Em
fotos de Milton Santos, do acervo do Correio da Manhã, vemos aspectos do Centro
da cidade nos anos 50.
A
primeira foto é uma grande vista do Centro, com destaque para o desmonte do
Morro de Santo Antonio e o começo do Aterro do Flamengo.
A
segunda foto mostra a região do aeroporto Santos Dumont no início do Aterro.
A
terceira foto, já publicada anteriormente, mostra a Praça do Expedicionário,
criada em 8/5/1947. Anteriormente conhecida como praça do Castelo, situa-se na
avenida Presidente Antônio Carlos, em frente às avenidas Nilo Peçanha e
Almirante Barroso.
Com
a palavra o mestre Andre Decourt: "Uma visão do Castelo e do bairro da
Misericórdia, certamente nos primeiros anos da década de 50.
À
esquerda vemos as construções do bairro da Misericórdia, um bairro que não
existe mais, sepultado pelo prédio do Fórum, a via onde as pequenas construções
dão frente é a Rua da Misericórdia, em seu antigo traçado que serpenteava pelas
fraldas do morro do Castelo, onde nessa foto podemos perceber onde ele
terminava.
As
ruas internas eram das mais velhas da cidade como os becos do Cotovelo, Boa
Morte, da Música e Travessa do Guindaste. Também ali ficava o Hotel Bom Jardim,
cujo letreiro pode ser lido na foto em “tela cheia".
Ao
fundo vemos os torreões do Mercado Municipal destruído sem muito sentido para a
construção do viaduto da Av. Perimetral.
O
prédio grande e com cúpula é o antigo Ministério da Agricultura, derrubado
junto com o Monroe no governo Geisel como forma de desmoralizar e enfraquecer o
Rio de Janeiro, privando-o dos símbolos da velha capital.
Na
extrema direita aparece um pedacinho da Santa Casa .
No
meio da foto aparece com destaque a Praça dos Expedicionários, um dos lugares
que tinha tudo para ser um dos mais aprazíveis do Centro, principalmente pelo
belo lago e chafariz.
O
edifício do Jockey ainda não existe, sendo seu terreno usado como
estacionamento, essa foto deve ter sido tirada num dia não útil, pois há poucos
carros estacionados.
Há
também um pequeno monumento num dos lugares mais improváveis na cidade de hoje,
na confluência das movimentadíssimas avenidas Presidente Antonio Carlos e
Almirante Barroso. Este pequeno monumento comemorativo do arruamento do Castelo
foi removido quando houve o desfile das escolas de Samba na Pres. Antônio
Carlos, se não me engano em 1974, por causa das obras do metrô na Pres. Vargas.
Uma
curiosidade, sobre a Praça dos Expedicionários é que em seu subsolo se encontra
o único grande abrigo antiaéreo do Rio de Janeiro, construído na época da 2ª
Guerra Mundial. Era o primeiro de outros que seriam construídos, mas a guerra
acabou e os aviões e navios do Eixo nunca apareceram... Há outros abrigos pela
cidade, mas todos em prédios privados, muitos em Copacabana, onde inclusive
existem prédios com lajes blindadas por chapas de aço. Hoje esse abrigo é usado
como estacionamento do Tribunal de Justiça.
Esta
foto possivelmente foi tomada dos prédios da Rua Debret.”
Os
dois navios de guerra poderiam ser o cruzadores Barroso e Tamandaré, que foram
construídos no final na década de 30. A curiosidade sobre esse local fica por
conta de que antes da urbanização dessa praça e a construção do abrigo
antiaéreo, depois estacionamento oficial, havia o campo de futebol do "Fura
Rede", time dos funcionários e trabalhadores do extinto Mercado Municipal.
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