Hoje temos duas fotos da Av. N.S. de
Copacabana (lado ímpar) no trecho entre Santa Clara e Constante Ramos.
A primeira foto de hoje, uma
homenagem especial ao Belletti e ao Menezes, mostra a Cirandinha, em 1972. A
segunda foto é do Gyorgy Szendrodi, de 1971.
A Cirandinha ficava na Av. N.S. de Copacabana
nº 719, entre as ruas Santa Clara e Constante Ramos, quase em frente à
Travessa Angrense, em cuja esquina ficava a Lojas Brasileiras. Era propriedade dos donos do Grupo
Windsor e foi fechada após quase 60 anos de existência. A Cirandinha, mesmo em
anos recentes, vendia produtos que fizeram sucesso nos anos 50 e 60 como “milk-shakes”,
camarões empanados, além de ter uma tradicional feijoada aos sábados.
Este quarteirão do lado ímpar da Av.
N.S. de Copacabana, entre Santa Clara e Constante Ramos, tinha muita coisa
interessante. Primeiro é um dos quarteirões mais longos de Copacabana, pois o
lado ímpar da Av. N.S. de Copacabana neste trecho é diferente do lado par.
Neste, começam as ruas Raimundo Correia e Dias da Rocha, enquanto no lado ímpar
estas ruas não vão até a praia.
Neste cruzamento que vemos na foto
tínhamos a Barbosa Freitas, na esquina da Santa Clara (em frente ao Bazar 606 e
na diagonal da Joalheria Krause), que era um grande magazine, de artigos masculinos
e femininos, aparelhos eletrônicos, venda de brinquedos e até uma boutique moderninha
entre dois pisos (acho que a Smuggler).
Em direção à Constante Ramos havia a
Cirandinha (em frente a uma agência do BEG), depois o cinema Metro, inaugurado
em 05/11/1941 e demolido em 26/01/1977. O Metro ficava na Av. N.S. de
Copacabana nº 749, em frente à Rua Raimundo Correia, onde na esquina havia a
Casa Sloper, na mesma quadra do Rei da Voz e as Lojas Brasileiras na esquina da
Travessa Angrense. A par dos grandes filmes que ali passavam e do famoso ar
condicionado com clima de montanha, aos domingos de manhã havia os famosos
festivais Tom & Jerry. O ar condicionado era tão potente que o frio que
chegava antes mesmo de passarmos pelo porteiro. O cinema tinha uma antessala
enorme, com um tapete tão espesso que os pés afundavam, além de uma "bombonnière"
chique.
Neste trecho ficava, também, o ponto
de bondes (direção Centro). Ali também ficavam fotógrafos ambulantes tirando
fotos de casais enamorados (as fotos podiam ser encomendadas numa sala do
prédio ao lado BEG, entre a Travessa Angrense e a Santa Clara, onde também
ficavam expostas numa vitrine as fotos dos casamentos feitos pelo famoso
fotógrafo Aszmann. Também vendedoras de maçãs caramelizadas com seus tabuleiros
ficavam nas vizinhanças do Metro.
Vizinho ao Metro ficava o Cinema
Art-Palácio, no nº 759-B, construído em 21/10/1950, que passava o famoso jornal
“Actualités Françaises” (era rival do “Atualidades Atlântida” ou, mais tarde,
do “Canal 100”) exibido antes dos “traillers” e filmes.
Nesta mesma calçada, em direção à Rua
Constante Ramos, depois do Cinema Art-Palácio, tínhamos a Caixa Econômica, uma
loja de tecidos, a Casa da Borracha, o Mercadinho Azul, o Cinema Copacabana
(atualmente uma academia de ginástica), a loja de sapatos DNB e a Tonelux. O
Mercadinho Azul ficava bem em frente à Rua Dias da Rocha, ao lado do Cinema
Copacabana (hoje em dia é uma grande farmácia). Nele, se podia comprar de tudo
um pouco - havia um balcão que vendia muitos tipos de macarrão e todas as
formas de massa. Ali as massas eram pesadas naquelas balanças antigas em que se
equilibravam os dois pratos com uma série de pequenos pesos que ficavam dentro
de buraquinhos numa peça de madeira. Logo na entrada, à direita, ficava o posto
de venda de café. Tanto de xícaras de cafezinho, para serem tomadas de pé,
quanto de sacos de um quilo, que eram embalados na hora. Café Palheta ou
D´Orviliers. As máquinas de moer, enormes, ficavam na parede colada ao Cinema
Copacabana. O cheiro era inconfundível. No Mercadinho Azul havia também um
posto de vendas de ingressos para jogos no Maracanã.
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