sábado, 10 de setembro de 2022

DO FUNDO DO BAÚ - CARTÃO POSTAL DO EMERSON


Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E do baú do Gustavo Lemos recebi este cartão postal enviado em 1969 pelo Emerson Fittipaldi para o pai do Gustavo:

"Aluizio, estou aprendendo bastante, com a macacada aqui na Europa. As corridas são bárbaras. Abraços a você e a família, Emerson".

No e-mail, Gustavo dizia: "Em 1968 Emerson Fittipaldi abandonou uma vitoriosa carreira no Brasil para aventurar-se no automobilismo europeu. Este cartão postal enviado para o meu pai em 09/01/1969, mostra o jovem Emerson ainda batalhando para conseguir um lugar ao sol. Disputou sua primeira corrida de Fórmula Ford em 07/04 deste mesmo ano. Teve uma carreira meteórica, chegando à Fórmula 1 no ano seguinte e conquistando sua primeira vitória na categoria em 15/10/1970 nos EUA.

A concessionária Puma do meu pai (Lemos & Brentar) era o ponto de apoio aqui no Rio da Equipe Fittipaldi, formada pelos irmãos Wilson e Emerson. O piloto sempre visitava meu pai quando vinha ao Rio e graças a essa amizade assisti a muitas provas de Fórmula 1 do paddock. Emerson abriu as portas do mundo do automobilismo internacional para todos os pilotos que vieram a seguir.”

O texto de identificação do cartão postal diz: “Monza: <<Gran Premio d´Italia F 1 1968>> Brabham Repco F1 – 1968 di Silvio Moser; motore 3000 cm3, 8 cilindri a V di 90 gradi, 2 valvole, 2 assi a camme, 319 cv., 7500 giri, 650 Kg. di peso, pneumatici Good-Year."

Pergunta que não quer calar: hoje em dia um cartão-postal desses, enviado pelos Correios, sem envelope, chegaria ao destinatário no Rio?


 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

RUA JOÃO AFONSO - HUMAITÁ

Dando uma olhada nos meus registros não sei a razão de não ter publicado essas fotos enviadas pelo M. V. Faria. São histórias assim, como vocês poderão ver, que dão um toque diferente ao “Saudades do Rio”. Peço desculpas ao M.V.Faria pela demora na publicação. Ele fala sobre a Rua João Afonso, no Humaitá, que começa no nº 90 da Rua Humaitá e termina sem saída, com 385 metros de extensão. Era a antiga Travessa João Afonso, aberta em 1897 em terrenos de propriedade de João Afonso Canindé.


As fotos vieram acompanhadas de um texto saboroso sobre os velhos tempos da Rua João Afonso: “Estou sempre pesquisando sobre a Rua João Afonso onde vivi com muita felicidade minha infância e puberdade, podia escrever um livro sobre tanta coisa vivida ali naqueles anos maravilhosos entre 1961 e 1977. Sou saudosista de carteirinha e tenho bastante pra contribuir com pessoas tão boas e que têm consideração, respeito, saudade e orgulho daquele tempo.

Luiz, estou te passando em primeira mão esta foto fornecida por Camilo Bezerra meu amigo de infância morador da João Afonso nº 21 que a recebeu de seu irmão provavelmente tirada pelo seu falecido pai que sempre tinha uma máquina fotográfica, tão rara naquele tempo, até porque nossa condição social naquela rua era de uma maioria classe média e baixa e alguns pontos.

A foto denota uma luminosidade diria assim, divina, maravilhosa que parece santificar aquele momento e local. Esta fantástica foto de um amigo de infância, o Camilo. É o garoto que aparece à esquerda. O outro é seu primo, tirada aí pelos 1970 no largo do Humaitá em frente à minha amada rua João Afonso.

 A carrocinha da Kibon era do Sr. Walter e fazia ponto na esquina da rua, bem como na porta do Colégio Abílio borges, no Humaitá.

Devido a haver pouquíssimos carros jogávamos futebol em várias partes da rua. Os gols eram feitos com pedras na rua ou nos postes.”

O nome do prédio à esquerda era Mercado Oliveira, do Sr. Oliveira, um cara com atrofia no braço. Era um armazém que ainda pesava com pesinhos de metal na balança e grãos nos tonéis ensacados com saquinhos de papel. A gente roubava umas coisinhas lá... Quando o cara do triciclo subia a rua para fazer entrega a gente ajudava na ladeira e ele dava carona para a gente quando descia. Era emocionante  e ninguém morreu.

O prédio é o mesmo até hoje e depois virou uma lanchonete nos anos 70. Até hoje está lá a Sanduka. O prédio à direita não existe mais pelo menos a fachada superior virou uma outra lanchonete muito boa até sempre lancho lá, era o boteco do Sr. Waldir. cuja filha casou com o Roberto, irmão do Camilo da foto.  

 Um pouco mais atrás 3 traços eram 3 lojinhas pequenas: um aviário onde todos compravam a galinha de domingo, matavam em casa  e cozinhavam como minha vozinha Rosa. Uma outra lojinha acho que era de um gasista e a terceira era do relojoeiro onde comprávamos vidrilhas dos relógios para jogar botão.

Ao fundo ofuscado pelo sol o enorme prédio construído de 14 andares, que a gente batizou de pombal, foi uma merda na rua, pois encheu de carros. A rua parece que foi tombada, é de paralelepípedo.

Toda vez que vou lá, como fui sábado passado, subo até o final, é sem saída, e de lá vêm todas boas recordações. Ainda tem moradores e casas originais em sua maioria. É uma viagem no tempo, mas aquela coisa de famílias em comunhão não tem mais. Tem muito nerd e pseudo-intelectuais, tem muita casa que virou firma, meu tio mora lá, mas os valores são altos, tipo 1 milha pra cima para uma compra e aluguel na faixa de 2000 reais...”

Engraçado todas a as arvores do Humaitá estão lá agora grandes, mas eu as vi como esta que aparece na foto. Certa vez peguei um pedacinho da casca de uma delas e guardei comigo, penso quantas coisas elas viram todos estes anos. A rua Humaitá já tinha sido asfaltada para encobrir os trilhos dos bondes (meu avô era motorneiro) e depois vieram os tróleis com ligação nos fios.

Leonardo na rua: Meu irmão mais velho, tirada provavelmente no início de 1961, devia estar com um ano, em frente a nossa casa de que era no nº 36 (hoje um estacionamento) na direção do início da rua, vislumbrando o Humaitá ao fundo.

Em frente à casa de nº 24, onde está estacionado o carro preto, não existe mais era a entrada dos alunos do Colégio Pedro II que é fundos de toda extensão da rua até o número 60.  


Minha mãe comigo, Marcos, no colo e meu irmão Leonardo andando, tirada entre abril, quando nasci, e junho de 1961, em frente a nossa casa de nº 36, na direção do início da rua vislumbrando o Humaitá ao fundo. Detalhe: o único carro nesta parte da rua um Gordini. Simplicidade, tranquilidade, paz.


Eu à esquerda, Marcelo e Leonardo, sentados na calçada em frente ao nº 35, antiga clínica médica denominada Clínica Psiquiátrica Dr. Brum. Ano da foto provavelmente 1964, pois o Marcelo de chupeta nasceu em novembro de 1963. Mostra a parte de cima da rua até o início da ladeira no nº 56.

Nota: o nº 56 era denominado cortiço e era onde moravam todos funcionários que trabalhavam no Colégio Pedro II. Havia uma porta que dava para o final do terreno do colégio. Tinha o formato de vila, as casas foram demolidas e no local atual é a entrada para carros e fundos do Colégio.

Detalhes: os poucos carros na rua, o segundo carro preto era um taxi do morador do nº 42. A mata escura que aparece à esquerda mais acima era da casa denominada Casa do Ministro (a pesquisar). Foi demolida no final dos anos 60 dando lugar a um prédio de 14 andares totalmente em dissonância com a rua e que prejudicou muito a mesma.

Mais acima à esquerda a construção que aparece com umas pontas, era a primeira casa numa vila de 6 casas nº 52. Não existe mais, foi reformada e é uma casa de 2 andares pertence ao meu tio Carlos.



Imagem atual do Google Maps mostrando a Rua João Afonso. 

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL


Há 100 anos comemorava-se o centenário da Independência do Brasil com uma grande exposição no Rio. O presidente Epitácio Pessoa atribuiu ao prefeito do Distrito Federal, Carlos Sampaio, a organização de uma exposição, inicialmente nacional e posteriormente internacional, comemorativa do centenário da Independência do Brasil, a ser realizada em frente ao antigo bairro da Misericórdia, embora os pavilhões das grandes indústrias estrangeiras, à exceção das de Portugal, se instalassem perto da Praça Mauá.

A comissão de engenheiros e arquitetos incumbida de projetar e coordenar a construção da exposição foi composta por Nestor de Figueiredo, Adolfo Morales de Los Rios, Francisco Cuchet, Arquimedes Memória, Celestino Severo de San Juan e Edgard Viana.

Logo após ao arrasamento do Morro do Castelo nos anos 20 para a montagem da exposição de 1922, uma grande explanada se formou em pleno centro da cidade (hoje a região conhecida como Castelo). A região aparentemente não teve um prévio planejamento urbano ficando abandonada por alguns anos até a exata formação que conhecemos atualmente.

Hoje é comemora-se o bicentenário da Independência do Brasil com eventos mais modestos em relação aos de 100 anos atrás.

Mais abaixo temos os cartões-postais da coleção de meu amigo Klerman W. Lopes sobre a Expo de 1922.

Por oportuno registro que os símbolos da pátria pertencem a todos os brasileiros.


































terça-feira, 6 de setembro de 2022

RIO ANOS 50

Estou enroladíssimo desde ontem, motivo pelo qual, sem texto, convido-os a apreciar duas fotografias magníficas de Kurt Peter Karfeld. 



 

segunda-feira, 5 de setembro de 2022

RUA VISCONDE DE RIO BRANCO

 A Rua Visconde de Rio Branco começa na Praça Tiradentes e termina na Praça da República. Homenageia José Maria da Silva Paranhos, um dos mais notáveis estadistas do Império.

É a antiga Rua do Conde, primitiva Rua do Conde da Cunha e Rua Conde d´Eu (esta parte se transformou na Rua Frei Caneca).


Este prédio serviu para socorrer vítimas da gripe espanhola em 1918. Era o Posto de Socorros da “Assistência à Infância”.  O grande responsável por criar o “Instituto de Proteção e Assistência à Infância - IPAI” foi o médico Moncorvo Filho, que incluía a assistência à infância, incluindo exame e atestação de amas-de-leite mercenárias, fornecimento de leite aos recém-nascidos pobres e a assistência em domicílio às mulheres grávidas pobres.


Foto de Malta, do início do século XX, mostrando o quarteirão da Praça da República onde fica o Quartel Central do Corpo de Bombeiros. O bonde "Barcas", com seu reboque, passa tranquilamente pela Rua Visconde de Rio Branco em direção à Praça XV. Renovado, melhorado e ampliad, o quartel foi inaugurado pelo Presidente da República, Dr. Afonso Augusto Moreira Pena, que foi recebido pelo Coronel-Comandante Feliciano Benjamin de Souza Aguiar.


Nesta foto vemos a esquina da Rua Visconde de Rio Branco com a Praça Tiradentes em 1924. O prédio de dois andares, à esquerda, que foi sede da polícia, depois foi ocupado pelo batalhão da PM. À direita, o palacete do Visconde de Rio Seco, construído no tempo do Império. A maioria dos passageiros veste terno e a vida parece passar devagar. O motorneiro tranquilamente conduz o bonde "Barcas", nº de ordem 359. A plaqueta com o itinerário diz: Gomes Freire - Tiradentes - 7 de Setembro.


Casa de Pianos. Segundo a legenda desta foto de Malta da década de 20, a rua é a Visconde de Rio Branco.