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segunda-feira, 27 de junho de 2022

IGREJA DA PENHA


Já falamos várias vezes sobre a igreja da Penha, mas apareceram novas fotos interessantes. E são chocantes se compararmos como era o local antigamente e como está atualmente.

Será que este Cruzeiro ainda existe? Será que foi ele que deu origem ao nome da favela Vila Cruzeiro?

A foto nos mostra um batizado na Igreja da Penha nos anos 50. Hoje em dia as formalidades foram abandonadas e não mais se veem crianças com camisolões ou pais de terno e gravata.  E a degradação da região no entorno da igreja, com inúmeras favelas, torna um risco ir nesta igreja.

Bela imagem da Igreja da Penha, valorizada pelo Buick 1948. Esta escadaria esculpida na pedra é uma obra extraordinária. Antigamente eram comuns pessoas subindo de joelhos a escadaria. Seria o Buick do Monsenhor que aparece na foto?


A primeira ermida foi levantada neste local em 1635. Passou por diversas remodelações, entre as quais a de 1728, com a construção da escadaria de acesso, que foi duplicada em sua largura em 1913. A capela foi demolida em 1871 para a construção de uma igreja maior. A festa da N.S. da Penha se realiza todo mês de outubro. Segundo o Joel, E.F. Rio D´Ouro em dias de festa mantinha trens especiais no "Ramal da Penha", que corria ao longo de Estrada Vicente de Carvalho e que foi erradicado no final dos anos 20. A Leopoldina também mantinha trens especiais nos dias de festa. A afluência de fiéis era imensa.

Outros tempos: Até um mata-mosquito em ação. 

Como conta o Irajá, atualmente não é difícil ir à Igreja da Penha, pois para subida do penhasco estão disponíveis três lances de plano inclinado. Mas subir pelas escadas é sempre muito agradável em gradativamente se ir tomando a visão da baía de Guanabara e a quase totalidade da Baixada de Irajá. Não sei se ainda ocorre o principal festejo religioso da Festa da Penha, que é a grande procissão pelas ruas do bairro, a qual, segundo os organizadores, contava com a presença de cerca de inúmeras congregações das igrejas e paróquias vizinhas. Para os não católicos o evento era uma apreciação das grandes tradições existentes há mais século. 

Apenas por orientação, geograficamente a Penha, como os vizinhos Olaria e Ramos, pertence a Baixada de Irajá, a qual corresponde ao território ocupado por 38 bairros. Em se falando em igreja da Penha, ela pertenceu, até o início do século XX, à Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá. A Matriz de Irajá, igreja barroco-jesuítica do início do Século XVII (1613), é a mais antiga Matriz em sua volumetria original da Cidade do Rio de Janeiro e segunda no Estado. Em 2013 comemorou o seu quarto centenário.


Esta igreja era um símbolo de uma zona suburbana que não existe mais, encravado na realidade de decadência, populismo habitacional e violência.

Segundo o Wagner, os fiéis católicos da região hoje se deslocam em maior volume para a Paróquia do Bom Jesus, na verdade uma grande igreja na Av Brás de Pina. As missas da Penha ocorrem em maior frequência na igreja "de baixo", que fica no sopé antes da escadaria. O percurso até este local, que também já é entrada da comunidade da Merindiba, inicia no portal de entrada e segue pela elevação do morro. 

A Igreja da Penha nos remete às famosas festas da padroeira no mês de outubro. Era uma das festas religiosas católicas mais aguardada e celebrada no Rio até final dos anos 60. A festa fazia com que pessoas de todos os pontos da cidade se deslocassem para lá. Era uma semana de festejos, missas e procissões. Sempre impressionava as pessoas que pagavam promessas subindo de joelhos os 365 (um para cada dia do ano) degraus. Era o dia de ganhar cata-vento colorido, cavalinho de madeira e comer jujuba, picolé de coco, algodão doce (criança nem pisca os olhos vendo o algodão "surgir do nada"), do refresco no copinho em cone de papel na base de metal, da maçã-do-amor, da pipoca. As barraquinhas de prendas e os cordões de lâmpadas, os leilões (se leiloava inclusive um leitão vivo na promessa de garantir a ceia de Natal). Os namorados trocavam juras de amor e pediam músicas pelo alto-falante do arraial.

Tudo acabou. Infelizmente.




45 comentários:

  1. Uma igreja que nunca visitei.

    O mais perto que cheguei dela foi em dezembro de 2021.
    O cartório que fez a certidão de óbito do meu pai ficava bem perto da igreja.

    Nos jornais antigos, existem muitas matérias sobre a festa da Penha.

    Realmente, era um grande acontecimento na cidade.

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  2. Olá, Dr. D'.

    O mais perto que cheguei da igreja foi em uma feira de ciências no colégio onde meu então cunhado dava aula nos anos 90, no pé do morro, perto do Parque Shangai (ou Xangai). Não lembro o nome do colégio no momento. De resto, só de longe mesmo..

    A região teve um momento de relativa paz durante a trégua artificial da UPP.

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  3. O que mais chama a atenção não é apenas a transformação da região, pois afinal "o tempo passa", mas sim o seu nível de "depauperação". A Penha está encravada em um "mar de favelas" que além de "abrigar milhares" de criminosos torna o cotidiano e o acesso à região uma ação temerária. Algumas vezes em meados dos anos 70 fui várias vezes ao Parque Xangai, sempre aos Sábados e à noitinha, e posso dizer que tais idas eram bastante agradáveis e nelas nunca tive qualquer problema. Quanto à Igreja da Penha, só uma vez eu subi os 365 degraus, o que para mim não foi problema na época, mas atualmente "nem pensar".

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    1. Se fossem milhares estariamos muito pior. São talvez algumas dezenas, talvez centenas com muito dinheiro que compram o estado e ameaçam o resto.
      A decadência desse predaço do Rio e brutal.

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  4. Nunca fui. As direções do google maps a Basílica Santuário de Nossa Senhora da Penha levam a um beco sem saída, ao invés do Largo da Penha. Cuidado!!!

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  5. A afluência de fiéis às festas realizadas na Igreja da Penha era tal que a Rio D'Ouro disponibilizava trens especiais nesses dias festivos no chamado "Ramal da Penha", que na verdade seu terminal era em "Maria Angu". A saída para esse ramal era em Vicente de Carvalho e os trilhos corriam paralelos à Estrada Vicente de Carvalho". Existem muitas fotos dos trilhos da Rio D'Ouro em frente à entrada da Igreja. Por volta de 1928 esse ramal foi desativado, e essa desativação se deveu provavelmente às alterações na linha e à retificação do traçado da ferrovia.

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  6. O que pouca gente sabe é que o Morro do Alemão tem dono, uns descendentes de uma das famílias que eram proprietários de terra na região. Hoje a propriedade deles foi cooptada pelo estado paralelo.
    Esta região, até os anos 40, era uma área rural. Hoje é perigosíssima, lembremos que o Tim Lopes foi capturado, mais precisamente na favela da Vila Cruzeiro, que fica na Penha e faz parte do Complexo do Alemão.
    No governo de César Maia houve restauração da igreja e colocou aquele elevador de plano inclinado para os idosos e as pessoas que sofriam para subir até a igreja.
    A Penha quase toda era a "Fazenda da Nossa Senhora da Ajuda". As poucas casas eram de colonos que trabalham na fazenda. O proprietário era um português, que vendeu a fazenda na década de 40 para um imigrante polonês, que ganhou dinheiro explorando a prostituição no Mangue. O polonês acabou desmembrando toda a fazenda em pequenos lotes e vendeu sem nenhum estudo urbanista, registro ou autorização da Prefeitura para operários de baixa renda e alguns imigrantes que trabalhavam na proximidade da zona do meretrício do Mangue. A facilidade de locomoção entre a estação da Penha e o terminal Barão de Mauá facilitou a venda dos lotes para os trabalhadores do Mangue e os expulsos da área do Estácio. Alguns morros do Complexo do Alemão são áreas invadidas cujos herdeiros jamais serão indenizados e outra parte são terras do governo.
    O nome de Morro do Alemão é original da confusão que se fazia entre o polonês e alemão. O povo dizia na época que todo mundo de fala enrolada, branco e de olhos claros era "alemão". O Complexo do Alemão é formado por 15 favelas e o Morro do Alemão é o mais antigo.
    Nenhum morro do Complexo é maior que a Rocinha, mas o complexo do Alemão tem quase o dobro de moradores da famosa favela da Zona Sul. O complexo do Alemão é disparado o lugar mais perigoso da cidade.

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  7. Bom Dia! Um cordão com várias balas amarradas era quase sempre adquirido pelos visitantes de outros bairros, que "desfilavam" pela festa e muitos quando iam embora, continuavam com o "cordão" no pescoço como que a dizer: Fui na festa da Penha.

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  8. Bom dia Saudosistas. Fui muitas vezes a festa da Penha quando era criança, era um domingo de festa íamos para a casa dos parentes logo de manhã cedo, meu pai e meus tios jogavam suéca antes do almoço, na hora do almoço o cardápio era sempre um prato da culinária Portuguesa regada a muito vinho ou cerveja, depois partíamos para a Igreja, minha mãe e minhas tias sempre gostavam de subir as escadarias para visitar a igreja e fazerem as suas preces. O local hoje é o abrigo de uma grande parcela de "coitadinhos esquecidos e ignorados pela sociedade".

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    1. As favelas da Penha concentram o maior entreposto do drogas do Rio de Janeiro (leia-se curral narco-eleitoral) e lá são planejadas e executadas cerca de 80% das ações do crime organizado no Rio. Segundo dados de inteligência das forças de segurança, existem naquelas favelas mais de mil fuzis nas mãos de criminosos. Em razão disso fica complicado até mesmo transitar na região. De posse desses dados, as forças de segurança entretanto são impedidas de todas as formas de executar um trabalho de qualidade invadindo esses locais em razão de atuação tendenciosa da mídia e de "canetadas" e intromissões de "entes do poder público" que com argumentos ridículos, hipócritas, sem qualquer base jurídica, e do tipo que "nelas se mata jovens negros, pardos", "trabalhadores", e "chefes de família", buscam atrapalhar grande parte das operações policiais. E sob essa "blindagem" obviamente erguida e sustentadas por forte$ argumento$, o crime organizado vem ocupando grandes espaços no Rio de Janeiro. Em área contígua existe ainda o chamado "Complexo de Israel", que compreende a Cidade Alta de Cordovil e áreas de Brás de Pina, Parada de Lucas, a parte baixa de Cordovil, e cercanias.

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    2. Complementando o comentário, no assalto ocorrido Sábado no Shopping mais luxuoso do Rio situado na Avenida das Américas, 12 bandidos executaram com um tiro no rosto um segurança na frente do Shopping. Detalhe: o segurança assassinado atuava de forma clandestina, desarmado, sem qualquer vínculo trabalhista, e por uma ridícula diária de R$ 180,00. Não se viu uma manifestação dos "lacradores de sempre" pedindo justiça," e exigindo a prisão dos culpados, oa proibição de armas, o "fim da Polícia", etc. A Defensoria Pública, que atualmente se ocupa em defender bandidos, acusar policiais, e ingressar com ações judiciais visando impedir as ações policiais nas favelas, não se manifestou, as ONGS de direitos humanos, e a Anistia Internacional idem, "apesar do segurança assassinado ser negro". Por que será? Afinal "vidas negras não são importantes"?

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    3. Falou tudo, Joel. Vidas negras só importam para esses canalhas quando se trata de bandidos mortos. Quando a vítima é trabalhador, cagam e andam.

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  9. Fui apenas uma vez na Penha em 1984, 1985 no 626 da CTC. Não era essa degradação que vemos na TV de hoje.

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  10. Augusto, o colégio no sopé do morro é o Nossa Senhora da Penha. Ali já se vê o "sobe-desce" dos "aviãozinhos" para a favela Mirindiba, um "distrito" do complexo do alemão; uma cordilheira que começa no Juramento e vai até Bonsucesso.
    Na última vez que fui na igreja eu subi de plano inclinado e desci de escada.
    A Penha estava na ordem pra ser a padroeira do Brasil, mas o Getúlio, já no Estado Novo, preferiu adoçar a boca dos paulistas e nomeou a Aparecida.

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  11. Há tempos o Wagner Bahia fez um comentário que permanece atual: “Se a cidade como um todo se degradou nas últimas décadas, a região onde essa degradação foi maior foi, sem dúvida, na Zona Norte. A Zona Sul, a despeito do crescimento das favelas, ainda consegue manter uma estruturação urbana e conservação de áreas de interesse econômico e turístico. A Zona Oeste, seja a “nova”, representada pela Barra da Tijuca ou a “antiga”, representada por bairros como Jacarepaguá, cresceu vertiginosamente, mesmo com a favelização de muitas áreas.

    A Igreja da Penha já foi um dos cartões postais desta cidade e era ponto de peregrinação de muitos fiéis, daqui e do resto do Brasil; hoje a concentração de peregrinos é quase que exclusiva para N S Aparecida (até isso perdemos para São Paulo...). A igreja, hoje, contornada pelo complexo do alemão, está entregue às moscas...”

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  12. A foto 2 está espelhada. Na foto 7 o cruzeiro está no lado certo. Pela foto de satélite dá para ver que pelo menos o pedestal ainda está lá. E como a sombra da cruz não é visível, fica a dúvida.
    Tenho quase certeza que foi ele que deu nome à Vila Cruzeiro, que não começou como favela e sim como uma grande vila para operários, construída sem licença, como indicado no texto.
    Fui na igreja pelo menos duas vezes, inclusive num batizado no qual meus pais foram padrinhos. Subi uma terceira vez até esse portão que aparece na foto 3, acho que estava fechado por ser uma segunda-feira.
    No Parque Shanghai fui umas 4 ou 5 vezes. Pelo que achei na internet abre de quinta à domingo. No fim de semana começa mais cedo.
    Não acho que o lado norte da Penha seja mais perigoso que quase todo o restante do Rio. O Largo da Penha / Rua dos Romeiros e arredores e quase todo o outro lado da linha do trem não têm uma proporção de ocorrências acima do normal para os cariocas.
    Mas já teve até uma "bala perdida" numa escola, metade do caminho até a Av. Brasil, que colocaram na conta da Vila Cruzeiro, mas, como sempre, o caso caiu no esquecimento e o laudo da balística não teve comprovação divulgada na mídia. Lembrando que a penha da igreja forma um paredão naquela direção.

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    1. Fazer um cartão-postal espelhado deve ter dado o título de estagiário do ano para o autor.

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    2. Tenho um cartão postal que mostra o Cristo "de costas" para a enseada. Acho que ele ganha...

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  13. Na minha infância acho que fui uma única vez à Festa da Penha. Não guardo recordações. No dia 14 de junho de 2014, um sábado, fiz um tour pela área com um antigo comentarista do SDR, que se identificava como "O Rei dos Bondes" . Morador na Suécia desde 1976, periodicamente ele vinha ao Brasil. Nascido e criado na região da Penha, ele se ofereceu para me mostrar os locais de sua infância. Passamos parte da manhã e toda a tarde zanzando a pé por ali. E subimos dev funicular até a igreja, descendo pelas escadas. Mas dá medo você olhar em volta, lá de cima. Só favelas.

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  14. A inauguração do ramal de bondes elétricos da Light para a Penha, no dia 02/10/1927, cumpriu a promessa da empresa de realizar a inauguração a tempo para as festas da Penha daquele ano. A linha saía do Largo de São Francisco, a passagem custava 400 réis.

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  15. Ainda sobre os bondes da Penha: o auge da festa é no dia 23/10. A edição de 24/10/1927 ,do jornal "A Rua" se desmancha em elogios à Light quanto ao serviço de bones da véspera. A notícia relata que às 4 horas da manhã im bonde servindo de sub-estação (tenho foto de um, o de número de ordem 750) começou a fornecer energia elétrica ao trecho, ocasião em que entraram em circulação os bondes bagageiros e taiobas, possibilitando aos comerciantes e barraqueiros o transporte de suas mercadorias. Depois entraram em serviço 30 carros motores, puxando 3 reboques cada um, num total de 120 bondes, com capacidade de 72 mil passageiros/dia.

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  16. Hélio, soube que onde fica atualmente o quartel dos bombeiros, no início da Av N S da Penha, era uma garagem e oficina de bondes. Não sei se procede.

    A origem da favela da Vila Cruzeiro, pelo que sei, deu-se com a ocupação ilegal dos terrenos pertecentes à irmandade da Penha, a qual tinha um projeto de se construir um cemitério. A ideia foi abandonada, em função de os terrenos serem muito pedregosos, impróprios para um campo santo. A irmandade achou melhor fazer "vista grossa" e não quis fazer a reintegração de posse. Daí, deu no que deu...

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  17. Na intervenção militar que ocorreu no Rio em 2017 e 2018 o Secretário de Segurança General Richard Nunez, em uma grande operação, determinou o fechamento da região da Penha, de seu espaço aéreo, e invadiu a Vila Cruzeiro com um grande contingente militar, e em especial uma tropa especial de operações em selva denominada "Anjos da noite". O resultado apesar de pouco divulgado foi impressionante. Tive acesso a fotos que me embrulharam o estômago, e de acordo com "estatísticas não oficiais" essa operação teve um saldo de 250 mortos, alguns irreconhecíveis, a quantidade de "armas de guerra" incluindo fuzis e granadas foi substancial, e não houve reclamações de moradores alegando que "inocentes foram mortos" ou qualquer outro tipo de protesto. Por que será?

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    1. 250 mortos e o que mudou? Nada. A solução não é por aí. É por mais Educação, mudança na política de drogas como já acontece mundo afora, diminuição da desigualdade social.

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    2. Wagner Bahia, 13:06h ==> sim, onde hoje é uma instalação da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, na avenida Nossa Senhora da Penha, era antes uma estação de bondes. Ali foram queimados muitos deles, com o clarão da fogueira iluminando a noite. Um amigo meu presenciou isso, na época.

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    3. É mais tarde dos Trolley-buses, cuja operação se iniciou e Setembro de 1965.

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  18. Resisti o quanto pude para não enviar esse comentário, mas não consegui.
    Estive há uns dois anos na igreja e no início deste ano estive na igreja “de baixo”, onde estava acontecendo uma missa. Em nenhuma das duas ocasiões me senti mais inseguro do que em outras regiões da cidade. A vizinhança está degradada? Muito! É um lugar seguro? Não, como tantos outros da cidade e do país! Recomendo visitar? Sim, se tomar alguns cuidados, comuns a outros pontos da cidade.
    Ninguém, ou a maioria dos favelados, mora em comunidades porque gosta.
    O jornal “O Dia”, informa que o município está fechando um acordo com o BID que pode disponibilizar um bilhão e meio para construção de moradias populares. Fazendo um cálculo rápido, essa quantia daria para construir umas 10 mil moradias populares, considerando um custo unitário de 150 mil reais. O problema é que vão levar uns 10 anos para entregar as moradias e depois de todo esse tempo, deverão ter construído umas 3 ou 4 mil moradias e o dinheiro acabado.
    Em contraposição a situação de miséria domiciliar em que vivem milhões de brasileiros, alguém deu 42 milhões de reais por uma cobertura na Delfim Moreira.
    É possível que esse cidadão que comprou essa cobertura, seja um político ou um empreiteiro, iguais aos que serão responsáveis por gastar os 1,5 bilhões acima.
    É essa desigualdade social, da qual o Brasil é dos líderes mundial, a causa da violência que assola o país e especialmente a nossa cidade, e não a existência de favelas por si só.

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    1. Concordo em parte com você, mas com ressalvas. A existência de desigualdade social não justifica uma violência desenfreada "patrocinada" por uma legislação ridícula, dando a impressão de que tal realidade é uma "ação provocada". E aí começam a aparecer "sugestões" como a do comentário de um Anônimo às 16:11(seria você?) propondo a liberação das drogas. Acham que estão lidando com néscios? É tudo que aqueles que comandam o tráfico desejam. E aonde acha que eles se encontram? Não é difícil saber seus "nomes e endereços" que ninguém ignora mas não custa lembrar: na mídia, nas decisões judiciais que soltam grandes traficantes, proíbem ações policiais, condenam a ação das forças de segurança, nas audiências de custódia, nas plataformas políticas onde a liberação das drogas é o "carro chefe", nos jornais televisivos e publicações tendenciosas que invariavelmente desqualificam as Polícias, onde pode ser observado o conjunto de idéias conhecido como "bandidolatria", e muito mais. Ah, ia esquecendo: dentro da realidade dantesca vivida pela população brasileira, você tem notícia de algum juiz, Desembargador, Deputado, ou Senador, que esteja preso? Pois é...

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    2. Falou tudo, Joel. Concordo em gênero, número e grau. A polícia pode não ser uma Mercedes-Benz, mas o Judiciário é um Gurgel sem manutenção. Muitos dos problemas que vivemos se devem ao Legislativo e ao Judiciário, infestados de bandidos e corruptos. Coadjuvados pelo Executivo, é claro. São uma ORCRIM. A mais letal e perigosa de todas, pois legislam e atuam em causa própria e implantaram todo um arcabouço de proteção a si próprios.

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  19. É óbvio que a desigualdade social causa/ agrava o problema.
    No entanto, pretender que sem repressão e leis duras que sejam cumpridas é possível resolver/controlar a situação, é ingenuidade.
    Nos países ditos desenvolvidos a repressão existe e é prá valer.

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    1. Prezado xará. Sugiro você estudar um pouquinho mais como foi que os países ditos desenvolvidos reduziram a violência. Vou repetir, para ficar claro. Violência/Criminalidade não é causa. Violência/Criminalidade é consequência. E como todos nós sabemos ou devíamos saber, só se acaba com um problema atacando suas causas e não os seus efeitos. As causas da violência muitos sabem, outros ignoram e alguns fingem não saber: pobreza, miséria, falta de oportunidades, empregos precários, educação ridícula, indicadores sociais de terceiro mundo, corrupção. Por que será que nos países com baixa violência esses indicadores são excelentes? Será que os indicadores sociais são bons porque a violência é baixa ou a violência é baixa porque os indicadores sociais são bons. Lógico que temos que ter a repressão aos que cometem delitos, mas como a polícia do Rio já demonstrou várias vezes, isso, por si só não diminui a violência. Essa política se segurança pública no Brasil e em especial no Rio de Janeiro, que só reprime e mata, e não trata as causas trata-se simplesmente de "enxugar gelo".

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  20. Para ver como são as coisas, o Disque Denúncia oferece recompensa de 50 mil reais para quem ajudar a pegar os meliantes que ousaram invadir um templo de consumo "chique" e acabar com o sossego de um dos últimos feudos da cidade. Não estão preocupados com a família do controlador de acesso (chamar de segurança é um erro, já que não estava armado e nem possuía porte) que recebia, como fartamente divulgado, 180 reais de diária. A preocupação é o fato (assalto) ocorrer novamente e perturbar a "paz" de determinada camada da dita sociedade. A administradora do shopping deve estar mais preocupada no momento com o festival que está próximo. Esse, certamente, não pode ter erros.

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    1. Uma série de "jeitinhos". O "segurança" substituía um amigo contratado da firma de segurança, na base da "amizade", por R$ 180. Nem o shopping, nem a loja se opuseram. Deu no que deu.

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    2. Pois é, Augusto. Depois do assalto consumado, o shopping estava coalhado de viaturas da PM, polícia civil, BOPE, batalhão de choque, etc. Para quê? Para aparecer no noticiário? Só faltaram as unidades de Guerra na Selva, ParaSar, fuzileiros navais, Polícia do Exército, para o show ficar completo.

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  21. Complementando o comentário anterior, esqueci de mencionar no rol daqueles que defendem a liberação das drogas os que atacam o empresariado e os reais empreendedores que criam milhares de empregos, e com isso fomentam o comércio, o consumo, e movimentam a economia. É assim que funciona o capitalismo. Com renda advinda do trabalho é possível prosperar. Deve-se suspeitar daqueles condenam o consumo e o real bem estar social classificando-os como ostentação, mas consomem iguarias caríssimas, ostentam joias milionárias, e residem em palácios.

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  22. Joel, 14:56h ==> eu vi muitas fotos daquela operação. Não fiquei com o estômago embrulhado porque não tenho a mínima piedade de bandidos. Mas as fotos eram chocantes para os mais sensíveis.

    Anônimo, 16:11h ==> realmente, 250 mortos (não sei se foram tantos) e nada resolveu. Mas imagine se eles ainda estivessem vivos. Todos sabemos onde moram os criminosos mais deletérios para o país como um todo. Eles vão bem, obrigado. E assim será per omnia secula seculorum. Também sabemos que educação, oferta de emprego e igualdade social (ou menos desigualdade) diminuiriam a tragédia brasileira (mais uma). Mas como isso não está na prioridade nem na intenção de nenhum governante, só resta mesmo o combate na base do tiro.

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  23. Estou lendo o livro "O Rio de Janeiro Setecentista", de Nireu Cavalcanti. Nele pude constatar que, dentre os fatores definidores da brasilidade, quais sejam: futebol, samba, Carnaval , corrupção e compadrio, esses dois últimos já estavam presentes no Rio desde o século XVI, logo após a fundação da cidade. Nâo é a toa que os livros dos cartórios que registravam os proprietários de terras na área urbana da cidade desapareceram, e como consequência não se sabia quem era dono de quê. Aconteceu com os livros 14, 15, 21 e 26, sendo que o 5, 6 e 7 apresentavam muitas folhas faltantes e outras ilegíveis. (continua no comentário seguinte).

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  24. (Continuação) Além disso, graças a compadrio, relação de parentesco com os vereadores da época ou tráfico de influência, muita gente conseguiu isenção do pagamento ou um valor irrisório a título de foro. Esses espertalhões, em seguida, arrendavam a terra para outras pessoas, cobrando valores altos por isso. Os herdeiros do capitão Antônio Vidal, por exemplo, pagavam 1$200 réis de foro e cobravam um total de 400$000 réis aos arrendatários.

    Numa demonstração de coragem, os arrendatários fizeram queixa â Coroa portuguesa, que após idas e vindas ordenou que esses terrenos arrendados fossem devolvidos ao patrimônio da Câmara. Mas nada foi feito: os proprietários espertalhões continuaram a cobrar o arrendamento e mais tarde deixaram tudo para seus herdeiros. Como se vê, gente importante não dá a mínima para decisões judiciais. Há séculos. Também se constata que a Câmara é dominada por bandidos há séculos. E assim continuará sendo.

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  25. Por que há tantos comentaristas postando como "Anônimos"? Por que tem medo de se identificar? Aqui não tem nenhum bicho-papão. Mas certamente há controvérsias e debates. Saudáveis, no meu entender. Isso mete medo aos anônimos?

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    1. Porque no celular o automático é no Anônimo se vc não estiver logado.

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    2. Não entendi bem essa história de não estar logado. A imensa maioria dos comentários que faço aqui saem com meu nome. Quando se entra na área de comentário, acima tem uma setinha para se escolher como sairá o autor. Eu escolho a opção "Nome / URL", digito o meu nome, clico no botão de "CONTINUAR" e a seguir redijo o comentário. Com isso, ele sai com meu nome, digitado antes.

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  26. realmente tem uma foto "espelhada", que é a 7. Fui com minha mãe por diversas vezes ao Cruzeiro, durante a Semana Santa. Olhando-se de frente para a Igreja ele ficava à direita, em uma grande área livre.

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  27. Afinal, qual figura está espelhada, a 2 ou a 7?

    Usando um crucifixo daqui de casa como parâmetro, arriscaria mesmo a foto 7. Mas sem convicção.

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    1. Eu cravo foto 2 como espelhada porque é possível ver o pedestal em foto de satélite, a cabeça na imagem do Cristo morto praticamente sempre está tombada para o braço direito e o terreno para o lado da Vila Cruzeiro é bem mais espaçoso.

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