e de jantar, as dependências
de serviço. No segundo andar havia 4 quartos, um banheiro junto do corredor
interno e a varanda da frente.
Em 1942, com a
proximidade do casamento de mamãe, ficou resolvido que seria construído o 3º
andar para onde se mudariam meus avós, ficando o 2º para os meus pais.
Quando do
casamento, em 1943, a
cerimônia civil foi realizada na nova casa.
A Copacabana da
minha infância ainda tinha muitas casas e parecia um pequeno bairro onde todos
se conheciam. Frequentávamos muito a casa da família Falcão, do conhecido
advogado Joaquim Falcão. Moravam numa casa grande, com um pátio interno, onde
havia, para nossa inveja, uma mesa de ping-pong oficial.
Na
esquina da Dias da Rocha morava o Oduvaldo Cozzi. Sua filha Márcia era amiga de
minha irmã, assim como Yara e Jussara, netas do Juscelino, que moravam em
frente.
Lembro
da Letícia e de sua mãe D. Dulce, que faziam bolos maravilhosos. E como não
lembrar dos avós dos amigos Falcão, o Dr. Horácio, que morava onde é hoje o
Banco Itaú, no nº 573. E do Cosme, o popular Cocó, motorista da família deles,
a bordo de um Chevrolet Bel Air 57, azul e branco, nos levando para o colégio.
E nesta casa, nos aniversários dos netos, era obrigatório os filmes da Correia
Souza Filmes, em especial os de Hopalong Cassidy.
Na
esquina da Raimundo Correa o Bar dos Inocentes, a banca de jornal do “seu”
Soares, o “Nair Cabeleiros” frequentado pela ala feminina da família e o
barbeiro “seu” Agostinho, que passava máquina 2 na ala masculina. Por onde
andará o Helinho, amigo que morava naquele edifício de 3 andares na esquina da
Raimundo Correa e que está lá até hoje?
No
nº 587, a
família Cotrim e o Dr. Simão, com aquela maleta de médico para cima e para
baixo. E bem na esquina da Dias da Rocha, o edifício da Isa Pessoa, mãe do
Arnaldinho e filha do João Pessoa.
Bem
em frente de nossa casa, no nº 590,
a residência de D. Georgette Pecego. Na mesma calçada, a
casa do Dr. Waldir Tostes e sua esposa Gabriela. A de D. Luizete Correa de
Araújo, bem pertinho.
Logo
ali os Araújo Pena, da carinhosa D. Maria Francisca, cujos filhos eram nossos
colegas de colégio. Os Gomes de Amorim (Dr. André, grande médico). O delegado
Jarbas Barbosa, amigão de meu pai e cujas histórias já foram contadas por aqui.
Bons tempos!