A Exposição Nacional, realizada na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio de
Janeiro, em 1908, entre os morros da Babilônia e da Urca, pretendeu, além de
comemorar o Centenário da Abertura dos Portos, mostrar para o mundo, a beleza e
as qualidades da moderna capital da jovem República brasileira.
Depois das reformas de Pereira Passos, a cidade estava pronta para
representar o Brasil e exibir toda a sua exuberância. A intenção era atrair o
olhar estrangeiro, visando buscar libras e francos para consolidar, ainda mais,
a Independência.
Em menos de um ano construíram-se imponentes edifícios para abrigar
estandes exibidores da produção econômica brasileira. Montaram-se dois
restaurantes, um teatro, cervejarias e café, além de uma pequena via férrea,
para que o público pudesse locomover-se em trenzinhos.
Nesta época, a revista Kosmos registrou a admiração geral da população:
"Parece-nos ainda um sonho este inesperado aparecimento da pequenina
cidade de palacetes nas areias da Urca. É a grandiosa feira nacional, que o
presidente Affonso Penna organizou, sob o louvável pretexto de comemorar o
Centenário da Abertura dos Portos do Brasil ao comércio mundial". O
governo Affonso Penna, embora curto, foi uma administração de muito trabalho e
de realizações
Pouco restou desta Expo 1908. O Colégio Minas Gerais, embora bem modificado,
é um dos pavilhões que sobreviveu. O Palácio das Indústrias voltou a ser unidade
militar e foi bombardeado quando da Intentona Comunista. O Pavilhão das Máquinas
hoje é um prédio da UNIRIO.
Em 2010 realizou-se no Centro Cultura dos Correios a interessantíssima “UM
BRASIL EM EXPOSIÇÃO”. Foi uma mostra destinada a “divulgar a Exposição Nacional
de 1908, que reuniu em mais de 30 pavilhões a história, a economia e a cultura
do país, revelando o Brasil, sua diversidade e seus contrastes, pela primeira
vez em toda a sua complexidade. O objetivo deste evento foi mostrar ao público
essa 'descoberta do Brasil pelos brasileiros' e o que significou essa enorme
feira - com sua vistosa arquitetura efêmera concebida nos mais diversos estilos
construídos na Praia Vermelha. Se o Brasil, então jovem República, havia
consolidado o Rio de Janeiro, após a modernização empreendida pelo Prefeito
Pereira Passos e pelo Ministro Lauro Müller como sua maior expressão, a
Exposição Nacional celebrava o processo de inserção de todo o país em um modo
de vida urbano, industrial e cosmopolita. Além dos estados da Federação,
diversas instituições públicas se fizeram representar na Exposição, como a
EMPRESA de CORREIOS e TELÉGRAFOS, que abrigou, em uma área de 150m2, uma
agência postal e uma estação telegráfica.
UM BRASIL EM EXPOSIÇÃO exibiu fotos, cartões postais, catálogos, comentários de
cronistas e relatórios de época, e se estruturou em módulos temáticos que
abordam o processo da concepção, construção e inauguração da Exposição
Nacional, vitrine do Rio de Janeiro da Belle Époque e seu progresso. O evento
permitiu que o público do século XXI aprofundasse seus conhecimentos não só
sobre a história da cidade, mas sobre os hábitos e as instituições culturais da
época.”
A primeira foto é do acervo de Laurent Antoine LeMog, a segunda é do acervo
de George Ermakoff, a planta da Expo foi enviada por meu amigo Hugo Hamann, as coloridas
são de um livro patrocinado pela Siemens, autoria de Gerodetti & Cornejo.
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