Estas
fotografias da Lagoa no início do século XX, enviadas Tia Lu, desaparecidíssima e
uma das mais antigas e queridas comentaristas do "Saudades do Rio", fazem
parte de um lote do Acervo do Sérgio Coimbra.
Vemos
um grupo tendo aula de desenho às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, no seu
lado de Ipanema. Podemos observar a praia que existia em toda a região entre o
Corte do Cantagalo e o atual Jardim de Alá.
Por
esta época a Prefeitura do Rio havia encomendado ao engenheiro Saturnino de
Brito um plano de saneamento da Lagoa. Esperava-se que fosse "a solução
definitiva e de imediata execução que operará uma transformação maravilhosa
naquela zona, até aqui desacreditada pelo flagelo do impaludismo, e que passará
a ser um dos bairros mais encantadores do Rio de Janeiro".
O
plano consistia na retirada do excesso de algas e o aterramento de mais de um
milhão de metros quadrados das margens baixas e alagadiças da Lagoa. Foi
projetado um cais de contorno com 5100 metros de extensão construído sobre um
enrocamento. Na faixa de terra criada a partir dos aterros previa-se a
implantação de uma larga avenida de contorno, que recebeu o nome de Epitácio
Pessoa.
O
projeto de saneamento, cuja premissa era manter a Lagoa permanentemente com
água salgada, teria dois canais: o primeiro seria um canal interceptor, na
Ponte das Tábuas, destinado a recolher todas as águas doces que desciam as
vertentes do Maciço da Tijuca e o outro seria o Canal do Jardim de Alá.
Viu-se,
com o passar dos anos, que o problema da Lagoa era muito mais complexo e
demandaria outras soluções.
Teria
a moça da terceira foto servido de modelos para os jovens pintores?
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