sábado, 17 de setembro de 2022

DO FUNDO DO BAÚ - PROVA DE MATEMÁTICA


Hoje é sábado, dia da série "DO FUNDO DO BAÚ". E de lá sai, sexagenária, esta "sabatina" de Matemática do Colégio Santo Inácio.

O professor era o famoso Jacques Chambriard, um craque na matéria. O aluno, meu irmão, que não tinha o menor gosto pela Matemática e seria diplomata.

A "sabatina", respondida com toda convicção, teve como nota um significativo "zero"!

As lendas inacianas diziam que o Jacques Chambriard era um dos mais famosos matemáticos do mundo. Claro que não fazia sentido. A lenda continuava dizendo que ele tinha sido amigo e rival, desde a França, nos tempos da 2º Grande Guerra, de outro professor antológico, Pierre Henri Lucie, que foi professor da PUC e do Curso Vetor, e escreveu o livro "Física com Martins e Eu", ilustrado pelo Henfil, que criou o personagem Martins).

Jacques Chambriard foi também professor do prezado Menezes no Colégio Batista nos idos de 60. Era uma época de muitos professores de Matemática famosos como Ramalho Novo e Robespierre.

Mais que professor, foi um mestre. Ensinava a raciocinar. Era reconhecido por todos por sua seriedade e empenho. Fica aqui uma pequena homenagem.


Professor Jacques Chambriard

PS: assunto complexo, na minha opinião, é currículo escolar. Quanta coisa inútil estudamos! Quantas fomos obrigados a decorar e já esquecemos! Provavelmente, se nos fossem apresentadas as provas de Ginásio ou Colegial, teríamos desempenhos fracos em várias matérias. 

 

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

ONDE É?


 FOTO 1 - acervo Correio da Manhã


FOTO 2 - acervo Correio da Manhã


FOTO 3 - enviada pelo Candeias. Aparecem a mãe dele e uma prima dela.


FOTO 4 - acervo Correio da Manhã

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

POSTINHO DO JARDIM DE ALÁ


As fotos de hoje são do famoso e saudoso “Postinho”, um posto de gasolina da Esso que ficava na esquina da Av. Vieira Souto com Av. Epitácio Pessoa, no Jardim de Alá. Os antigos moradores da Zona Sul certamente têm muita saudade dele. O nosso prezado Conde di Lido chegará às lágrimas.

O posto mereceu um “post” do Decourt, que replicou uma crônica do Jason Vogel que, resumidamente, descrevo a seguir:

“O Postinho, na esquina de Vieira Souto com Jardim de Alah, começou a se tornar ponto de encontro da turma que gostava de carros no começo dos 50. Na época, o Circuito da Gávea (corrida pelas ruas do Leblon e da Rocinha) ainda era uma prova do automobilismo internacional e a área era muito menos movimentada do que hoje. Pois uma turma se reunia no posto – que sempre teve bandeira da Esso – e daí saía pra medir forças. Muitas vezes, usavam o próprio percurso do Circuito da Gávea para avaliar a preparação dos motores ou apenas correr por um pouco de adrenalina.

(...)

O pessoal se reunia no canteiro do Jardim de Alá, bem na frente do Posto – não era raro juntarem-se aos carros muitas motos. Em tempos de plena liberdade sexual, havia moças que ficavam sentadas no muro, doidas por um passeio de moto que invariavelmente terminava no Motel Tokio, o mais barato da Barrinha.

(...)

O velho Postinho já com sua arquitetura da década de 40 descaracterizada, resistiu bravamente à especulação imobiliária, mas como não foi tombado, foi demolido para a construção de um prédio de apartamentos de luxo, na primeira década deste século.


Anúncio do Postinho, cujo endereço era Av. Epitácio Pessoa nº 6.


A fotografia foi publicada n´O Globo e mostra o aspecto do posto em 1952. Terá sido o prezado obiscoitomolhado frequentador deste posto?

Outro “post” do Decourt: “Vemos como o posto era interessante, tinha estilo neo-colonial muito em voga naquela época, e o mais interessante é quase um irmão gêmeo dos prédios mais antigos do clube Caiçaras, essa foto deve ser entre 1946 e 1953, primeiro porque há uma geladeira de Coca-Cola e ela só começou a ser vendida aqui maciçamente após a guerra sendo meu avô um dos primeiros químicos industriais da empresa no Brasil, e no máximo em 1953, pois bem no extremo esquerdo da foto vemos um pedaço de um poste de iluminação pública, ainda pintado de preto e temos aqui no arquivo de família várias fotos do Jardim de Alá, a partir de 1953, onde os postes já são pintados de cinza-claro.


Post do Decourt: "Foto de 1968 enviada por Francisco Muniz. Foto tomada do pátio do posto em direção À  Av. Vieira Souto e, logo após o canal, a Delfim Moreira. Podemos ver o velho urbanismo da orla de Ipanema e Leblon, canteiros centrais baixos, com calçadas e jardins. Entre o fusca branco e o frentista da esquerda, com esforço, se pode ver o marco da inauguração das duas avenidas da praia. O frentista da direita abastece um Aero-Willys.

O Conde di Lido conta: “Guardo na lembrança momentos incríveis vividos no Postinho no início da década de 60. Ficávamos horas fazendo ou vendo os amigos fazerem a “curva do postinho” que era entrar no Jardim de Alá vindo da Vieira Souto. Era um tempo de fartura e, não raro, a gente gastava um jogo de Pirelli Cinturatto por mês nos nossos Fuscas, DKW, Karmann Ghias etc…

Onde andarão os meus amigos daquela época? Marcio Cambalhota, Tartaruga, Hélio e Décio Mazza, Paulo Cesar Simas, Mariozinho Kroeff, Dadinho Marcondes Ferraz, Caio Mauro, Emanuel da auto eletro, Norman Casari, Márcio Braga, Fidelis Amaral, Claudio Lins, Arditti , Theodoro Duvivier… Sei que alguns morreram, porém nem todos conseguiram." 

Transcrevo, também, resposta do Gustavo Lemos a este comentário: "Conde, conheço quase todas as pessoas que vc citou e ainda tem mais: Amaury Mesquita, Roberto Ebert, Abelardo Milanez, Castrinho, Jorge Mourão, Biju, Mário Maluco, Neville Larica, Fernando Tavares e muitos outros. O Dadinho era meu primo e faleceu há três anos. O Arditti a que vc se refere é o cardiologista Jacques Arditti".

Eu também conheço alguns. O Arditti foi meu colega de turma na faculdade.

Vários comentaristas do "Saudades do Rio" frequentaram o Postinho. Um dos mais assíduos era o saudoso Richard, que contava ter feito muitos pegas, com seu Ford 51, saindo desse box. Os mais novos devem entender que não havia quase movimento nas ruas e os pegas eram feitos à noite. Tinha um percurso que saía do Postinho, pegava o Jardim de Alá, para a direita na Lagoa, passava (onde alguns “viravam vaca”) na Curva do Calombo, Jardim Botânico, Visconde de Albuquerque, Delfim Moreira e chegava-se ali novamente.

Já o Candeias tem uma história do Mario Xerife, que talvez ele conte hoje.



O Postinho, de dia, era passagem obrigatória para muitos cariocas, como esta menina tendo o pneu de sua bicicleta sendo calibrado.

Logo ao lado do "Postinho" ficava o Bar e Restaurante Alpino, na Av. Epitácio Pessoa nº 12, outro local muito simpático que desapareceu há muito. O dono, um alemão ou austríaco, tudo vigiava encostado na porta de vidro que separava a parte interna da grande varanda junto à calçada. Além dos “belisquetes”, o “kassler” e o “filé à Rossini”, eram atrações da casa.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

AV. ATLÂNTICA POR MAXIMILIANO ZIERER

 Nosso prezado amigo Maximiliano Zierer é um dos mais qualificados estudiosos da Av. Atlântica. Conhece cada centímetro do Leme ao Posto 6. Hoje temos aqui três aulas do Zierer, a quem o “Saudades do Rio” agradece.

Estamos vendo a praia de Copacabana no quarteirão da Av. Atlântica entre as ruas Sá Ferreira (lado direito) e a Sousa Lima (lado esquerdo, logo após o edifício Geremoabo, prédio que está no centro da foto).

Porém a esquina da Rua Sá Ferreira, no canto direito, aonde fica o prédio do hotel Miramar, ficou de fora da foto. O que vemos no canto direito da foto são duas casas baixas geminadas que eram vizinhas ao hotel Miramar, antes de chegar na esquina com a Sá Ferreira, e no local dessas casas foi construído o edifício Comendador Levy Gasparian que está lá até hoje.

Reparem agora no canto esquerdo da foto, onde encoberta pelas árvores, estava a casa rosada que era o antigo Consulado da Áustria, também já demolida.

Estamos na Av. Atlântica na altura da esquina com a Rua Santa Clara (que está à direita do primeiro poste do lado direito), em direção ao Leme, ano de 1930.

Em primeiro plano temos mãe e filha sorrindo para o fotógrafo enquanto passeavam tranquilamente pelo calçadão, cuja largura era apenas cerca de 1/3 do calçadão atual. Banhistas aproveitavam o dia de sol na praia de Copacabana, enquanto poucos carros circulavam pela Av. Atlântica.

No lado direito, podemos distinguir quatro casarões que existiam na orla no trecho entre a rua Santa Clara e a Rua Figueredo Magalhães. O primeiro e mais próximo, bem na esquina com a rua Santa Clara, era um casarão de estilo neo-hispânico com seus característicos arcos no térreo e que foi demolido ainda na metade dos anos 1930. Atualmente no local está o edifício Petrópolis, Rua Santa Clara nº 8, construído em 1936/1937.

Em seguida temos um casarão de estilo normando com o seu alto telhado inclinado e que pertencia ao empresário José do Prado Peixoto. No local está atualmente o edifício Coryanthes, Av. Atlântica nº 2572, construído entre 1960/1961.

Após o casarão normando havia a casa de dois pavimentos dos canadenses Sir Alexander Mackenzie (presidente da empresa Brazilian Traction, Light and Power Company, entre 1915 e 1928) e sua esposa May Mackenzie. Neste local atualmente temos o edifício Sevilha, Av. Atlântica nº 2516, construído entre 1951-52. Por último, temos o casarão vizinho, o palacete de três pavimentos de propriedade do Dr. James Darcy (na foto ele está parcialmente encoberto por uma árvore), localizado bem na esquina com a rua Figueredo Magalhães, atual edifício Vésper (Av. Atlântica nº 2492), construído entre 1953-54.

Podemos citar duas outras construções que se destacavam na Av. Atlântica, em uma época (1930) em que ainda não havia grandes edifícios na orla (o famigerado paredão de prédios que vemos nos dias atuais): havia um prédio branco de apenas quatro pavimentos na esquina com a Rua Siqueira Campos, que era propriedade de Rocha Miranda & Filhos e Cia LTDA e que foi construído em 1924, sendo demolido no início dos anos 50 (ele está bem atrás da mãe e a sua filha, atualmente é o edifício Solares, Av. Atlântica nº 2266, construído nos anos 50).

Um pouco mais para a direita, havia o morrete do Inhangá e o seu vizinho, o hotel Copacabana Palace, construído em 1923. Esse morrete da orla foi demolido em 1935 e no seu lugar houve a construção da piscina do Hotel Copacabana Palace e, posteriormente, dos edifícios Chopin, Prelúdio e Balada. Ao fundo temos o Pão de Açúcar e podemos notar que no Leme também ainda não havia construções mais altas e nenhum edifício.

Foto de Guilherme Santos pertencente ao acervo do Instituto Moreira Salles.


Panorama da orla do Posto 6, em Copacabana, em 1936. Trata-se de uma montagem de duas fotos separadas, as quais foram publicadas em “Brasil Revista” nº 3, ano 1936.

Podemos apreciar a predominância de casas e poucos edifícios na Av. Atlântica desde a esquina com a Rua Francisco Otaviano, passando pela Joaquim Nabuco, Rainha Elizabeth até aRrua Júlio de Castilhos. Assim, vemos à esquerda o Cassino Atlântico na esquina com a Rua Francisco Otaviano e a última casa da orla no canto direito da foto ficava localizada na esquina com a Rua Júlio de Castilhos.

O Hotel Riviera, na esquina da Rainha Elisabeth, já estava de pé e o Pavão-Pavãozinho era apenas um morro coberto de vegetação.

Na década seguinte o processo de verticalização da orla se acelerou com o final da Segunda Guerra Mundial. Ou seja, no final dos anos 40 e ao longo da década de 50 é que houve essa grande derrubada de casas. Veja que essa foto é de 1936, e as casas ainda predominavam.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

EMBAIXADA DA ÁUSTRIA


Vemos a casa onde funcionou a Embaixada da Áustria, depois Consulado, construída em 1927. Seu endereço era Av. Atlântica nº 3804, vizinho à Galeria Alaska, entre as ruas Souza Lima e Francisco Sá. Foi a penúltima casa a desaparecer da Av. Atlântica, tendo sido demolida em 2013 para a construção do Hotel Emiliano, um hotel butique cinco estrelas projetado pela arquiteta iraquiana Zaha Hadid.

Segundo o Decourt esta casa rosa foi a primeira casa a ter volumes puros, ou seja, sem decorações e apliques na fachada como era comum na época.


Nesta foto da Embaixada da Áustria, de 1958, do acervo do Correio da Manhã, segundo obiscoitomolhado vemos um Chevrolet Bel-Air Impala 1958. Foi o primeiro Impala que foi lançado como topo da linha Bel-Air e ainda não era um tipo; mais tarde, viria também como 4 portas e sem o prefixo Bel-Air. As diferenças em relação ao Bel-Air eram interessantes: a lanterna traseira era tripla e não dupla, com a adição de uma luz de ré (essa lanterna se tornou um estilo, as três bolotas), há um respirador no final do teto e outro na frente da caixa de roda traseira - estes respiradores eram apenas estilo, não tinham nenhuma abertura e seriam chamados de fakes atualmente.


Fotograma garimpado pelo Nickolas. A curiosidade desta foto é um raro táxi Mercedes-Benz 170 S, conforme já escreveu obiscoitomolhado. 


Foto de Guilherme Laporace / O Globo. A casa rosa foi a penúltima casa a ser demolida na Av. Atlântica. As negociações para a venda, iniciadas em 2009, foram conduzidas pela Sivbeg, agente imobiliário que representava a Áustria, e as propostas foram encaminhadas à Jones Lang LaSalle Hotels, empresa responsável pela intermediação do negócio. O preço era em torno de R$ 30 milhões.


Foto de Marcelo Carnaval / Agência O Globo. Vemos aspecto da demolição da casa da Embaixada da Áustria em 2013.


Imagem do Google Maps mostrando o Hotel Emiliano.

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

COLÉGIO BATISTA AMERICANO BRASILEIRO

“Post” baseado em pesquisa da prezada Conceição Araújo, a partir de publicação da revista Fon-Fon, ed. 13 de 1925. 

Entre os estabelecimentos de ensino particular existentes nesta capital, o Colégio Batista Americano Brasileiro ocupa, incontestavelmente, lugar de honroso destaque, pela transcendência do seu método, pela magnífica situação dos seus confortáveis edifícios e pela excelência do seu escolhido corpo docente, composto dos melhores educadores que o Rio possui.

O Colégio Batista Americano Brasileiro ocupa atualmente, seis vastos edifícios dos quais cinco próprios e um alugado. O Internato e Externato para o Sexo Masculino funcionam à rua Dr. José Higino, n. 332 e 350. O Internato e Externato para o Sexo Feminino estão localizados no prédio nº 743 da rua Conde de Bonfim. À rua Haddock Lobo, nº 296 e à rua Dr. José Higino, nº 350, funciona o Externato para o Sexo Feminino. 


Além do Jardim da Infância, há os seguintes cursos no Colégio: primário, médio, complementar, secundário, comercial, pedagógico e superior, nos quais as aulas são tanto diurnas como noturnas para ambos os sexos. Isto porque, dispondo o estabelecimento de um corpo docente de setenta professores especialistas norte-americanos e brasileiros, pôde ministrar à instrução aos seus alunos de modo a atender satisfatoriamente às conveniências de cada um.

A cultura física é dada aos alunos pelos mais modernos e excelentes métodos norte-americanos.

O curso comercial tem por fim preparar e formar datilógrafos, guarda-livros e secretários.

O colégio dispõe de uma Escola Normal com faculdade técnica para seis professores.



A reportagem informava que "está aberta a matrícula do Colégio Batista Americano-Brasileiro, cujos prospectos podem ser adquiridos nas seguintes casas: "Crashley", "A La Ville de Paris", "Colombo", "Torre Eiffel", "A Brasileira", "Parc Royal", "Quatro Nações", ou nas secretarias do Colégio à rua Dr. José Higino, 350, Conde de Bonfim, 743, Haddock Lobo, 296, ou no pavilhão da Exposição Baptista, ou ainda pela caixa do correio, 828, Capital Federal."

Era diretor do Colégio Batista Americano-Brasileiro o ilustrado e provecto educador norte-americano J. W. Shepard. 

Os comentaristas especialistas na Tijuca poderão nos dar informações atualizadas sobre o local.