Esta foto foi publicada no “Rio de Fotos”, de nosso amigo
Derani, em 2007. É do acervo do Silva e foi enviada por seu ilustre assistente
Fidelino Leitão de Menezes, com o seguinte bilhete:
“Entre os acontecimentos de repercussão religiosa mais
importantes do século XX no Brasil se destacou este Primeiro Concilio Religioso
realizado em Julho de 1939.
Pela ocasião se reuniram na Capital da República um grande número
de prelados transformando este Concilio em um belo movimento de fé religiosa
sob a direção do Cardeal D. Sebastião Leme, então investido da alta função de
legado do Papa. Nada menos do que 105 Bispos e Arcebispos congregaram-se no Rio
de Janeiro.
Na foto acima podemos ver o altar na Esplanada do Castelo, onde
foi dada a benção, por ocasião do encerramento do Concilio Episcopal.
Adeus meu Bravo Confrade. Transmita à sua esposa os meus mais
"affectuosos" respeitos, além de uma farta e democrática distribuição
de beijos pelos pequerruchos.
Seu,
F.L.M.”
Na foto vemos, segundo o Decourt, que o Ed. Mayapam, o
famoso Bolo de Noiva, na esquina da Alm. Barroso, com Graça Aranha ainda está
nos tapumes o que dá como certa a data de 1939. Ele engana muita gente, pois
quase todos pensam que ele é um dos pioneiros por seu estilo arquitetônico, mas
na realidade ele é o último do quarteirão, prédios como o Andorinhas, Novo
Mundo, Ginástico Português são mais velhos. Ele foi concluído por volta de
1940/41
Lembra-me o General Miranda que “O Vigário Geral expediu o
seguinte aviso:
“De ordem de Sua Eminência Reverendíssima chamamos a attenção dos
reverendos, vigários, reitores de egrejas, superiores religiosos e clero, em
geral, para:
1º A começar de quinta-feira, 29 de junho, até domingo, todas as
egrejas deverão repicar festivamente os sinos, ao meio-dia e á hora da
Ave-Maria, não passando, porém, de 2 minutos.
2º No dia 16 de julho, desde o meio-dia até ás 20 horas, a não
ser na zona rural, ficam prohibidas todas as funcções religiosas, reuniões de
irmandades, associações, etc,. afim de que possam os fieis tomar parte na procissão
do SS. Sacramento.
3º Os reverendos, sacerdotes, que acompanham seus prelados
poderão obter de suas excellencias o uso completo das ordens nesta Archidiocese,
durante o tempo do Concilio.”.
As funcções religiosas e as sessões solennes foram na
Candelaria. Para esse fim, na Capella-Mór e no Presbiterio, foi armado o côro
conciliar, com as respectivas cadeiras e genuflexórios, para os padres
conciliares.
ATENÇÃO: não confundir este evento com o Congresso Eucarístico Internacional dos anos 1950.
No altar levantado na Esplanada do Castelo, para a bênção do
Santissimo, o Núncio Apostólico, Dom Aloisio Mazella, eleva o Santissimo
Sacramento, num dos mais empolgantes episódios do Concilio. Esta foto foi a capa de uma edição da "Revista da Semana".
Na Candelária, o Cardeal D. Sebastião Leme e outros cardeais. À época a influência da Igreja Católica era enorme no país. Milhares de pessoas, das mais simples às mais altas autoridades, participaram deste evento.
Notícia do "Correio da Manhã" dando conta do encerramento do Concílio. Nos anos seguintes, já sob o comando do Papa Pio XII, a Igreja iria enfrentar grandes problemas.Dizem alguns que o Papa Pio XII, que liderou a Igreja Católica
de 1939 a 1958, sabia do Holocausto desde o princípio e salvou pessoalmente
ao menos 15 mil judeus, segundo afirmou o historiador alemão Michael Feldkamp,
após reunir provas dos primeiros arquivos vaticanos, abertos em março de 2020
por ordem do Papa Francisco.
Por outro lado, o silêncio do Papa no que concerne ao nazismo
leva a muitos historiadores e setores da comunidade judaica a considera-lo um
cúmplice do Holocausto.
PS: considerações históricas serão admitidas, sem problema. Argumentos religiosos serão excluídos, nesta última questão.