segunda-feira, 23 de outubro de 2017

IGREJA DA SANTÍSSIMA TRINDADE





 
O tema hoje é a Igreja da Santíssima Trindade.
Começamos com uma estupenda colorização do Nickolas Nogueira, já publicada anteriormente no “Saudades do Rio”. A seguir vemos fotos do “site” do arquiteto Henri Sajous (anos 40), de Ralf Kicher (anos 50) e de Jim Skea (anos 2000).
A igreja foi tema, também, de um ótimo “post” no desaparecido fotolog do Terra chamado “Saudades do Rio – O Clone”, do amigo Administrador Desconhecido. Este fotolog foi criado num período de férias do meu “Saudades do Rio” e consolidou-se como um dos melhores. O Administrador Desconhecido jamais quis se identificar publicamente.
A Igreja da Santíssima Trindade foi mais uma das obras do arquiteto francês Henri Sajous, que atuou no Brasil entre 1930 e 1959, quando então retornou à França. Situada no bairro do Flamengo, localizada à Rua Senador Vergueiro nº 141, a igreja é  belíssima e tem um traço moderno que ao mesmo tempo não se afasta dos projetos tradicionais de um templo católico.
"Projecto e fiscalização Sajous architecto D.P.L.G - Carteira Prof . nº 128 D, Av Nilo Peçanha 155 - Construtor Cia. Construcções OTTINO S.A, Responsável Carlo Alfonso Ottino, Carteira Prof. nº 53 L, Construtor Licenciado - 48 Rue do Catete no 606. Iniciativa do padre Aleixo Chauvin."
Segundo a Revista Arquitetura e Urbanismo, Ano V, em janeiro/fevereiro 1940:

"Trata-se da obra de um arquiteto, que tanto pensa no conjunto, como no menor detalhe e que trata a sua obra com carinho e entusiasmo. São 21 vitrais de 1m20 de largura e 8.00 de altura. Cada um destes é dividido por uma estrutura de concreto armado muito fina, formando uma cruz entre círculos sobrepostos. Cada um destes círculos contém um vitral, cujo motivo corresponde a um dos 137 vitrais existentes na catedral de Chartres. Na nave principal 18 estátuas de 2 metros de altura, integrando-se na composição arquitetônica das colunas. Obras primas do escultor Gabriel Rispal em pedra de Chauvigny."
Quando publiquei no “Saudades do Rio” a foto de Ralf Kircher, da década de 50, transcrevi comentários que constavam de um livro sobre o Rio, em edição em quatro línguas:
“A Igreja da Santíssima Trindade, na Rua Senador Vergueiro, projeto do arquiteto francês Henri Sajous, foi construída entre o final da década de 30 e início da década de 40, de concreto armado e pedra branca. A mesma pureza de linhas caracteriza o interior, ornado de alguns santos em pedra de boa talha.
Trinity Church, built in 1938, by the French architect Henri Sajous in concrete faced with stone, is remarkable for its sobriety of line, both inside and out, and fine statuary.
L'église de la Trinité, construite en béton et pierre blanche en 1938 par l'architecte français Sajous, est de ligne très pure à l'intérieur et sobrement ornée de saints de pierre.
Dreieinigkeits kirche, 1938 vom Architekten Sajous aus Zement und weissen Stein gebaut. Ihre Linienführung im Inneren ist eindrucksvoll, die Heiligenstatuen aus Stein sehr einfach.”
O “site” do arquiteto Henri Sajous, recentemente comentado pelo João Novello, vale a pena ser visitado:
https://www.sajous-henri.com/obras%20brasil%201930%201959%20rio%20br.html
Não sei se permanece a iluminação interna, pois nós últimos anos colocaram uma iluminação externa que não realça a beleza dos vitrais.
A Igreja da Santíssima Trindade era bastante frequentada pela colônia francesa do Rio e havia uma missa especial em francês décadas atrás. Provavelmente devido ao Padre Pierre, que esteve à frente da igreja nos anos 60.
Enfim, a igreja merece ser visitada, bem como uma outra igreja vizinha, que poucos conhecem: a da Paróquia da Nossa Senhora do Monte Claro, em homenagem a  Santo Estanislau. É conhecida como a “igreja dos poloneses” e fica na Rua Marquês de Abrantes nº 215.

30 comentários:

  1. Bom dia a todos. Acho esta igreja belíssima, toda vez que passo a sua frente, tenho vontade de entrar para conhecê-la por dentro. Infelizmente eu não estou com tempo ou ela está fechada naquele momento.

    ResponderExcluir
  2. Pois é, desta vez quero ver se o Pastor vai dizer que o templo dele é maior. Belíssima Igreja mas que nos dias de hoje passa desapercebida quando passamos pela Senador Vergueiro tal é quantidade de prédio existente no entorno...

    ResponderExcluir
  3. Nunca entrei nesta igreja mas é um programa que pretendo fazer. As fotos são ótimas e a descrição é muito interessante. Quanto à igreja dos poloneses nunca reparei e acho que nunca ouvi falar. Como é curioso que se não nos chamam a atenção para certas coisas, embora passemos com frequência por elas, não percebemos.

    ResponderExcluir
  4. Nunca entrei nesse templo , algum dia quem sabe.

    ResponderExcluir
  5. Absurdo total uma bela igreja totalmente emparedada pelos prédios vizinhos, impedindo uma visão lateral. Fui batizado aí e frequentei muito quando criança. Ficava próxima à residência dos meus avós maternos. Quando adolescente, continuei frequentando, mas desta vez como membro do grupo escoteiro que funcionava na sua torre. O padre Pierre fazia parte do grupo e nós o chamávamos de padre Pedro.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A Candelária era emparedada também, basta ver uma foto dos anos 30. Um absurdo. Aliás, absurdo é haver prédio. Complica tudo, serviços e até parece que o Brasil é pequeno a ponto das pessoas ou morarem em favelas, ou em condomínios verticais.

      Excluir
  6. Bom dia a todos.

    Hoje é dia de acompanhar os comentários.

    ResponderExcluir
  7. Confesso que pouco ouvi falar sobre essa igreja com estilo que lembra o gótico. Os prédios vizinhos esconderam as laterais e mesmo a fachada praticamente só passando a pé para ver melhor.
    A região é jurisdição da quase sumida Tia Nalu e da Evelyn, que anda desaparecida dos comentários há um bom tempo.

    ResponderExcluir
  8. Excelentes fotos e a igreja parece fugir do habitual em sua arquitetura pelo menos em termos de Brasil.Lembra alguns templos que vi no exterior e de fato é bonita pacas.***Ceará,individuo,jamais poderia ter uma unidade assim.Você sabe que tarja verde é um grande espanto,pois acha que é dono do pedaço e quer milagre na hora.Como não tenho leque maior de milagres,é só o Pai Nosso,a coisa fica complicada especialmente em tempos de crise,quando a demanda de dizimistas de fato é rara.

    ResponderExcluir
  9. Acho que só o Gustavo, a tia Nalu e o Francês já entraram nesta igreja.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu também, no casamento de uma parente. Mas isso foi no final dos anos '50. A curiosidade foi o fato dela morar em frente e o carro da noiva ficar dando voltas. Foi quando um sujeito disse que seria mais prático fechar o trânsito e colocar um tapete vermelho.

      Excluir
  10. O sumiço da Tia Nalu tem explicação:eleições 2018.

    ResponderExcluir
  11. Bom dia ! Entrei nessa igreja uma única vez, mas, infelizmente, não me lembro de absolutamente nada dela. (será que o tio Alois anda me rondando ?).
    Os filhos de Ralf Kircher foram contemporâneos meus no Colégio Cruzeiro.
    Por que é que esses infelizes deputados não fazem uma lei que proiba a construção de edifícios nas proximidades dos templos ?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. WHM, achei uma foto de um grupo em festa junina no Colégio Cruzeiro em 1958. Qualquer dia público para ver se vc reconhece alguém.

      Excluir
    2. Estupendo, Dr.D, pode publicar, pois acho que vai ser um grande espanto. Saí do Colégio Cruzeiro em 1959.

      Excluir
  12. Conheço muitas igrejas mas nessa eu nunca entrei. Não deve ser uma igreja popular, já que poucos a conhecem. Em igrejas "pequenas", quem paga as contas de luz, já que possuem poucos fiéis? A Arquidiocese do Rio? A Cúria Romana? De IPTU á isenta mas e os funcionários? Nesse ponto, tire-se o chapéu para as igrejas evangélicas, pois são verdadeiras "máquinas de arrecadar dinheiro". Dizem até que o deputado Eduardo Cunha fez seu "estágio de aprendizado" em uma dessas igrejas, e olha que o homem "sabe das coisas"

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Quase todos os templos católicos são mantidos por trabalho voluntário e doações dos fiéis. As igrejas que pertencem a irmandades e ordens são mantidas pelos irmãos e as igrejas da Mitra são mantidas pela Arquidiocese.

      Excluir
  13. O treinado Rueda parece ter feito um estágio com o Zé Ruela antes de assumir o Flamengo pois está fazendo testes a cada jogo e deixando o time empacado.Contra o São Paulo escalou o Geuvânio que deve ter um padrinho muito grande pois não joga nada e já teve muitas chances.Também o novo Everton não mostrou ainda porque veio a peso de ouro e lembrar que investiram ainda no meio campo Romulo outro cabeça de bagre.Era melhor ficar com aquela doença chamada Marcio Araújo que pelo menos tem raça.Parece que nestas asneiras todas o Vasco ficou na melhor levando o Ruela para trabalhar com aquela mulambada de São Januário.No Flamengo é muita grana para pouca bola e os botafoguenses estão morrendo de rir.

    ResponderExcluir
  14. Fora de foco/ Enquanto estamos discutindo sobre as igrejas, o " couro está comendo" e uma turista espanhola morreu quando o carro em que ela estava "furou" uma blitz da P.M. Estava em um carro de "turismo" na favela e o motorista desobedeceu a ordem de parar. O disparo foi efetuado por um tenente, que já está preso. A situação lá está tensa...

    ResponderExcluir
  15. A polícia além de mal preparada deve estar apavorada com a situação. Hoje mesmo foram baleados alguns policiais lá na Rocinha. Por outro lado o que leva um turista a vir para o Rio de Janeiro que é uma cidade em guerra? Além do mais vai para uma favela sabidamente vivendo uma violência diária. E o carro ignora uma blitz policial.
    Não podia dar certo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Se aqui tivesse Governo esses tours pela favela deviam estar proibidos.

      Excluir
    2. Aí é que está o "busílis", governo tem, ainda que tráfico e governo "sejam uma só entidade"...

      Excluir
  16. Boa tarde a todos.
    Já entrei nessa igreja muitas vezes.
    A ultima foi na época das festas julinas nesse ano de 2017.
    É uma igreja bonita, porém, há que se entender de que o Brasil já não é mais um país católico como outrora.
    Hoje, muitos desses antigos templos ou estão jogados a própria sorte ou então reduziram muito da frequência de pessoas por inúmeras as razoes que não vou perder de meu tempo citando-as aqui.
    A grande maioria de seus frequentadores são idosos, geralmente de pessoas que sempre viveram no bairro do Flamengo.
    Em relação a igreja dos poloneses, confesso de que sempre tive vontade de ir, porém, ela está sempre fechada.
    Mas carrego uma dúvida sobre esse templo.
    Penso de que ela é fechada para quem não é de origem polaca. Talvez seja como as sinagogas, como a que existe na Rua Gago Coutinho em Laranjeiras onde quem não é judeu fica proibida da entrada.
    Sobre a questão do turismo em favela, não se esqueçam de que recentemente "esqueceram" de colocar isso no catálogo de turismo da cidade e logo a esquerdalha, as ONGS, a GLOBO, e as ditas "minorias privilegiadas" que de minoria não tem nada, começaram a chiar por causa disso.
    E mais: Sempre disse isso. Turista que vem ao RJ para conhecer favela é porque ele gosta de drogas e similares pois, jamais eu iria parar nos guetos de Paris só porque eu adoro a cidade.
    Não se esqueça de que o produto chave do RJ é o Made in Favela.
    Enquanto SP tem o seu parque industrial, o nosso acabou para dar vazão a essa categoria econômica. Nisso, realmente o RJ está em franco processo de expansão cada vez mais.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Wolfgang cada turista que visita uma favela, deveria ser obrigado a levar 6 famílias de favelados para a terra deles. Favela é igual câncer, a diferença é que o câncer evolui e a favela só cresce de tamanho.

      Excluir
  17. Observador de Fotologs23 de outubro de 2017 às 15:21

    Alguns garantiam que o AD,Administrador Desconhecido,era na verdade o Andre Decourt.

    ResponderExcluir
  18. Não apenas por morar em um típico bairro turístico mas penso que de todos os comentaristas que opinam neste blog eu devo ser o que teve e ainda tem maior contato com turistas, sejam nacionais ou estrangeiros. Por isso posso afirmar que quando ocorrem episódios como o dessa turista espanhola, e outros, não me surpreendo. Ao contrário, considero a crônica da morte anunciada. Canso de alertar aos que se mostram interessados em conhecer o "modus vivendi" de uma "comunidade" sobre os riscos dessa iniciativa. Considero uma bizarrice, que beira o absurdo, os "safaris" a bordo de jipões abertos organizados pelas agências para mostrar a "fauna local". Não faz muito tempo estive com uma família de Goiânia cujos filhos adolescentes queriam andar de teleférico no Alemão como se fosse um passeio pelo Disney World. Certa vez perguntei a um grupo holandês se eles conheciam outra regiões do país, como o nordeste com suas belas praias. Responderam que sim mas nada se comparava à adrenalina de conhecer uma favela no Rio. Parece que a atração pelo perigo passou a ser mais um componente para a venda de pacotes turísticos nesta cidade.

    ResponderExcluir
  19. O comentário das 18:49 é perfeito. É o cúmulo da insensatez. Um safari no Rio de Janeiro, um jipão cheio de "bwanas" irresponsáveis, não poderia ter outro resultado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não tenho pena nenhuma de turista que vai a uma favela e morre assassinado. Bem feito, quem brinca com fogo é porque não tem medo de se queimar.

      Excluir