sábado, 18 de janeiro de 2025

                    FARMÁCIA CASEIRApor Helio Ribeiro

Provavelmente na casa de todos nós, quando ainda crianças ou adolescentes, havia uma farmácia composta de medicamentos de uso frequente. Muitos deles desapareceram com o passar do tempo; alguns ainda resistem. Esta postagem lista aqueles que havia na minha casa, nas décadas de 1950 e 1960. Nem todos coexistiram simultaneamente. Certamente muitos deles também havia na casa de vocês. Ou não? Tiremos a prova dos nove.

Os medicamentos estão organizados por finalidade, quando possível.

Os médicos que me perdoem, mas as descrições são bem simplórias e provavelmente entram em contradição com o que vocês conhecem.



OBS: Não encontrei fotos das embalagens originais para quase todos os medicamentos. Tive de usar versões mais recentes.


ÁGUA OXIGENADA 10 VOLUMES


Indispensável. Diziam que quando borbulhava no ferimento é porque ele estava inflamado. Não sei se tem fundamento isso. 


MERCÚRIO-CROMO


Pau pra toda obra no caso de machucados. O FDA americano considerou seu uso ineficaz e em 2001 a comercialização foi proibida no Brasil.


MERTHIOLATE


Era o terror da gente, porque ardia muito quando aplicado nos machucados. A entrada dele no mercado abalou a venda do mercúrio-cromo. Por conter mercúrio em sua fórmula, também foi proibido no Brasil em 2001.

 

TINTURA DE IODO


Ainda usado como desinfetante ou para limpeza de ferimentos. Arde que só ele! Uma vez meu irmão resolveu usar iodo num machucado. Pegou um algodão, abriu o vidro, molhou no líquido e colocou na ferida. Acontece que se tratava de iodo puro, e não de tintura. O resultado é que os dedos da mão dele, que ficaram molhados pelo algodão com iodo, descascaram e ficaram em carne viva durante vários dias.

 


 ALKA SELTZER


 

SAL DE FRUTA ENO


 

SONRISAL




MELHORAL



 CIBALENA



 CAFIASPIRINA


 


COLUBIAZOL


Não havia ainda a versão em spray. Tinha de ser aplicado com algodão embebido no medicamento. Para atingir a garganta, minha tia enrolava o algodão na ponta de um arame cuja extremidade tinha uma espécie de gancho para segurar o algodão.

 

ANAPYON


Este medicamento, ao que me lembro, era bem mais recente que o Colubiazol.

 


LAVOLHO



 COLÍRIO MOURA BRASIL


 


ATROVERAN


Atualmente possui várias formulações. Antigamente era usado, se não me engano, para cólicas, inclusive menstruais.

 

CARBOLEVEDO


Composto por carvão vegetal. Usado para dores de estômago e contra gases. Lembro que na época os comprimidos vinham dentro de um tubo e não em cartela como na foto.

 

CHOPHYTOL


Para auxiliar a digestão de alimentos gordurosos. Agia sobre a produção de bile.

 

LEITE DE MAGNÉSIA DE PHILLIPS


Tiro e queda contra prisão de ventre e azia

 

VICK VAPORUB


Podia ser usado localmente ou em inalação.

 

XANTINON


Para problemas no fígado.

 

------ CHEGA  DE  REMÉDIOS!  ------

OBS: Lembrando que a relação acima é dos medicamentos que usávamos lá em casa, nas décadas de 1950 e 1960. Há muitas dezenas de outros que existiam na época porém não faziam parte de nossa farmácia caseira ou só eventualmente os utilizamos.





sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

GRANDES EDIFÍCIOS MODERNOS

 

FOTO 1: O Hotel Palace, em estupenda colorização do Conde di Lido, foi construído no início em 1908 e foi demolido no início da década de 1950 para dar lugar ao edifício Marquês de Herval. Ficava na esquina da Av. Rio Branco com Av. Almirante Barroso.


FOTO 2Foto garimpada pelo H. Hübner mostra o início da construção do edifício Marquês de Herval.


FOTO 3Em foto garimpada pelo Nickolas Nogueira podemos ver à esquerda o Hotel Avenida, onde hoje está o edifício Avenida Central. No térreo do hotel, voltado para o Largo da Carioca, vemos o anúncio da BOLS e o Bar Nacional.

 A seguir vemos o prédio da redação do jornal O Globo, com a Livraria Freitas Bastos. À direita está o Liceu de Artes e Ofícios. Neste local atualmente está o prédio-sede da Caixa Econômica Federal.

Ao fundo vemos o Edifício Marquês do Herval em construção.

FOTO 4Para algumas informações sobre esté ícone da arquitetura moderna no Rio de Janeiro pesquisei no ótimo trabalho de Fabiana G. Izaga sobre os edifícios de escritórios dos irmãos MMM Roberto no Centro do Rio de Janeiro, publicado na revista Docomomo Brasil.


FOTO 5Os arquitetos irmãos MMM Roberto integram o nú­cleo de produção engajada da arquitetura moderna brasileira, elaborada a partir de 1930, no Rio de Janeiro. A trajetória de Marcelo, Milton e Mauricio é marcada pela extensa produção do edifício em altura, em que se destaca a realização dos edifícios de escritórios. 


FOTO 6O direcionamento da fachada frontal para sudoeste conduziu à solução conjugada de bri­se-soleil horizontais e verticais, em vista da insolação excessiva se dar mais na parte da tarde, e seu ângulo de incidência ser tanto vertical como horizontal. 


FOTO 7Ao fundo vemos o terreno vago para o novo prédio do Jockey, o Ministério da Agricultura e as ruínas do Bairro da Misericórdia.

O mecanismo duplo idealizado pelos Roberto é com­posto horizontalmente por venezianas articuladas encaixadas dentro de trechos vazados da laje em balanço, com painéis de veneziana pivotantes hori­zontalmente alinhados com o bordo externo da caixa que o circunda. Estes elementos conferem à pele do edifício movimento e tatilidade, marcando aleatoria­mente as superfícies iluminadas e sombreadas. 


FOTO 8Devido à insolação excessiva e muito quente, todas as janelas contavam com proteção por elementos tipo brise-soleil, venezianas horizontais coloridas, articuláveis e afastadas de suas janelas, fixadas por estrutura metálica leve. Não eram então usuais os aparelhos de ar condicionado.

Esta imagem foi garimpada pela tia Milu e pelo querido francês Rouen. 



FOTO 9Vemos o esquema de como funcionavam as janelas do Marquês de Herval.


FOTO 10O aspecto da rampa de acesso ao subsolo, com painéis de pastilhas de autoria de Paulo Werneck. Neste subsolo fica a icônica Livraria Leonardo da Vinci, de onde vieram inúmeros livros para o acervo do "Saudades do Rio".


FOTO 11Ed. Marquês de Herval com sua fachada original, com o intricado sistema de brises-soleil ainda instalado. Tal aspecto da fachada deu ao prédio o apelido de ” Tem Nego Bebo Aí”.


FOTO 12Mea-culpa, mea culpa, mea culpa: não anotei de onde peguei esta foto, nem o autor da identificação. Se alguém souber, favor informar.

EM TEMPO: O trabalho de identificação foi feito por Sylvio Lassance em https://oriodeoutrora.blogspot.com/2020/03/cinelandia-praca-floriano.html . 

Uma foto aérea de todo o entorno da Cinelândia nos anos 50. Identificamos:

1) Teatro Municipal;

2) Av. Rio Branco;

3) Praça Floriano;

4) Palácio Monroe;

5) Ed. Odeon;

6) Ed. Francisco Serrador;

7) Museu de Belas Artes;

8) Biblioteca Nacional;

9) STF (antigo);

10) Clube Militar;

11) Ed. São Borja;

12) Ed. Brasília;

13) Obelisco;

14) Av. Presidente Wilson;

15) Av. Luis de Vasconcelos;

16) Rua Álvaro Alvim;

17) Rua Senador Dantas;

18) Rua Santa Luzia (entrada);

19) Ed. Marquês do Herval;

20) Ministério da Educação e Cultura (Palácio Gustavo Capanema);

21) Ilha das Cobras;

22) Ponte Almirante Alexandrino; 

23) Ed. "A Noite" (Praça Mauá).


FOTO 13Imagem do trabalho de Fabiana Izaga mostrando trabalhos do escritório MMM Roberto no centro da cidade.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

PARQUE DE DIVERSÕES

 

O Tivoli Park na Lagoa, em foto de J.R. Couto, encontrada na Internet. Também conhecido como Tivoli Park Memorial, foi um parque de diversões histórico no Rio de Janeiro. Inaugurado em 1973, ele rapidamente se tornou um sucesso entre as décadas de 70 e 90, atraindo crianças, adolescentes e jovens adultos com suas atrações inovadoras e bela localização às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas.

Em 20/01/1973 o empresário Orlando Orfei, que pouco tempo antes tinha sido ferido por um leão em uma apresentação no seu circo, inaugurava o Tivoli Park na Lagoa, localizado na Av. Borges de Medeiros, no trecho entre o Estádio de Remo e o clube Piraquê.

O parque foi nomeado em homenagem ao famoso Tivoli Gardens, em Copenhague, Dinamarca, e oferecia uma variedade de brinquedos, incluindo a famosa montanha-russa Looping Star e a Roda-Gigante panorâmica. 

O parque tinha vias de acesso internas e, segundo o "Jornal do Brasil" um estacionamento para 2 mil veículos (será?), além de sala de Imprensa, enfermaria e posto do Juizado de Menores.

O horário de funcionamento era das 16h à meia-noite nos dias de semana e das 10h à meia-noite aos sábados e domingos.

O "bate-bate" para as crianças era um dos brinquedos mais procurados. Houve época em que foi montada uma pista para patinação no gelo. Trem-fantasma, cinema 180º, casa mal-assombrada, eram algumas das outras atrações.


A Mulher Conga foi um brinquedo do Tivoli Park do Rio de Janeiro que era muito popular entre as crianças e adolescentes. Era temido e a narração era sinistra.  O brinquedo era um cilindro gigante que rodava sem parar.

A vista a partir da roda-gigante era absolutamente espetacular.


A montanha-russa não poderia faltar. Houve até a instalação de um tobogã, mas isto é assunto para outra postagem.


A pista de kart era um dos maiores sucessos do Tivoli Park.

O que seria a "Promoção Inverno 85", com apoio da Mesbla e da Revell?

O Tivoli Park em seus últimos dias. Após 23 anos de funcionamento o parque foi fechado por decreto de Cesar Maia: "O Tivoli Park já recebeu ordem de despejo. Ele ocupa uma área nobre da Cidade, pela qual paga muito pouco, e o contrato feito há muitos anos expirou no início de 1994. Já pedimos que ele saísse do local e essa situação se agrava porque quem pode explorar uma área tão nobre tem que oferecer um serviço de segurança para as pessoas".

Além de terem acontecidos alguns acidentes graves (nas atrações "Expresso do Amor" e "Gaiola das Loucas"), em 1994 houve um caso que chocou a cidade. Uma menina foi estuprada dentro da "Casa das Bruxas". Segundo "O Globo", o local era muito escuro, com um labirinto interno cheio de figuras diabólicas. A menina gritou, mas foi abafada pelos berros dos agressores e das outras crianças que estavam dentro da atração.

Em 2020, o Tivoli Park foi reaberto na Barra da Tijuca, no estacionamento do Via Parque Shopping, resgatando memórias e trazendo de volta algumas das atrações icônicas, restauradas e adaptadas para os padrões modernos de segurança.