Outro
dia foi publicada uma foto deste casal de turistas americanos e hoje, com mais fotos
e detalhes, podemos saber o programa que fizeram no início da década de 60 no
Rio.
Mr.
e Mrs. Millmann chegaram ao Rio em voo da Pan Am que pousou no Galeão e se hospedaram no Copacabana
Palace. Logo, de posse da “Carte Touristique de Rio de Janeiro", partiram
para conhecer o Rio.
Foram
aos principais pontos turísticos utilizando principalmente os bondes, que
acharam exóticos. Ao Pão de Açúcar foram no bonde 4, "Praia
Vermelha", que pegaram no Tabuleiro da Baiana, após uma visita ao Centro,
onde ficaram encantados com o Teatro Municipal. Pagaram pela passagem Cr$ 2,00. Mesmo preço do bonde 3, "Águas
Férreas", que os levou à estação do Corcovado onde tomaram o trenzinho a
cremalheira que parte de Laranjeiras. Ali também, a pé, foram conhecer o Largo
do Boticário.
Aconselhados
pelo “concierge” do Copacabana Palace, compraram por Cr$ 2,50 a passagem para ir
a Paquetá, numa barca da "Cantareira" ou da "Frota Carioca".
Em
Copacabana, Mrs. Millmann deixou o marido preocupado, pois tirou os sapatos de
salto e caminhou até o mar para molhar os pés. Mesmo com o sol de inverno ao
final do dia adquiriram aquela cor rosa típica dos turistas.
Ao
Jardim Zoológico foram no bonde 36, "Lapa-Cancela", após visitar os
Arcos da Lapa.
Num domingo, Mr. Millmann conseguiu um convite para jogar alguns buracos no
elegante Gávea Golf Club.
Entre
os restaurantes, frequentaram o “Bife de Ouro”, no próprio
hotel, além do simpaticíssimo “Os Esquilos”, na Floresta da Tijuca. Neste dia
foram conhecer a capela Mayrink Veiga, adornada por magníficas pinturas de
Portinari, e também o museu Castro Maya.
Experimentaram
o chope carioca numa mesa do bar “Castelinho”, em Ipanema. Assistiram a uma
corrida no Jockey Club e aproveitaram para visitar o Jardim Botânico e o Parque
da Cidade.
Visitaram
a biblioteca "Thomas Jefferson", na Av. Atlântica nº 2634, por indicação
de amigos que moravam no Rio. Ficaram encantados, embora sem entender nada, com
um Fla x Flu no Maracanã.
Mandaram
vários cartões postais pela agência dos "Correios e Telégrafos" (Av.
N.S. Copacabana nº 540), além de enviarem alguns telegramas pela "Western
Telegraph" (Av. Atlântica nº 1850).
Tinham
sempre no bolso, para alguma emergência, o endereço do Pronto-Socorro Souza Aguiar, na Praça da República,
mas não precisaram utilizá-lo.
Como
apreciadores da boa música, foram conhecer um novo ritmo brasileiro chamado “Bossa
Nova”, nas minúsculas boates do Beco das Garrafas, nas noites em que não foram
à boate “Meia-Noite”, no próprio hotel. Além disso, por acaso tiveram a chance de assistir ao
espetáculo “Concerto Brasileiro de Jazz”, no “Golden Room”, onde tocaram o
saxofonista Booker Pittman, com a “Paulistânea Jazz Band”, o trio de Dick
Farney, o pequeno conjunto de Moacir Peixoto, bem como o saxofonista Cipó, com
uma grande orquestra sob sua direção.
Fizeram
dezenas de fotos do Rio e os filmes foram revelados na loja Lutz Ferrando,
perto do hotel, na Av. N.S. de Copacabana. Compraram, como bons turistas americanos, aqueles pratos decorados
com borboletas para colocar na varanda de casa.
Ficaram
deslumbrados com o Rio. Sol todos os dias, temperatura agradável, povo
simpático, uma cidade sem problemas aos olhos do casal de turistas.
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