Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ".
E como o tempo passa: quase todos estes jovens aí de cima já morreram ou já,
cheios de rugas, ultrapassaram os 80 anos.
Era uma alegria vê-los nos cinemas de rua como o Miramar, o Leblon, o Astória,
o Bruni-Ipanema, o Pax, o Pirajá, o Ipanema, o Alvorada, o Caruso, o Alaska, o
Royal, o Bruni-Copacabana, o Metro, o Roxy, o Rian, o Ritz, o Ricamar, o
Art-Palácio, o Copacabana, o Flórida, o Paris-Palace, o Danúbio, o Ópera, o
Coral, o Scala, o Bruni-Flamengo, o Botafogo, o Guanabara, o Condor (Copacabana
e Largo do Machado), o Paissandu, o São Luiz, o Vitória, o Odeon e tantos
outros.
Eram tempos dos lanterninhas, das bombonnières, dos bebedouros com água gelada,
dos jornais cinematográficos como o "Atualidades Atlântida", o
"Actualités Françaises", o "Canal 100" e dos documentários
do Jean Manzon.
Eram tempos das sessões com horário de 2-4-6-8-10 ou 14 - 15,40 - 17,20 - 19 - 20,40
- 22,20.
Eram tempos em que, por ser proibido a menores de 14 anos entrar sozinhos em
cinemas, tínhamos que ficar junto à bilheteria e pedir para entrar junto com
algum adulto, e de termos que falsificar a idade na carteira de estudante para
garantir a entrada em filmes proibidos para nossa faixa etária (era uma
vergonha, que todos temiam, ser barrado pelo porteiro e ter que voltar à
bilheteria para receber o dinheiro de volta...).
Era uma liturgia ir ao cinema. Esperar na fila, comprar a entrada,
comprar drops "salva-vidas" (ou Dulcora), entrar rápido para escolher
o melhor lugar, paquerar quem estava na sala, esperar a luz apagar (sempre com
atraso), fazer shh shh shh para espantar o condor, ouvir a voz empostada do
locutor dos jornais, ver os “trailers” e, finalmente, assistir ao filme tão
aguardado.
Eram tempos que não voltam mais.
PS: qual era seu filme predileto com cada um desses atores? Escolha difícil, pois cada um deles fez vários filmes inesquecíveis.
Por vários motivos aqui vão meus escolhidos:
Alan Ladd – “Shane”.
Audrey Hepburn – “My fair lady”.
Burt Lancaster – “Sem lei e sem alma”.
Ava Gardner – “Sete dias de maio”.
Clark Gable - não é do meu tempo...
Brigite Bardot – “E Deus criou a mulher”.
Glenn Ford – “Gatilho relâmpago”.
Claudia Cardinale – “O Leopardo”.
Gregory Peck – “O sol é para todos”.
Grace Kelly – “Janela indiscreta”.
James Dean – “Juventude transviada”.
Kim Novak – “Um corpo que cai”.
Paul Newman – “Butch Cassidy”
Gina Lollobrigida – “Cleopatra”
William Holden – “Meu ódio será sua herança”
Romy Schneider – “O último trem”