sábado, 27 de agosto de 2022

DO FUNDO DO BAÚ - TIRINHAS (1)

Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ".  A cada sábado serão publicadas 5 tirinhas de humor de antigamente publicadas nos jornais diários do Rio.






 

sexta-feira, 26 de agosto de 2022

ONDE É?

FOTO 1



FOTO 2

                           FOTO 3 - enviada pelo Joel Almeida


 FOTO  4 - enviada pelo Candeias (de pé José Maria, Luiz, Guilherme e Carlos Simas. Agachados: tio Clovis, Antonio, Mario, Carlinhos e Armando).

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

ÔNIBUS - CERMAVA

 Hoje as primeiras cinco fotos, muito interessantes, foram enviadas pelo Mauroxará e mostram várias etapas de construção de uma carroceria de ônibus pela Cermava.

Estas fotos resgatadas pelo Mauro quando foram jogadas fora na ocasião em que a fábrica CAIO de São Paulo comprou a empresa Carrocerias Cermava, fundada em 1950, e que tinha sede no Rio de Janeiro, no bairro de Piedade, na Rua Coronel Almeida nº 53.

Segundo o Mauroxará, o nome CERMAVA era junção das letras dos nomes dos sócios: ele conheceu o Sr. Luiz Massa (o M) e o Sr. Alberto Pires (um dos A”).

É curioso ver a prancheta dos desenhistas. Hoje estariam todos trabalhando numa tela de computador. 

Havia regra da ABNT que determinava: Altura do primeiro degrau dos ônibus = 55cm do piso da rua. Altura do meio-fio = 30cm do piso. Isto dava uma diferença de 25cm com o carro vazio, caindo para 23cm ou 22cm com passageiros. Dizem as más línguas que os empresários levavam os ônibus para a vistoria com os pneus arriados para ficar dentro do exigido. Quem consegue galgar os degraus dos nossos ônibus está automaticamente apto a correr uma maratona. 


Havia muitas fábricas de carroceria e praticamente nenhuma resistiu ao tempo. Algumas delas: CAIO, Cermava, Carbrasa, Metropolitana, Bons Amigos, Vieira, CIRB, Ciferal, Eliziário, Nielson, Marcopolo, Pilares, Continental, Kronos, Cribia, Sagres.


Para se proteger dos muitos buracos que enfeitam as nossas ruas, os donos de ônibus colocam um sobre-feixo na traseira e por isto os carros pulam nos buracos. Muito diferente da maioria dos países europeus, por exemplo, onde você esquece que está num ônibus de tão silenciosos que são. Têm até horário para passar afixado nos pontos de parada.


A Cermava iniciou suas atividades produzindo lotações e micro-ônibus sobre chassis importados. Em maio de 1956 seus dois primeiros papa-filas, construídos para a paulistana CMTC (que já possuía 35 em circulação), foram apresentados à população carioca; assim como os fabricados pela Caio, tinham duas portas largas, capacidade para 200 passageiros – 58 sentados e 152 de pé – e utilizavam chassis fornecidos pela Massari. Fazia a linha S8, a Méier-Pavuna. Na foto vemos um da linha Lins-Urca.

Na foto acima, um dos ônibus feitos pela Cermava. Poucas coisas são tão ruins no Rio como o serviço dos ônibus, pois além de veículos impróprios para este fim os motoristas são pessimamente treinados e têm péssimos hábitos na direção. É uma violência no modo de dirigir impressionante aliada a um desconforto para subir nos ônibus.  Talvez único lugar no Brasil onde exista um bom serviço de transporte de ônibus é em Curitiba.




 

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

TÁXIS DO RIO

Hoje veremos alguns tipos de táxis do Rio de Janeiro. Houve uma época, nos anos 50, em que predominavam aqueles Chevrolets pretos. Como era difícil conseguir um. Em dias de chuva era impossível. Hoje em dia há tantos táxis que, sozinhos, engarrafam as ruas. Deve ser difícil a vida dos motoristas, ainda mais com a concorrência do Uber. Caçam passageiros o dia todo.


Esta foto veio acompanhada de um e-mail do Laerte: "Estou lhe enviando uma foto de arquivo de família.  O ano é 1968 e o local é Aparecida do Norte. Sobre o "caput" do Gordini de meu pai, Sr. Almeida, encontra-se meu irmão Luiz Cláudio, então com seis anos de idade. Na ordem, da esquerda para a direita, "seu" Cerqueira e seu filho Kennedy; meu pai, o "seu" José de Almeida, ao centro; e "seu" Milton no canto direito da foto. A viagem, da cidade do Rio de Janeiro para Aparecida do Norte foi para que meu pai pagasse uma promessa feita a N. S. de Aparecida, caso seu Gordini (o de cor verde onde está meu irmão Luiz Cláudio sentado no "caput") fosse recuperado de furto, o que acabou acontecendo. Meu pai, taxista por toda sua vida, conseguiu reaver seu possante Gordini e convidou os vizinhos para acompanhá-lo no pagamento de sua promessa. Ressalto que o "seu" Almeida trabalhou como motorista para o Rio Copa Hotel por mais de vinte anos. Se o amigo puder publicar e fazer esta homenagem ao "seu" Almeida, já me faz ganhar o dia. Um abraço!"


Táxi em Copacabana em 1968. Talvez esteja defronte ao Hotel Canadá, perto da Rua Santa Clara. 


Táxi na entrada do Copacabana Palace em 1970.

Esquina de Bartolomeu Mitre com Antero de Quental, no Leblon. Vemos o táxi do “seu” Farias.


Rua Uruguaiana em frente à loja do Ponto Frio. No tráfego engarrafado do centro da cidade, vemos um TL, um DKW, um Dodge Dart e inúmeros fuscas, alguns servindo como táxis, tal como o DKW. É curioso ver que não aparecem carros nas cores preta e prata, tão comuns hoje em dia. 


Outra foto de automóveis sem cor preta ou prata. A época dos fuscas sem o banco do copiloto era pródiga em acidentes graves para os passageiros de táxi.

Foto de Gene Whitmer. Vemos o ponto final de ônibus da CTC, com aquele cano de descarga vertical e alto, em frente à Rodoviária. A fila de táxis tem vários modelos.


A época dos táxis com faixa azul. Quando foi implantada a exigência dos táxis terem a cor amarela?




Para terminar um táxi defronte ao cinema São Luiz em colorização do Conde di Lido. 





terça-feira, 23 de agosto de 2022

PRAÇA PARIS

Um dos locais mais bonitos da cidade é a Praça Paris, que aqui vemos em foto de Kurt Peter Karfeld em 1955. A estátua da leoa pertence ao renomado artista e escultor francês François Auguste Hippolyte Peyrol (França, 1856–1929). 


A Praça Paris é uma área aterrada no início do século XX, na época do Prefeito Pereira Passos, pelo engenheiro Paulo de Frontin. O jardim da Glória foi projetado por Luis Rey. A Praça Paris foi inaugurada por volta de 1929.

 

Na primeira metade da década de 60 foi instalada um chafariz no Largo da Gloria. Eram três moças (o Lago, o Rio e o Mar) alegremente executando a Dança das Águas ao centro de um chafariz. À noite uma iluminação sobre a escultura e também nos repuxos colocava o conjunto em evidencia neste ponto um pouco escuro dos Jardins da Glória. O trabalho é do artista Breno Bernucci (alguns dizem que é de Alfredo Ceschiatti) e possui formas tipicamente desta época.  Chamada de "As Três Graças"’ também foi apelidada de "As Ninfas" e "Dança das Águas". Esta peça foi transferida para perto do Centro São Sebastião.


A praça, com seu estilo francês, atualmente está cercada por grades e é vigiada pela Guarda Municipal. Há controvérsias sobre a segurança de passear por aí.


Esta foto, acho que da revista Manchete, foi colorizada pelo mestre Nickolas Nogueira. Temos uma bela visão do Outeiro da Glória para o centro da cidade.


A Praça Paris é considerada uma obra-prima dos últimos tempos da Belle Époque carioca, quando nos primeiros anos do Século 20, os projetos de reformulação urbanistica e pradrões arquitetônicos da cidade se voltavam para os moldes de Paris.


Esta praça arborizada e florida com jardins em estilo renascimento francês foi elaborada de 1928 a 1930 pelo arquiteto e urbanista Alfred Agache, que veio ao Brasil convidado pelo Prefeito Antônio Prado Júnior para elaborar um plano de remodelação da cidade.


Outra colorização do Nickolas. A cidade nos anos 50 era realmente maravilhosa.


O bordado dos jardins e árvores à beira-mar, o casario da Glória, a vizinhança da igreja do Outeiro, tudo isso constituía um cenário de contos de fada.



Dá vontade de morar numa cidade assim, não?




segunda-feira, 22 de agosto de 2022

EDIFÍCIO GUARUJÁ - COPACABANA


Com colorização do Conde di Lido vemos o edifício Guarujá, aparentemente na esquina da Avenida Atlântica com Rua Constante Ramos. Na verdade o edifício fica na esquina da Rua Domingos Ferreira com Rua Constante Ramos, já que o espaço no terreno que ía até a Av. Atlântica foi perdido décadas depos desta foto.

Seu proprietário era o Dr. Paulino Ribeiro Campos. O fantástico prédio entrou em decadência nos anos 70 e depois foi reabilitado. O Andre Decourt conta que: "Construído em 1927, foi por alguns anos o prédio mais alto da orla. Respeitou o Plano Agache, que instituía que edifícios com mais de 5 andares deveriam ser recuados a fim de não projetar sombra na praia.

Como todos edifícios da época era de altíssimo luxo, com portaria de mármore de Carrara, portões de bronze, louças sanitárias inglesas, aquecedores alemães de cobre, elevadores americanos com portas pantográficas duplas manuais, já dispensando cabineiro.

Possuía quatro apartamentos de 3 quartos por andar, que contavam com varanda e sala íntima, mas curiosamente tinham a área de serviço minúscula. O edifício era tão moderno que já tinha garagem para 6/8 carros, numa época em que quase ninguém tinha automóvel.

Em sua cobertura havia um salão de festas exclusivo para os moradores. Na área de afastamento, o edifício tinha um jardim gramado, com brinquedos, e no verão era utilizado pelo restaurante que havia embaixo como varanda, onde as pessoas ficavam bebericando e ouvindo piano à noite."

Acho que o palacete que aparece na foto é aquele do Tenente Pulcherio, que já foi motivo de uma postagem do "Saudades do Rio".

Esta foto do Edifício Guarujá, do acervo de Euler Campos de Salles Coelho, neto do proprietário do edifício, Dr. Paulino Campos, foi enviada pela prezada Cristina Pedroso. Vemos o prédio em final de construção.



Aque vemos a esquina das ruas Domingos Ferreira e Constante Ramos,  ainda com os tapumes da obra do Edifício Guarujá. 

A foto mostra a esquina da Rua Constante Ramos com a Av. Atlântica. Lembro bem daquele portãozinho que dá para a Rua Constante Ramos que, nos anos 50, permanecia sempre aberto e nos permitia cortar caminho em diagonal para o trecho da praia que frequentávamos.

Bem em frente ao edifício ficava o campo de futebol de praia do Maravilha, treinado pelo Jorge (ou era Jaime?), que era porteiro de um prédio na Constante Ramos quase em frente à Leopoldo Miguez. Logo após o campo do Maravilha, em direção à Santa Clara, ficava o campo do Dínamo, do Tião Macalé.

À esquerda, fora da foto, ficava o saudoso e famoso Cinema Rian.


Nesta foto noturna vemos que o muro seguia as caracteristicas arquitetônicas do prédio. A foto é de uma matéria da "Última Hora" sobre o racionamento de energia nos anos 50. Ela menciona que enquanto todos se esforçavam para racionar energia, alguns lugares permaneciam muito iluminados. Aparentemente as luzes dos postes da Rua Constante Ramos e da Av. Atlântica estavam apagadas.

NOTAS:

O Conde de Lido já comentou: "É triste a história do Guarujá. Senhor absoluto da sua época, um dos prédios mais elegante de Copacabana, primeiro assistiu a transformação de seu lindo jardim em um monstrengo de cimento armado, roubando-lhe a brisa marinha de suas janelas. Acabou sendo abandonado pelo seus moradores e em pouco tempo virara uma ruína habitada por ratos e baratas. Nem uma morte digna pôde ter graças a embargos jurídicos que surgiram. Acabou por ser transformado em asilo de velhos ricos e filial de pizzaria. Mais um absurdo perpetrado contra a preservação da nossa memória".

Atualmente o prédio junto à praia é um residencial com serviços, com 90 apartamentos, rebatizado de South Beach Copacabana Residence Club.

Entre os muitos moradores do Edifício Guarujá encontravam-se a família do Andre Decourt (os Rocha Leão) e do saudoso Carlos Richard, comentaristas do "Saudades do Rio". 

Eu passava muito pelo Edifício Guarujá porque era meu caminho para a praia. Na Rua Constante Ramos, entre Av. N.S. de Copacabana e Av. Atlântica, nos anos 50/60, havia a Casa Beatrice, da D. Anna, que era um confeitaria famosa, com ótimos produtos. Na esquina da Domingos Ferreira havia, às quartas-feiras, uma feira-livre. A rua era bastante arborizada, as calçadas eram de placas de cimento.  A mão de direção para os automóveis era da praia para o interior do bairro e não ao contrário, como já é há décadas.