Duas
destas fotos já apareceram por aqui. A primeira de hoje e o texto do Gustavo Lemos
justificam o tema ser de novo trazido.
“Vemos
a instalação no corredor de entrada da Lemos & Brentar de um Puma em 1968.
Ele permaneceu aí até 1980, quando foi removido, mudou de cor, e transferido
para a fachada do prédio à direita onde está o letreiro Formad. O carro era
meia carroceria que a Puma enviara de presente para os novos concessionários no
Rio e substituiu um Fusca que estava pendurado no mesmo lugar.
Na
época eu tinha quinze anos e estava aí acompanhando a instalação. Meu pai está
de costas sobre o muro, na altura do capô do táxi DKW. A foto provavelmente foi
tirada pelo Albino Brentar.
Lemos
& Brentar em três tempos. A primeira fase foi de 1957 a 1968, com o Fusca
pendurado em 1959. A segunda com o Puma que foi de 1968 a 1980. A terceira de 1980
a 1986.
Em
57, Aluizio Lemos e seu sócio em uma locadora de automóveis, Edgard Torres,
compraram uma oficina na Rua Jardim Botânico nº 705, telefone 26-4351, que se
chamava Auto Super, para fazer manutenção dos carros da frota. Em 59 a
sociedade foi desfeita e na partilha dos bens meu pai ficou com a oficina, que
resolveu explorar com o sócio remanescente da Auto Super, Albino Brentar.
Foi
criada a Lemos & Brentar, especializada em VW, principalmente em preparação
e montagem de Kits Okraza no motor e lanternagem para companhias de seguro, com
as quais Aluizio tinha ótimo relacionamento. A ideia de colocar o Fusca
pendurado surgiu de um carro que deu entrada na oficina com o lado direito
totalmente destruído e a seguradora deu perda total. Compraram o carro por uma
ninharia no estado, cortaram ao meio e penduraram na entrada.
Não
se sabe de qual dos dois surgiu a ideia, já que ambos discutiram a autoria até
a morte. O fato é que foi um grande sucesso, que atraiu a atenção da VW, que
tinha acabado de inaugurar sua fábrica de São Bernardo. Tornaram-se
concessionários da marca.
A
fase Puma começou em 1968, pouco depois do lançamento do modelo com chassis VW.
A L&B tornou-se a segunda concessionária da marca no país, perdendo apenas
para a Comercial MM de São Paulo, que pertencia a dois sócios da fábrica.
Venderam mais de 6.000 Pumas até o fechamento da fábrica.
Em
1979, compraram o contrato de locação da Formad, loja ao lado do corredor de
entrada, e resolveram trazer a concessionária de motos Honda que tinham na
Gávea (Setemo) para o local. A nova loja foi inaugurada em 1980.
Em
1986 foi vendida para a Auto Modelo, que estava desesperada atrás de um local
para a concessionária VW da Lagoa que foi desativada para construção de
prédios.
Albino
faleceu em 2001, faltando um mês para completar 70 anos. Aluizio, meu pai, em
2007, com 80 anos.”
Uma
reportagem do JB dava conta que “Albino é o sócio técnico e Aluizio o
financeiro. Os dois entendem de Volkswagen, pois inclusive Aluizio tem todos os
cursos, mas como ele mesmo diz, “o Albino é mais profundo”. Albino também reconhece
que Aluizio, em questão de contas e impostos, é melhor e assim vão vivendo,
cada qual, porém, com direito de meter o bedelho na parte alheia.
Tanto
um como outro, ou seja, o Lemos e o Brentar, são hoje sossegados chefes de
família. Assistem corridas e confessam-se inquietos quando ouvem uma
motocicleta passar roncando pela rua. Sublimam, porém, a paixão dos motores no
trabalho da oficina. E concluem: um homem deve fazer aquilo de que gosta na
vida. E nós gostamos de motores.”
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