Neste
postal do Archive Culture Club / Getty Images, garimpado pelo Achilles
Pagalidis vemos a Praça Floriano, com um pedaço do muro do Convento da Ajuda, à
esquerda, ao lado do Conselho Municipal, construção em estilo manuelino, antiga Escola São
José.
Semi-encoberta
vemos a igreja Anglicana na Rua Evaristo da Veiga, que foi levantada pela
colônia inglesa do Rio, no século XIX (foi a primeira deste culto na América do
Sul, desapareceria em 1942. Hoje está na Rua Real Grandeza, em Botafogo).
E
em destaque na foto temos o belíssimo Teatro Municipal, ao lado da Rua da Guarda Velha (13 de Maio). Em estilo eclético, era o sonho de Arthur
Azevedo que, infelizmente, não o viu pronto, por ter falecido em 1908.
Concebido na arte do arquiteto Oliveira Passos, foi inaugurado em 14/07/1909.
É
o grande marco da cultura de nossa cidade, manifestada na melhor música e
melhor dança. A princípio, Pereira Passos pensou em reformular o teatro São
Pedro de Alcântara. Como o proprietário do imóvel, o Banco do Brasil, não
chegou a um acordo, decidiu-se pela construção de um novo teatro.
O
Teatro Municipal foi inaugurado com um discurso do poeta Olavo Bilac,
entregando à cidade do Rio de Janeiro "o seu mais belo edifício, com um
esplendor de mármore e bronzes". Além do discurso do poeta, a elite da
capital brasileira, o presidente Nilo Peçanha à frente, pôde assistir à
apresentação de duas óperas nacionais -"Moema", de Delgado de
Carvalho, e "Insônia", de Francisco Braga - e da comédia
"Bonança", de Coelho Neto.
Os
primeiros tempos do Teatro Municipal marcados por intensa programação
internacional, receberam companhias italianas, portuguesas, alemãs, inglesas,
latino-americanas e - o ponto alto - francesas.
Durante
as temporadas francesas, as senhoras, já naturalmente exigentes, chegavam ao
requinte de encomendar um traje para cada noite. Os convites se acompanhavam,
invariavelmente de brindes. Uma amostra de perfume francês, um saquinho de
pó-de-arroz, um lencinho cuidadosamente dobrado.
Mais ao fundo o belíssimo Convento de Santo Antônio.
AGORA
A DÚVIDA: a que Consulate se refere a legenda do postal?
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