sábado, 20 de outubro de 2018

LIGHT



 
As três fotografias de hoje mostram telefonistas e datilógrafas da LIGHT na década de 40.
Destaque para as moringas nas mesas da primeira foto. Fazia tempo que não via uma. Lembro, com saudade, de uma existente na nossa casa em Petrópolis, com água sempre fresquinha.
Aliás, vocês sabiam que as moringas de barro, por ser o barro poroso, permite que a água passe através dele? Parte desta água evapora, tomando calor da moringa e do restante da água, que são assim resfriadas. Esta transformação da matéria é muito conhecida como processo endotérmico. O SDR também é cultura inútil.
Também é destaque a vestimenta das moças, se comparada com a das funcionárias atuais.
FF: dois comentários adicionais d´obiscoitomolhado no “post” de ontem.

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

AVENIDA CHILE









Hoje temos fotos das obras da Avenida Chile, do acervo do Correio da Manhã, no final dos anos 60.
 

O texto é uma colaboração do Andre Decourt, que conta a história mais antiga deste local.
 

"Imaginada desde os anos 30, como uma via de articulação entre o Estácio e o litoral do Centro da Cidade, englobando para isso a Av. Alm. Barroso, a Rua da Relação, a Av. Henrique Valadares e a Rua Frei Caneca e traçada em definitivo nos anos 40 como parte do Plano 100, ou 1000, que previa a modificação de grande parte “dos fundos” do Centro da Cidade, com novas vias que requalificariam praticamente toda a região entre o Castelo e Lapa,  indo até a Praça Tiradentes e por fim até as encostas do Morro da Conceição.
 
Plano este que nunca saiu do papel, deixando inúmeros prédios dos anos 50 com afastamentos enormes e pilotis agachianos em estreitas ruas da SAARA e legando parte da urbanização da Esplanada do Castelo, bem como o túnel Martim de Sá.
 

Tão logo o desmonte do Morro de Santo Antonio permitiu a ligação entre o Castelo e a Lapa, a nova avenida foi aberta sem um plano urbanístico e até mesmo um PA definitivo, pois todo o resto da região ainda era tomado por lama, abas do morro que desaparecia e decrépitos sobrados na região da Rua do Lavradio, que desde os anos 40, com o julgo da desapropriação aguardavam seu fim sem muita dignidade.
 

Inaugurada por JK a avenida cortava a árida região, com um arremedo de urbanismo, como iluminação pública, árvores, meio-fios e algumas calçadas. Mas como ela ficaria ninguém sabia, bem como ela seria ocupada, visto que os terrenos ainda pertenciam ao Distrito Federal e à Igreja, o que pode indicar o destino da avenida como sede de inúmeras estatais nos anos 70.
 

Desse urbanismo nada mais resta, nem mesmo a quota da avenida, pois na obra do Governo Negão de Lima, onde ela ganhou seu atual contorno, ela foi recaixada neste ponto, ficando plana, para a passagem da Av. República do Paraguai, antiga Norte-Sul, conforme os planos dos anos 40."


Podemos observar, como conta ainda o Decourt, "a iluminação por lâmpadas fluorescentes, determinação da PDF à Light para todas as novas vias da cidade, bem como nos circuitos modernizados. Esse tipo de iluminação começou a ser implantado no Estado Novo e, até a criação da CEE no Estado da Guanabara, imaginava-se como a iluminação adequada para a cidade. Mas to amanho das lâmpadas e luminárias, manutenção delicada, a necessidade de se importar as lâmpadas e luminárias de maior capacidade (a produção nacional resumia-se as potências de 20 e 40 W e na via pública se usava a partir de 80W) sepultaram seu uso, substituídas pelas já ultrapassadas lâmpadas a vapor de mercúrio, mas que causaram uma total mudança na iluminação pública do Rio de Janeiro dos anos 60 até os 80. A iluminação por lâmpadas fluorescentes foi uma herança do Rio para Brasília, pois afinal a equipe que levantou e equipou era originária da PDF."
 

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

AVENIDA LITORÂNEA




 
Hoje temos algumas fotos mostrando obras para a construção da Avenida Litorânea nos anos 50. Foi um grande projeto, a partir do Leblon, com alargamento de Av. Niemeyer, construção da atual Av. Mendes de Morais em São Conrado, seguindo pela Barra, Recreio dos Bandeirantes, até Sepetiba.
A descrição do "Correio da Manhã" em 1950 dizia que "A Avenida Turística, denominada Litorânea, irá da Praia da Gávea (Hotel Leblon) a Guaratiba. Passará pelo Joá, Bandeirantes, Lagoa de Jacarepaguá, Pontal e entrará pelo interior para chegar a Guaratiba. Terá 26 quilômetros e ligará Guaratiba e Sepetiba ao centro da cidade em 20 minutos".
OBS: o Hotel Leblon ficava no próprio Leblon, na confluência da Av. Visconde de Albuquerque com a Av. Niemeyer.
Continuava a reportagem: “Observa-se febril atividade na construção da nova Avenida Litorânea com cortes e aterros nas obras no trecho compreendido entre a Av. Niemeyer e o Joá. Centenas de caminhões trafegam em todas as direções para o aterro da Av. Oceânica, na Praia da Gávea (atual Praia de São Conrado).
Aproveitando-se do alargamento da Av. Niemeyer novos empreendimentos surgem, tal como o loteamento do Bairro Jardim Gavelândia, na Estrada da Gávea nº 586."
A seção de anúncios oferecia “lotes no magnífico e futuroso bairro do Jardim Oceânico que não terá igual no Rio de Janeiro, seja pela inigualável beleza de suas paisagens, colocado entre beira-mar, beira-rio e beira-lagoa, que o tornarão o bairro mais chic e rico do Rio, equiparando-se ao aristocrático bairro de Long Island, em New York.”
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2018

ASILO SÃO CORNÉLIO


 
Foto do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, garimpada pelo Augusto. Vemos o Asilo São Cornélio, no Catete. Ficava no nº 6 e abrigava meninas órfãs. Era mantido pela Santa Casa de Misericórdia. Foi fundado em 1900 e era dirigido por religiosas, da ordem Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.  Abrigava meninas às quais eram ministradas aulas de nível primário e noções de economia doméstica.

Entre outras atividades, havia um coro das alunas, iniciativa do maestro Ricardo Galli, seu diretor. Tinha também um Jardim de Infância, que recebia alunas externas.

Esta importante construção data de 1862, tendo sido adquirida em 1868 pelo Comendador João Martins Cornélio dos Santos e foi deixada por testamento para a Santa Casa de Misericórdia, fato comum à época.

Segundo descrição disponível na Internet, “É uma extensa casa térrea com porão, apresenta para o logradouro embasamento revestido de mármore, sequência de janelas de peitoril com ombreiras de cantaria e vergas de arco pleno. A frontaria é encimada por platibanda revestida de azulejos, tendo, ao centro, tímpano com baixo-relevo de estuque. Sobre a platibanda, estatuetas de mármore marcam as prumadas das pilastras e cunhais. Nas duas extremidades da fachada, pequenos jardins com gradil de ferro fundido. Internamente, a edificação preserva, em muitos salões, tetos de estuque com baixo-relevo e pintura.”

No final dos anos 60, época em que havia muita luta estudantil pela criação de instituições de nível superior, houve o chamado “movimento dos excedentes”. Até então as vagas para as universidades eram obtidas nos exames vestibulares por ordem de classificação. Por exemplo, no Rio, para os cursos de Medicina havia cerca de 200 vagas para a Faculdade Nacional de Medicina, 120 vagas para a UEG e outras 150 para a Faculdade de Medicina e Cirurgia. Entretanto, um grande grupo de estudantes pleiteava que todos os que tinham média acima de 5 nas provas, teriam direito a entrar nos cursos e não somente os classificados no número de vagas oferecidas.

Tal luta foi encampada por D. Iolanda, esposa do General-Presidente Costa e Silva. Assim, na área de Medicina, foram aumentadas artificialmente o número de alunos por série, o que causou, é claro, um impacto na organização dos cursos.

Além disso também foram autorizadas novas faculdades e, em 1969, o Ministro Tarso Dutra afirmou que “pela primeira vez, no país, não há nenhum excedente em áreas prioritárias do ensino superior sem sua vaga garantida”.

No Rio, o Ministério firmou um termo de locação do antigo Asilo São Cornélio para a instalação da Faculdade de Medicina da Guanabara. Na realidade, o que funcionou no local do Asilo São Cornélio foi a Faculdade de Medicina Souza Marques.

Embora tombado pelo IPHAN o prédio, onde não mais funciona a Faculdade de Medicina Souza Marques, vem enfrentando dificuldades em sua manutenção.

Quanto às faculdades de Medicina, nos últimos anos houve uma farra na abertura de novas instituições, com o efeito colateral de queda acentuada no nível de ensino, com carência de hospitais de ensino e vagas para residência médica, o que compromete tremendamente a formação dos novos médicos.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

FLAGRA


 
Isto é que é “flagra”! Certamente o casal estava indo “para o crime”...
Na época da foto, o caminho para a Barra da Tijuca, vindo da Zona Sul, era pela Av. Niemeyer e Estrada do Joá.
Pelo clima que vemos nas fotos o destino final deve ter sido um dos motéis da Barra, com um ligeiro “pit-stop” numa das boates de antigamente, como a Flamingo, Comodoro, Macumba, ou talvez nos restaurantes Dinabar ou Tarantella.
Não sei se nesta época, mas um pouco mais adiante faziam sucesso os motéis Havaí, Recreio da Gávea, Colonial, Scorpius, Xá-Xá-Xá, Seventh Seven, Elmo, Tokyo. Lá longe, no Pontal, o Calipso.
 O Playboy, que distribuía um plástico com o coelhinho, muito visto nos para-brisas dos fuscas. Também o Serramar, o Hollywood, o Orly, o Holliday. Nos anos 70 o King´s, o Dunas (que resiste até hoje), o Mayflower, o Barra Tourist.
É claro que todas as informações acima são de “ouvir dizer”...

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

DIA DOS PROFESSORES




 
Hoje é o Dia do Professor. Para homenageá-los temos fotos do Instituto de Educação, na Rua Mariz e Barros.
Tudo começou no final do século XIX com a criação da Escola Normal da Corte. Funcionou em vários locais antes de ir para o atual endereço.
E o início das aulas neste novo prédio deu-se de maneira curiosa: com o prédio pronto, os convites para a inauguração, que seria no dia 12 de outubro de 1930, foram distribuídos. Acontece que, em outubro, explodiu a revolução vitoriosa de Vargas. Começaram a correr boatos de que tropas gaúchas iriam aquartelar-se no Rio, mais precisamente no prédio recém-construído da Escola Normal. Os alunos e professores, temendo a invasão do prédio, carregaram todos os móveis e livros das antigas instalações para as novas. Assim garantiu-se a inauguração da atual sede da Escola Normal!
Foto 1: restauração da piscina em 1955
Foto 2 e 3: provavelmente dos anos 40.
Foto 4: anos 70.
Para terminar a homenagem cito alguns grandes mestres do Colégio Santo Inácio, que muito me ensinaram:
Aderaldo Sampaio / Afonso Pontes / Alvaro Dutra / Anibal Espinheira / Antonio Mendes / Arthur Sette / Augusto Rainha / Cloves Dottori /  Domingos Cegalla / Edmar Mattos / Eduardo Motta / Fernando Bomilcar / Gilberto O. Castro / Guilherme Frota / Guimarães Correa / Jacques Chambriard / José Gonçalves / José Gualda / José Rodrigues / José Stamatto / Lincoln Mesquita / Lucas Mauro / Marco A. Paiva / Mauricio Leite / Nelson Mariano / Odette Mathieu / Olimpio Araújo / Renato Magno / Ricardo Rossi / Sergio Escarlate / Sergio Linhares / Sergio Regina / Villas Boas / Waldir Cortinhas.

domingo, 14 de outubro de 2018

FRIO NO RIO



 
Era uma vez, há muito tempo, uma cidade que parecia europeia, onde as pessoas respeitavam as filas, as ruas eram bem asfaltadas, as pedras portuguesas não tinham desníveis, todos se vestiam adequadamente para ir à "cidade", os automóveis eram coloridos.
 
E, de vez em quando, fazia frio.