As fotos de hoje são da
antiga Escola Municipal da Gávea, na Rua Marquês de São Vicente nº 238,
localizada na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Gávea. Ali havia uma ala para "Meninas" (como se pode ler na fachada) e outra para "Meninos".Na primeira
metade do século XX foi renomeada Escola Municipal Luiz Delfino, em homenagem
ao médico e poeta catarinense. Fica na esquina das ruas Marquês de São Vicente
e Duque Estrada. Era uma das “Escolas do Imperador”, isto porque a grande
quantia arrecadada para construir uma estátua de dom Pedro II, em homenagem à
vitória na Guerra do Paraguai, foi revertida, a pedido do próprio imperador,
para a construção das unidades de ensino.
Não confundir com a também
Escola Municipal Christiano Hamman que fica na Rua Duque Estrada nº 20, de estilo
arquitetônico completamente diferente.
A
Escola Municipal Luiz Delfino é a segunda mais antiga da cidade, sendo o seu
prédio de 1873. Sua história é muito interessante: em 1861 um escravo liberto chamado Zózimo criou uma pequena escola no alpendre
da sede da fazenda da família Pereira da Silva, na Gávea.
Aos poucos, a escola que atendia filhos de escravos e pessoas sem posses foi
crescendo até que, em 1873, Antônio Francisco de Faria, novo proprietário da
fazenda e presidente da Câmara Municipal, doou o terreno para o município e
levantou-se o prédio definitivo.
Uma bela história que transforma esse prédio público em um especial, sendo tombado
pelo DGPC desde 1990.
A foto em P&B é de 1922 e
pertence ao Acervo do Estado do Rio de Janeiro.
As fotos coloridas são de 2007
(acervo Rafael Netto) e a última é a que está atualmente no Google Maps.
Do prezadíssimo Professor Pintáfona recebi a mensagem abaixo:
“Ilustre Potentado de Villa
Ypanema, Multifacetado Guru Araçoiabano, Quintessência da Intelectualidade
Sebastiana, Casto, Probo, Puro e Sábio Dr. D´,
Prostrado aos pés do Magnata do Saber Litorâneo, rogo vênia ao Plenipotenciário
Mecenas Iconográfico Guanabarino por minha prolongada ausência do mundo virtual
e de seu prestimoso e instrutivo sítio internético de convívio virtual,
baluarte do saber, abrigo dos viajantes do éter electrónico e porto seguro das
naves internáuticas. Motivos alheios à minha vontade mantiveram-me afastado de
tão agradável e enriquecedora troca de impressões e conhecimentos.
Infelizmente o écran de meu equipamento electrónico computacional apresentou
inesperada falha luminescente e fiquei impedido de vislumbrar as maviosas e
significativas imagens aqui apresentadas. Imediatamente solicitei ao fiel
Álvaro, que telegrafasse ao Signore Roberto, artíficie dos equipamentos
computacionais e especialistas em écrans, solicitando-lhe uma visita em caráter
de urgência.
Chegado o técnico e aberto o maquinismo, veio o certeiro diagnóstico, um
pequeno roedor havia adentrado a caixa de jacarandá que guarnece o écran e na
sua instintiva fome, roeu um dos filamentos que conduz os impulsos electrónicos,
impedindo assim que se formasse a imagem como deveria ser.
Celeremente Signore Roberto
fez a troca dos componentes e como num passe de mágica voltou o écran a revelar
as maravilhas do mundo virtual. Após o pagamento (régio por sinal) lá se foi o
homem a carregar sua maleta de ferramentas, tomando o carril para Sacopenapam,
onde reside. Sinceramente não entendo como um cristão pode viver naquele areal
do final do mundo. Enfim, há gosto para tudo.
Eminente Confrade, hoje aproveitei a fresca da tarde para um passeio pela
Cidade. Estava o dia tão radioso e fresco que dispensei o fiel Alvaro e
dirigi-me à Av. Central em carris. Após uma bela volta pelo belo boulevard, acompanhado
de Mme. Simmons, ainda capengante por conta de um coice que levou de um muar de
maus bofes no Largo do Capim, verificamos que já era hora do almoço e a fome
nos atacava como uma matilha de lobos atrás de sua caça.
Como estávamos nas
imediações do Avenida, sugeri-lhe que provássemos o excelente pasto da Leiteria
Mineira, casa já tradicional da cidade. Adentramos ao local, sendo logo
saudados pelo proprietário, Sr. Manoel Valente e colocados na melhor mesa da
casa. Pedimos línguas com purê de batatas, acompanhados de um cálice de bom
vinho maduro. Após o café, charutos e cigarrilhas, saímos para os lados do
Largo da Carioca, onde após passar pela Imprensa Nacional e o Lyrico, chegamos
à bela Praça Floriano e seus cinematógraphos.
Apesar de um tanto fatigados,
continuamos mais um pouco a pé e somente embarcamos de volta à Mansão da
Pedreira da Candelária, após uma parada no Senado Federal para dois dedos de
prosa com o meu dileto camarada o Senador Pinheiro Machado.
Como estava belo o Monroe! Que orgulho para a Capital Federal ter um belo
palácio como este para sediar o seu Senado. Nossa Capital estava simplesmente
soberba esta tarde.
Após apearmos próximos à casa, ainda passamos em uma venda para comprar umas
frutas e um toucinho fumeiro a pedido de Cristina Helena, nossa cozinheira, que
desejava dar um gosto ao caldo do feijão. Recém chegado à minha biblioteca,
aproveito o curto tempo que me resta para saudá-lo e relatar-lhe esta pequena
aventura para si, um homem jovem e cheio de energia, mas uma verdadeira Ilíada
para o provecto e alquebrado cidadão que lhe escreve.
Sigo agora para o quarto de banho para a higiene noturna e após as leituras dos
salmos, o merecido repouso.
Despeço-me repetido, municipalizado e escolarizado.
Seu Criado,
Dr. Hermelindo Pintáfona