A foto superior, de Kurt Klagsbrunn, mostra a frente do prédio da Sears,
na Praia de Botafogo, no dia de sua inauguração.
A foto inferior, do JBAN, mostra o estacionamento da Sears, em
Botafogo, no segundo andar, com entrada pela Rua Muniz Barreto. Muitas e muitas
vezes subi esta rampa, anos antes desta foto, no Kaiser da família D´. Minha
avó era freguesa assídua e ir à SEARS era considerado um grande programa por
todos nós.
A SEARS foi um choque de modernidade em nossa cidade na época da
inauguração em 1949, com um conceito de loja que já existia nos EUA desde o
século XIX com a Bloomingdale de NY.
Como já contou o Rafael Netto a SEARS era assim:
1º piso: vestuário, perfumaria e acessórios. Na entrada da Praia de
Botafogo era moda feminina, da escada rolante para trás, seção infantil do lado
da rua Alfredo Gomes e masculina no fundo da loja.
2º piso: brinquedos, seção automotiva, esportes/camping, bonbonnière,
utilidades domésticas, fogões/geladeiras e cozinhas planejadas (e mais alguma
coisa que eu posso estar esquecendo) A seção automotiva era no
"canto" onde ficava a entrada do estacionamento. Entrando na loja a
área esportiva/camping e em frente a ela a seção de brinquedos (com a parede
tomada de bonecas até o alto). Em frente à escada rolante a bonbonnière (com a
famosa pipoca naquela máquina que tinha uma bola de ping-pong dentro) e do
outro lado utilidades domésticas. O fundo da loja (a parte virada para a Praia
de Botafogo) eram as cozinhas planejadas.
3º piso: Discos, som/TV, tapetes, decoração e móveis. Nos anos 80 do
outro lado ficavam os computadores (CP 500, TK 2000 e outros). Caixa central e
lanchonete. A escada rolante acabava deixando um grande vão livre, a parte do
fundo (na direção do estacionamento) era a enorme seção de móveis (acho que não
existe nenhuma loja atual que tenha algo parecido), de um lado da escada
rolante discos e som/TV, do outro decoração e tapetes. A caixa central era
virada para a Praia de Botafogo, com janelas. A lanchonete ficava no caminho
entre a caixa e a escada que descia até a entrada da Praia de Botafogo e fechou
nessa época.
4º piso: escritórios (folha de pagamento, contabilidade, gerência
geral, etc.)
5º piso: depto. pessoal, refeitório
6º piso: telefonista, dentista e outras utilidades
7º piso: estoque
8º piso: restaurante A Camponesa (fechou por volta de 1980) e estoque
P. Stilpen lembra de duas coisas interessantes: 1) uma máquina que
permitia que você visse seus pés dentro de um sapato (como raios X) que
desejava adquirir; 2) do show do Roy Rodgers e da Dale Evans, no estacionamento
do 2º andar, com entrada, hot-dogs, pipoca e Coca-Cola grátis. Creio que em
meados da década de 1950.
O JBAN se recorda da doca de carga na fachada lateral para a Rua
Alfredo Gomes. Todos os dias entravam aqueles caminhões verdes de marcha-a-ré
para descarregar mercadorias, sem atrapalhar o trânsito.
O Plinio se lembra do estacionamento do segundo andar: Mal o carro
parava eu já saltava correndo para abrir aquela pesada porta (pelo menos para
as crianças) que dava entrada à loja, bem junto de onde se vendia pneus.
Brincar na escada rolante, tomar Coca-Cola com torrada Petrópolis na
lanchonete, tudo era divertido.
Cristina Coutinho fala do cheiro de pipoca, do friozinho do ar
condicionado e das subidas e descidas pelas escadas rolantes que nos
transportava para variados mundos, tudo isso, tão marcante, faz com que até
hoje me refira à "rua da Sears", ao "shopping no lugar da
Sears". Tenho uma foto com o Papai Noel da Sears. A última compra que fiz
foi uma bicicletinha de presente para um filho. Comprei às vésperas de seu
fechamento.
O Richard disse: Memória olfativa
é das melhores que ficaram. Lembro-me bem do aparelho de Raio X para se
ver o pé dentro do sapato. Era o máximo! Calça jeans da Sears, ferramentas
Craftsman (marca própria), pipoca e milhões de outras coisas faziam essa loja
ser a melhor!"
FlavioM: Alguns detalhes que pedem destaque, porque eram quase
exclusividade da Sears: os equipamentos de som para carros, a seção de
ferramentas, o "clube do disco" (ou coisa parecida), acumulando
créditos para compra de um disco grátis a cada 10 (era isso?), os boxes para
instalação dos pneus, ao lado das baias de descarga, os descontos fantásticos
quando eles resolviam renovar o estoque ("Semana do Tapete", p.ex.),
milk-shake ou waffles na lanchonete, uma das maiores áreas de brinquedos da
cidade, e vai por aí afora...
A Milu lembra que o corredor de acesso ao estacionamento era mostruário
de pneus e ao fim dele, já entrando na loja, rádios automotivos. Dobrava-se à
esquerda dando de frente para a seção de brinquedos, e poucos passos adiante
chegava-se ao corredor principal da loja, com os brinquedos de um lado e
barracas de camping do outro. A bonbonnière e pipoqueira ficava mais a frente,
na altura das escadas rolantes, do mesmo lado do camping (lado da Alfredo
Gomes).
A Nalu se entrega: ficou a lembrança de que na seção de discos
matávamos aula nas cabines, para onde levávamos os discos que escolhíamos e
escutávamos. E claro, nunca vou esquecer do cheiro e do gosto das maravilhosas
castanhas do caju quentinhas e salgadinhas que papai comprava para nós.
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