sábado, 26 de agosto de 2017
sexta-feira, 25 de agosto de 2017
NAUFRÁGIO DO SAN MARTIN
quinta-feira, 24 de agosto de 2017
BONDE 13 - IPANEMA
quarta-feira, 23 de agosto de 2017
ENGARRAFAMENTOS
terça-feira, 22 de agosto de 2017
INCÊNDIO EDIFÍCIO ASTÓRIA
Nosso
amigo Andre Decourt fez uma série sobre o impactante incêndio do Edifício
Astória, na Rua Senador Dantas nº 14, que é um primor de pesquisa. Pode e deve
ser vista em
http://www.rioquepassou.com.br/2013/06/29/incendio-do-ed-astoria-50-anos-parte-i/
Adiciono
hoje mais algumas fotos do acervo do Correio da Manhã junto a trechos de
reportagens sobre esta tragédia onde muitos foram heróis.
Com o
título de “Cidade parou em suspense durante nove horas de fogo, morte e pavor”,
o jornal dá conta de que duas mulheres e dois homens morreram, 27 pessoas
ficaram feridas, prejuízo de cerca de dois bilhões de cruzeiros e ameaça de
desmoronamento foi o resultado do incêndio iniciado às 10h30 de sexta-feira,
28/06/1963. As labaredas provocadas pelo curto-circuito de um ar condicionado
no laboratório cinematográfico de Herbert Richers, no 14º andar, deram início
ao incêndio (reportagem de dia posterior dá conta que o fogo teve início atrás
de uma tela de cinema que, por ser de nylon, queimou-se produzindo as chamas).
Na febre
de interromper o curto-circuito, alguém desligou a chave geral do edifício o
que causou a queda do elevador no poço, além de interromper as bombas de água
do circuito de combate ao incêndio.
Com as
pessoas desesperadas tentando escapar, abrigadas nas últimas janelas do prédio
de 22 andares, os bombeiros se viram impotentes, pois as escadas Magirus só
alcançavam o 10º andar. Uma senhora, viúva, projetou-se do 13º andar indo cair
em frente à Casa Tavares, fronteira ao Ed. Astória. Logo após, outra morte,
esta de um protético que tentou passar pelo lado externo do prédio e despencou.
Os
bombeiros subiram então ao terraço do edifício do Hotel OK, fronteiro ao prédio
em chamas, atiraram cordas e mangueiras finas em direção das janelas. Um deles
passou para o Edifício Astória para ajudar os que estavam encurralados e as
pessoas começaram a dramática travessia.
Dentro do
prédio em chamas, usando o método de ação conhecido como “linha” – uma fila de
soldados, um molhando continuamente o outro para permitir o avanço em meio ao
calor – conseguiu arrombar uma sala salvando quase 10 pessoas.
Logo a
seguir estava reservada para enorme multidão o mais trágico quadro da sucessão
de lances contristadores: uma moça loura, no 15º andar, no meio da travessia parou
de avançar e desprendeu-se, caindo sobre a marquise da Casa Tavares.
Flashes:
- 8
funcionários da Art Filmes fizeram um buraco e escaparam pelo vizinho Hotel
Serrador.
- O
governador Carlos Lacerda (diferentemente de nossos atuais governantes) foi
para o local acompanhar o incêndio.
- Os
bombeiros usaram 20 milhões de litros de água.
- As
cordas usadas nos salvamentos eram de matéria plástica.
- O
Exército juntou-se aos bombeiros no controle do local.
- 16
grupos de escoteiros também compareceram para ajudar.
- O Hotel
Serrador tinha 275 hóspedes.
- O prédio
Astória era do grupo Novo Mundo.
- Herbert
Richers perdeu Cr$ 250 milhões.
- O bombeiro Napoleão Pereira Cavalcante, o primeiro
a usar a corda sofreu fratura da coluna. Este bombeiro já havia fraturado costelas
quando do incêndio do Hotel Vogue.
-
Faleceram Zita Couto, Sebastião Pereira, Elizabeth Araujo e outro homem (que
não consegui identificar).
- A
Marinha disponibilizou 3 helicópteros que, não podendo auxiliar na remoção de
pessoas, foram utilizados no transporte de material para os bombeiros.
- Em
declaração ao Correio da Manhã o Sr. Herbert Richers disse que “o fogo não teve
início nos seus próprios e que caberá à Perícia comprová-lo”.
- Segundo
o jornal o proprietário do prédio foi acusado por inquilinos com referência à
distribuição de água.
- Muito se
falou sobre a obrigatoriedade de escadas de incêndio nos prédios. Projetos
foram apresentados, mas não foram adiantes (típico do Brasil).
- Dois
soldados PM que montavam guarda no Edifício Astória após o incêndio foram
acusados de roubo de material fotográfico de uma das salas, no valor de 3
milhões. O proprietário da sala flagrou-os ao observar a própria sala com um
binóculo.
- Em 1964
foi anunciado Leilão Judicial do Edifício Astória, marcado para 17 de junho: 22
pavimentos, 2 lojas e sobreloja, com 329 metros quadrados por andar num total
de 7500 metros quadrados. Entretanto, o imóvel não foi vendido neste leilão por
não alcançar valor superior a Cr$ 600 milhões. Mais adiante o grupo de
Administração e Participação Acre S/A arrematou o prédio por Cr$ 550 milhões.
- Em 1966
houve o julgamento e todos os réus foram absolvidos, pois não ficaram provados
nos autos, pela Perícia, onde teria se iniciado o incêndio (mais uma vez os
culpados ficaram impunes).
Enfim,
posso comentar que assisti, ao vivo e depois no “Repórter Esso”, pela televisão,
cenas deste pavoroso incêndio e me impressionaram muito. As reportagens das
revistas semanais da época, como Manchete e Fatos & Fotos também deram
muito destaque a este incêndio.
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