sexta-feira, 27 de março de 2020

AV. ATLÂNTICA



 
As fotos de hoje mostram a Av. Atlântica nas décadas de 50 e 60. Ainda era o tempo da mão-dupla, antes da duplicação da avenida.
 
Já naquela época havia horários em que a avenida se transformava em mão-única nos horários de "rush". Pela manhã em direção ao Centro e à tarde em direção contrária.

quinta-feira, 26 de março de 2020

BAIRRO PEIXOTO

 
A foto de hoje tem uns 50 anos e foi feita pelo missionário Lawrence Walker, da Junta de Missões Internacionais de Richmond, Virginia, EUA. Foi garimpada por Joe Musgrave.
Mostra a feira na Rua Décio Vilares, no Bairro Peixoto, em Copacabana, em frente à Primeira Igreja Batista de Copacabana. Esta feira se realizava todos os domingos em volta da praça e era frequentada por muitos fiéis copacabanenses após assistirem à concorrida missa do Padre Ítalo naquela igrejinha que ficava no último andar dentro do atualmente conhecido como “Shopping dos Antiquários”.
A pracinha do Bairro Peixoto, a Edmundo Bittencourt, que já apareceu por aqui em uma longa série, nos anos 50 tinha cavalos para alugar. Era um ótimo programa fazer uma longa volta a cavalo subindo pela Décio Vilares e descendo pela Maestro Francisco Braga.
Uma ilha de tranquilidade no meio de Copacabana a pracinha naqueles tempos era pouco frequentada. Havia muitos bambuzais nos quais as crianças se escondiam nas brincadeiras. Com balanços, rema-remas, escorregas, chão de terra que permitia o jogo de bola de gude e muito espaço para correr, era uma alegria para as crianças do bairro.
As carrocinhas da Kibon, do pipoqueiro e do algodão doce faziam sucesso. Aos domingos à tarde era comum muitos homens de terno branco e moças arrumadas, de todas as classes sociais, fazendo o “footing”. Uma pequena aglomeração se juntava para ouvir no rádio as partidas do Maracanã.
Foi um tempo que desapareceu.

quarta-feira, 25 de março de 2020

IGREJA N.S. DA PAZ

 
Esta foto, do acervo do Tumminelli, é da Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, ainda sem as torres, no início do século XX. A história desta paróquia está ligada a Copacabana, pois os primeiros moradores de Ipanema tinham que ir à Copa para frequentar a Igreja que ficava onde hoje é o Forte de Copacabana.
O padre Joaquim Soares de Oliveira Alvim, que era pároco da Capela do Senhor do Bonfim de Copacabana tinha em mente criar uma paróquia em Ipanema, para que os moradores não precisarem ir até a  distante Copacabana.
O arquiteto Gastão Baiana projetou a igreja. As obras começaram em 1920 e em maio de 1921 foi realizada a primeira missa na já pronta sacristia.
Em agosto de 1921 numa procissão que começou em Copacabana, liderada pela filha de Epitácio Pessoa, a imagem de Nossa Senhora da Paz, foi transferida da Igreja de Nossa Senhora de Copacabana para a nova paróquia.
A obra da igreja só terminou em 1936.

 
Poucos anos depois temos uma foto com as torres já construídas. O curioso é constatar que aquele prédio da esquina da Rua Joana Angélica vem sobrevivendo até os dias de hoje. Ali funciona a Padaria Ipanema.

 
Foto do Acervo do Colégio Notre Dame. Vendo-se a Igreja de Nossa Senhora da Paz, na Rua Visconde de Pirajá esquina da Rua Joana Angélica, desde o terraço do Colégio Notre Dame (Rua Barão da Torre). À direita da Igreja vê-se o prédio onde funcionou o Colégio São Francisco de Assis e, bem à direita, parcialmente, o prédio do Cinema Pax.
A Igreja de Nossa Senhora da Paz, na década de 1960, teve como vigário o controvertido e polêmico Frei Leovegildo Balestieri, que ali instalou ar-condicionado para conforto dos fiéis ("quem gosta de calor é o Diabo no inferno!"). Também criou a "missa do iê-iê-iê. Ele tinha como auxiliar a Dona Itália, que era uma "fera". Num certo domingo em que era o "Dia das Mães", Frei Leovegildo comprou rosas para serem distribuídas para todas as mães. D. Itália, entretanto, só as entregou para quem usava aliança de casada. As mães sem aliança, segundo ela, não mereciam...

 
Ao lado da Igreja, neste grande edifício onde existiu o Cinema Pax, o Frei instalou a Casa Nossa Senhora da Paz, com serviços médico-assistenciais. Dando vazão a seu lado empresarial, montou uma pequena indústria de azulejos no subúrbio, ganhou o controle do guarda-volumes na Central do Brasil e construiu o Center Hotel no Centro da Cidade. Em 1952 já havia inaugurado o Cinema Pax e, anos depois, abriu um rinque de patinação (o Gelorama), um boliche e um teatro de arena, tudo para arrecadar fundos para a Igreja. No lugar do Gelorama funcionou depois uma grande academia de ginástica. Chegou a ser sócio do Canecão. Exagerando, imaginou demolir a Igreja para a construção de um "shopping", onde ao lado de butiques e lanchonetes, haveria uma capela, segundo Rui Castro. Uma violenta campanha d´O Pasquim sustou a idéia e a Igreja está lá até hoje. Acho até que o "nosso" frei foi incluído naquele mural do Ziraldo no Canecão...


Vemos, em foto da tia Milu, a lojinha situada logo ao lado da igreja, na Visconde de Pirajá. Ali vendiam-se ações do Center Hotel, localizado na Av. Rio Branco, perto da Marechal Floriano. Muitos fiéis, inclusive meu sogro, compraram estas ações. Não valem nada hoje em dia.

terça-feira, 24 de março de 2020

LAGOA



 
Estas fotografias da Lagoa no início do século XX, enviadas Tia Lu, desaparecidíssima e uma das mais antigas e queridas comentaristas do "Saudades do Rio", fazem parte de um lote do Acervo do Sérgio Coimbra.
Vemos um grupo tendo aula de desenho às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, no seu lado de Ipanema. Podemos observar a praia que existia em toda a região entre o Corte do Cantagalo e o atual Jardim de Alá.
Por esta época a Prefeitura do Rio havia encomendado ao engenheiro Saturnino de Brito um plano de saneamento da Lagoa. Esperava-se que fosse "a solução definitiva e de imediata execução que operará uma transformação maravilhosa naquela zona, até aqui desacreditada pelo flagelo do impaludismo, e que passará a ser um dos bairros mais encantadores do Rio de Janeiro".
O plano consistia na retirada do excesso de algas e o aterramento de mais de um milhão de metros quadrados das margens baixas e alagadiças da Lagoa. Foi projetado um cais de contorno com 5100 metros de extensão construído sobre um enrocamento. Na faixa de terra criada a partir dos aterros previa-se a implantação de uma larga avenida de contorno, que recebeu o nome de Epitácio Pessoa.
O projeto de saneamento, cuja premissa era manter a Lagoa permanentemente com água salgada, teria dois canais: o primeiro seria um canal interceptor, na Ponte das Tábuas, destinado a recolher todas as águas doces que desciam as vertentes do Maciço da Tijuca e o outro seria o Canal do Jardim de Alá.
Viu-se, com o passar dos anos, que o problema da Lagoa era muito mais complexo e demandaria outras soluções.
Teria a moça da terceira foto servido de modelos para os jovens pintores?

segunda-feira, 23 de março de 2020

HOSPITAL MONCORVO FILHO


 
A primeira foto, de Malta, mostra o IPAI - Instituto de Proteção e Assistência à Infância, que foi criado em 1889 pelo médico Arthur Moncorvo Filho e transferiu-se para este prédio em 1914. Atualmente abriga o Instituto de Ginecologia da Faculdade de Medicina da UFRJ e, em prédio anexo construído na década de 1960, o Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE).
A segunda foto, do Acervo do Correio da Manhã, é de 1962 e mostra o aspecto diante do hospital, então utilizado principalmente pelos alunos da Escola de Medicina e Cirurgia.
No Moncorvo, pela Faculdade Nacional de Medicina, tive aulas de Ginecologia e Obstetrícia com o Professor Pedro Brito Pereira, excelente mestre. E de Cirurgia Geral com o Professor Mariano de Andrade, temido pela forma autoritária com que tratava os alunos.

domingo, 22 de março de 2020

POSTO 6

 
Logo hoje que eu tinha programado passar o domingo em Copacabana veio esta ordem de isolamento.
 
Estava tudo preparado. Pegaria o bonde 66 da Tijuca até a Praça XV, saltaria no Centro na Rua da Assembleia e pegaria o 13-Ipanema até o Posto 6. Chegaria na casa da tia Mariana onde os primos já estariam prontos para sairmos e ir assistir a missa na igrejinha de Copacabana, ali na Francisco Otaviano.
 
Depois, praia até a hora do almoço na casa da tia com o meu adorado prato de carne assada, batatas coradas e molho ferrugem.
 
Depois esperaríamos o início do jogo no Maracanã às 15h15, narrado pelo Cozzi.
 
Como tínhamos que aproveitar o domingo inteiro pegaríamos ainda a sessão das 18h no Caruso, seguido de um pastel de queijo e um pavê de chocolate no Lopes.
 
Era o tempo exato para correr para a fila da entrada da TV Rio para assistir ao TV Rio Ringue, boxe ao vivo. Olhar para o Leo Batista narrando e o  Teti Alfonso comentando e ficar esperto para tentar aparecer na tela na hora do "passeio das câmeras".
 
Um último chope no Alcazar e voltaríamos para dormir, pois tia Mariana já vai estar preocupada.