sábado, 3 de dezembro de 2022

DO FUNDO DO BAÚ: quem lembra?


Para as aulas de Desenho Geométrico era indispensável um transferidor.


O tinteiro de meu avô e o clássico mata-borrão.


As canetas e os tinteiros do saudoso Richard.


As letrinhas


Os pincéis hidrográficos


O estojo de madeira


As minas de grafite



E do M.E.R.D.A. - Museu Eraldo de Relíquias, Descobertas e Alfarrábios saem o estojo Kern com o compasso “bailarina”, o tira-linhas (que eu nunca cheguei a usar) e o compasso grande (raio de até uns 40 cm, com o extensor). A calculadora é uma HP 25 C. Ao lado, uma brava régua de cálculo Archimedes Tecnolog (nacional!). O transferidor de galalite da marca Ferrarte. O esquadro tem seu par, mas sempre que acho um perco o outro. Em primeiro plano, à frente da escala, esferográficas Sheaffer, Parker, com a tradicional setinha, e uma lapiseira Koh-I-Nor. A caneta Futura, ali no meio.E aquelas duas pecinhas ali à esquerda? Pertenciam ao velho e querido Mec-Brás da Estrela!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

ONDE É?


FOTO 1 - já publicada pelo Augusto e pelo Achilles

          FOTO 2 - enviada por Ricardo Ferraz


           FOTO 3 - enviada por Ricardo Ferraz

quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

SANTA TERESA EM 1975

 Com fotos da revista Manchete, de 1975, vemos como era Santa Teresa.

Face ao acúmulo de jogos da Copa não pude fazer as legendas habituais. Espero que os comentaristas identifiquem os locais.

PS: favor não assustar obiscoitomolhado com comentários negativos sobre a segurança do bairro, tal como fizeram no último "post" sobre Santa Teresa.

FOTO 1



FOTO 2


FOTO 3


FOTO 4


FOTO 5


FOTO 6

quarta-feira, 30 de novembro de 2022

LAGOA - ESCOLA MUNICIPAL PEDRO ERNESTO


O “post” de hoje é de autoria do Andre Decourt. As fotos em P&B foram enviadas pelo Carlos Paiva, grande colaborador também do “Saudades do Rio”. A foto colorida é do Google Maps.

 As fotos de hoje mostram flagrantes documentados por Malta, quando da construção da Escola Municipal Pedro Ernesto na Fonte da Saudade.

Construída dentro do projeto de educação de Anísio Teixeira, que pretendia dar ao sistema de escolas da antiga Prefeitura do Distrito Federal melhores condições operacionais, como troca dos prédios alugados e mal adaptados para sedes próprias, além da construção de mais escolas visando eliminar o déficit de salas de aula, que aumentava desde o último grande programa de construção de escolas no governo Passos.

Além dos novos prédios havia também a aplicação de novos métodos de ensino, calcados na Escola Progressiva, que pretendia dar a todos uma educação fundamental gratuita, sem paternalismo ou filantropia.

Para isso uma nova leva de colégios foi construída, todos em estilo moderno (na realidade art-déco), projetadas dentro do “programa planificado do espaço escolar” desenvolvido pelo arquiteto Eneas Silva, que propunha 4 tipos de escolas: a mínima, a nuclear, a platoon (12, 16, 25 salas) e a playground.

Possivelmente o prédio da Pedro Ernesto é de autoria do próprio Eneas Silva (há uma placa na segunda foto com o nome do arquiteto), diante da sua semelhança com o projeto da escola mínima desenvolvido por ele, de fortíssima influência déco.

As escolas desenvolvidas por esta equipe visavam o racionalismo e o dispêndio mínimo de divisas, para se construir dentro do orçamento disponível o maior número possível de prédios. Por isso entraram logo em choque com a escola dominante a época, o neocolonial que vinha dominando a construção de prédios públicos até então, bem como o abandono do novíssimo estilo missões que fora realizado em importantes colégios construídos na administração de Prado Júnior.

Mas o racionalismo não abandonava as boas condições para o ensino, luminosidade, arejamento e praticidade eram elementos primais nos prédios construídos por este programa, que podem ser considerados os primeiros prédios públicos construídos em linguagem moderna no Brasil, no período da primeira metade dos anos 30.

As duas primeiras fotos, com exatos cinco meses e um dia de diferença, mostram a velocidade da construção de um prédio de alvenaria convencional, ainda mais à época, com materiais bem menos modernos que temos hoje em dia.

Como podemos perceber o prédio subia num dos pedaços destinados a um grande jardim projetados nos anos 20, depois realizado pela mão de Azevedo Neto, com o nome de Praça da Piaçava.

Na primeira foto ainda vemos um funcionário da Light fazendo manutenção no poste de iluminação pública defronte ao canteiro de obras da escola e, ao fundo, o Morro dos Cabritos. 


 Nesta imagem do Google Maps vemos que a escola continua lá, na Fonte da Saudade, entre a igreja de Santa Margarida Maria e a Rua Humaitá.


E agora adiciono esta fotografia, de 1957, tirada na Escola Pedro Ernesto. Podemos ver o antigo uniforme dos alunos (calça azul-marinho, camisa branca com o escudo EP sobre o bolso). No alto, na parede, uma flâmula da escola (naquela década quase não havia casa que não tivesse flâmulas nas paredes). Sobre a mesa, a bandeira do Brasil e, aparentemente, um tinteiro. No flanelógrafo, o nome da Escola, a data e, imagino, o nome do professor da turma: Professor Sylo.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

CASA NA LAGOA

Para este “post” diversas fontes foram consultadas, como o próprio “Saudades do Rio”, os fotologs do JBAN e do Rafael Netto, os livros de Paulo Berger e Lauro Cavalcanti.







A casa mostrada nas fotos acima é a primeira residência que Oscar Niemeyer fez para si, localizada na Rua Carvalho Azevedo nº 96, na Lagoa, perto da Rua Fonte da Saudade, com vista para a Lagoa, para os Dois Irmãos e para a Pedra da Gávea.

A Rua Carvalho Azevedo já se chamou Rua Madressilva. Artur de Carvalho Azevedo era médico, obstetra e ginecologista da Santa Casa, tendo sido membro da Academia Nacional de Medicina, eleito em 1901.

Segundo nos conta Lauro Cavalcanti em "Quando o Brasil era Moderno", "A casa pertence à primeira fase da obra de Niemeyer, quando buscava-se adaptar aos ares e culturas tropicais os princípios básicos da arquitetura moderna.

A residência tem os seus fundos para a rua e a entrada se dá pela garagem. Construída em concreto, a técnica de pilotis serve para criar espaço junto ao terreno e para acomodar a casa ao declive, sem necessidade de grande movimentação de terra.

No interior, rampas são usadas no lugar de escadas, ensejando um espaço contínuo.

A laje plana cede lugar ao telhado inclinado de uma água, muito mais indicado para o alto índice pluviométrico de áreas tropicais.

Ao invés das europeias fitas de vidro são utilizados rasgos na construção que arejam uma generosa varanda panorâmica."


A planta da casa.

O interior da casa.

O interior da casa.


Foto feita pelo Rafa em 2007.



Foto feita pelo Rafa em 2007.


A casa ainda resiste, mas está cercada de edifícios. A vista que restou é um tanto da Lagoa.

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

CENTRO


Em mais uma estupenda colorização do Nickolas Nogueira, vemos a região da Avenida Beira-Mar no centro da cidade. O Palácio Monroe, os edifícios Brasília e Standard, numa paisagem clássica, que mudou após o Aterro do Flamengo na década de 50.

Conta P. Berger que foi ideia do engenheiro André Rebouças construir uma avenida monumental à beira-mar desde o Passeio Público até a antiga Praia da Saudade, por volta de 1870. Porém, somente em 1894, na administração do Prefeito Henrique Valadares, foi iniciada a construção da Avenida Beira-Mar. Poucos meses depois, ao se encerrar a administração do Prefeito, os trabalhos foram interrompidos e reiniciados somente em 1904, na administração Pereira Passos.

Foi finalmente inaugurada solenemente em 12/11/1906, conforme já nos contou o prezado Eleuterio Miranda, o Teco, habitual colaborador do "Saudades do Rio": 

"O effeito surprehendente e o deslumbramento que a todos causavam as duas esplendidas ruas de que se compoe a Avenida, contornando toda a bahia, desde o Morro da Viuva, até a juncção com a Avenida Central, foi dos mais enthusiasticos. À noite uma illuminação profusa. Nice em ponto grande. Bello aspecto apresentava a essa hora a via, inaugurada, com seus grandes serpeios luminosos, quasi venezianos. Cruzavam-se celeres os carros elegantes; faiscavam poderosamente os pharoletes dos automoveis, fonfonando alegremente, no vae-vem frenetico de um passeio rapido pela nova extensa pista. Movimento desusado de pedestres, dos que não podem andar de carro nem de automovel; iam e vinham, gostosamente, festivamente, gozando a delicia da estrea do passeio mais pittoresco e mais salutar da America do Sul. Senhoras e senhoritas, de toilettes leves, garrulavam, pelo caminho, sentindo a communicação da alegria geral. Crianças corriam, aos bandos, aos saltos, num folgar desabrido, de provocar inveja a gente grande. Cyclistas pedalavam galhardos, em todas as direcções, em sinuosas gracis, cavalheiros appareciam com garbo, tesos e elegantes, e para dar um cunho especialmente nosso, nosso do tempo que se vae, tambem o tilbury, o trefego e o popular tilbury, se emmaranhou naquella brouhaha de luz e movimento. E era, sobre tudo isso, bello de ver-se a perspectiva das luzes, ao longo desde o Pavilhão com seu caes em gambiarra, até a elegante columnata do largo da Lapa, prodigamente brilhante."

Vemos uma pontinha do edifício São Miguel (Av. Beira Mar, 406), onde moraram, entre outros famosos, Cândido Portinari e o poeta e acadêmico Manoel Bandeira. A seguir o Iguassú (ou Iguaçú), do IBGE, o Beira-Mar (considerado o melhor residencial da área) e o Panamerica, também residencial e que, por curiosidade, fica sobre o famoso Bar Vilariño, do lado da Av. Pres. Wilson.

Atravessando a rua temos o edifício Novo Mundo, que foi a primeira sede do BNH. A seguir, e apesar de estar na foto entre o Novo Mundo e o prédio que foi sede do consulado do Canadá, vemos outro prédio residencial, o Embaixador Raul Fernandes (Av. Calógeras, 12). Depois os famosos Standard (Esso), o Brasília, de tantas histórias, o São Borja, e demais, inclusive o do Clube Militar. Isto sem mencionar os Ministérios e outras edificações.