O nosso ilustre, veterano e excelente colaborador Carlos Ponce de Leon
de Paiva conseguiu uma série estupenda de fotos sobre as pedreiras do Rio.
Comenta ele que “O Rio de Janeiro foi privilegiado pela natureza por
dispor de grande quantidade de montanhas com granito de boa qualidade que,
desde os tempos coloniais, abasteciam as construções assim como as obras
de urbanização da cidade.
Inicialmente as pedreiras, preferencialmente, eram próximas do Centro,
devido à facilidade de transporte. Com o tempo outras pedreiras foram
exploradas em áreas mais distantes, inclusive subúrbios.
Na Zona Sul as principais foram a do Morro da Viúva e a do Catete. Todas
as pedras usadas na construção da Av. Beira-Mar e da maioria dos palácios da
cidade vieram destas pedreiras. Outra pedreira importante foi a da Rua
Assunção em Botafogo.
As fotos mostrarão as pedreiras antigas e como elas acabavam enfeando a
paisagem.
Com o crescimento da cidade, principalmente na Zona Sul, elas foram
fechando e, as que restaram, ficaram na área suburbana.”
Vou procurar complementar os comentários e fotos do Carlos com alguma
coisa do meu arquivo. Desta forma, a partir de hoje falaremos das pedreiras
carioca.
P. Pamplona e I. Motta contam que os morros do Rio são compostos de
gnaisse facoidal, rocha metamórfica originada geralmente do granito, com milhões
de anos de idade. Outro trabalho interessante sobre o assunto foi o de S.
Almeida e R. Porto, do qual apresentarei também informações.
Hoje começaremos com um mapa das pedreiras do Rio e com uma foto da
pedreira da Rua Cinco de Julho, em Copacabana.
Esta rua, que vai da Constante Ramos até a Santa Clara, teve o nome de
Rua Hermesília até 1931. O nome era em homenagem à filha de Guerra Ramos,
proprietário das terras onde foi aberta a rua. Em 1931 foi alterada a
denominação para Rua Cinco de Julho, em homenagem ao levante da guarnição do
Forte de Copacabana em 1922 (a Epopeia dos Dezoito do Forte).
À esquerda da pedreira podemos ver o enorme prédio da Maternidade
Arnaldo de Moraes, que fica na Travessa Frederico Pamplona, uma transversal da
Rua Pompeu Loureiro. Foi inaugurada em 10 de abril de 1938. Hoje abriga o
Hospital São Lucas.
Podemos observar ainda, à direita, que a Rua Tonelero termina logo após
a Santa Clara (ainda não havia o túnel Major Rubens Vaz que seria construído
nos anos 60 unindo a Rua Tonelero com a Rua Pompeu Loureiro). No canto direito,
a área escura é o Bairro Peixoto.
A marca vermelha mostra o local de minha casa em Copacabana cuja foto já
apareceu por aqui.
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