O presidente Epitácio
Pessoa, há 100 anos, atribuiu ao prefeito do Distrito Federal, Carlos Sampaio, a organização
de uma exposição, inicialmente nacional e posteriormente internacional, a ser
realizada em frente ao antigo bairro da Misericórdia. A comissão de engenheiros
e arquitetos incumbida de projetar e coordenar a construção da exposição foi
composta por Nestor de Figueiredo, Adolfo Morales de Los Rios, Francisco
Cuchet, Arquimedes Memória, Celestino Severo de San Juan e Edgard Viana.
Seu objetivo era
comemorar o centenário da nação brasileira, mediante a exibição de todos os
avanços que o país conhecera nos mais variados campos, definindo-se, contudo,
como principais os do trabalho, da educação, saúde e higiene. Durante os seus
preparativos, a ideia de expor ao mundo um Brasil moderno e equiparável aos
países mais desenvolvidos foi tema de grandes debates na imprensa, em virtude
dos altos custos que isso implicava.
Neste postal da coleção
do Klerman W. Lopes vemos o Pavilhão da Inglaterra na Exposição de 1922. Segundo
N. Drago o pavilhão da Inglaterra “foi todo feito de concreto, ferro e tijolo,
com acabamentos ornamentais de argamassa de cimento branco. Uma larga faixa de
ladrilhos azuis decorava toda a volta do edifício (…). O prédio sobreviveu até
1972, abrigando primeiro o Tribunal Federal de Recursos até sua transferência para
Brasília e sendo depois compartilhado por várias repartições.”
O antigo Pavilhão da
Inglaterra da Exposição de 1922, foi doado para a ABL. Conta o Decourt que “a
ABL por muitos anos queria ficar com o terreno do pavilhão. Finalmente o
terreno foi doado pelo presidente Médici. Dizem as más línguas que com esta
doação se comprou de vez o silêncio da Academia em relação a barbárie da
repressão, destruição do ensino público, esvaziamento do pensamento
universitário, etc… (algo que até hoje assombra a ABL como outras medidas
politiqueiras como a entrega de uma cadeira a Vargas).
Autochrome colorido de
Marc Ferrez do acervo do IMS garimpado pelo Henrique Hübner. O Pavilhão da
Inglaterra era colado com o Pavilhão da França, o Petit Trianon. Depois de
demolido, deu lugar ao Palácio Austregésilo de Athayde, na Av. Presidente Wilson nº 231, na
região do Centro. O edifício possui um total de 28 andares com lajes a partir
de 1316 m² e conta com 12 elevadores sociais.
O Palácio Austregésilo de
Athayde possui ar-condicionado Central e um total de 112 vagas de
estacionamento.
Nesta foto garimpada pelo
Nickolas Nogueira vemos a foto da fachada do Tribunal Federal de Recursos, que funcionou no
prédio construído para ser o Pavilhão da Inglaterra na Exposição de 1922.
Inaugurado em 23 de junho de 1947, o TFR
instalou-se, provisoriamente, parte no Tribunal Eleitoral do Distrito Federal e
parte no Supremo Tribunal Federal, no Rio de Janeiro. Em 28 de junho de 1948 mudou-se para sede
própria, no prédio conhecido como “Pavilhão Britânico”, até então ocupado pelo
Conselho Federal do Comércio Exterior.
Com a Constituição da
República de 1946 e a retomada da discussão sobre a necessidade de criação dos
Tribunais Regionais, foi instalado no município do Rio de Janeiro o Tribunal
Federal de Recursos, com a finalidade de minorar a sobrecarga que afetava o
Supremo Tribunal, passando a nova Corte de Justiça a exercer a função de órgão
julgador de segundo grau, em grau de recurso.
Naquela época, as causas
de interesse da União eram julgadas, em primeira instância, pelos Juízes de Direito,
visto que os juízes federais haviam sido postos em disponibilidade ou
aposentados pelo golpe de estado de Getúlio Vargas, em 1937, que instaurou o
“Estado Novo”.
Vejam a foto que recebi à tarde do GMA.