Foto
do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, garimpada pelo Augusto. Vemos o Asilo São Cornélio, no
Catete. Ficava no nº 6 e abrigava meninas órfãs. Era mantido pela Santa Casa de
Misericórdia. Foi fundado em 1900 e era dirigido por religiosas, da ordem
Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo.
Abrigava meninas às quais eram ministradas aulas de nível primário e
noções de economia doméstica.
Entre
outras atividades, havia um coro das alunas, iniciativa do maestro Ricardo
Galli, seu diretor. Tinha também um Jardim de Infância, que recebia alunas
externas.
Esta
importante construção data de 1862, tendo sido adquirida em 1868 pelo
Comendador João Martins Cornélio dos Santos e foi deixada por testamento para a
Santa Casa de Misericórdia, fato comum à época.
Segundo
descrição disponível na Internet, “É uma extensa casa térrea com porão,
apresenta para o logradouro embasamento revestido de mármore, sequência de
janelas de peitoril com ombreiras de cantaria e vergas de arco pleno. A
frontaria é encimada por platibanda revestida de azulejos, tendo, ao centro,
tímpano com baixo-relevo de estuque. Sobre a platibanda, estatuetas de mármore
marcam as prumadas das pilastras e cunhais. Nas duas extremidades da fachada,
pequenos jardins com gradil de ferro fundido. Internamente, a edificação
preserva, em muitos salões, tetos de estuque com baixo-relevo e pintura.”
No
final dos anos 60, época em que havia muita luta estudantil pela criação de
instituições de nível superior, houve o chamado “movimento dos excedentes”. Até
então as vagas para as universidades eram obtidas nos exames vestibulares por
ordem de classificação. Por exemplo, no Rio, para os cursos de Medicina havia
cerca de 200 vagas para a Faculdade Nacional de Medicina, 120 vagas para a UEG
e outras 150 para a Faculdade de Medicina e Cirurgia. Entretanto, um grande
grupo de estudantes pleiteava que todos os que tinham média acima de 5 nas
provas, teriam direito a entrar nos cursos e não somente os classificados no número
de vagas oferecidas.
Tal
luta foi encampada por D. Iolanda, esposa do General-Presidente Costa e Silva.
Assim, na área de Medicina, foram aumentadas artificialmente o número de alunos
por série, o que causou, é claro, um impacto na organização dos cursos.
Além
disso também foram autorizadas novas faculdades e, em 1969, o Ministro Tarso
Dutra afirmou que “pela primeira vez, no país, não há nenhum excedente em áreas
prioritárias do ensino superior sem sua vaga garantida”.
No
Rio, o Ministério firmou um termo de locação do antigo Asilo São Cornélio para
a instalação da Faculdade de Medicina da Guanabara. Na realidade, o que
funcionou no local do Asilo São Cornélio foi a Faculdade de Medicina Souza
Marques.
Embora
tombado pelo IPHAN o prédio, onde não mais funciona a Faculdade de Medicina
Souza Marques, vem enfrentando dificuldades em sua manutenção.
Quanto
às faculdades de Medicina, nos últimos anos houve uma farra na abertura de
novas instituições, com o efeito colateral de queda acentuada no nível de
ensino, com carência de hospitais de ensino e vagas para residência médica, o
que compromete tremendamente a formação dos novos médicos.
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