As fotos são do acervo do Silva e foram enviadas pelo ilustre amigo Francisco Patricio, a quem agradecemos mais uma vez. A identificação do local, feita pelo Malta, como se pode ler nas duas primeiras fotos, é Rua Aritoppe, em 1928.
Na realidade trata-se da Rua
Haritoff, atual Rua Ronald de Carvalho, criada pelo Decreto 1165 de 31/10/1917
e que teve sua denominação alterada pelo Decreto 5997 de 01/07/1937.
Esta rua foi aberta em
terrenos da Empresa de Construções Civis, pelo seu Diretor-Presidente Dr.
Antonio de Paula Freitas, e aceita em 26/04/1894.
Como bem pode se ver não
havia trilhos na Av. Copacabana nesse trecho por causa da interrupção da
avenida pelo Morro do Inhangá. Os trilhos passavam por uma rua dentro do
bairro, a Ministro Viveiros de Castro, na Duvivier iam para a Barata Ribeiro,
voltando para a Avenida Copacabana pela Rua Inhangá. Este arranjo durou até os
anos 40 quando a linha da Min. Viveiros de Castro foi desativada.
Estes fios que aparecem à
direita e acabam no “nada” são fios de média tensão da Light. Acabam ocultos
por super-exposição do diafragma na máquina do Malta.
O nome Haritoff era em
homenagem a Mauricio Haritoff, nobre russo, embaixador do czar da Rússia que se
radicou em nosso país, tornando-se um dos "barões do café". Já Ronald
de Carvalho foi um jornalista, diplomata, crítico, ensaísta e poeta. Foi uma
das mais expressivas personalidades do movimento modernista brasileiro. Entre
suas obras se destacam: Luz Gloriosa, Poemas e Sonetos, Pequena História da
Literatura Brasileira, Epigramas Irônicos e Sentimentais, Espelho de Ariel
("apud" Paulo Berger).
Segundo o mestre Andre
Decourt “O prédio da esquina é o Palacete Veiga, construído pelo comandante
Eduardo Veiga. Nos anos 40 os apartamentos térreos foram convertidos em lojas,
tendo a da esquina abrigado por muitos anos o famoso restaurante Le Bec Fin.”
A casinha de madeira era
um “banheiro”. Era colocada em cima de um tampão da galeria de esgoto.
Segue o Decourt: “A foto
também demonstra o primitivo sistema de iluminação, com luminárias a meia
altura nos postes de ferro fundido, se alternando de lado pela via. Não sabia
qual foi o motivo técnico para que essa iluminação instalada em várias ruas do
bairro ter sido trocada nos anos 40 por luminárias no alto dos postes
sustentadas por grandes braços retos e todas só de um lado da via. Essas da
Ronald de Carvalho chegaram até os anos 90 junto com as da Belford Roxo, Gal.
Mascarenhas de Morais (parte plana) e na pequena via por trás da praça
Serzedelo Correia.
Descobri depois a razão da iluminação ter sido trocada. No final dos anos 30 a Light começou a reforçar a potência da iluminação na cidade. E por volta de 1940 depois da experiência da Av. Atlântica praticamente todo o sistema do bairro foi modificado. Esses globos aparentemente não suportavam as lâmpadas de 500W e foram retirados de todas as ruas que os possuíam. As mais importantes ganharam os braços retos e de um lado, pois já nessa época a Light tirava a rede aérea do bairro. As secundárias que usavam os braços curtos com as luminárias GE pendentes foram “repotenciadas”, mas os postes não foram modificados. Nesta situação exemplifico algumas ruas como a Lacerda Coutinho, Otaviano Hudson, Santa Leocádia.”
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirDia de aula. Sobre Copacabana e postes, é só chamar o Decourt.
Impressionante o artifício usado na "casinha". Literalmente, quase no meio da rua...
Houve época em que trocas de nomes de ruas estavam a todo vapor. Geralmente em trocas de regimes, quando alguns nomes ficavam proscritos. Em outras ocasiões foi oportunismo barato mesmo. Às vezes a reação contrária era tanta que eram desfeitas.
Essa prática sobrevive até os dias atuais.
Em tempo, interessante também notar no detalhe da foto os trabalhadores no alto do poste, com a escada enorme.
ResponderExcluirEste prédio da esquina é muito bonito, como tantos outros da mesma época que povoam Copacabana. A luminária da última foto é igual a que tinha na General Artigas, na calçada em frente ao meu prédio.
ResponderExcluirA menos que a memória me pregue peça, esse era o tipo de poste usado na rua Dona Delfina, na Tijuca, quando lá residi nas décadas de 1950, 1960 e início da de 1970. Porém acho que no fim desse período já tinha sido feita mudança.
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Hoje é dia de aprender, nunca havia ouvido falar desta rua Aritopp, a luminária vista na última foto, era muito parecida com as que existiam na Av Pres. Vargas.
ResponderExcluirTenho dúvida sobre o trajeto da linha de bonde pelada Ministro Viveiros de Castro e pela Duvivier. Pelo que me consta, até os anos 40 a linha seguia pela Barata Ribeiro após sair do Túnel Novo e entrava na Rua Inhangá para atingir a Nossa Senhora de Copacabana. Essa questão levantada é interessante. Quem sabe o Hélio sabe algo a respeito. FF: Segundo dados do Instituto de Segurança Pública, o índice de roubos e furtos de motos nessa região de Copacabana (área da 12 DP) aumentou em 2022 375%, um índice um pouco menor do que o registrado na região da Pavuna (39 DP).
ResponderExcluirpela Ministro Viveiros de Castro
ExcluirTalvez por ser mais antiga, muitas mudanças em Copacabana. De forma e denominações de ruas. Deveria haver um perfil aberto das ruas para ver as camadas de história. Foco nos paralelepípedos.
ResponderExcluirCuriosamente os Trolley-buses começaram a circular em Copacabana utilizando o trajeto do antigo ramal do Inhangá. Em Setembro de 1962 a circulação de bondes no Túnel Novo foi suspensa para o acesso dos Ônibus elétricos à Copacabana. A linha E-4 Erasmo Braga - Serzedêlo Correa após sair do Túnel Novo seguia pela Barata Ribeiro e entrava à esquerda na Rua Inhangá, tendo o seu ponto final naquela rua. O retorno se dava pela Nossa Senhora de Copacabana. Essa rotina se deveu em razão da circulação das linhas de bonde desviadas para oTúnel Velho, Siqueira Campos, e Nossa Senhora de Copacabana. Essa realidade se manteve até 1° de Março de 1963 quando deixaram de circular os bondes em Copacabana e Ipanema, e os Trolley-buses tiveram suas linhas estendidas para toda a zona sul.
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