“Dr.
NN, saída de ambulância!”, anunciava o alto-falante do 2º andar do Hospital
Souza Aguiar. Havia uma lista, em cada plantão, dos que saíam numa ambulância
como as da primeira foto. Era descer ao térreo, ir na cabine da telefonista e
pegar a ficha de atendimento. Fora um “atropelamento” ou uma “colisão”, na
maioria das vezes um simples “P. mal” (Passando mal), o que gerava uma
incerteza do que ia se encontrar. No trajeto, com sirene ligada e muitos
avanços de sinal, o antigo rádio pipocava com outros chamados.
A
tripulação era composta por um motorista, um auxiliar de enfermagem veterano
(como o Santana ou o Pelé) e um médico. Ainda era uma época em que se podia
entrar nas favelas da região sem maiores problemas. Embora as ordens fossem
deixar o corpo no local caso fosse encontrado “em óbito”, era mais prudente
levar para o hospital para evitar pressões.
Na
foto dois vemos o corredor do 2º andar, com o fotógrafo em frente à sala da
Ortopedia, a nº 1. No outro extremo, lá no fundo, ficava a sala nº 7, da Pediatria.
A sala nº 2, à esquerda, era dividida entre ORL, Oftalmo e Odontologia. Depois
a sala nº 3, que era a “grande emergência”, hoje chamada de “sala vermelha”. A
seguir, a sala nº 4, de atendimento dos homens e a sala nº 5, de atendimento
das mulheres. A nº 6 era uma sala de repouso de pacientes. Do lado direito,
além do corredor dos elevadores, ficavam as salas de enfermagem e a sala dos
médicos de plantão.
A
terceira foto mostra a fila na porta da sala nº 7, da Pediatria, e a seta
indicando o setor de RX, que ficava em corredor paralelo ao que vemos na foto
acima.
A
quarta foto mostra a entrada principal e também entrada do estacionamento dos
médicos. A rua em frente ao hospital, que tinha mão da Lapa para a Presidente
Vargas, havia uma faixa demarcando um trajeto para as ambulâncias virem pela contramão,
desde a Faculdade de Direito até a entrada dos pacientes, que ficava do lado
oposto do prédio.
A
quinta foto é do térreo, na triagem dos pacientes clínicos menos graves. Os
mais graves subiam direto para o 2º andar. Pode parecer absurdo, mas os funcionários,
por experiência, raramente erravam em dirigir um paciente direto para o 2º
andar.
A
foto nº 6 mostra os boxes de atendimento das salas de homens (iguais aos da
sala de mulheres), numa época em que os profissionais se vestiam de branco e
usavam jalecos. Depois passaram a usar camisas brancas e hoje a maioria atende
com roupa de rua, tipo calça jeans e tênis, com um guarda-pó branco. São os “novos
tempos”.
O
setor de Emergência do Hospital Souza Aguiar tem 7 equipes, que se revezam em
plantões noturnos de 12 horas e dois outros plantões de 6 horas pela manhã e
pela tarde. Cada equipe tem um nome: Daniel de Almeida, Chapôt-Prévost, Álvaro
Ramos, Benjamim Batista, Domingos de Goes, Samuel Pereira e Catta-Preta.
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