sábado, 31 de agosto de 2024

JOIAS DA PROPAGANDA (2)

 

 JOIAS DA PROPAGANDA (2), por Helio Ribeiro

Esta postagem é continuação da publicada no sábado passado.

 PORQUINHOS DAS CASAS DA BANHA


Quem não se lembra deles e do jingle associado, composto pelo radialista e publicitário Borelli Filho e gravado originalmente por Carequinha.

“Vou dançar o cha-cha-cha / Casas da Banha / Alegria vem de lá / Casas da Banha / Também vou aproveitar / Casas da Banha / É lá que eu quero comprar / É lá que eu quero comprar”.

Houve várias versões desse jingle, com letra alterada e outros cantores, porém mantendo a melodia. Vide uma delas abaixo, de início dos anos 1980.



 SOLDADINHOS DOS FÓSFOROS FIAT LUX

Ano de 1959. Muito bem bolada. Produção da Lynxfilm.


SOUTIENS VALISÈRE

Comercial ousado para a época, ano de 1987, também ficou na memória de quem o assistiu. Produção: agência W/GGK. Direção de Júlio Xavier. Criação: Rose Ferraz, Camila Franco e Washington Olivetto.


SUJISMUNDO

Personagem criado por Ruy Perotti, a pedido do governo militar. A ideia era mudar alguns hábitos nocivos do brasileiro, segundo o mote “Povo desenvolvido é povo limpo”. Ficou na intenção, infelizmente. Não mudou nada.

Houve vários filmetes com o Sujismundo, todos da década de 1970. A primeira versão surgiu em setembro de 1972, numa série de quatro filmetes. Eram exibidos na TV e em cinemas. A campanha saiu do ar em novembro do mesmo ano e ressurgiu em 1977, agora com um novo personagem, o Sujismundinho.

Outros personagens que foram utilizados: a esposa Clarimunda e o doutor Prevenildo. Aqui vemos dois desses filmetes. O primeiro é de 1972, o segundo é de 1977.




BOKO MOKO

Boko Moko foi uma criação de Sérgio “Arapuã” de Andrade, jornalista, publicitário e especialista em marketing político. O nome era uma variação das palavras bocó e mocó, gírias da época para se referir a pessoas com vestimenta, falas e costumes considerados antiquados ou cafonas.

O personagem principal era o Teobaldo, vivido por Roberto Marquis, e se tornou muito popular na época. Houve vários comerciais do Boko Moko, final dos anos 1960 e início dos 1970. O produto veiculado era o Guaraná Antarctica, vendido como a senha para se livrar do Boko Moko. Abaixo vemos dois desses comerciais.


Esse abaixo é muito engraçado e fez parte da série “Boko Moko através dos Séculos”.


COBERTORES PARAHYBA

Ano de 1961. Muito fofo. Produtora Lynxfilm. Trilha musical do maestro Erlon Chaves.


FARINHA LÁCTEA NESTLÉ

O comercial das “comadrinhas” é muito criativo. Ano de 1961.


TELEFONE A DISCO

Este comercial foge dos demais de hoje. É americano e instrui as pessoas a como usar os novos telefones a disco. Achei interessante.


 

----- FIM  DA  POSTAGEM  -----

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

ONDE É?

Hoje o nosso grande colaborador Helio Ribeiro mandou estas fotos de bondes para identificação. Ele me pediu para não comentar as respostas de cada visitante até o final do dia.

FOTO 1


FOTO 2

FOTO 3

FOTO 4


FOTO 5


                                                    FOTO 6


FOTO 7




quarta-feira, 28 de agosto de 2024

BICICLETAS

Embora nas últimas décadas tenha havido um aumento muito grande de bicicletas pelas ruas do Rio, principalmente após a construção de ciclovias, o ciclismo ainda não tem comparação com o que ocorre em outros países, principalmente os europeus.

Na Europa, além de vermos com muita frequência grandes grupos de ciclistas pelas estradas, se disputam as provas mais famosas do ciclismo: o "Tour de France", o "Giro d´Italia" e a "Vuelta a España" (que, para desespero dos portugueses, muitas vezes começa em Portugal).

FOTO 1: Em 1961 foi realizado o 2º Derby Ciclístico do Estado da Guanabara. Foi na distância de 140 quilômetros e durou cerca de 5 horas, percorrendo diversos bairros do Rio, desde a zona da Leopoldina até o Leblon. A saída foi no Departamento de Turismo, na Rua México, e a chegada na Av. Vieira Souto, esquina com Rua Teixeira de Melo.


FOTO 2Esta prova teve a participação de equipes de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Geris, além de ciclistas uruguaios especialmente convidados. Foi disputado o troféu “Governador do Estado da Guanabara”.

A minha impressão é que este grupo está na Glória, o que acham?


FOTO 3Eu andava muito de bicicleta nas férias em Petrópolis. Sempre alugadas numa loja que ficava bem perto da fábrica da cerveja Bohemia. Nos anos 60 ganhei esta maravilhosa Monark com a qual ia para o colégio, em Botafogo. 
Pedalava em frente à Favela da Catacumba, depois pelo Humaitá e Botafogo, em um tempo que o trânsito era mais seguro e se respeitavam as bicicletas.


FOTO 4A Av. Atlântica, antigamente, era um bom lugar para se pedalar, como veremos em várias fotos de hoje. Como era estreita a calçada e como as pedras portuguesas estavam bem cuidadas.

Ao fundo, entre a moça e o ciclista, uma antiga carrocinha de lixo, provavelmente com o vassourão e duas palhetas de metal (utilizadas para jogar dentro da carrocinha o lixo recolhido - quem se lembra?).

Em primeiro plano o banco de pedra, pichado com o nome de "Yeddo Fiuza" (este político foi Prefeito de Petrópolis e, em 1946, candidato comunista à Presidência da República contra dois militares - o Marechal Eurico Gaspar Dutra e o Brigadeiro Eduardo Gomes, obtendo 9,7% dos votos válidos). No muro do terreno da esquina, outra pichação: "Brigadeiro". Completa a foto a tradicional bicicleta, sem marchas, típica da época.


FOTO 5Em meados do século passado eram comuns os desfiles estudantis pelo centro da cidade. Esta foto mostra o "Batalhão de Ciclistas" do Colégio Santo Inácio. Havia um tipo de "Serviço Militar" naquele colégio na primeira metade do século XX.


FOTO 6Em frente ao Lido os três ciclistas pedalam sem preocupações. Curioso é ver pessoas de terno passeando pela calçada junto da areia.


FOTO 7: Lembram que as bicicletas para mulheres, para facilitar o uso com saias, tinham o quadro rebaixado ou inexistente?



segunda-feira, 26 de agosto de 2024

FEIRA DO LIVRO

Comecei a frequentar a "Feira do Livro" na década de 1960. Se bem me lembro foi na Cinelândia, na Praça Floriano.

Os diversos livreiros armavam muitas barraquinhas de madeira e vendiam livros novos e usados por preços com significativo desconto.

Tempos depois a "Feira do Livro" foi reproduzida em diversas praças do Rio.


FOTO 1: Esta foto, garimpada pelo Nickolas, mostra a "Feira do Livro" na Praça Serzedelo Correia, em Copacabana. Era uma tentação, pois como meu consultório era perto. Sempre que estava instalada ali não havia como não comprar muitos livros.

FOTO 2: Como resistir a comprar a coleção dos livros de Monteiro Lobato lidos na infância? Estavam todos ali, com a capa dura da edição de tantos anos atrás.


FOTO 3: Na hora do almoço a Praça Floriano lotava. Muitos aproveitavam o tempo livre para comprar livros. Na época da foto, anos 60, as roupas para ir à "cidade" eram bastante formais.


FOTO 4: Na "Feira do Livro" de 1964, na Praça N.S. da Paz, em Ipanema, o menino pede à mãe para comprar um livro. Desde cedo a leitura de livro deve ser incentivada, principalmente com o exemplo dos responsáveis.

Na foto o menino usa as famigeradas botas ortopédicas que, décadas depois, foram abandonadas pelos ortopedistas, tal como aconteceu com os otorrinolaringologistas que deixaram de operar as amígdalas das crianças.


FOTO 5: Foi numa "Feira do Livro" que comprei por um preço muito barato 20 volumes, de capa dura, do escritor alemão Karl May. A biblioteca do Colégio Santo Inácio tinha alguns livros dele, inclusive a trilogia inicial de Winnetou.

Karl May escreveu sobre o Oeste americano e sobre viagens pelo Oriente, com uma riqueza de detalhes impressionante, embora nunca tenha viajado. Os livros de aventuras na América do Sul são mais fracos.

Sobre o "Velho Oeste" escreveu, além dos de Winnetou, outros como "Old Surehand". O grande amigo de Winnetou era o "Mão de Ferro" (um herói alemão que era invencível). Sobre o Oriente escreveu títulos como "Pelo Curdistão Bravio", "Na Terra do Mahdi", "Laranjas e Tâmaras", "De Bagdá a Istambul".


FOTO 6: Foto de uma cidade muito mais tranquila, com crianças interessadas na leitura. Tempo em que não havia a ditadura do celular.



FOTO 7: Vendo a foto vemos um outro mundo. Interesse pelos livros, gente bem vestida. Ao fundo, também interessante, o cartaz do Teatro Rival com a peça "Mulheres na Bossa Nova".

Atualmente, além da "Bienal do Livro" no Riocentro, acho que há ainda algumas "Feira do Livro" em praças da cidade, embora com menos barraquinhas e menos público.