sábado, 9 de novembro de 2019

COLÉGIO MILITAR




 
Hoje temos quatro fotos sobre alunos do Colégio Militar do Esquadrão de Cavalaria. As duas primeiras são do Professor Marcos da Fonseca Elia e as duas últimas do acervo do Correio da Manhã.
O texto é de meu amigo e colega de turma Odone Bisaglia, excelente médico intensivista:
"Como você sabe, fui aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro e pertenci o Esquadrão de Cavalaria. Fazíamos várias atividades equestres: instrução, salto, basquete a cavalo e volteio. Esta última modalidade de equitação está exemplificada numa das fotos. O volteio é uma espécie de ginástica a cavalo. Existem exercícios com o animal parado e galopando. A sela possui uma alça na frente e outra atrás.
As ditas "figuras" do volteio são várias: terra-cavalo, terra-pescoço, terra-rim, terra-invertido, 360 e terra-terra do outro lado-cavalo. Fazíamos também as figuras com o cavaleiro em pé na anca do cavalo. Tínhamos uma tira de lona forte atada na alça dianteira para ajudar no equilíbrio.
Marcos da Fonseca Elia é professor de Física e Ciência da Computação da UFRJ. As fotos foram tiradas no dia 6 de Maio de 1965, quando se comemora o aniversário do Colégio. Será que conseguimos impressionar as normalistas?"
Outra foto é uma parte da demonstração da Cavalaria denominada Salto Fantasia porque saltávamos obstáculos como: dois canhões pequenos juntinhos apontados um para o outro, dois jipes colocados na mesma posição - frente a frente- arcos de fogo, e este muro humano todo formado por alunos da Cavalaria. Repare que a cabeçada e as rédeas eram confeccionadas em nylon para dar a impressão que o cavalo não estava arreado. Nesta foto podemos ver dois cavaleiros em salto simultâneo e "no pelo". Hoje em dia o Estatuto da Infância e do Adolescente não permite mais estas travessuras de meninos de 17anos.”
As duas últimas fotos são do acervo do Correio da Manhã.
A exibição é muito legal, mas acho que há um risco grande para o muro humano. Às vezes os militares exageram nestas exibições ou mesmo em suas manobras com maus resultados. Tenho um amigo que rompeu o tímpano quando fazia o Serviço Militar, pois um sargento deu um tiro com pólvora seca quando estavam dentro de uma manilha. E vez por outra há acidentes mais graves como os já acontecidos na Escola Naval ou na Academia das Agulhas Negras com resultados desastrosos.

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

COLÉGIO MILITAR




 
Em 1889, oito meses antes da República, foi instalado o primeiro Colégio Militar brasileiro, dedicado sobretudo à educação dos filhos dos oficiais do Exército. Em 09 de março de 1889, Sua Majestade, o Imperador Dom Pedro II, dispôs-se a assinar o importante Decreto de nº 10.202 que aprovou para o Imperial Colégio Militar o seu primeiro regulamento. Sua divulgação ocorreu em 05 de abril de 1889 por intermédio da Ordem do Dia para o Exército de nº 2251.
A ânsia do Ministro da Guerra, Thomaz Coelho, de colocar em funcionamento o Colégio, levou-o a fazer, em 07 de abril de 1889, sua primeira visita oficial ao Palacete da Baronesa de Itacurussá, cujo terreno fazia esquina com as ruas São Francisco Xavier e Barão de Mesquita, e se prestava a servir de sede do Colégio Militar.
Em 29 de abril de 1889, foi lavrada a escritura de compra e venda do Palacete da Babilônia.
Por fim, no começo de maio de 1889, dois avisos importantes do Ministério da Guerra: o do dia 02, concedia licença aos candidatos inscritos para serem matriculados e o do dia 04 determinava que a abertura das aulas se realizasse dois dias depois.
A primeira foto mostra o bonde em frente ao Colégio Militar em 1930.

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO




 
Voltamos a falar das “Normalistas” do Instituto de Educação. A primeira foto, enviada por Maria Beatriz V. Silvino, mostra a mãe dela, Yolanda, com as colegas Wanda, Jane, Marina e Eda no Instituto de Educação, na Tijuca, na década de 50.
A segunda foto, também enviada pela Maria Beatriz, vemos outra colega da mãe, a esposa do técnico Zagallo, Alcina.
Tenho a maior admiração por essas moças, responsáveis pela educação de gerações nas escolas públicas do Rio. Na época de todas estas moças das fotos era famoso o "trem das professoras" que saía de manhã bem cedo da Central do Brasil levando dezenas delas, moradoras da Zona Sul, do Centro, da Tijuca, para as escolas públicas do subúrbio. Neste trem muitas encontraram os futuros maridos, militares que se dirigiam para as instalações do Exército no subúrbio.
Foi um tempo em que o padrão de ensino era bem diferente do de hoje, principalmente pelo bom nível dos professores de Primário.

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO




 
Fotos do Instituto de Educação, na Rua Mariz e Barros, do acervo do Correio da Manhã.
Tudo começou no final do século XIX com a criação da Escola Normal da Corte. Funcionou em vários locais antes de ir para o atual endereço.
E o início das aulas neste novo prédio deu-se de maneira curiosa: com o prédio pronto, os convites para a inauguração, que seria no dia 12 de outubro de 1930, foram distribuídos. Acontece que, em outubro, explodiu a revolução vitoriosa de Vargas. Começaram a correr boatos de que tropas gaúchas iriam aquartelar-se no Rio, mais precisamente no prédio recém-construído da Escola Normal. Os alunos e professores, temendo a invasão do prédio, carregaram todos os móveis e livros das antigas instalações para as novas. Assim garantiu-se a inauguração da atual sede da Escola Normal!
Além da foto principal vemos fotos de prédios na Rua Mariz e Barros na década de 40 que foram desapropriados para expansão do Instituto.
Particularmente acho a terceira foto um espetáculo. É bem representativa de uma época. A velha casa, misto de residência e consultório dentário, as pessoas ordeiramente na fila do ônibus, roupas simples e discretas.

terça-feira, 5 de novembro de 2019

SANTA TERESA




Do acervo da tia Nalu temos hoje três fotos de Santa Teresa em 1985.
 
1) Rua Bernardino dos Santos (termina no Curvelo) vista da Rua Santa Cristina.
 
2) Início da Rua Bernardino dos Santos vista da Rua Santa Cristina. 
 
3) Rua Bernardino dos Santos (à esquerda) e Rua Santa Cristina.

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

ABRIGO DE BONDES DA CINELANDIA






Com fotos do Arquivo Nacional (a primeira enviada pelo prezado Carlos Paiva), vemos o abrigo de bondes da Cinelândia.

A primeira mostra uma série de carros antigos que poderão ser identificados por nossos especialistas.

Na segunda foto de hoje vemos que o bonde ali parado é o "Leme", linha 5. Os anúncios no abrigo de bondes são muitos: de "Fazem-se chaves" a "Mate, frio ou quente, faz bem à gente", de "Louras? Morenas? Usem todas o rouge em pó Mystik" a "Casas Pernambucanas".
O vendedor de laranjada, que perdeu a hora, corre para colocar seu carrinho em uma boa localização. Como sempre, naquela época, a maioria dos homens está de paletó e alguns, precavidamente, portam seus guarda-chuvas. E ali atrás, o edifício Odeon, na Praça Mahatma Gandhi. Ao fundo, o prédio do do Clube Militar. Na torre tem um relógio de 'quatro faces'.
Interessante é todos estes abrigos terem uma torre. Será que só era para visibilidade/publicidade ou tinham alguma função como abrigo de transformadores ou caixa d'água?

O carro com para-choque ondulado denuncia: é um Ford 35. O bonde não tem reboque. A plaqueta "Leme" está presa na lateral de um carro-motor médio. Essas plaquetas existiam, mas nem sempre eram colocadas.

Observa-se uma grande quantidade de pessoas esperando o bonde. Mas o ponto final deles era no Tabuleiro da Baiana, a cerca de 400m daí. Certamente essas pessoas não estavam esperando um bonde para percorrer tão pequena distância. Acontece que não era feita cobrança de passagem para quem embarcasse um (às vezes dois) pontos antes do ponto final das linhas. Assim, provavelmente essas pessoas estão esperando o bonde para irem de graça até o Tabuleiro da Baiana e continuarem nele no seu percurso de retorno à Zona Sul, quando então pagariam a passagem. Poderiam pegar o bonde na rua Senador Dantas, porque todas as linhas com final no Tabuleiro da Baiana teriam de retornar por aquela rua. Mas embarcando antes do ponto final, era mais fácil garantir um lugar sentado.

Nesse tempo, anos '50, ainda passavam por esse trecho os bondes que seguiam pela R. Santa Luzia? Em caso positivo essas pessoas não estariam também aguardando esses bondes? Tentando responder aos questionamentos, o Helio Ribeiro observou: a) o itinerário das linhas de bondes variou ao longo dos anos. Portanto, para dizer quais linhas passavam em determinado logradouro, é necessário saber a que ano nos referimos. A foto parece ser da década de 1950.

Na descrição de itinerários em 1951, passavam na rua Santa Luzia as linhas 9 (General Polidoro x Arsenal de Marinha), a 35 (Praça XV - Riachuelo) e a 36 (Praça XV - Praça 11). Em 1957 a linha 35 havia sido extinta, para ressurgir em 1959, como Lapa x Praça 11. Já a linha 36 constava como Lapa x Cancela a partir de 1957. A linha 9 permaneceu até o fim dos bondes, mas já em 1957 não constava mais como passando na rua Santa Luzia.

b) acho que os bondes só circulavam na Santa Luzia no sentido da Santa Casa para a Cinelândia. A confirmar.

c) quanto ao trajeto via Luís de Vasconcelos ou Teixeira de Freitas, também depende do ano de referência. Já pelo menos desde 1940 o trajeto era via Luís de Vasconcelos. Mas havia linhas que vinham pela Teixeira de Freitas, como a 24 (Marquês de Abrantes x Estrada de Ferro, anteriormente de número 22) e a 60 (Muda x Marquês de Abrantes). As antigas linhas 35 e 36, citadas acima, percorriam ambas as ruas: vinham pela Santa Luzia, entravam na Luís de Vasconcelos, contornavam o Passeio Público, entravam na Teixeira de Freitas e daí iam pela Mem de Sá.

Itinerário de bonde é um assunto complicado. Os antigos itinerários para a Zona Sul eram via rua do Passeio e Teixeira de Freitas, ida e volta. Posteriormente os trilhos de bonde foram retirados no trecho Mem de Sá - Senador Dantas e a rua do Passeio virou mão única nesse sentido. Então os bondes passaram a usar a Luís de Vasconcelos. Mas as linhas que vinham da Zona Sul e pegavam a Mem de Sá tinham de usar a Teixeira de Freitas. Bem como as que, após a retirada dos trilhos citada acima, vinham da Praça XV, via rua Santa Luzia, e precisavam também entrar na Mem de Sá.

Na terceira foto o anúncio da RCA Victor aparece muito bem. Será que ainda passavam bondes por aí na época da foto? Em "alta" podemos ver, à esquerda, trilhos de bonde. O anúncio do White Horse substituiu o do "rouge" Mystik da foto anterior.

As últimas fotos são da demolição do abrigo, levando ao chão o símbolo da RCA. Embora houvesse cordas para segurar a torre, certamente a área de segurança deveria ser maior do que a que foi isolada. Ao fundo o aspecto da Avenida Rio Branco nas vizinhanças do Clube Militar. No "out-door", um anúncio do sofá-cama DRAGO.

domingo, 3 de novembro de 2019

ARPOADOR


Praia do Arpoador, Ipanema - Rio de Janeiro
Foto: José Baptista Barreira Vianna, c. 1900
Edição: Achilles Pagalidis