terça-feira, 13 de abril de 2021

COLÉGIO NOTRE DAME

O Colégio Notre Dame está, desde 1933, no coração de Ipanema, na Rua Barão da Torre 308, embora tenha uma porta dos fundos dando para a Rua Nascimento Silva. A instituição toma como paradigma os ideais da grande pedagoga Santa Júlia Billiart que, desde a França do século XVIII, acentua a vivência da bondade unida à firmeza.O Notre Dame surgiu no Rio de Janeiro com o nome de Colégio Notre Dame Norte Americano e foi fundado pelas irmãs: Verena, Engelbertis, Vicentina, Luizi, Humilis, Salutris e Ignes. As pioneiras, há sete décadas, iniciavam um projeto educacional voltado para atender a vinte filhos de famílias americanas.

Joguei muitas vezes vôlei numa quadra que havia no alto de um dos edifícios. As freiras deixavam ex-alunos levarem convidados para jogar. No Colégio Notre Dame também foi criada a “Missa dos Jovens”, iniciativa de sucesso do Frei Clemente no final dos anos 60, onde um grupo de violão tocava músicas populares durante as missas que se realizavam nos sábados às 18 horas com lotação completa da igreja do colégio.

Nesta foto do acervo do Colégio Notre Dame vemos, a partir de seu terraço,  a Praça Nossa Senhora da Paz (antiga Praça Coronel Henrique Valladares), em Ipanema, em meados do século XX. A esquina em primeiro plano é a da Rua Barão da Torre com Rua Joana Angélica. Uma Ipanema quase só de casas ou prédios baixos, antes da especulação imobiliária do final dos anos 60 e da década de 1970. Foi a época da destruição do bairro antigo por construtores como Sergio Dourado.  A praça foi ajardinada pela primeira vez em 1932. Em 1936 o Prefeito, Cônego Olimpio de Mello, alterou o nome de Praça Coronel Henrique Valladares para Praça Nossa Senhora da Paz.

 

Em outra foto feita a partir do terraço do colégio vemos a Igreja de Nossa Senhora da Paz, na Rua Visconde de Pirajá esquina da Rua Joana Angélica. Foi construída a partir de 1918, em homenagem à paz depois da 1ª Guerra Mundial. Foi projetada por Gastão Bahiana, numa releitura do estilo neobizantino. Tornou-se a matriz da paróquia de Ipanema em 1920. Pode-se observar que na Rua Joana Angélica só há construções baixas na quadra entre a Rua Visconde de Pirajá e Rua Barão da Torre, permitindo a visão da Igreja. Hoje só existem edifícios altos neste trecho. À direita da Igreja ficava o prédio onde funcionou o Colégio São Francisco de Assis e o Cinema Pax. A Igreja de Nossa Senhora da Paz, na década de 1960, teve como vigário o controvertido e polêmico Frei Leovegildo Ballestieri, que ali instalou ar-condicionado para conforto dos fiéis ("quem gosta de calor é o Diabo no inferno!", dizia ele). Também instalou ao lado da Igreja a Casa Nossa Senhora da Paz, com serviços médico-assistenciais. Dando vazão a seu lado empresarial, montou uma pequena indústria de azulejos no subúrbio, ganhou o controle do guarda-volumes na Central do Brasil e construiu o Center Hotel no Centro da Cidade. Em 1952 já havia inaugurado o Cinema Pax e, anos depois, abriu um rinque de patinação (o Gelorama), um boliche e um teatro de arena, tudo para arrecadar fundos para a Igreja. Chegou a ser sócio do Canecão. Exagerando, imaginou demolir a Igreja para a construção de um "shopping", onde ao lado de butiques e lanchonetes, haveria uma capela, segundo Rui Castro. Uma violenta campanha d´O Pasquim sustou a idéia e a Igreja está lá até hoje. Acho até que o "nosso" frei foi incluído naquele mural do Ziraldo no Canecão...


A rua é a Barão da Torre, em Ipanema, provavelmente nos anos 30. As alunas posam felizes na janela do ônibus escolar, em frente ao colégio. Nessa época o Notre Dame tinha tanto o sistema de externato quanto de internato.

 


E no tempo dos torneios intercolegiais de vôlei a equipe feminina do Notre Dame se destacava. Nos anos 60 era capitaneada pelas irmãs Denise e Zulmira, grandes jogadoras. Aí vão 4 fotografias do arquivo D´ sobre o campeonato realizado em setembro de 1964 nas quadras do Clube Municipal e do ginásio do Botafogo, no Mourisco. Reparem nos saiotes que as moças eram obrigadas a usar para disputar a partida. Os colégios levavam turmas uniformizadas para torcer, sob a vigilância extrema das madres. Mas sempre havia espaço para uma "paquera" por parte dos alunos do Santo Inácio que não perdiam a oportunidade. Algumas acabaram em casamento.

 

19 comentários:

  1. Nos idos de 90 a Calango foi convidada para climatizar o gigantesco auditório existente no local. Apesar dos esforços fomos batidos por melhores preços e condições. Era um belo projeto, mas vida que seguiu...

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    1. Curiosidade de um engenheiro mecânico da UFRJ que militou no ramo de HVAC entre 1979 e 1990 na firma do Gregorio Vaisberg (que foi meu professor na UFRJ). Você foi da UFRJ também?

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  2. Olá, Dr. D'.

    Postagem muito interessante, com fotos idem. Acho que todas inéditas para mim.

    O colégio tem a idade da minha mãe.

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  3. Também joguei voleibol muitas vezes lá. Uma amiga minha, Leila, estudou no Notre Dame. Era da pá virada. Parece que havia uma imagem de um santo que sempre, ao se colocar alguma esmola, abaixava a cabeça agradecendo. Ela simplesmente colocou um prego na imagem que impedia o agradecimento.

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  4. Bom Dia! Na Rua Tenente Costa, onde hoje é um condomínio morou um cidadão que colecionava carros antigos. Na sua coleção tinham três ônibus escolares iguais a este. Faltam 21 dias.

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    1. Como se fala de escola, acho que vale lembrar que hoje é o dia do Hino Nacional.

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  5. Bom dia a todos. Lindas fotos. Acho que poucas escolas ainda mantém equipes esportivas, como era normal em quase todas as escolas da cidade. Todos os alunos queriam participar da seleção da escola, normalmente haviam equipes de "futsal", volei, handball e basquete, outros esportes também tinham suas seleções, caso a escola tivesse instalações para a sua prática, como natação, atletismo e várias outras modalidades. Infelizmente nos dias de hoje a maioria das escolas se quer tem professores para as aulas curriculares, professores e a matéria de educação física se quer fazer parte do currículo escolar. A cada dia que passa temos uma juventude com menos educação e sem aprendizado esportivo.

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  6. Essa região marcou época em períodos distintos em minha vida, já que em um deles minha então noiva e depois ex-mulher morava na região. Do "Gelorama" trago a lembrança de diversos tombos, já que quando meus pais me levaram eu devia ter uns cinco anos. Anos mais tarde no final dos anos 70, já no Edifício Cidade de Ipanema, erguido no terreno do antigo Cinema Pax, consultei-me com Com um brilhante médico, o Dr. Flávio Roque, morto prematuramente anos depois aos 40 anos. Em relação à Igreja de N.Sª da Paz, tive grave entrevero com um certo Frei Luiz em 1987. Sem entrar em detalhe, reagindo aos impropérios proferidos por ele, e dentro da Sacristia, "mandei-o para o lugar que lhe era devido". O Frei Leovigildo era, "guardadas as proporções temporais e regionais", uma espécie de Padre Cícero Romão, que era um grande latifundiário, explorador da mão de obra alheia, ativista político, e "lobista". {Fonte: "Lampiãp, seu tempo, seu reinado" de Frederico Bezerra Maciel}

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  7. namorava uma menina do Notre Dame que me convidava sempre para as partidas de voley. Eu , modestamente, desequilibrava, pois sempre fui da seleção do Andrews e, depois da FNM. Adoravam ter-me no time.
    às missas, eu não dava bola, mas na hora do violão, arrebentava, modéstia à parte. Hoje estou muito modesto.
    O Sergio Dourado, apesar de grande amigo do meu pai, foi o responsável pela destruição de Ipnema, em conluio com o prefeito da época, que me falta o nome. Seria o Tamoyo?
    O patinoir nunca fui por medo. Tinha um amigo que tinha estudado na Suíça e era fera, apesar de bichona ( não sou homofóbico, senão não seria amigo do titular desse fotolog). Ele dava shows. No boliche, me virava bem.
    Dos saiotes, acho que não era do meu tempo. Lembro de usarem bermudas de lycra bem apertadas, o que era bem sensual.
    Era muito fácil conseguir namoradas no ND. todas tolhidas pelas freiras e loucas para soltar a franga. kkkkkkk......

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  8. Pouco frequentei Ipanema garoto.Mirava em Copacabana, que era meu mundo .Aos 14 encomendei uma prancha de surf do Rico, e os pedidos eram feitos na loja Godspel na Praça N S da Paz, no lado da Rua Maria Quitéria . Quem anotava os pedidos era o Pety, depois conhecido como Menino do Rio , por ser inspiração de Caetano. As colegiais de uniforme tinham seu valor e destaque no imaginário juvenil. Vê-las produzidas nas festas de sábado causava taquicardia, e outras reações. Acho que só o São Bento não é colégio misto hoje, certo? O cinema Pax antológico . Importante ter 2 praças em Ipanema.

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  9. fora a declaração que o titular desse fotolog é uma bichona, o resto é a expressão da verdade.
    Alias, se eu disser para o Luiz que o céu é azul, ele questiona.... Homem de pouca fé!!!!!

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  10. Me formei em Pedagogia lá na Notre Dame nos idos de 1984. Pena que acabou freiras dedicadas e amorosas...

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  11. Me formei em Pedagogia lá na Notre Dame nos idos de 1984. Pena que acabou freiras dedicadas e amorosas...

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  12. esse negócio que inventaram agora unknouwn é muito chato! a gente se esquece....

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  13. Minhas aulas de educação física do primeiro grau foram no antigo Rec-Mec do Campinho (hoje um supermercado). As modalidades eram sempre vôlei, handebol, basquete e atletismo, não necessariamente nessa ordem. Sempre tentávamos incluir futebol de campo ou de salão, sem sucesso. Era uma negação nos esportes, um pouco menos no vôlei. Meu saque era venenoso (quando entrava) e não raro emendava uns "aces".

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  14. Eu acho
    Que cheguei um pouco depois mas o uniforme era bem parecido. O Ênio foi meu técnico de volley! Denise foi minha orof de Educação Física e que me introduziu ao volley. Anos depois eu ainda jogava volley contra as alunas naquele ginásio! Meus filhos também estudaram lá a vida toda!

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  15. Eu também fui aluna da Denise e Sueli na educação física e o técnico de volley foi o Enio.
    Lembro do uniforme, uma malha preta com um friso na lateral azul turquesa e a saia de pregas turquesa .
    Época muito boa….
    Ahhh não namorei ninguém do Santo Inácio , não sei se foi bom ou ruim…..

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