sábado, 8 de abril de 2023

DO FUNDO DO BAÚ: AUSTIN

O "DO FUNDO DO BAÚ" de hoje, véspera da Páscoa, apresenta fotos com o carro "Austin", que teve modelos apelidados de "Ovo de Páscoa". Em quais fotos este modelo aparece?


FOTO 1


FOTO 2


FOTO 3



FOTO 4


FOTO 5


FOTO 6








sexta-feira, 7 de abril de 2023

ONDE É?

 Cada vez está mais difícil achar fotos para a seção "Onde é?"

As de hoje são de nível de dificuldade 1, para não ter ninguém no bonde "Closeau".

FOTO 1


FOTO 2


FOTO 3 (carro do tio Betão de novo)


FOTO 4

quinta-feira, 6 de abril de 2023

TRABALHADORES (3)

Hoje vamos dar uma "geral" nos trabalhadores de rua do Rio, que suavam para dar conta de seu trabalho. Muitas profissões não aparecerão por aqui, pois para mostrar todas teríamos uma série maior que a interminável sobre os "Zeppelins" do JBAN.

Este é um empreendedor que se adaptou aos novos tempos. Além de consertar panelas faz trabalhos informáticos. Foto do Rouen.

Serviço de limpeza das ruas. Onde seria? Em Ipanema poderia ser a Visconde de Pirajá. Em Copa, a própria N.S. de Copacabana. Na Zona Norte quais seriam as opções?


A baiana vendedora de acarajé, em colorização do Nickolas. Na lateral do MNBA.


Homenagem aos leiteiros, que cedinho deixavam a garrafa de leite na porta das casas.


O Café Pucará, vendido no Maracanã. Depois foi substituído pelo Café Palheta. Era dura a vida desses vendedores, espremidos pela multidão de torcedores na arquibancada.

Vendedores de laranjada com suas carrocinhas com aquela taça de alumínio na qual se colocava o copo descartável. 

Mate Gel seria "mate gelado" ou seria uma marca de mate?


Os antigamente sempre presentes sorveteiros. O desta carrocinha foi logo ali e deixou o menino tomando conta. Rua Canning esquina com Rainha Elisabeth, em Ipanema.

Os meninos dos carrinhos de entrega de rolimãs, estes até com volantes de direção, na feira da Praça General Osório, em Ipanema.


Sob sol escaldante, areia pegando fogo, dois botijões pesadíssimos, os vendedores de limão e mate se matavam nas praias, este em Copacabana.

Os pescadores de arrastão no Posto 5 de Copacabana na sua faina diária.


Um antigo lambe-lambe, cuja tarefa era mais suave do que a dos que aparecem hoje por aqui.


Os desaparecidos "mata-mosquitos" que colocavam aquela bandeirinha amarela na porta das casas e entravam para fumigar. Não usavam EPI...

Os garis e o vendedor de Coca-Cola. E um carro para obiscoitomolhado identificar.

O baleiro, figura mais que desaparecida das ruas.

Os vendedores de amendoim desapareceram dos sinais dos cruzamentos e também dos bares com mesas nas calçadas.


As barraquinhas de venda de frutas. Também são poucas atualmente.






quarta-feira, 5 de abril de 2023

TRABALHADORES (2)

 

Na foto podemos ver um oficial acendedor de lampiões, em sua função, em fins do século XIX. Devia existir um esquadrão bastante numeroso para dar conta de , diariamente, acender os lampiões do Rio.

Felizmente nunca vi um vendedor de galinhas com seus engradados. Já bastava o trauma de ter assistido à degola de galinhas compradas na feira e que chegavam embrulhadas no jornal.


Título da foto de Genevieve Naylor: "Um garoto descalço engraxa um sapato em uma oficinica de sapateiro."

Notar as ferramentas, máquina de costura, os alvarás e a onipresente foto de Getúlio Vargas na parede. 

Ainda hoje se pode encontrar aqui e acolá as tradicionais oficinas de sapateiro, que tão bons serviços prestam à população. Se mantém com dificuldade na era do fugaz e descartável. 


Artistas de rua fazem a sua performance no centro do Rio de Janeiro em 1941, cercados por uma interessada e divertida audiência. Foto de Genevieve Naylor.

Impressiona a elegência geral da plateia e do próprio dançarino, vestindo camisa branca, calça com suspensórios e sapatos pretos. Certamente outros tempos. 

Alguns espectadores estão de chapéu e outros colocam seus lenços na cabeça para se protegerem do sol. Um deles faz uma espécie de touca com o lenço, amarrando suas pontas, algo comum na época. 


O sempre lembrado vendedor de "casquinhas" na praia. Também vendia uns pirulitos de açúcar queimado, embrulhado num papel difícílimo de ser descolado. O "tlec-tlec" da matraca era inconfundível.


Entregador de tinturaria. Era enorme o número de tinturarias, numa época em que havia poucas máquinas de lavar nas casas e um número também grande de homens usava terno. 

Vemos que o mau hábito de ciclistas nas calçadas vem de longe. E hoje é agravado por motos, bicicletas elétricas, patinetes (foram proibidas em Paris a partir desta semana), e afins, que infernizam e machucam os pedestres.


terça-feira, 4 de abril de 2023

TRABALHADORES (1)

Primeira postagem em homenagem aos que suavam para ganhar a vida nas ruas do Rio de antigamente. Eram cariocas ou brasileiros chegados de todos os estados. Eram estrangeiros, vindos principalmente de Portugal, Espanha ou Itália, além dos judeus e do grupo sírio-libanês, entre outros.

Muitos conseguiram, com este custoso trabalho, dar uma vida melhor para seus descendentes ou mesmo só sobreviver.

Merecem aplausos e admiração.

PS: com a colaboração de "Saudades do Rio - O Clone".

O tocador de garrafas, geralmente, se virava no Largo da Carioca. E sempre atraía um grupo de office-boys, contínuos das repartições da cidade, além do grande número de passantes, desocupados ou não. O som variava de tonalidade conforme a quantidade água contida na garrafa.

O Conde di Lido é exímio neste mister. Tira som de violino ao passar o dedo molhado, de leve, pela borda de taças de cristal de Baccarat. 

Um amolador de facas cuida do seu oficio em uma rua do Rio de Janeiro. Muito comuns há alguns anos, hoje são raros de se ver, embora ainda haja alguns resistentes que continuam a empurrar o carrinho pelas ruas e fazer o seu ruído característico, passando uma lâmina de aço pelo rebolo. Em Ipanema, há um que passa pela Rua Alberto de Campos em direção à Rua Farme de Amoedo, de vez em quando. Curioso que, na foto, tinha plaquinha com registro 2067.

Estes resistem bravamente no século XXI. São fáceis de ver na porta de lojas de material de construção e carregando todo o equipamento para os camelôs que trabalham nas praias. Trabalho muito pesado. Este da foto carrega baús de madeira e uma mesa. O que haveria dentro desses baús?

Na extremidade das feiras ficavam estes carregadores com seus cestos e um pano enrolado para proteger a cabeça e dar firmeza e equilíbrio na carga.  Foram os precursores dos meninos com carrinho de rolimã, que veremos em outra postagem.

Foto de Genevieve Naylor mostrando um  funileiro em 1941. Estes continuam bravamente com seu serviço. Aqui em Ipanema há um na esquina da Montenegro com Visconde de Pirajá, um na esquina da Farme de Amoedo com Barão da Torre, outro no Bar 20. É capaz de haver mais.

 

Outra foto de Genevieve Naylor. Um vassoureiro mostra seus produtos em frente a outdoors de propaganda no Rio de 1940. Vassouras de todo tipo, palha, piaçava, vassourinha para banheiro, espanadores, espanadores para o teto, etc. Também resistem por aqui em Ipanema.



segunda-feira, 3 de abril de 2023

IGREJA SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS

Como conta P. Berger, a Presidente Vargas começa na Doca da Alfândega e termina na Praça da Bandeira. Pelo decreto de incorporação de logradouros 7635, de 10/11/43, foram-lhe incorporados a Av. Lauro Muller, Largo de São Domingos, Praça Lopes Trovão, ruas General Câmara, São Pedro, Senador Eusébio, Visconde de Itaúna e Travessa Bom Jesus. 

Foi na administração do Prefeito Henrique Dodsworth que se iniciou a abertura da Av. Presidente Vargas. Assim, no início de 1941 começaram as derrubadas dos prédios, resultando no desaparecimento de vários logradouros e demolição de quatro igrejas: de São Pedro, do Bom Jesus do Calvário, de São Domingos e de N.S. da Conceição. Ao todo foram demolidos 525 prédios.

O primeiro trecho da nova avenida, entre a Av. do Mangue e a Praça da República foi inaugurado em 1942. No ano seguinte era inaugurado o segundo trecho, entre a Praça da República e a Rua Uruguaiana. Finalmente, em novembro de 1943, foi terminado o último trecho, até a Praça Pio X, que rodeia a igreja da Candelária. A avenida tem 2.040 metros de extensão no trecho realmente aberto (entre a Praça Onze e Rua Visconde de Itaboraí), continuando, porém, pela Av. do Mangue até a Praça da Bandeira, com a extensão total de 4 quilômetros.


A Igreja de São Pedro dos Clérigos, demolida em 1944 para a construção da Avenida Presidente Vargas, em foto de Marc Ferrez, em 1898. 

Era uma das mais importantes igrejas da cidade, sendo a maior joia do Barroco carioca e a única na cidade a externar suas características na sua fachada. Seu interior foi totalmente decorado por Mestre Valentim, apresentando uma talha em estilo Rococó. 

A Igreja de São Pedro, ou Igreja de São Pedro dos Clérigos, ou Igreja do Príncipe dos Apóstolos São Pedro, esquina da Rua São Pedro com a Rua Miguel Couto (antiga dos Ourives), edificada no correr dos anos de 1732 a 1740, pelo bispo D. Fr. Antônio Guadalupe, para firmar a irmandade dos clérigos em casa própria. 

Ornado o interior do templo por três altares, no da parte da Epístola colocou o bispo fundador a imagem de S. Gonçalo de Amarante, pretendendo excitar no povo a devoção e culto do santo. (ornamento e padroeiro da sua pátria). Em 1792, já aparece como Igreja de São Pedro dos Clérigos. Em princípio do século XIX, havia na igreja um coro, onde se recitam diariamente as horas canônicas, segundo o Cau Barata. 

Foto do Correio da Manhã, de 22/5/1942, mostrando a Igreja de São Pedro dos Clérigos.  O carro que aparece à direita parece ser movido a gasogênio, pelos cilindros que leva na traseira. Era a época dos racionamentos devido à 2ª Guerra Mundial.


Mais uma foto da Igreja de São Pedro dos Clérigos.

Segundo a exposição "O Rio jamais visto", acontecida há alguna anos, esta igreja foi uma pedra no sapato dos projetistas da avenida, que buscaram várias formas de salvá-la. Uma delas seria fazer a nova avenida pelo alinhamento da Marechal Floriano - mas aí a vítima seria a igreja de Santa Rita. Finalmente decidiram pela arrojada técnica de "congelamento do solo" que permitiria deslizar a igreja inteira por algumas dezenas de metros.

Seria movida por um sistema de trilhos de roldanas, ao que parece presa por uma estrutura metálica externa, mas veio a guerra, materiais de engenharia começaram a ficar raros, começou-se então uma demolição cuidadosa e lenta, numerando os blocos para eles serem remontados posteriormente, mas o ditador Vargas queria a sua avenida inaugurada completa, em sua aridez, o mais rápido possível. E a igreja foi ao chão sob protestos de muitos. 


Vargas foi implacável e a igreja foi demolida. Tal como outros ditadores fizeram mais adiante, como já vimos em vários exemplos publicados no "Saudades do Rio".


AAvenida Presidente Vargas, conta Donato Melo, com sua largura e galerias sobre as calçadas, obra rival da Avenida Rio Branco que a corta perpendicularmente, uma ideia antiga da época imperial, foi feita pelo prefeito Henrique Dodsworth. 

Já com Mauá (em 1857) havia a ideia de trazer o Canal do Mangue até o Cais dos Mineiros. Agache estabelecera o prolongamento sem canal e, com o abandono do seu plano, a ideia ficara esquecida. O Serviço Técnico do Plano da Cidade retomou a ideia e apresentou-a num "stand" da Feira de Amostras de 1938 e foi aprovada por Getúlio Vargas. 

Para a execução do plano, houve uma vontade férrea, a lembrar a ditadura Passos. Entre as inúmeras "pedras" no caminho da Presidente Vargas estavam a própria Prefeitura, a Escola Benjamin Constant, a Candelária, a igreja de São Pedro dos Clérigos, a de São Domingos e a do Bom Jesus do Calvário, a supressão de uma faixa do Parque Júlio Furtado, a Praça do Comércio de Grandjean. Contornaram-se vários problemas e respeitou-se a Candelária no seu eixo e cerca de prédios menos altos (12 andares). 

A avenida, em sua imensa reta, não respeitou mais nada, adotando o arrasamento dos quarteirões entre as ruas General Câmara e São Pedro, desaparecendo com ele a famosa Praça Onze. Foi inaugurada em 07/09/1944. 



Nesta foto do acervo do A. Silva, enviada para o "Saudades do Rio", vemos o aspecto da demolição ocorrida para a construção da Av. Presidente Vargas.

Cenário de terra arrasada.

Aqui o A. Silva. a quem o "Saudades do Rio" agradece a colaboração, teve a gentileza de mostrar o local onde existia a Igreja de São Pedro dos Clérigos. 

Será que a aglomeração de pessoas, à direita, teria relação com alguma fila para distribuição de alimentos no período do racionamento?