Até
o final dos anos 60, antes da duplicação da Av. Epitácio Pessoa, havia um
simpático campinho de futebol de salão em frente ao edifício que hoje tem o nº
2120 naquela avenida (entre a Montenegro e a Gastão Bahiana).
Nesta
quadra, todos os dias jogávamos futebol (a bola, frequentemente, caía na água e
sempre havia um herói que se jogava dentro da lagoa para buscá-la, exceto
quando ventava de sudoeste, que trazia a bola de volta e o jogo continuava até
a chegada da chuva).
Aos
sábados à tarde havia o jogo “oficial”. Aí brilhava o time do “Broa”, com o
Denio, o Paulo Roberto, o Gil, o Osvaldo "Bico", o “Cabeleira”. Na terceira
foto vemos o “Broa” de costas, em primeiro plano.
Nesta
mesma quadra, nas férias de verão, a Coca-Cola patrocinava todas as manhãs, com
dois professores de Educação Física, atividades para a garotada. Por volta de
meio-dia eram distribuídas garrafas de Coca-Cola para todos.
Parece
que foi ontem que por aí nesses vivia uma turma grande (perdi o contato com
quase todos) como o Alberto, o "Petita", o "Bolinha", os
filhos do Capitão Sergio "Macaco", a musa Estelinha, a Lurdes, a
Monique, a Ana Maria, os irmãos Marcio e Mauro, o Luiz Claudio, o Alarico, o Claudio,
o Fernando, a Cristina, a Silvia, a Lilian, o Michael, a Laís, a Gisele, a
Ellen, o Lynn, o Douglas, o Bill, o Nelsinho, o Carlinhos. Por onde andarão?
Nos
fundos do prédio nº 2142, onde morou o Lucio Alves com sua belíssima esposa (ele
tinha um Chevrolet conversível daqueles de filme de Hollywood), havia uma caixa
d´água com uma parede lateral inclinada e feita com cimento muito liso que, nos
dias de chuva, funcionava como um tobogã - quantos braços quebrados e
"galos" na cabeça aconteceram nessas descidas.
Ao
lado da caixa d´água, no amplo espeço entre dois edifícios, foi desenhada com
cal uma baliza na pedra do morro para disputas de chutes a gol, dois contra
dois - até o dia em que uma pedra enorme desabou e destruiu o carro do
Almirante Alvaro Alberto, estacionado bem junto à baliza. Nunca mais jogamos
ali, mesmo depois das demoradas obras de contenção feitas pela Prefeitura.
Além
da quadra esportiva havia, em frente ao Corte do Cantagalo, nas margens da
Lagoa, os eventos do Abrahão Medina, do "Rei da Voz": sempre montava
um palanque no carnaval para animados bailes infantis. E, em junho, por conta
das festas de São João, ele fazia uma grande queima de fogos de artifício.
Nessa
época morar aí envolvia uma grande dificuldade de condução pois este trecho só
era servido por duas linhas de ônibus: a "Ipanema-Estrada de Ferro" e
a "Rocinha-Mourisco" - ambas subiam o Corte do Cantagalo. Mais tarde,
criaram a linha "Jacaré-Ipanema", que vinha do Jacaré até ao Jardim
de Alá e fazia a volta para ir para o ponto final junto ao Corte, na Praça
Corumbá. Para Botafogo/Humaitá havia apenas duas linhas de lotações, a
"Largo do Machado-Ipanema" e a "Estrada de Ferro-Leblon". No
curto-período dos ônibus elétricos o serviço era bom, mas à noite o número de
ônibus era mínimo.
Ter
uma linha de telefone aí, naquela época, era muito difícil, assim como se era
obrigado a conviver com muitas moscas e mosquitos - toda casa tinha que ter
"mata-moscas", bombas de Flit, armadilhas para insetos.
A
banca de jornal mais perto era na Montenegro esquina com Visconde de Pirajá, o
único serviço disponível era a carrocinha de sorvetes da Kibon do
"Souza", o bar mais perto era o "Mosca", o atual
"Tricopa" lá da Montenegro, onde havia o "Nelson", armazém
na esquina da Barão da Torre, e a loja de fotografias do Honório, primeiro na
esquina da Nascimento Silva e depois ao lado do Nelson, além do Pizzaiolo, que
inaugurou a “calçada da fama” de Ipanema.
Padaria,
a mesma que está lá até hoje, só na esquina da igreja da Paz. O movimento da
Epitácio Pessoa, antes da abertura do Túnel Rebouças era quase nenhum à noite.
A
última foto mostra o campinho já desaparecendo para a construção do viaduto
Augusto Frederico Schmidt e a duplicação da Epitácio Pessoa. Isto, mais a abertura
do Túnel Rebouças, acabou com o campinho e com a tranquilidade.
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