quarta-feira, 18 de outubro de 2017

AVENIDA ATLÂNTICA





 
Hoje temos fotos colorizadas pelos mestres Conde di Lido e Nickolas Nogueira com o tema “Avenida Atlântica”.
Foto 1: os simpáticos automóveis serão identificados pelos especialistas.
Foto 2: estamos na altura da Rua Santa Clara, vendo na esquina o prédio onde funcionou a Biblioteca Thomas Jefferson. Bons tempos em que as bicicletas não precisavam ficar acorrentadas em postes.
Foto 3: vemos a Avenida Atlântica na década de 30, poucos anos depois de surgirem os primeiros edifícios de apartamentos. Contam os historiadores que  foi após a construção do Copacabana Palace que isto aconteceu. Com a valorização do bairro e em especial da vizinhança do hotel, a Empresa de Construções Civis estabeleceu como uma das condições para a venda de terrenos entre as ruas Belfort Roxo e República do Peru, a destinação exclusiva à edificação dos prédios de apartamentos, o que havia de mais moderno nessa época em questão de padrão habitacional. Outras quadras da empresa destinavam-se exclusivamente a casas de aluguel, pois a intenção da companhia era defender a estética do bairro, porque considerava ser lamentável verificar que se encontravam pequenos prédios sufocados entre colossais edifícios. A arquitetura desses prédios de apartamentos era concebida como a das residências da época. Os edifícios tinham entradas "nobres" e de "serviço", as dependências de empregados ficavam o mais afastado possível dos cômodos da família, às vezes no andar superior do edifício. Os apartamentos tinham salas de visita e de jantar, saletas e amplos quartos. Pisos de mármore, decorações em gesso em alto-relevo, cristais lapidados, lambris de madeira, enfim, materiais nobres. Outra característica dos primeiros prédios, eram os quartos que ficavam em posição privilegiada na fachada, tomando o maior sol possível, com a sala normalmente no centro e com as janelas para a lateral ou fundos. Quanto ao prédio de quatro andares e torre, segundo o livro "Copacabana" editado pela João Fortes, tratava-se do edifício de apartamentos de propriedade de Rocha Miranda, Filhos & Cia. Ltda, construído pelo engenheiro Eduardo Pederneiras, em 1924, na esquina da Rua Siqueira Campos.
Foto 4: um avião evolui na Praia de Copacabana em 1959.
Foto 5: o local, do mais puro art-déco, possivelmente é o bar do Hotel Luxor, no quarteirão entre as ruas Figueiredo Magalhães e Santa Clara, por ter sido o único hotel com linhas déco na orla do bairro até sua reforma nos anos 70, onde ganhou a fachada de vidro que está lá até os dias de hoje. A foto da LIFE, mostra que os músicos há muitas décadas tentam descolar alguns trocados dos frequentadores dos bares da orla. Certamente a música era de melhor qualidade do que atualmente.

20 comentários:

  1. Achei que iria sofrer com o cabriolé da foto 1, mas não, matei de cara. Ford Eifel 1938, um produto da Ford de Colônia, Alemanha. Ou Ford Köln, que depois produziria os caminhões FK e eu só descobri agora em 2017 a formação das duas letras. O carro preto é um Chevrolet 49-50, provavelmente de um coronel do Exército, passeando a essa hora da manhã. No cantinho, um rabo-de-peixe de Cadillac e o final de uma camionete Chevrolet 51. Na foto 2, um sedã duas portas Chevrolet Fleetmaster Town Sedan verde, com frisos de Fleetline, enquanto um bem colorizado Ford 1951 bege repousa atrás de um Citroën devidamente preto.

    ResponderExcluir
  2. Dois mestres da colorização. Pena que o Conde di Lido tenha se aposentado, mas o Nickolas está cada vez melhor. Parabéns para eles.
    Acho que os do violão incomodavam muito menos que o pessoal do pagode de hoje em dia. Era uma época em que ainda era possível desfrutar dos bares da orla sem ser ameaçado.
    Tenho saudades desta avenida Atlântica com calçada estreita, mão dupla, menos gente. Era muito mais acolhedora.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom ver Copacabana na concepção destes dois craques da colorização e melhor ainda ver o bairro muito longe do que é hoje.Copacabana merecia melhor sorte.Esta entregue ao Deus dará com uma bagunça generalizada entre camelôs e trombadinhas e uma profusão de comércio mequetrefe comandando pelas farmácias. Sem falar em outras mazelas que normalmente são citadas aqui,mas que desconheço. Como admirador do bairro que já foi o mais famoso do país só tenho a lamentar.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não é sem razão que o bairro possui o maior número de idosos. Ou será que o bairro possui muitas farmácias porque tem um grande número de idosos? É a polêmica de que veio primeiro: "ovo ou a galinha".

      Excluir
  4. O Plinio tem razão. Bons tempos e a colorização muito boa como sempre. Na foto 5 eles tocam na hora do almoço ou no lanche ?

    ResponderExcluir
  5. Fotos incríveis! Tem tudo o que a galera gosta: Copacabana, Art Déco, carros, colorização bem feita, nuances geo-urbanísticas (seja lá o que for...), ou seja, tudo nos trinques para um show de comentários imperdíveis!

    A foto do bar do Luxor também é de 1959? Se for, já existia a Bossa Nova, mas aquele cavaquinho ali sugere que o repertório era de samba tradicional mesmo.

    ResponderExcluir
  6. Em primeiro lugar, considerando o comentário de 08:54, qual o bairro mais famoso do país? Se alguém acha que é Ipanema está enganado. Na última pesquisa da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis-ABIH Copacabana é ainda o destino mais procurado pelos turistas nacionais e estrangeiros. Além disso, em conversa com alguns turistas, iniciativa que pratico regularmente, tenho ouvido comentários de decepção com o bairro de Ipanema que, segundo os mesmos turistas, não apesenta nada de especial além de sua bela praia e dos altos preços do seu comércio. E quanto à maior queixa sobre Copa, a violência, as novas iniciativas de policiamento tem produzido bons resultados com a diminuição dos altos índices antes apresentados.

    Também concordo com o Plínio com relação aos grupos de pagode que incomodam mais do que alegram os frequentadores da orla e adjacências. Mas com essa vida difícil de todos para os músicos não é diferente, e os tempos mudaram para pior o gosto popular. Como curiosidade me lembrei de um sujeito que lá pelos anos '80 circulava pela orla com um violão. Passava pelas mesas e pedia dinheiro depois de sacudir (esse é o termo certo) as cordas da viola. Depois de algum tempo as pessoas perceberam que ele era um embromador e não tocava nada. Certo dia eu estava na Taberna Atlântica com a rapaziada da área quando resolvi provocar o cara. Pedi o violão emprestado e ele negou. Então mandei ele tocar alguma coisa e o cara queria me agredir. Deve estar correndo até agora pois nunca mais foi visto.

    ResponderExcluir
  7. Discordo do comentário das 8:54, já que Copacabana continua a ser o melhor lugar para se morar, já que possui todos os confortos e funcionalidades que o dinheiro pode pagar. É natural que invejosos e despeitados tentem desqualificar a "Princesinha do mar".

    ResponderExcluir
  8. Boa tarde a todos.
    Concordo com o Docastelo quando afirma de que é Copacabana o bairro mais famoso do país.
    Se conversar com qualquer estrangeiro, imediatamente irá saber de que é Copacabana e não se discute isso para desgosto dos habitantes da Estranha Cidade do Sudeste.
    Ipanema também é famosa, levada ao mundo pela música de Tom Jobim.
    É necessário dizer aqui que algumas coisas nossas são famosas no mundo inteiro.
    Não há um lugar que a pessoa chegue no planeta e fale sobre uns 5 itens do Brasil e ninguém no mundo nunca tenha ouvido falar.
    São eles: Futebol, Maracanã, Pelé, Samba, Copacabana, Ipanema, Rio de Janeiro, e Carmem Miranda, apesar desta ultima ser de origem portuguesa.
    Quanto a questão da Amazônia, é mais complicado, pois há uma corrente de pensadores, geralmente antiamericanos, que alega de que os Estados Unidos desconhecem de que a Amazônia seja brasileira. Se isso é verdade ou não, realmente não sei e nem me interessa saber.
    Penso que será motivo de conflito tal qual como na questão do avião, se sãos os irmãos Wright ou o Santos Dumont.
    Na segunda foto, o carro verde, acredito eu que seja um Studebaker, era comum o uso pelo Exército Norte Americano durante os anos 40.
    Ainda na segunda foto, interessante as duas damas, principalmente aquela que segura a bolsa.

    ResponderExcluir
  9. Como a postagem de hoje se refere ao habitat do prezado administrador desse espaço, aproveito o gancho para parabenizá-lo pelo dia de hoje.

    ResponderExcluir
  10. O Anônimo das 10.01 tem todo o direito de discordar da minha opinião,mas talvez seja um morador do bairro e possa não estar atento as mudanças por viver o dia a dia,ou seja vai se acostumando ao fatos.Como turista que em toda a vida elegeu o bairro como o preferido para qualquer viagem de recreio,sinto a decadência ali instalada.Como falei no comentário anterior,vejo de forma lamentável,pois era para mim "local".Mas temos que admitir que os tempos são outros.Não vou ficar pontuando o que aconteceu e nem tenho cacife para tal,mas a insegurança, a queda do comercio- vide lojas que desapareceram-e as mudanças de hábitos são claríssimas.Até o querido Cirandinha foi para o espaço.Um espanto!!!!

    ResponderExcluir
  11. Copacabana realmente é "a cereja do bolo" apesar de seus graves problemas. O bairro está se corroendo, assim como a maioria de seus imóveis, seus hábitos, sua falta de vagas, pelo "brilho cada vez maior", por se a capital da "saliência, da decrepitude, de eméritos anacoretas, das farmácias, e de muito mais. Mas ainda assim é enorme o fascínio que exerce, mesmo que daqui a alguns anos seja m prato feito para o Do Contra. Mesmo que tivesse condições para adquirir, não compraria um imóvel lá.

    ResponderExcluir
  12. Boa tarde a todos!
    Ótimas colorizações!
    Curioso ver (foto 2) um cidadão de paletó e chapéu conversando calmamente com outro apenas de short e descalço.
    Parabéns Dr. D'! Parabéns a todos os médicos!

    ResponderExcluir
  13. Boa tarde a todos.

    Primeiro, parabenizo o Dr. D' pelo seu dia.

    Segundo, lá no grupo comentei que na segunda foto, parecia que já estavam de olho nas "magrelas".

    Terceiro, falar mas o que sobre as colorizações do Nickolas?

    Agora um FF: ontem me aventurei pela primeira vez pelo Campo de Santana, vendo seus monumentos, a flora e a fauna (com trocadilho). Mais tarde, passei pela orla Conde.

    ResponderExcluir
  14. Boa tarde a todos. E mais uma vez a nossa querida Princesinha do Mar está na berlinda. Desta vez emoldurada pelas belas fotos colorizadas pelos mestres Nickolas e Conde de Lido.
    Muito embora o mestre Conde tenha abandonado as atividades das colorizações, após o seu fiel escudeiro Vitório ter deixado de assessorá-lo nesta empreitada, assim como tenha também abandonado sua Copacabana, trocando pelo vinho do Alentejo e as belas praias do Algarve, onde ultimamente tem desfrutado da sua aposentadoria, segundo o mestre "Cumpadi Ménêses" de 4 mil merrecas de reais.
    Realmente nesta minha última viagem pude constatar que fora do Brasil o Rio de Janeiro e Copacabana, são muito comentadas, pelas pessoas de outros países, conforme constatei em uma locadora de automóveis, onde a atendente ao saber que eu era brasileiro, falou bastante do Brasil, do RJ e Copacabana, porém ao finalizar as conversas, todos eles terminavam com a mesma frase: "Too bad, Brazilian politicians are so corrupt", "Peccato, i politici brasiliani sono così corrotti", "Una pena, que los políticos brasileños sean tan corruptos" e "Uma pena que os políticos brasileiros sejam tão corruptos".

    ResponderExcluir
  15. Já que o capixaba falou em relação as lojas que desapareceram e citou mesmo o Restaurante Cirandinha vou dar uma lembrada rápida em outras etiquetas que sumiram,como a Lachonete Gordon,O Principe,Bemoreira,Brastel,Casa Mattos,Toca do Coelho,Slopper,Gelli Barki,Mercadinho Azul,Modern Sound e outras tantas que o provedor do blog conhece melhor que ninguém.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É fato que vários tipos de comércio foram afetados pela crise. Esqueceram da Casa Cruz. E alguns citados o foram por outros motivos. A Cirandinha, por exemplo, pertencia em parte à família de Mme. Docastelo. As razões do fechamento foram outras. O que deve ser dito é que esse não é um aspecto que atinge só Copacabana. Toda a cidade foi afetada, basta observar o comércio do Centro. Os altos valores dos aluguéis, somado aos escorchantes impostos, levaram ao fechamento de tradicionais lojas. Poderia citar outros dados como o aumento da violência (as Lojas Americanas viraram alvo favorito) mas não faz parte dos fatores principais. Na realidade não só o comércio está sendo atingido. Também os moradores sofrem com o desequilíbrio das contas condominiais e o próximo aumento do IPTU poderá significar o êxodo para outros municípios. Cidades da região dos lagos já se queixam do aumento da população com pessoas oriundas do Rio, associando a isso o aumento da criminalidade http://www.folhadoslagos.com/geral/cidade/cabo-frio-aparece-como-quarta-cidade-mais-violenta-do-estado-em-atlas-da-violencia-2017.

      As cidades serranas correm o mesmo risco. O futuro dirá.

      Excluir
    2. Ainda existe Lutz Ferrando?

      O Lojista incluiu na lista a Brastel, mas acho que essa empresa fechou por causa de maracutaias. Outras finadas famosas são a Mesbla, Mappin, Ultralar, Garson (foi comprada pelas Casas Bahia), Arapuã e muitas mais...

      Excluir
  16. Isso parece ser "fora de foco" mas me sinto com o coração apertado ouvindo "Sabiá" e tudo o que ela representa. Essa sensação de "exílio" é bastante pertinente ao ler esses comentários sobre a "velha Copacabana" e tudo o que foi perdido, não só fisicamente mas também o que poderíamos ter ganho. Esse "exílio" forçado no qual vivemos merece reflexão. Fica o registro.

    ResponderExcluir
  17. Quando adolescente, quase diariamente, "pegava" umas ondas justo em frente à Biblioteca Thomas Jefferson. Antes de ir à escola à tarde.

    ResponderExcluir