sábado, 8 de setembro de 2018

SANTA CASA DE MISERICÓRDIA





 
O Hospital Geral foi o primeiro estabelecimento da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, fundado por Anchieta em 1582, data da chegada ao Rio da esquadra do Almirante espanhol Diogo Flores Valdez, que procurava o Estreito de Magalhães. Com grande parte da tripulação atacada de escorbuto, Anchieta levantou um tosco barracão para socorrer os marinheiros.

O atual prédio, que vemos na primeira foto, teve a primeira etapa das obras pronta em 1852 com amplas enfermarias, ambulatórios e consultórios. Foi removido o cemitério que existia no terreno e o novo hospital foi construído atendendo às exigências de higiene. O edifício do hospital representa um paralelogramo retângulo dividido em três corpos.

As duas fotos seguintes mostram como o prédio era perto do mar no início do século XX e o aspecto de uma das enfermarias.

A foto colorida pelo Nickolas mostra o Rua Santa Luzia, defronte à Santa Casa.

Por dois anos aí estudei, fazendo as cadeiras de Semiologia e Clínica Médica, além de algumas outras independentes, como a de Dermatologia. Grandes catedráticos da minha época de estudante, como Magalhães Gomes, Cruz Lima e Clementino Fraga, durante anos trabalharam e ensinaram a levas de estudantes.

Em recente visita ficou uma saudade danada daquele prédio que conheci no final dos anos 60. Más administrações levaram a uma derrocada da Santa Casa, onde hoje há, apenas, algumas ilhas de excelência ao lado de inúmeras enfermarias abandonadas.

 
FORA DE FOCO: obiscoitomolhado fez a gentileza de fotografar a escada citada no "post" de ontem, na Rua do Fialho.
O SDR agradece.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

ESCADARIAS





Onde são ou eram estas escadarias?
As três primeiras são de fácil identificação.
A última foto foi enviada pelo Gustavo Lemos. Esta é mais difícil e acho que só os vizinhos conhecem.

RESPOSTAS:

1) TEATRO MUNICIPAL

2) PALÁCIO MONROE

3) CINEMA IRIS

4) Segundo o Gustavo, a foto é de 1910 e foi publicada na revista Fon-Fon. Mostra uma escadaria ligando as ruas BENJAMIN CONSTANT e SANTO AMARO, na Glória, construída pelo prefeito Serzedelo Correia em 1910. Ainda existe e está lá. Vejam no Google Maps colocando o endereço RUA DO FIALHO nº 109.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

TRILHA NOS TRILHOS




 
Na época dos paralelepípedos e dos bondes era imprescindível ter a habilidade de dirigir com as rodas sobre os trilhos dos bondes.
Nas fotos de hoje podemos observar esta manobra em diferentes anos e locais.
1)      1966 – Rua Barão de Bom Retiro com Rua Dona Romana, lá vai o táxi com banda branca e banda preta.
 
2)      1963 – Reboque do Automóvel Clube do Brasil e outro caminhão sobre os trilhos.
 
3)      Data e local não identificados. Lá vem a ambulância. Os letreiros à esquerda estão ilegíveis.
 
4)      1964 – Rua 24 de Maio. O Aero-Willys do início dos anos 60 e o lotação 251 na contramão, ambos sobre os trilhos.
 

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

POSTO 3 - AVENIDA ATLÂNTICA


 
A primeira foto, do acervo do Correio da Manhã, é de 1954 e mostra a Avenida Atlântica. Vemos, à direita, a loja de antiguidades Vieux Paris. O endereço antigo era Avenida Atlântica nº 418, mas houve uma troca de numeração em algum momento e este local recebeu o nº 1850.
Ao lado, com o toldo cobrindo a varanda, podemos ver a Boate e Bar Maxim´s, na Av. Atlântica nº 1850, telefone 37-9644, no antigo Posto 3. Segundo o Decourt, a Maxim´s fazia par com a Boate Vogue na incipiente cena GLS do Rio dos anos 50. Enquanto a Vogue era mais lésbica, a Maxim´s era mais “gay”.
Um pouco mais à esquerda, também com um toldo, podemos ver o Bar e Restaurante Bolero, na Av. Atlântica nº 1910, telefone 37-9915. Era uma “Help” dos anos 50 e 60, antro de prostituição segundo o Conde di Lido.
A segunda foto é do acervo de ilustre comentarista do “Saudades do Rio” e mostra a mãe dela na praia bem em frente à Maxim´s.
Os automóveis serão identificados pelos especialistas.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

PRAIA INTERDITADA




 
Do acervo do Correio da Manhã, das décadas de 50, 60 e 70, vemos fotos de várias praias do Rio com cartazes de “PRAIA INTERDITADA”. Todos solenemente ignorados.
Os cariocas não sabem ler, ou leem e ignoram o significado da palavra “interditada”, ou, ainda, preferem ignorar o aviso?
Por que por aqui há leis que “pegam” e outras que “não pegam”?
Que povo é este que é capaz de assassinar um motorista que dá uma “fechada” no trânsito e, o mesmo povo, faz absoluta questão de avisar que o farol do outro está aceso ou a porta mal fechada?
Que povo é este que atira tudo que é lixo pela janela e, ao mesmo tempo, leva um saco plástico para recolher cocô de cachorro? Que cumpre mais ou menos a lei que proíbe cães na areia ou faz “linha de passe” (hoje chamada de “altinho”) à beira-mar?
Será que uma política “à la Giuliani”, de “tolerância zero” com os pequenos delitos, daria certo no Rio ou só levaria mais gente para presídios superlotados?
Enfim, a cidade está abandonada e desorganizada, mas a própria população tem parte deste estado de coisas.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

COPACABANA PALACE






 
Hoje é um dia de luto para o “Saudades do Rio” e para todos os que amam esta cidade. Perdemos ontem, como resultado de décadas de omissões, incompetências, desídias, má-fé, escolhas erradas, o Museu Nacional. Não há palavras para descrever a tragédia que se abateu sobre todos nós.
Aproveito hoje para mostrar um “post” importante sobre o Copacabana Palace feito pelo prezado Maximiliano Zierer, que aqui resumo. Seria, obviamente em escala muito menor, outra tragédia para o Rio se tivesse ido adiante.
“O projeto de demolição do Copacabana Palace para a construção de cinco espigões.”
Escreveu o Zierer: “Imaginem o Hotel Copacabana Palace, símbolo de Copacabana e da cidade do Rio de Janeiro, substituído por um complexo formado por cinco novos espigões? Quem em sã consciência pensaria em construir cinco prédios no lugar de um icônico Hotel? Como ignorar o impacto dessas novas construções naquele local e a descaracterização arquitetônica da Avenida Atlântica? O lucro está acima de tudo?
No início dos anos 80 os proprietários argumentavam que o velho prédio do Hotel Copacabana Palace era inviável comercialmente e que, numa época em que já não havia terrenos disponíveis na orla de Copacabana, era necessário, em nome do progresso e da modernidade hoteleira carioca, botar no chão o velho, decadente e ultrapassado Hotel.
O projeto do arquiteto Paulo Casé, encomendado pela família Guinle e apresentado em 1980, previa a demolição do Hotel Copacabana Palace para a construção de cinco prédios que abrigariam um novo hotel, um shopping center, escritórios, apartamentos e duas áreas de lazer públicas: uma ao ar livre, ocupando o espaço atualmente ocupado pela piscina e pérgula do hotel. A outra área de lazer seria fechada por uma claraboia e serviria como acesso aos prédios, que teriam elevadores panorâmicos em torres de vidro.
No mais alto dos espigões, com 37 andares, ficaria um centro empresarial com grandes escritórios.  Outras duas torres de 25 andares cada abrigariam um hotel com 450 apartamentos no total - o dobro da capacidade atual – e um shopping center. Haveria ainda um prédio com 20 andares com 250 pequenos apartamentos (um pombal!) e outro prédio de 12 andares, com escritórios.
A polêmica da demolição do Hotel Copacabana Palace movimentou várias entidades, as quais se posicionaram contrárias ao projeto, como o Conselho Estadual de Cultura e a Federação das Associações de Defesa do Meio Ambiente. Essa última encabeçou, em 1982, uma ação popular na Justiça Federal que pedia o tombamento do hotel como medida necessária ao resguardo do patrimônio público. A ação trazia 20 mil assinaturas de moradores de Copacabana, incluindo a do arquiteto Oscar Niemeyer. Para a alegria dos moradores de Copacabana e do Rio de Janeiro, essa história teve um final feliz: o absurdo projeto do arquiteto Paulo Casé divulgado em 1980 com os seus cinco espigões não foi adiante. Após a pressão de vários setores da sociedade, o Copacabana Palace tornou-se patrimônio histórico, sendo tombado nas esferas federais (IPHAN), estadual (INEPAC) e municipal (SEDREPAHC).
Em 1989, a família Guinle, na pessoa de José Eduardo Guinle, vendeu-o ao grupo Orient Express, hoje Belmond, que reabilitou o Hotel Copacabana Palace, modernizando as antigas instalações sem descaracterizá-las. Assim, o Hotel Copacabana Palace, marco histórico do Rio, foi preservado e se encaminha para comemorar o seu centenário, daqui a 5 anos. O projeto do hotel, inaugurado em 1923, é de autoria do arquiteto francês Joseph Gire e foi encomendado pelo empresário Octávio Guinle. A inspiração veio de dois hotéis famosos na Riviera Francesa: o Negresco, em Nice, e o Carlton, em Cannes. Suas linhas clássicas em simetria e equilíbrio remetem a luxo e glamour, além de tornar o monumento singular e expressivo em meio ao conjunto linear de edificações residenciais na Avenida Atlântica.
A primeira foto é o anúncio da inauguração do Hotel em agosto de 1923, publicada na edição da revista Fon Fon de 18-8-1923.
A segunda foto é de 1922 e mostra o Hotel ainda em suas obras de conclusão e acabamento, foto de autor desconhecido.
A terceira foto, também de autor desconhecido, mostra os efeitos da forte ressaca de 1923 que destruiu a pista da Avenida Atlântica na altura do Hotel.
A quarta foto, de autor desconhecido, é de 2018 e mostra o Belmond Copacabana Palace (seu nome atual) muito bem preservado, com os seus 95 anos de idade.
As duas últimas fotos são reproduções de páginas do JB sobre o assunto.”
Parabéns ao Zierer pela pesquisa para este brilhante “post”!

domingo, 2 de setembro de 2018

O RIO DO SÉCULO XIX



 
O prezado Achilles Pagalidis garimpou estas duas pinturas do Rio Antigo que merecem publicação.

Temos uma vista da Rua Direita (atual Primeiro de Março), em quadro a óleo de Emil Bauch, de 1865. Era, então, a rua principal do Rio daquela época, com a Catedral, a antiga igreja dos Carmelitas, a igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo, as duas torres da Candelária e o Hotel de France, antigo Hotel l´Empire.

O outro trabalho é de autoria de Rosalbino Santoro, de 1884, e mostra uma visão do Passeio Público, projeto inicial de Mestre Valentim.