sábado, 1 de julho de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: EXAME DE MOTORISTA




Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. E de lá saem estas fotos do antigo exame de habilitação para carteira de motorista.
Vemos um "jeep" da Escola Canadense para Motoristas, do Éberard (telefone 45-4839 - estação que, salvo engano, servia a região do Flamengo, Largo do Machado, Catete e adjacências). Até a década de 60 era possível treinar para tirar a carteira de motorista mediante uma autorização ("papagaio") do Depto. de Trânsito e acompanhado por qualquer um que tivesse carteira de motorista. A inscrição para o exame prático era feito através de uma Auto-Escola, como a retratada na foto. Antes da era dos "fuscas" os "jeeps" eram o veículo mais comum para treinamento. A prova prática constava de "baliza", "ladeira" e "trajeto pelo trânsito", que era feito pelas ruas da cidade, numa longa fila de carros que seguia o carro da frente, onde iam os examinadores. Após o período de prova do primeiro motorista, os examinadores saltavam e entravam no carro imediatamente atrás, e assim por diante. Na Zona Sul o treinamento era feito preferencialmente pelas tranquilas ruas da Lagoa, Jardim de Alá, pela orla marítima. O treinamento de baliza também era feito na altura da atual Praça Sibelius ou no entorno da Praça N.S. Auxiliadora (em frente ao campo do Flamengo), na Lagoa e no Jardim de Alá. Já para aprender a fazer "ladeira" o local predileto eram as ruas do Jardim Pernambuco. Hoje esta região está com o acesso às suas ruas praticamente vedado, transformado que foi num condomínio fechado.
Havia muitos outros pontos em que se realizavam estes exames práticos, tais como perto do campo do Botafogo, ao lado do Maracanã, etc.
Na parte teórica todos recebiam um livrinho onde havia todas aquelas placas de trânsito para correta identificação. E também havia que se saber o que significavam os diversos apitos dos guardas:
Um silvo breve - Atenção, siga.
Dois silvos breves - Pare.
Três silvos breves- Acenda a lanterna.
Um silvo longo - Diminua a marcha.
Um silvo longo e um breve - Trânsito impedido em todas as direções.
Três silvos longos- Motoristas a postos.
As fotos lembram ainda um tempo em que todos os motoristas trafegavam com os vidros das janelas abertos e a sinalização para entrar à direita, à esquerda ou parar era feita com o braço esquerdo para fora da janela. E não havia retrovisor do lado direito do automóvel.
PS: ainda levando uma pequena surra do novo "equipamento computacional" com o Windows 10 e uma total desorganização dos arquivos.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

AVENIDA ATLÂNTICA


Este primeiro fotograma foi garimpado e tratado pelo Luiz Anciães. Faz parte do filme "Rio, Verão e Amor" de Watson Macedo, de 1966.  Os atores eram Milton Rodrigues, Walter Foster, Elizabeth Gasper, Renato e seus Blue Caps, Augusto Cesar Vanucci. Era uma comédia musical com muito iê-ê-iê e bossa nova. Foi o primeiro filme colorido de Watson Macedo. Foi produzido para a juventude da época, procurando atingir os jovens com uma história leve, agradável e bem temperada.
 
Esse casarão ficava na quadra entre Almirante Gonçalves e Sá Ferreira, na Av. Atlântica, ao lado do prédio onde hoje é o Hotel Debret.
 
Quanto à placa de pensionato ela foi colocada apenas para a filmagem. No filme este casarão era um pensionato.
 
A segunda foto foi garimpada pelo Maximiliano Zierer e é do AGCRJ.  Vemos, à esquerda, parte do Edifício Ferrini, que ficava no início da Rua Sá Ferreira, ao lado do simpático Posto Texaco, na Av. Atlântica.
 
O Ferrini, construído nos anos 20, foi ao chão nos anos 70. Construído no meio dos anos 20, respeitando o afastamento do Plano Agache o Ferrini era um dos primeiros grandes prédios da Av. Atlântica, apesar de seus 6 andares, contemporâneo do Guarujá. Era mais novo que o Palacete Atlântico mas, erguido antes do conjunto “art-déco” do Lido, possuía o que tinha de melhor na arquitetura de sua época. Além da fachada totalmente trabalhada, com uma portaria monumental virada para a Rua Sá Ferreira o prédio tinha outros elementos muito interessantes, como o pátio interno com chafariz central.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

COLISÃO


Segundo o jornal ÚLTIMA HORA em 04/11/1956, houve uma colisão de um lotação da linha "Praça Verdun - Praça XV, via Lapa", com o bonde 94 – Madureira.
 
Considerando que o trajeto do bonde era Largo São Francisco de Paula – Andradas – Presidente Vargas (lado ímpar) – Francisco Bicalho – Francisco Eugenio – Figueira de Melo – Campo de São Cristóvão – São Luiz Gonzaga – Largo do Pedregulho – São Luiz Gonzaga – Largo do Benfica – Suburbana – Democráticos – Uranos – Ibiapina – José Maurício – Romeiros – Largo da Penha, onde terá ocorrido a colisão?
 
Ou será que a “vista” de um dos coletivos teria sido alterada?
 
A causa do acidente teria sido a preocupação do motorneiro ou do motorista do lotação pela notícia da invasão da URSS à Hungria?

quarta-feira, 28 de junho de 2017

CATUMBI


A foto 1 é do acervo do Correio da Manhã e a foto 2 é de autoria do pai do Andre Decourt.
 
Corria o ano de 1967 e o Estado executava grande desapropriação no Catumbi. A Comissão de Moradores, encabeçada pelo padre Mário e com sede na Igreja N.S. do Salette, se opunha, fazia manifestações, pendurava faixas.
 
A rua desta foto parece ser a Emília Guimarães. Outras ruas como Coqueiro, Dr. Agra, Bento Salgueiro, Chichorro, Pedro Mascarenhas, Van Erven, Valença, Padre Miguelinho, José Bernardino e João Ventura também protestavam contra o Estado.
 
Em 1947, durante o Governo Dutra, na administração do prefeito Ângelo Mendes de Moraes, começou a construção do túnel Catumbi-Laranjeiras, como parte da Linha Lilás, iniciativa que resultou num plano de alinhamento e projeto de alargamento das ruas do Catumbi. As obras ficaram paralisadas por 14 anos, mantendo em “suspense” os moradores.
 
Em 1961 as obras recomeçaram e o bairro começou a se valorizar pela possibilidade de ficar mais próximo de Laranjeiras, Copacabana, Botafogo e Cosme Velho. A população alegava que o Estado pretendia desapropriar todo o Catumbi a baixo preço para depois revender por somas fabulosas.

O texto da segunda foto é do Decourt: “Essa foto faz parte de um razoável conjunto de imagens onde meu pai à época como um dos arquitetos responsáveis pela expansão do sistema viário da cidade tentava preservar uma parte do conjunto urbanístico do Catumbi e Cidade Nova da destruição que era planejada no local.

Vemos em primeiro plano a esquina das ruas do Catumbi com João Ventura. Nessa época a Rua do Catumbi era um das vias de descida do transito do Túnel Santa Bárbara, tendo ganho alguns elementos do mobiliário urbano do túnel como o sistema de iluminação por luminárias que usavam lâmpadas fluorescentes, as quais nessa imagem não aparecem.”

No final o que aconteceu foi uma grande destruição do bairro do Catumbi.

PS: interessantes o Gordini e o Corcel dos primeiros tempos.

terça-feira, 27 de junho de 2017

ONDE É?


Este era um belo abrigo onde nos dias de chuva ou de canícula intensa os passageiros dos saudosos bondes aguardavam condução.

Todo ele metálico, era uma obra de arte a par de sua grande utilidade. Os bondes acabaram. Mas lá ficou o abrigo como uma saudade. Acontece que em 30/11/1967, data da foto, tal abrigo estava abandonado.

Onde é?


domingo, 25 de junho de 2017

EXPO DE 1908





A Exposição Nacional, realizada na Praia Vermelha, Zona Sul do Rio de Janeiro, em 1908, entre os morros da Babilônia e da Urca, pretendeu, além de comemorar o Centenário da Abertura dos Portos, mostrar para o mundo, a beleza e as qualidades da moderna capital da jovem República brasileira.
 
Depois das reformas de Pereira Passos, a cidade estava pronta para representar o Brasil e exibir toda a sua exuberância. A intenção era atrair o olhar estrangeiro, visando buscar libras e francos para consolidar, ainda mais, a Independência.
 
Em menos de um ano construíram-se imponentes edifícios para abrigar estandes exibidores da produção econômica brasileira. Montaram-se dois restaurantes, um teatro, cervejarias e café, além de uma pequena via férrea, para que o público pudesse locomover-se em trenzinhos.
 
Nesta época, a revista Kosmos registrou a admiração geral da população: "Parece-nos ainda um sonho este inesperado aparecimento da pequenina cidade de palacetes nas areias da Urca. É a grandiosa feira nacional, que o presidente Affonso Penna organizou, sob o louvável pretexto de comemorar o Centenário da Abertura dos Portos do Brasil ao comércio mundial". O governo Affonso Penna, embora curto, foi uma administração de muito trabalho e de realizações
 
Pouco restou desta Expo 1908. O Colégio Minas Gerais, embora bem modificado, é um dos pavilhões que sobreviveu. O Palácio das Indústrias voltou a ser unidade militar e foi bombardeado quando da Intentona Comunista. O Pavilhão das Máquinas hoje é um prédio da UNIRIO.
 
Em 2010 realizou-se no Centro Cultura dos Correios a interessantíssima “UM BRASIL EM EXPOSIÇÃO”. Foi uma mostra destinada a “divulgar a Exposição Nacional de 1908, que reuniu em mais de 30 pavilhões a história, a economia e a cultura do país, revelando o Brasil, sua diversidade e seus contrastes, pela primeira vez em toda a sua complexidade. O objetivo deste evento foi mostrar ao público essa 'descoberta do Brasil pelos brasileiros' e o que significou essa enorme feira - com sua vistosa arquitetura efêmera concebida nos mais diversos estilos construídos na Praia Vermelha. Se o Brasil, então jovem República, havia consolidado o Rio de Janeiro, após a modernização empreendida pelo Prefeito Pereira Passos e pelo Ministro Lauro Müller como sua maior expressão, a Exposição Nacional celebrava o processo de inserção de todo o país em um modo de vida urbano, industrial e cosmopolita. Além dos estados da Federação, diversas instituições públicas se fizeram representar na Exposição, como a EMPRESA de CORREIOS e TELÉGRAFOS, que abrigou, em uma área de 150m2, uma agência postal e uma estação telegráfica. UM BRASIL EM EXPOSIÇÃO exibiu fotos, cartões postais, catálogos, comentários de cronistas e relatórios de época, e se estruturou em módulos temáticos que abordam o processo da concepção, construção e inauguração da Exposição Nacional, vitrine do Rio de Janeiro da Belle Époque e seu progresso. O evento permitiu que o público do século XXI aprofundasse seus conhecimentos não só sobre a história da cidade, mas sobre os hábitos e as instituições culturais da época.”
 
A primeira foto é do acervo de Laurent Antoine LeMog, a segunda é do acervo de George Ermakoff, a planta da Expo foi enviada por meu amigo Hugo Hamann, as coloridas são de um livro patrocinado pela Siemens, autoria de Gerodetti & Cornejo.