A primeira foto de hoje, do acervo do F. Patrício, mostra um aspecto da
construção do Hotel Nacional, obra realizada a partir de 1968, em São Conrado,
segundo projeto de Oscar Niemeyer. A segunda foto é do desaparecido Manolo,
talvez de 1973. A construção do hotel deu-se a partir de um grande cilindro de
concreto onde "penduravam-se" as lajes radialmente. É o mesmo
processo que foi utilizado na construção do edifício do Clube da Aeronáutica e
do prédio do BNDES. A concretagem é feita com formas de aço deslizante, em processo muito
rápido, e as lajes são bandejas apoiadas somente no centro, sem colunas nas
pontas.
Após muitos anos de sucesso ficou abandonado e agora reabriu sob a
bandeira Meliá. Pertencia inicialmente à Rede Horsa, do empresário José Tjurs,
tinha 510 quartos,
um grande centro de convenções e em seu teatro se apresentaram grandes
artistas. Abandonado desde 1995, foi a leilão várias vezes para, segundo
consta, saldar as dívidas da Interunion Capitalização.
Como a maioria dos projetos do Niemeyer o Hotel Nacional é muito bonito
visto de fora, mas deve ter muitos problemas de instalação de suas utilidades.
A manutenção predial deste prédio redondo apresenta sempre singularidades e a cada problema
apresentado a abordagem é peculiar, a começar pelos elevadores, mobiliário para
quartos, e por aí vai. Problema maior é a insolação, pois como tudo é de vidro
e a fachada é total e redonda, a turma da climatização sofre por conta de
tentar equilibrar as temperaturas internas. A cada momento do dia o sol se
posiciona em pontos diferentes e a temperatura de cada cômodo muda
drasticamente em pouco tempo e o AC tem "suar" para conseguir um
equilíbrio imediato.
Inúmeros eventos foram aí realizados tais como formaturas (de vários
comentaristas do “Saudades do Rio” como a Nalu, o Rafa e a Dra. Evelyn),
convenções, congressos médicos, feira de informática, o Free Jazz Festival,
peças de teatro, shows musicais, noite de núpcias (inclusive a do Conde di
Lido), badalação na boate Mikonos, feijoadas em seus restaurantes.
Ainda ontem O Globo publicou reclamações de vizinhos por conta do barulho de compressores de ar-condicionado. Instalados com licença provisória da Prefeitura para atender à demanda das Olimpíadas, com a promessa de solução do problema logo após, permanecem lá até hoje. Coisas do Brasil.
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