sábado, 26 de setembro de 2020

AVENIDA ATLÂNTICA

Esta foto foi publicada em 2008 no "Saudades do Rio" e, na época, ninguém conseguiu identificar exatamente em que altura da Av. Atlântica era esta esquina.

A foto é do acervo do saudoso amigo Richard (o Richaaaaarrrd).

Publiquei-a ontem para um grupo de especialistas do Rio Antigo, pois passados tantos anos e com novos estudos sobre a Av. Atlântica, alguém poderia ter uma ideia.

E tal aconteceu: o Decourt e o Zierer descobriram. É a esquina da Rua Júlio de Castilhos, entre os antigos Posto 5 e o Posto 6.



Para complementar sua resposta o Zierer, além de enviar a foto acima, comentou: "Neste casarão da esquina da Júlio de Castilhos, à direita, funcionou o Atlântico Clube nas décadas de 20 e 30 do século passado. Fazia concorrência com o famoso Praia Clube. No local, atualmente, está o Ed. Justus Wallerstein."

Lição: você não precisa saber tudo. O segredo é saber a quem perguntar...


sexta-feira, 25 de setembro de 2020

COLÉGIO SACRÉ-COEUR DE MARIE

                                        Rua Tonelero nº 56, Copacabana


                  Chegada da esposa de Craveiro Lopes, D. Berta, em 1957


                     Solenidade em homenagem a D. Berta Craveiro Lopes


                                                             A capela
                                                           O auditório


O Colégio Sacré-Coeur de Marie (hoje Colégio Sagrado Coração de Maria) foi um dos primeiros de uma rede mundial de Colégios Sacré-Coeur de Marie a instalar-se no Brasil, no dia 23 de junho de 1911, pelas mãos de um grupo de religiosas do Sagrado Coração de Maria vindas de Portugal, lideradas por Irmã Maria de Aquino, Irmã Santa Fé e Irmã Maria de Assis.

A Ordem do Sagrado Coração de Maria, foi fundada por Padre Gailhac e Irmã Saint-Jean, em Béziers, França, em 1849.

Fica na Rua Tonelero nº 56, em Copacabana.

Em 1957, por ocasião da famosa visita ao Brasil do General Craveiro Lopes, o colégio homenageou a esposa do presidente de Portugal, D. Berta, por ser a mesma ex-aluna do Sacré-Coeur de Marie em Portugal.

Fotos: acervo da tia Milu, do Colégio Sacré-Coeur de Marie e do Correio da Manhã.

 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

COLÉGIO BENNETT






 O Pavilhão Barão de São Clemente, sede do Instituto Metodista Bennett, foi construído na segunda metade do século XIX para servir de residência a Antonio Clemente Pinto, Barão, Visconde e Conde de São Clemente na rua Marquês de Abrantes nº 13, hoje o atual nº 55. 

Por volta de 1905, após grave crise financeira, a propriedade foi vendida para o médico Dr. Miguel Couto em 1905 por 120 contos de réis. A propriedade foi redecorada pelo arquiteto Frederick Anton Staeckel.

Em dezembro de 1919 um grupo de americanos quis comprar a casa para criar um colégio e o Dr. Miguel Couto se recusou, dizendo que só a venderia por 400 contos de réis. Para surpresa geral, o preço foi aceito e a casa foi vendida.

A Igreja Metodista adquiriu a edificação, tendo sido inaugurado em março de 1920 o Colégio Bennett, local onde permanece até os dias de hoje.  O nome Bennett é uma homenagem à missionária Belle Harris Bennett, uma das maiores incentivadoras da criação do Colégio.

Com o crescimento das atividades o Instituto Metodista Bennett foi expandindo seus espaços pelos jardins da antiga mansão. Em 1926 foi erguido o edifício Eliza Perkinson, em estilo neocolonial Missões Californianas. Na década de 40 foram construídos os edifícios Erasmo Braga e Clara Perry e, em 1952, o Eva Louise Hyde.  De 1971 a 1980 passam a fazer parte do campus os prédios Layona Glenn, John Wesley e Heloisa Marinho.

O Bennett oferecia um ensino que abrangia Creche, Colégio, Faculdade, Pós-graduação, Mestrado e cursos para a terceira idade.

O prédio Barão de São Clemente, bem como os gradis, são tombados desde 2003.

 

Esta semana foi anunciado o fim do Colégio Bennett como vemos na notícia da última foto.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

GOLPE DE 1930



Como prometido, os gaúchos vão a cavalo até o obelisco da Av. Central, em 1930. Era o fim da República Velha. 

Liderado pelos estados de Minas Gerais, Paraíba e Rio Grande do Sul, que culminou com o golpe de Estado, o Golpe de 1930, que depôs o presidente da república Washington Luís em 24 de outubro de 1930, impediu a posse do presidente eleito Júlio Prestes e pôs fim à República Velha. sob alegação de fraude eleitoral.

Também contribuíram a favor do movimento, o desgosto popular em função da crise econômica de 1929 e o assassinato do político paraibano João Pessoa.

Fonte: "Belle Époque", A. Bueno.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

BAR CASTELINHO

               À esquerda, na esquina, o Bar Rio 1800, depois Barril 1800. Bem no                       centro o Bar Castelinho.
                              Um fim de tarde na varanda do Bar Castelinho.

         Foto da então modelo Hildegard Angel para uma propaganda. Ao fundo o               time de garçons do Bar Castelinho.

    Vemos na esquina o Barril 1800, sucessor do Rio 1800 e do Mau-Cheiro.


               Vemos a varanda do Castelinho, lugar mais disputado do bar.

O Bar-Restaurante Castelinho (onde tomei, ainda adolescente, o meu primeiro chope) ficava na Av. Vieira Souto 100-102. Foi inaugurado em 1963 pelo advogado Fortunato Azulay e pelo pianista Sacha Rubin. Teve uns poucos anos de muito sucesso, no auge de Ipanema.

Era um casarão com vários ambientes e mesas sob guarda-sóis na varanda e na calçada. Era um excelente local para a paquera, onde sempre se viam mulheres lindíssimas (isto até se tornar um ponto para turistas e deslumbrados).

Em frente ao bar, alguém pendurou uma placa - "Cuidado, bêbados" - que ficou ali durante anos. Houve até tiroteio dentro do Castelinho entre boêmios. Os clientes se jogaram sob as mesas, garçons deixavam cair bandejas com chopes, já contou Ruy Castro. Mas os tiros eram de festim, com balas do almoxarifado da TV Rio, cedidas por Walter Clark, e o sangue era de ketchup. Foi notícia até no “Repórter Esso”.

Em 1967 os sócios originais venderam o bar para um grupo espanhol e o local virou ponto de turistas, sendo abandonado pelos ipanemenses, que transferiram o “point” da praia do Castelinho para a Montenegro. Anos depois o mesmo aconteceu com o  “Veloso” quando virou o “Garota de Ipanema”, na esquina da Prudente de Morais com a Montenegro.

Em 1980 encerrou as atividades e no local foi construído um prédio de apartamentos que levou quase duas décadas para ser concluído.

Fotos: FRA – Fotologs do Rio Antigo

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

ESCOLA MUNICIPAL DA GÁVEA (ESCOLA MUNICIPAL LUIZ DELFINO)




 As fotos de hoje são da antiga Escola Municipal da Gávea, na Rua Marquês de São Vicente nº 238, localizada na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Gávea. Ali havia uma ala para "Meninas" (como se pode ler na fachada) e outra para "Meninos".

Na primeira metade do século XX foi renomeada Escola Municipal Luiz Delfino, em homenagem ao médico e poeta catarinense. Fica na esquina das ruas Marquês de São Vicente e Duque Estrada. Era uma das “Escolas do Imperador”, isto porque a grande quantia arrecadada para construir uma estátua de dom Pedro II, em homenagem à vitória na Guerra do Paraguai, foi revertida, a pedido do próprio imperador, para a construção das unidades de ensino.

Não confundir com a também Escola Municipal Christiano Hamman que fica na Rua Duque Estrada nº 20, de estilo arquitetônico completamente diferente.

A Escola Municipal Luiz Delfino é a segunda mais antiga da cidade, sendo o seu prédio de 1873. Sua história é muito interessante: em 1861 um escravo liberto chamado Zózimo criou uma pequena escola no alpendre da sede da fazenda da família Pereira da Silva, na Gávea.

Aos poucos, a escola que atendia filhos de escravos e pessoas sem posses foi crescendo até que, em 1873, Antônio Francisco de Faria, novo proprietário da fazenda e presidente da Câmara Municipal, doou o terreno para o município e levantou-se o prédio definitivo.

Uma bela história que transforma esse prédio público em um especial, sendo tombado pelo DGPC desde 1990.

A foto em P&B é de 1922 e pertence ao Acervo do Estado do Rio de Janeiro. 

As fotos coloridas são de 2007 (acervo Rafael Netto) e a última é a que está atualmente no Google Maps.

Do prezadíssimo Professor Pintáfona recebi a mensagem abaixo:

“Ilustre Potentado de Villa Ypanema, Multifacetado Guru Araçoiabano, Quintessência da Intelectualidade Sebastiana, Casto, Probo, Puro e Sábio Dr. D´, 

Prostrado aos pés do Magnata do Saber Litorâneo, rogo vênia ao Plenipotenciário Mecenas Iconográfico Guanabarino por minha prolongada ausência do mundo virtual e de seu prestimoso e instrutivo sítio internético de convívio virtual, baluarte do saber, abrigo dos viajantes do éter electrónico e porto seguro das naves internáuticas. Motivos alheios à minha vontade mantiveram-me afastado de tão agradável e enriquecedora troca de impressões e conhecimentos.

Infelizmente o écran de meu equipamento electrónico computacional apresentou inesperada falha luminescente e fiquei impedido de vislumbrar as maviosas e significativas imagens aqui apresentadas. Imediatamente solicitei ao fiel Álvaro, que telegrafasse ao Signore Roberto, artíficie dos equipamentos computacionais e especialistas em écrans, solicitando-lhe uma visita em caráter de urgência.

Chegado o técnico e aberto o maquinismo, veio o certeiro diagnóstico, um pequeno roedor havia adentrado a caixa de jacarandá que guarnece o écran e na sua instintiva fome, roeu um dos filamentos que conduz os impulsos electrónicos, impedindo assim que se formasse a imagem como deveria ser.

Celeremente Signore Roberto fez a troca dos componentes e como num passe de mágica voltou o écran a revelar as maravilhas do mundo virtual. Após o pagamento (régio por sinal) lá se foi o homem a carregar sua maleta de ferramentas, tomando o carril para Sacopenapam, onde reside. Sinceramente não entendo como um cristão pode viver naquele areal do final do mundo. Enfim, há gosto para tudo. 

Eminente Confrade, hoje aproveitei a fresca da tarde para um passeio pela Cidade. Estava o dia tão radioso e fresco que dispensei o fiel Alvaro e dirigi-me à Av. Central em carris. Após uma bela volta pelo belo boulevard, acompanhado de Mme. Simmons, ainda capengante por conta de um coice que levou de um muar de maus bofes no Largo do Capim, verificamos que já era hora do almoço e a fome nos atacava como uma matilha de lobos atrás de sua caça.

Como estávamos nas imediações do Avenida, sugeri-lhe que provássemos o excelente pasto da Leiteria Mineira, casa já tradicional da cidade. Adentramos ao local, sendo logo saudados pelo proprietário, Sr. Manoel Valente e colocados na melhor mesa da casa. Pedimos línguas com purê de batatas, acompanhados de um cálice de bom vinho maduro. Após o café, charutos e cigarrilhas, saímos para os lados do Largo da Carioca, onde após passar pela Imprensa Nacional e o Lyrico, chegamos à bela Praça Floriano e seus cinematógraphos.

Apesar de um tanto fatigados, continuamos mais um pouco a pé e somente embarcamos de volta à Mansão da Pedreira da Candelária, após uma parada no Senado Federal para dois dedos de prosa com o meu dileto camarada o Senador Pinheiro Machado.

Como estava belo o Monroe! Que orgulho para a Capital Federal ter um belo palácio como este para sediar o seu Senado. Nossa Capital estava simplesmente soberba esta tarde.

Após apearmos próximos à casa, ainda passamos em uma venda para comprar umas frutas e um toucinho fumeiro a pedido de Cristina Helena, nossa cozinheira, que desejava dar um gosto ao caldo do feijão. Recém chegado à minha biblioteca, aproveito o curto tempo que me resta para saudá-lo e relatar-lhe esta pequena aventura para si, um homem jovem e cheio de energia, mas uma verdadeira Ilíada para o provecto e alquebrado cidadão que lhe escreve.

Sigo agora para o quarto de banho para a higiene noturna e após as leituras dos salmos, o merecido repouso.

Despeço-me repetido, municipalizado e escolarizado.

Seu Criado,

Dr. Hermelindo Pintáfona

domingo, 20 de setembro de 2020

PRAIA DE IPANEMA



Que saudade de um dia de domingo na praia como nos anos 50. 

Como seria bom rever o vendedor de picolés da Kibon com sua caixa de sorvetes, mantidos gelados com gelo seco. Era só escolher entre chica-bon, já-já, kalu, ton-bon ou eski-bon.

Nada de barracas de ambulantes, cadeiras, música alta e comidas vendidas em condições insalubres. Saudade da "tringuelingue" do vendedor de pirulitos e de "casquinhas",

Quem jamais poderia imaginar que há seis meses vivemos uma situação tão estranha como esta pandemia?