Com
esta fotografia de 1965, inédita para mim, relembramos a SEARS. Deve ter sido um dia de liquidação dada a
multidão que vemos.
Foi
um choque de modernidade em nossa cidade na época da inauguração em 1949, com
um conceito de loja que já existia nos EUA desde o século XIX com a
Bloomingdale de NY.
Segundo
o prezado Rafael Netto e outros comentaristas do "Saudades do Rio" a
SEARS era assim:
1º piso: vestuário, perfumaria e acessórios.
Na entrada da Praia de Botafogo era moda feminina, da escada rolante para trás,
seção infantil do lado da rua Alfredo Gomes e masculina no fundo da loja.
2º piso: brinquedos, seção automotiva, esportes/camping,
bonbonnière, utilidades domésticas, fogões/geladeiras e cozinhas planejadas (e
mais alguma coisa que eu posso estar esquecendo) A seção automotiva era no
"canto" onde ficava a entrada do estacionamento. Entrando na loja a
área esportiva/camping e em frente a ela a seção de brinquedos (com a parede
tomada de bonecas até o alto). Em frente à escada rolante ficava a bonbonnière
(com a famosa pipoca) e do outro lado utilidades domésticas. O fundo da loja (a
parte virada para a Praia de Botafogo) eram as cozinhas planejadas.
3º piso: Discos, som/TV, tapetes, decoração e
móveis. Caixa central e lanchonete. A escada rolante acabava deixando um grande
vão livre, a parte do fundo (na direção do estacionamento) era a enorme seção
de móveis (acho que não existe nenhuma loja atual que tenha algo parecido), de
um lado da escada rolante discos e som/TV, do outro decoração e tapetes. A
caixa central era virada para a Praia de Botafogo, com janelas. A lanchonete
ficava no caminho entre a caixa e a escada que descia até a entrada da Praia de
Botafogo e fechou nessa época.
4º piso: escritórios (folha de pagamento,
contabilidade, gerência geral, etc.)
5º piso: depto. pessoal, refeitório
6º piso: telefonista, dentista e outras
utilidades
7º piso: estoque
8º piso: restaurante A Camponesa (fechou por
volta de 1980) e estoque
P.
Stilpen já lembrou de duas coisas interessantes: uma máquina que permitia que
você visse seus pés dentro de um sapato (como raios X) que desejava adquirir. E
do show do Roy Rodgers e da Dale Evans, no estacionamento do 2º andar, com
entrada, hot-dogs, pipoca e Coca-Cola grátis. Creio que em meados da década de
1950.
O
JBAN já mencionou a doca de carga na fachada lateral para a Rua Alfredo Gomes.
Todos os dias entravam aqueles caminhões verdes de marcha-a-ré para descarregar
mercadorias, sem atrapalhar o trânsito.
O
Plinio certa vez falou sobre o estacionamento do segundo andar: "Mal o
carro parava eu já saltava correndo para abrir aquela pesada porta (pelo menos
para as crianças) que dava entrada à loja, bem junto de onde se vendia pneus.
Brincar na escada rolante, tomar Coca-Cola com torrada Petrópolis na
lanchonete, tudo era divertido."
Cristina
Coutinho sentia falta do "cheiro de pipoca, do friozinho do ar
condicionado e das subidas e descidas pelas escadas rolantes que nos
transportava para variados mundos, tudo isso, tão marcante, faz com que até
hoje me refira à "rua da Sears", ao "shopping no lugar da
Sears". Tenho uma foto com o Papai Noel da Sears. A última compra que fiz
foi uma bicicletinha de presente para um filho. Comprei às vésperas de seu
fechamento."
O Richard disse: "Memória olfativa é das
melhores que ficaram. Lembro-me bem do aparelho de Raio X para se ver o pé
dentro do sapato. Era o máximo! Calça jeans da Sears, ferramentas Craftsman
(marca própria), pipoca e milhões de outras coisas faziam essa loja ser a
melhor!"
FlavioM:
Alguns detalhes que pedem destaque, porque eram quase exclusividade da Sears:
os equipamentos de som para carros, a seção de ferramentas, o "clube do
disco" (ou coisa parecida), acumulando créditos para compra de um disco
grátis a cada 10 (era isso?), os boxes para instalação dos pneus, ao lado das
baias de descarga, os descontos fantásticos quando eles resolviam renovar o
estoque ("Semana do Tapete", p.ex.), milk-shake ou waffles na
lanchonete, uma das maiores áreas de brinquedos da cidade, e vai por aí
afora...
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