Todo ano tem Natal em dezembro! E todo ano o “Saudades do Rio” repete um texto para “comemorar” a data. Pelo menos teremos algumas fotos, não todas, inéditas neste espaço.
A árvore na Lagoa saiu da lagoa e foi para o Lagoon. Menos mal.
Quantos de vocês sobreviveram às
famigeradas "caixinhas" e "livros de ouro": do porteiro, do
faxineiro, do lavador de carros, do frentista, do manobrista do estacionamento,
do atendente do bar, do jornaleiro, do entregador de jornal, do entregador de
revista, do carteiro, do lixeiro, do atendente do vestiário no clube, dos
guardadores de carro, do garçon habitual, do vigia noturno e por aí vai. Não há
13º salário que consiga pagar todas essas despesas.
Não bastasse temos o
trânsito infernal, as lojas entupidas, as compras de última hora, as festinhas
das empresas e o tenebroso "amigo oculto". Almoços e jantares com
ex-colegas de colégio e de faculdade, com companheiros do futebol e do vôlei,
com a turma do clube e da praia.
E tudo isto é preparação
para a véspera de Natal, com o famoso jantar familiar, onde as crianças ficam
enlouquecidas esperando os presentes, a sogra retardando a entrega para que a
"galera" adolescente não vá logo para a "night", um calor
infernal, pois o ar-condicionado não dá vazão face à multidão familiar, a
comida inteiramente de acordo com a tradição europeia e "perfeitamente
adequada" à temperatura do Rio, e, não podemos deixar de citar, os
cunhados "malas", que acabam por estragar toda a noite.
Acabou? Não! Ainda está
por vir o almoço do dia seguinte, com o "enterro dos ossos" e todo
mundo reunido novamente, com cara de ressaca por conta dos excessos da noite
anterior.
Dezembro é uma maravilha!
FOTO 1: Pura verdade.
FOTO 2: Papai Noel chegando no centro da cidade. Houve uma época em que chegava no Maracanã, com "show" da Xuxa. Era assim: o pai que levava o filho ganhava o diploma de "Pai Herói". Antes do clímax, milhares de puxa-sacos da Xuxa se apresentam numa sequência abominável de mediocridades. As horas se passam e nada do Papai Noel chegar. As crianças, a princípio felizes e com grande expectativa, começam a ficar irritadas e impacientes. Não há mais lugar para sentar. O calor é senegalês, ou carioquês, como se diz no Senegal. Não há como levar as crianças para fazer xixi porque senão elas perdem o lugar, então elas começam a se aliviar ali mesmo. É fácil reconhecer: elas ficam subitamente quietinhas e os olhinhos ficam virados pra cima e pro lado, como se quisessem disfarçar. E o xixi rola arquibancada abaixo se juntando a outros afluentes numa cascata de espuma. Quando Papai Noel chega as crianças já estão chorando e com fome. Você jura nunca mais cair nesta furada, passa a mão nos pentelhos e os leva pra casa cansado, mas orgulhoso do seu diploma de Pai-Herói...
FOTO 3: A cidade ficava toda enfeitada. O Centro ainda existia, bem diferente dos dias atuais.
FOTO 4: “Prezado Dr. D’, mais uma vez os incansáveis pesquisadores do vasto acervo do M.E.R.D.A. - Museu Eraldo de Relíquias, Descobertas e Alfarrábios - descobrem, numa feliz coincidência com esta época do ano, um LP (ou: elepê) do Elvis Presley cantando músicas natalinas.
No cantinho da capa lê-se
LPM 1951, o que poderia significar long-playing mono e o ano de edição (ou
outra coisa qualquer), mas o cantor aparece novinho, e, no verso, como bom
patriota, prestando o serviço militar.
O curioso é que o disco,
aparentemente importado, foi achado aqui no sítio Santa Bárbara, da dona Maria
(minha sogra), em meio a outros vários, sabe-se lá o porquê.
Não chego a ser um fã de
Elvis, nem ouvi o LP, mas fica o registro.
Abraços e um ótimo Natal
Eraldo
Curador do Museu”
FOTO 5: Natal em Vila Isabel na década de 60. Onde é?
FOTO 6: Natal em Bangu na década de 60. Onde é?
FOTO 7: A fotografia com Papai Noel na Mesbla. 60% das crianças choravam com medo do "Bom velhinho"...
FOTO 8: A grande concorrente da Mesbla, a Sears, também disponibilizava um Papai Noel para fotos.
FOTO 9: A última foto é para lembrar que o Rio já foi a Cidade Maravilhosa.
Um ótimo Natal para todos e que Papai Noel traga muita saúde para todos nós.