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sábado, 22 de julho de 2017

DO FUNDO DO BAÚ: FALCÃO NEGRO


 
Hoje é sábado, dia da série “DO FUNDO DO BAÚ”. E de lá sai esta foto do Falcão Negro, herói dos anos 50 na TV Tupi, canal 6, do Rio de Janeiro. A foto seria do Gilberto Martinho que estrelava a série no Rio ou do José Parisi, que o fazia em São Paulo?
As aventuras eram escritas por Péricles Leal que abusava da astúcia de seu personagem e lhe dava capacidades quase sempre ilimitadas. Perdemos a conta de quantas espadas o Falcão Negro enfiou embaixo do braço dos vilões.
Dentre estes destacava-se o Dary Reis, cujo personagem era odiado pelas crianças.
Um episódio inesquecível foi quando o cenário caiu e, como o programa era apresentado ao vivo, o Falcão Negro ficou segurando o cenário até a direção perceber e entrar com o intervalo.
A namorada do Falcão Negro era a Lady Bela.
Certo comentarista do “Saudades do Rio” já confessou que obrigou a mãe a comprar a fantasia do Falcão Negro exposta na vitrine da loja Silhueta Infantil. Outro não deixava de ir na Padaria Benamor, que vendia um bolo temático com o Falcão Negro. Suas identidades serão preservadas...
Alguém já contou como exemplo de improviso a história sobre um dos figurantes que já tinha um certo temor de enfrentar o jeito naturalista com que Gilberto Martinho, utilizava sua espada. Já escolado com as estocadas que levava toda semana, resolveu radicalizar. Não deixava mais Martinho aproximar-se em cena. Certo dia, marcado para morrer pela espada maldita, o figurante manteve sua determinação. Falcão Negro puxou a arma, apontou-a para o figurante e soltou a frase clichê: “Morra, miserável!”. Antes que a espada tocasse o corpo do ator, ele pulou para trás escapando do golpe mortal. No entanto, ator consciente, o tal figurante, mesmo fugindo da estocada, respeitou a marcação e caiu morto. A cena teria ficado incompreensível, não fosse a presença de espírito de Gilberto Martinho que, mesmo surpreso diante da reação inesperada do inimigo, alterou o diálogo com precisão: – Quer dizer que, além de miserável, és cardíaco?
A série ganhou uma versão em quadrinhos que estreou em 1958, pela editora Garimar e foi desenhada por Getúlio Delphin, Walter Peixoto e Fernando de Lisboa.
Também memorável foi aquela cena em que um arqueiro dispara sua flecha contra o herói, a câmera move-se mais depressa que o esperado e flagra o contra-regra cravando a seta na parede de papelão ao lado do Falcão Negro e se abaixando rápido para escapar do mico...
O tema de abertura, salvo engano, e o Ivanhoé de Miklos Rozsa, copiado na maior cara de pau.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

VIADUCTO DE SÃO DIOGO



Mais uma colorização do Reinaldo Elias, do “Colorizando o Passado”.
Vemos o Viaducto de São  Diogo - Ponte dos Marinheiros.
O texto referente à primeira foto, de Heliete Fonseca, fala da primitiva Aguada dos Marinheiros, onde os navios entravam pelo mangal de São Diogo a fim de se reabastecer das águas até então límpidas do Rio Comprido. que desciam pelas fraldas do Maciço da Tijuca, sendo irmãs das do Rio carioca.
Com o progresso e a expansão da cidade para São Cristóvão, foi construída na região uma ponte ultrapassando o rio na altura de uma das pistas da atual Av. Pres. Vargas (pista sentido Zona Norte), no leito da antiga Rua Senador Euzébio.

A primeira versão da ponte foi construída pelo grande Marquês do Lavradio e reformada e ampliada por D. João VI. Nos seus primórdios contava com um posto da guarda que, com cancelas, fechava aquela entrada da cidade. Foi por ela que os corsários de Duclerc invadiram a cidade vindo de Guaratiba.
A segunda e a terceira foto mostram uma panorâmica da área, já com parte do Viaduto dos Marinheiros construído.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

SEARS

Com esta fotografia de 1965, inédita para mim, relembramos a SEARS.  Deve ter sido um dia de liquidação dada a multidão que vemos.
Foi um choque de modernidade em nossa cidade na época da inauguração em 1949, com um conceito de loja que já existia nos EUA desde o século XIX com a Bloomingdale de NY.
Segundo o prezado Rafael Netto e outros comentaristas do "Saudades do Rio" a SEARS era assim:
 1º piso: vestuário, perfumaria e acessórios. Na entrada da Praia de Botafogo era moda feminina, da escada rolante para trás, seção infantil do lado da rua Alfredo Gomes e masculina no fundo da loja.
 2º piso: brinquedos, seção automotiva, esportes/camping, bonbonnière, utilidades domésticas, fogões/geladeiras e cozinhas planejadas (e mais alguma coisa que eu posso estar esquecendo) A seção automotiva era no "canto" onde ficava a entrada do estacionamento. Entrando na loja a área esportiva/camping e em frente a ela a seção de brinquedos (com a parede tomada de bonecas até o alto). Em frente à escada rolante ficava a bonbonnière (com a famosa pipoca) e do outro lado utilidades domésticas. O fundo da loja (a parte virada para a Praia de Botafogo) eram as cozinhas planejadas.
 3º piso: Discos, som/TV, tapetes, decoração e móveis. Caixa central e lanchonete. A escada rolante acabava deixando um grande vão livre, a parte do fundo (na direção do estacionamento) era a enorme seção de móveis (acho que não existe nenhuma loja atual que tenha algo parecido), de um lado da escada rolante discos e som/TV, do outro decoração e tapetes. A caixa central era virada para a Praia de Botafogo, com janelas. A lanchonete ficava no caminho entre a caixa e a escada que descia até a entrada da Praia de Botafogo e fechou nessa época.
 4º piso: escritórios (folha de pagamento, contabilidade, gerência geral, etc.)
 5º piso: depto. pessoal, refeitório
 6º piso: telefonista, dentista e outras utilidades
 7º piso: estoque
 8º piso: restaurante A Camponesa (fechou por volta de 1980) e estoque
P. Stilpen já lembrou de duas coisas interessantes: uma máquina que permitia que você visse seus pés dentro de um sapato (como raios X) que desejava adquirir. E do show do Roy Rodgers e da Dale Evans, no estacionamento do 2º andar, com entrada, hot-dogs, pipoca e Coca-Cola grátis. Creio que em meados da década de 1950.
O JBAN já mencionou a doca de carga na fachada lateral para a Rua Alfredo Gomes. Todos os dias entravam aqueles caminhões verdes de marcha-a-ré para descarregar mercadorias, sem atrapalhar o trânsito.
O Plinio certa vez falou sobre o estacionamento do segundo andar: "Mal o carro parava eu já saltava correndo para abrir aquela pesada porta (pelo menos para as crianças) que dava entrada à loja, bem junto de onde se vendia pneus. Brincar na escada rolante, tomar Coca-Cola com torrada Petrópolis na lanchonete, tudo era divertido."
 
Cristina Coutinho sentia falta do "cheiro de pipoca, do friozinho do ar condicionado e das subidas e descidas pelas escadas rolantes que nos transportava para variados mundos, tudo isso, tão marcante, faz com que até hoje me refira à "rua da Sears", ao "shopping no lugar da Sears". Tenho uma foto com o Papai Noel da Sears. A última compra que fiz foi uma bicicletinha de presente para um filho. Comprei às vésperas de seu fechamento."
 O Richard disse: "Memória olfativa é das melhores que ficaram. Lembro-me bem do aparelho de Raio X para se ver o pé dentro do sapato. Era o máximo! Calça jeans da Sears, ferramentas Craftsman (marca própria), pipoca e milhões de outras coisas faziam essa loja ser a melhor!"
FlavioM: Alguns detalhes que pedem destaque, porque eram quase exclusividade da Sears: os equipamentos de som para carros, a seção de ferramentas, o "clube do disco" (ou coisa parecida), acumulando créditos para compra de um disco grátis a cada 10 (era isso?), os boxes para instalação dos pneus, ao lado das baias de descarga, os descontos fantásticos quando eles resolviam renovar o estoque ("Semana do Tapete", p.ex.), milk-shake ou waffles na lanchonete, uma das maiores áreas de brinquedos da cidade, e vai por aí afora...

quarta-feira, 19 de julho de 2017

MALANDROS & CAMELÔS

 
A foto é de 1960 e vemos a parte traseira da Igreja de São Francisco de Paula. Salvo engano é a Rua do Teatro.
Podemos observar uma das famosas aglomerações que se formam em muitos pontos do centro da cidade.
Poderia ser uma pequena banca de camelô ou de jogo do bicho ou ainda um grupo de malandros à cata de incautos.
Até hoje, décadas depois, há rodinhas para jogo de "porrinha", pois "patos" não faltam.
É famoso e comum, também, o jogo das três tampinhas: sobre um tabuleiro uma bolinha é colocada debaixo de uma das tampinhas e o malandro começa a movimentar as peças. Sem que ninguém perceba, com muita habilidade, ele retira a bolinha e a esconde entre os dedos. No momento em que ele puxa outra tampinha, a bolinha é colocada por baixo dela. A partir daí a pessoa segue a tampinha errada.
A tática é a mesma de sempre: deixar ganhar nas primeiras rodadas e depois depenar o incauto que, à primeira vista, achava que iria ganhar. Geralmente são três malandros, com dois atuando como falsos apostadores para atrair e distrair o público. Em algumas rodadas estes dois ganham enquanto os verdadeiros apostadores sempre perdem.
Na foto ainda é possível observar a interessante moda da época, onde ainda se destacavam os ternos de linho branco.

terça-feira, 18 de julho de 2017

ENCHENTES


 
Para hoje está prevista a chegada de uma grande massa polar, com queda acentuada da temperatura e muita chuva.
Que não sejam como estas ocorridas em 1967 e 1971, que deixaram um rastro de destruição na Tijuca e na Estrada Grajaú-Jacarepaguá.
E que a Prefeitura não seja surpreendida como recentemente aconteceu com uma enchente que paralisou a cidade ou com uma ressaca há algum tempo.

segunda-feira, 17 de julho de 2017

ESTÁDIO DE SÃO JANUÁRIO




 
As fotos de hoje mostram o Estádio de São Januário: a construção do parque aquático, a tribuna social e a arquibancada (onde ficavam as cabines de rádio) em 1957, além de  uma corrida no entorno do estádio em data incerta.
Este estádio, construído em menos de 11 meses (a pedra fundamental foi lançada em 6 de junho de 1926), foi inaugurado em 21 de abril de 1927 com o jogo Vasco 3 x 5 Santos e era o maior do Rio de Janeiro até a construção do Maracanã.
São Januário foi fundado graças a um fantástico esforço dos próprios vascaínos, que fizeram uma campanha para arrecadar dinheiro para a compra de um bom terreno em São Cristóvão. A etapa seguinte foi arrecadar uma quantia que fosse suficiente para a construção do estádio. Em apenas 11 meses o Estádio Vasco da Gama ficava pronto.

O estádio é a principal sede do Vasco. Construída numa área de 56 mil metros quadrados e situada à Rua General Almério de Moura, 131, no atual bairro Vasco da Gama, o complexo conta com estádio, ginásio, parque aquático e setor administrativo. A fachada é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Os refletores do estádio foram inaugurados em 31 de março de 1928, no jogo entre Vasco e Wanderers, do Uruguai. Os cruzmaltinos venceram por 1 a 0.
Entre 1927 e 1950 (ano da inauguração do Maracanã), o estádio do Vasco foi o maior do Rio de Janeiro. Entre 1927 e 1940 (ano da inauguração do Pacaembu), São Januário foi o maior do Brasil e entre 1927 e 1930 (ano da inauguração do Estádio Centenário, em Montevidéu, Uruguai) foi o maior da América do Sul.
Assisti a alguns jogos do Flamengo neste estádio, na década de 70. Num deles foi 1x0 para o Flamengo, gol do Paulo Cesar Caju. Noutro foi 1x0 Vasco, acho que na estreia do Dario no Flamengo. E um outro, de juvenis, por volta de 1960, em que o Flamengo venceu por 1x0, gol do Gerson, futuro canhotinha de ouro.
Este estádio também foi palco dos famosos “1º de Maio” de Getúlio Vargas.

domingo, 16 de julho de 2017

DOMINGO NO JARDIM DE ALÁ




 
Neste domingo de julho que promete ser mais um dia esplendoroso no Rio, com sol e temperatura agradável, um bom programa é levar as crianças para um passeio pelo Jardim de Alá.
Ali elas podem passear de charrete, andar a cavalo, dar uma volta no carrinho puxado por bode, como fizeram nos anos 50 meus amigos Odone e Ana Vera.
Achei que o Odone ficou parecendo o Dr. Heron Robledo, montado no "Molenga". A qualquer momento ele vai se transformar no "Cavaleiro Negro" e o "Molenga" vai virar o "Satã", para combater os bandidos na fronteira do Leblon e de Ipanema.
Nesta época havia, também, um circo que era armado na Rua Afranio de Melo Franco, outro motivo de diversão para as crianças naquela região.
Os jardins do Calabouço, projetados por Agache, foram reinterpretados e implantados em Ipanema, em torno do canal do Jardim de Alá, pelo paisagista David Xavier de Azambuja, sob as ordens do Prefeito Henrique Dodsworth. O estilo arquitetônico "art déco" do original é perfeitamente identificável neste parque, no qual a Prefeitura procurava criar um lugar romântico, com cais e gôndolas para passeios na Lagoa. Foi inaugurado em 1938, quando fazia sucesso nos cinemas do Rio o filme "Jardim de Alah", com Marlene Dietrich, que acabou dando nome ao lugar.
O Jardim de Alá é formado, hoje, por um conjunto de três praças. Embora os cariocas chamem todo o conjunto de Jardim de Alá, oficialmente são identificadas como as praças Grécia, Paul Claudel e Saldanha da Gama.