Em 1871 a Cia. "Botanical Garden" requereu à Câmara Municipal licença para construir a estação de bonde do Largo dos Leões. Entrementes, para suprir essa falta, foi ali armado um telheiro provisório a fim de se guardar os carros e animais que, por falta de lugar próprio, ficavam expostos ao tempo. Foi também instalada uma sala de espera na Rua São Joaquim (atual Rua Voluntários da Pátria), para comodidade e conforto dos passageiros.
Em 1875, com o aumento do número de bondes e passageiros, além do assentamento dos trilhos na Rua São Clemente, previa-se a construção de uma outra sala de espera na estação. Entretanto, somente em 1880 foi inaugurado o tráfego de bondes por essa rua.
Nesta foto vemos a fachada voltada para a Rua Voluntários da Pátria. A entrada para a sala de espera deve ser aquela mais ao fundo, onde não se veem os trilhos dos bondes. Ali se vendiam revistas e jornais para os passageiros. Chama a atençao o poste de iluminação.
Dunlop conta uma curiosidade: é que no ano de 1871, o Chefe de Polícia da Corte, oficiou à "Botanical Garden" que era proibido que as pessoas viajassem nos estribos, exceção feita aos empregados encarregados da direção dos bondes, "visto ser aquela prática vexatória às pessoas que entram e saem, além de poder ocasionar acidentes e aglomeração de passageiros nos ditos estribos".
Foi uma grita geral, inclusive com a participação dos jornais. Tal foi o clamor que o presidente da "Botanical Garden" oficiou ao Ministro da Agricultura pedindo a revogação da ordem. Os incidentes entre condutores, policiais e os que desejavam viajar nos estribos aumentavam, fazendo com que o bonde ficasse retido, assim como os outros que vinham atrás.
Nem mesmo a polícia conseguia resolver a questão e, pouco a pouco, foi afrouxando sua atitude contra os renitentes passageiros dos estribos.
Abaixo-assinados foram organizados para pedir a revogação da medida, o que acabou acontecendo.
A foto mostra o interior da garagem. Além de bondes, muitas vezes guardavam ônibus como os da Viação Excelsior, também de propriedade da Light.
Foto de Malta mostrando o enorme terreno da garagem.
Foto da garagem do Largo dos Leões, no Humaito, sendo utilizada pelos ônibus elétricos que aguardavam a entrada em serviço.
Foto provavelmente do final dos anos 60, mostra o espaço onde hoje se instala a Cobal.
Ainda não existiam os grandes prédios comerciais da Rua Voluntários da Pátria, vizinhos da Rua Capitão Salomão. Como curiosidade, à época este local era Botafogo. Desde 1988, por decreto do Saturnino Braga, virou Humaitá, sendo a Rua Conde de Irajá a fronteira entre os dois bairros.