Vemos um aspecto da região do Centro/Lapa no início
dos anos 70. Passando de bonde pelos Arcos da Lapa, o fotógrafo nos mostra uma
paisagem em mudança.
A sua frente, mais ao fundo, podemos ver o futuro,
com o prédio-sede da Petrobrás ainda em construção, à esquerda, também
inacabada está a nova Catedral da cidade, em formato de pirâmide circular e,
por trás desta, o também inacabado prédio do BNH (extinto em 1986).
Já em primeiro plano podemos ver o passado.
O casario antigo já demolido, onde hoje se encontra
o Circo Voador e, mais atrás um pouco, o prédio da antiga Fundição Progresso.
De 1881 até 1976, a Fundição fabricou fogões,
cofres e vários outros artefatos metálicos e após seu fechamento o prédio ficou
desocupado e quase foi derrubado, sendo salvo a partir de 1982 quando foi
aproveitado para funcionar como um centro cultural e casa de espetáculos sob o
nome de Fundição Progresso.
Foto de Gyorgy Szendrodi, de 1971.
Foto da construção de um dos monumentos mais feios
da cidade: a Catedral do Rio de Janeiro, na década de 1970.
Nos primeiros 58 anos de sua história, a Catedral
se instalou na igrejinha que Salvador de Sá mandara fazer de adobes e telha-vã,
com três naves, no Morro do Castelo. Esta construção foi demolida em 1922,
quando acabou o desmonte do morro.
Em 1734, a Catedral foi transferida do Morro do
Castelo para a igreja de Santa Cruz dos Militares, onde permaneceu apenas três
anos. Depois mudou-se para a igreja de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito
dos Homens Pretos, e ali ficou até a chegada da Família Real, em 1808, quando o
Príncipe Regente de Portugal, Dom João VI, fez da igreja Nossa Senhora do
Carmo, na Praça XV, sua Capela Real, logo elevada, por ele também, à categoria
de Catedral.
Só em 1964 foi lançada a pedra fundamental da atual
Catedral que foi formalmente inaugurada em 15/08/1979. O arquiteto deste
monstrengo foi Edgar Fonseca. A Catedral tem as seguintes medidas: 75 metros de
altura externa e 64 metros de altura interna, 106 metros de diâmetro externo e
96 de diâmetro interno, cada vitral: 64,50 x 17,80 x 9,60 metros; área de 8.000
m2, com capacidade para abrigar 20.000 pessoas em pé ou 5.000 sentadas.
O projeto é inspirado na pirâmide que os Maias
construíram na Península de Yucatan, no México. Na base, a pirâmide é quadrada
e larga, mas se estreita a medida em que sobe, até tomar, no topo, a forma de
um platô. Diferentemente das pirâmides dos Maias, ela tem forma circular e
cônica para significar a equidistância e proximidade das pessoas em relação a
Deus, lembrando um pouco também a mitra usada pelos bispos nas cerimônias mais
solenes.
Os quatro vitrais, que nos dão impressão de estarem
abraçados por fios de betão, são também uma afirmação da fé que está na origem
e na finalidade maior da Catedral e estão posicionados conforme os pontos
cardeais. Eles simbolizam as quatro notas características da Igreja: Una,
Santa, Católica e Apostólica.
PS: não se de onde tirei esta informação.
Esta cópia piorada da Catedral de Brasília é muito
feia. Conforme conta Milton Teixeira, em 1953 houve uma tentativa de se
construir a Catedral no Aterro do Flamengo. Entretanto, em 1963 era lançada a
primeira pedra, durante o Governo Carlos Lacerda. Os autores do projeto foram
os arquitetos Edgard de Oliveira da Fonseca (1963) e Padre Paulo O.S.B. (1971).
A Catedral de São Sebastião já mereceu o apelido de "pudim de
leite".
Nesta foto do Acervo Mills, vemos um aspecto das
vizinhanças da Avenida Chile no final dos anos 60, com as obras de duas das
mais feias (segundo alguns) construções de nossa cidade. Em primeiro plano
vemos as obras do prédio da Petrobrás, um projeto do escritório Forte Gandolfi
e inaugurado no início dos anos 70, tendo jardins de Burle Marx.
À esquerda, a construção da (feiosa) Catedral do
Rio de Janeiro.