sábado, 22 de dezembro de 2018

DO FUNDO DO BAÚ: PRESENTES DE NATAL



 
Último sábado antes do Natal é dia para comprar os presentes e tirar foto com Papai Noel. Antigamente era dia para se ir à Sears ou à Mesbla.
Será que o menino, que parece o Conde di Lido, foi bem comportado o bastante para que Papai Noel atenda seu pedido de um carrinho destes? Ou será que ele terá que se contentar com um "tiro ao alvo" com arco e flecha, daqueles que a borracha da ponta quase nunca pregava na parede? Ou, pior ainda, um jogo de "Ludo" ou um "pega-varetas"?  Ou aqueles tamboretes para jogar com uma peteca ou um caleidoscópio?
(Pergunta para obiscoitomolhado: este carrinho movido a pedais é a réplica de qual automóvel?).
Em vez do carrinho poderá ter a desagradável surpresa de ganhar, em vez do simpático automóvel que está sobre os caixotes, um daqueles que tinham um mecanismo de fricção: arrastava-se o carrinho no chão várias vezes, rapidamente, o que armava uma espécie de mola que ao soltar o carro fazia ele ir sozinho.
As opções ainda poderiam ser piores, tal como ganhar aquele brinquedo, se é que se pode chamar de brinquedo, que está pendurado ali. E que também não sei o nome, nem como descrever direito: uma haste de madeira com aquelas figuras na ponta; vai-se empurrando pelo chão e elas vão rodando - que graça tem um negócio desses?
Melhor ganhar bolinhas de gude, um time de botões de osso (e uma mesa oficial), uma raquete emborrachada de ping-pong, um "courinho" nº 5, um cinturão com dois revólveres e várias caixas de espoleta, um laboratório químico ou uma bicicleta. Ou livros, um Poliopticon, um laboratório de Química, modelos da Revell para montar. Isto sim.
Mas mortal mesmo era ganhar roupas, em especial meias ou cuecas...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

BOTAFOGO



As fotos de hoje, de Malta, mostram a outra esquina da Rua Dona Mariana com Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, complementando a postagem de anteontem.

Estas casas, com jeito de palácio, resistiram parcialmente à especulação imobiliária, embora o que restou delas esteja bastante descaracterizado.

O nome da rua deve-se a Mariana Delfim Pereira Simoens da Silva, filha dos barões de Sorocaba, esposa do Conselheiro Antonio Simoens da Silva, em cuja chácara, então chamada Brocó ou Berquó, foi aberta a rua em 1858.

Já a Voluntários da Pátria, segundo Berger, antiga Rua Nova de São Joaquim, foi aberta em 1826, da Praia de Botafogo até a Travessa Marques, através dos terrenos da antiga Fazenda da Olaria, daí seu primitivo nome de Rua Nova de São Joaquim, para não confundir com a Rua de São Joaquim (a Marechal Floriano) do centro da cidade.

A Companhia Jardim Botânico prolongou a rua da Travessa Marques até a Rua Humaitá.

O Corpo de Voluntários da Pátria, criado em 1865, era integrado por civis voluntários que acorreram às armas, participando da campanha contra López, na Guerra do Paraguai. À cidade do Rio de Janeiro coube a formação do 1º Batalhão de Voluntários da Pátria que teve seu batismo de fogo na resistência à invasão de São Borja.

PS: consta que o Coronel Pintáfona, pai do Professor Pintáfona, serviu neste Batalhão...

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

JARDIM MONTEVIDÉO




 
Por acaso vi a foto nº 1 e me surpreendi com a informação de que o local se chama “Vila Jardim Montevideo” e fica na Rua Real Grandeza nº 59, em Botafogo.
Nunca ouvira falar disto, embora seja um local que há décadas faz parte de meus itinerários.
Fui buscar mais detalhes e encontrei a seguinte descrição de um antigo morador local, de nome Wilson Silva:
“Certamente é a maior vila do Município do Rio de Janeiro. Fundada na década de 1940, localizada em frente à Rua Miranda Valverde, é composta de 6 blocos de casas de 4 apartamentos, 2 blocos de prédios com 16 apartamentos cada e mais um bloco de prédio com 16 apartamentos, mais recente. Este fica no centro da vila, em frente a seu acesso principal, concluído na década de 60.
Esta vila faz limite de fundos com os prédios da Rua da Matriz, no seu lado direito com o antigo terreno do 2² Batalhão da PM e a Rua Serafim Valandro, e à esquerda, com um pensionato de uma congregação religiosa católica.
Sua história foi marcada por suas memoráveis festas juninas onde vinham pessoa de todos os bairros da Zona Sul do Rio, que aconteceram nas décadas de 50/60.
Algumas famílias que ali moraram na minha época: Itapicuru Perdigão, Figueiredo (do ex-Presidente da República), Gattio Galicio, Rodrigues da Silva, Carneiro Pinto, Vandesteen, Maia, Pacciolo Medeiros, Carvalho de Mendonça, Calixto de Campos e muitos outros.
Alguns personagens desta histórica Vila: Nelson, lavador de carros com sua bicicleta superequipada; o zelador Tibúrcio e sua esposa Das Dores; o sorveteiro da Kibon Domício; o porteiro do Bloco 16, de apelido Zé.
O espaço é muito amplo e próprio para muitas brincadeiras de criança, sem riscos para elas. Talvez o único lugar onde se podia brincar de bola de gude, carrinho de rolimã, pipa, pique-bandeira, garrafão, queimado e tantos outros, que certamente as crianças de hoje em dia não conheceram.”
Procurando no “Correio da Manhã” e no “Jornal do Brasil” encontrei poucas referências sobre o local, apenas anúncios classificados. Já em “Curta Botafogo” encontrei mais informações:
“Elisiário Bahiana precisou interromper o curso de engenheiro-arquiteto em 1911, aos 20 anos, para trabalhar. E foi contratado para projetar a “Vila Jardim Montevideo” pelo oficial da Marinha Elisário Pereira Pinto, seu primo por parte de mãe. Projetadas em estilo eclético, comum na época, as casas do Jardim Montevideo têm um detalhe curioso na entrada: um busto feminino, que – há quem diga – foi posto lá em homenagem a um amor do oficial da Marinha. Após 1937, quando a legislação municipal proibiu a construção de novas vilas, os conjuntos de casas do Jardim Montevideo foram transformados, aos poucos, em prédios de apartamentos. Hoje a vila é composta de seis blocos de casas de quatro apartamentos, dois blocos de prédios com 16 apartamentos cada e um bloco de prédio com 16 apartamentos, que fica no centro da vila, em frente ao acesso principal. O conjunto é considerado a maior vila da cidade.”

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

BOTAFOGO

Nesta fotografia, da década de 70, do acervo do desaparecido JBAN, vemos uma bela casa, que já não existe, na esquina da Rua Voluntários da Pátria (antiga Rua Nova de São Joaquim) com a Rua Dona Mariana (que durante algum tempo chamou-se Rua Urbano Santos). Sua irmã gêmea ainda existe do outro lado da rua, embora bastante descaracterizada.
A Rua Dona Mariana, passagem obrigatória para a minha ida diária ao Colégio Santo Inácio, até a década de 70 era recheada de palacetes belíssimos, alguns poucos ainda existentes. A Rua Voluntários da Pátria, uma das mais caóticas da Zona Sul, nunca me agradou.
E não podíamos encerrar o ano sem um comentário do ilustríssimo Professor Pintáfona:
 “Insuspeito Patriota Guanabarino, Protetor Voluntário da Cultura, Inaciano e Mariano Esculápio Montenegrino, Fotográfico, Fotogênico e Fotofóbico Dr. D´,
Tomando proveito da fresca brisa invernal que adentra a Baía e sopra sobre a Sebastiana urbe, sento-me à janela, em meu simples escriptório para dedicar-me ao prazeroso navegar pelo informático éter e deleitar-me com o saber emanado de seu vívido sítio internético de convívio virtual, principal bastião da cultura cidadã e baluarte da iconografia carioca.
Uno-me aos seus incontáveis discípulos para sorver o néctar da cultura aqui exsudado e confortar o combalido espírito com o maná ofertado pelos deuses do conhecimento.
Ave D´ ! Os que vão aprender te saúdam !
Douto facultativo, a imagem que se descortina em meu écran electrónico, apraz-me sobremaneira e adentra a minha retina como o bálsamo sobre a ferida do bravo gladiador. Ainda petiz, mal saído dos cueiros, saía eu em caleça, pelas sombreadas ruas do bairro de Botafogo, acompanhado de minha querida mãe, Sra. Hermengarda Pintáfona e de meu saudoso e pranteado progenitor, o Coronel Pintáfona, herói da Guerra do Paraguai, captor do solerte Solano Lopez, amigo pessoal de Osório e do nosso eterno Imperador Pedro II.
Íamos em visita a alguns amigos que viviam em uma belíssima mansão à Rua de São Clemente, à sombra do Morro do Corcovado. Como me eram prazerosos esses felizes passeios ! Apesar de meus genitores estarem há decênios em companhia do Pai Eterno, sinto a falta deles como se hoje houvessem partido para o Reino dos Céus. Saudades...
Não fora os laços que me prendem à Mansão Pintáfona, sita à Rua da Pedreira da Candelária, há muito teria me mudado para o verdejante vale de Botafogo. Além das vantagens da proximidade com a natureza e da ventilação permanente advinda da enseada de mesmo nome, o local fica próximo da Praia de Sacopenapam, local ainda ignoto e selvagem, que é o último refúgio da Anta Copacabanensis, animália misteriosa e arisca, que é foco de vários compêndios de minha autoria.
No momento encontro-me em meio a um estudo que busca analisar os estranhos hábitos da besta-fera, entre eles a sua atracção por beberagens alcoólicas destiladas e por objetos de coloração rosácea. Sacopenapam é um ecossistema em separado com ocorrência freqüente de animais não encontrados em outras partes de nossas matas. Entre eles destaco a já citada Anta, o Boto Ipanemensis, que tem a sua origem comprovada em Sacopanapam, o Panda Clarensis Peixotus, o Mico Tuminelus Alcazarensis e a Capivara Tijucanensis, que vez por outra atravessa a Serra da Carioca e vai pastar nos abundantes campos de gramíneas da região. Caro Confrade, Sacopenapam e sua estranha fauna é trabalho para toda uma vida!
 Contrariado, despeço-me do culto amigo. Minha espevitada assistente, a desassossegada Mme. Simmons, avisa-me que uma refeição ligeira foi servida no alpendre. Um copo de leite achocolatado e sequilhos aguardam a minha presença.
 Despeço-me Avarandado, Arborizado e Assobradado.
 Seu Criado, Dr. Hermelindo Pintáfona"

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

ANDAIMES MILLS

1963 - Viaduto de Bonsucesso
1957 - Plataforma para DC-7
 
1974 - Torre de controle do aeroporto internacional do Galeão
Ponte Rio-Niterói
 
Fundada em 1952 pelo romeno José Nacht, a Mills começou a importar tubos e demais equipamentos tubulares da Echafaudages Tubulaires Mills. Foi o início da Mills, pioneira em andaimes tubulares e escoramento de aço no Brasil.
Na época, os andaimes usados no país eram feitos em madeira, o que resultava em desmatamento e falta de segurança aos trabalhadores.
Aqui estão algumas fotos de obras da Mills.
 

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

FLUMINENSE






 
As primeiras fotos mostram partes da antiga sede, de 1922, do Fluminense, na Rua Álvaro Chaves, nas Laranjeiras. Esta sede foi projeto de Joseph Gire, mas em algum momento teve participação também do catalão Hipolito Gustavo Pujol Jr?. O pavilhão mostrado na primeira foto abrigava a quadra de vôlei e basquete e os vestiários da piscina.

A terceira foto mostra a antiga piscina já sendo destelhada.

A seguir vemos o projeto que venceu a concorrência para a construção da nova sede do Fluminense, em 1957. É de autoria da firma Rocha Miranda & Dugugrás, com decorações de Sérgio Rodrigues, e estava orçado em torno de cem milhões de cruzeiros. Previa quatro etapas:

1) Centro Médico, vestiários e estádio aquático (um poço de saltos e duas piscinas olímpicas).

2) Quadra coberta de tênis.

3) Ginásio (ocupando a mesma área que o antigo, mas com estrutura para suportar mais duas quadras de tênis, o que aumentaria para nove o número de "courts").

4) Desenvolvimento da sede social (aproveitamento da parte fronteira antiga e construção de um pavilhão interno com quatro andares sobre pilotis). Abaixo, na parte semienterrada, construção de restaurante esportivo, cozinha, bar, barbearia. Acima dos pilotis, ampliação das dependências, com salão de jogos, festa e terraço semicoberto. Em frente a esse pavilhão seria construído o moderno estádio de atletismo.

O futebol, iria, realmente, sair das Laranjeiras. Face ao alargamento da Av. Pinheiro Machado, o tricolor carioca seria indenizado pela Prefeitura e ganharia em local a ser ainda determinado, o terreno necessário para construir sua nova praça de esportes.

Muito pouco deste projeto foi executado.  No final da década de 50, como vemos nas primeiras fotos da piscina, ela foi destruída e substituída pela atual, a de saltos e a olímpica, vistas na última foto. Este foi o período da administração de Jorge Frias de Paula que realizou completa reforma da sede social, incluindo o restaurante, o bar, a biblioteca, a sala de troféus, o salão nobre. A firma Geohydro Engenharia e Comércio abriu um poço artesiano com uma vazão diária de 450.000 litros de água potável, resolvendo um grande problema do clube. Também nessa gestão foram inauguradas as termas, com sauna e duchas.
Fotos: Revista Manchete Esportiva e livro História do Fluminense tomo II.

domingo, 16 de dezembro de 2018

LAGOA

 
A Lagoa em 1965 era assim. A fotografia da Manchete, de qualidade sofrível, mostra o aterro para a construção da Av. Borges de Medeiros, no trecho conhecido como “Belém-Brasília”, entre o Flamengo e o Piraquê.
Podemos observar que, anteriormente, o terreno do Jockey alcançava a lagoa. A ilha do Piraquê era muito menor do que atualmente. No final da década de 60 receberia aterro vindo das obras do Rebouças e, devido à complacência do Governo Militar, a ilha do Piraquê foi bastante aumentada (ao lado do primeiro pavilhão à direita foi construído um enorme campo de futebol, entre outras coisas).
O trecho entre o Piraquê e a Fonte da Saudade era quase que somente de casas, bem como o trecho entre a Fonte da Saudade e a Curva do Calombo.
Com a abertura do Túnel Rebouças o tráfego na Lagoa se tornou intenso e, nos dias de hoje, caótico a qualquer hora do dia.