sexta-feira, 29 de outubro de 2021

IPANEMA - FEIRA DA PRAÇA N. S. DA PAZ




Se anteriormente todos os amantes do Rio Antigo rendíamos homenagens ao húngaro Gyorgy Szendrodi que, em 1971, fez um grande registro fotográfico do Rio da época, agora temos que homenagear o polonês Piotr Ilowiecki, autor de magníficas fotos do Rio no ano de 1977.

Hoje, coincidentemente uma sexta-feira, dia desta feira, vemos fotos da feira da Praça N.S. da Paz, em Ipanema, que é montada no entorno da praça, ocupando as calçadas das ruas Joana Angélica, Barão da Torre, Maria Quitéria e um pouquinho da calçada do lado da Visconde de Pirajá.

Vemos os meninos com seus carrinhos de rolimã que ajudavam as freguesas a levarem as compras para casa. Os carrinhos eram feitos com madeira de caixotes de bacalhau, com uma sola de sapato de borracha à guisa de freio e um volante improvisado. Tal e qual estivessem numa patinete, “pedalavam” e alcançavam alta velocidade, ganhando uns trocados pelo serviço. Hoje, entrar em casa com um estranho seria considerado ato de alto risco.

Podemos observar nas fotos um ambiente de tranquilidade. Que diferença para a indumentária atual.

A última foto mostra a Kombi da fiscalização.

Dica do JBAN: o pastel da barraca que fica na esquina da Joana Angélica com Visconde de Pirajá, em frente à igreja, é imbatível.

AVISO AOS NAVEGANTES: o “Saudades do Rio” voltará ao ar na próxima semana.

16 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Continuamos fora da minha jurisdição. Acompanharei os comentários.

    Evito ao máximo consumir comida em locais como feiras. É sempre uma loteria.

    A indumentária começava a mudar.

    Húngaro, polonês, etc. Invasão do leste europeu nos anos 70. Só temos a agradecê-los pelos registros.

    Hoje é o dia nacional do livro. Objeto que parece estar em extinção por diversos motivos.

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  2. Em tempo: novamente o gerente adota a semana de cinco dias.

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  3. Vendo a tranquilidade das pessoas nas fotos, os carrinhos de rolimã que não existem mais em virtude do motivo citado pelo gerente, dá para estranhar as palavras de nosso digno comentarista Wagner Bahia, dias atrás, ao alegar que a violência atual é a mesma de antes porque o ser humano não mudou.

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  4. Quanto às fotos em si, é estranho notar que em filmes ou fotos antigas de turistas estrangeiros é muito comum vermos registros de feiras-livres, como se isso fosse algo fora do comum para eles e constituísse uma atração turística.

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  5. A feira-livre é algo totalmente em desacordo com o Século XXI e com a ordem pública de uma cidade que "se arroga maravilhosa", pois o transtorno causado ao trânsito e aos moradores da região traz mais prejuízos do que vantagens. Minha ex-mulher morava na Barão da Torre e o pai dela sempre reclamava desse transtorno. Em 1977 ainda vivíamos em "tempos seguros" onde possível circular com segurança.

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  6. Na contramão da maioria, acho que as feiras são uma excrescência nos dias de hoje.
    Não se justificam; falta de higiene, transtorno aos moradores, qualidade equivalente e preços iguais ou mais altos que os dos hortifrutis e supermercados, por aí vai.
    Como já ouvi de moradores em ruas de feiras: "gosta de feira? leva prá sua rua..."

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    1. Concordo com tudo, exceto quanto aos preços. Na feira-livre aqui perto de casa os preços são normalmente menores que os do hortifruti de baixa qualidade em frente à minha casa. Alguns inclusive são bem menores, como os de frutas, alho e verduras. Apenas os de legumes são equivalentes.

      Se compararmos com hortifrutis melhores, como os da Tijuca e Grajaú, a diferença de preço é brutal.

      Sem contar que na feira há várias barracas vendendo os mesmos produtos, o que possibilita melhor escolha.

      E, last but not least, o famoso pastel com caldo de cana, inexistentes em hortifrutis.

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  7. Bom dia a todos. As feiras estão acabando por si só, algumas feiras tradicionais já desapareceram, outras o número de barracas diminuíram bastante, a tal ponto que ocupam metade do espaço que ocupavam antigamente, mas outras atividades se incorporaram as feiras livres, entre elas as barraquinhas que vendem pastel e caldo de cana, churrasquinho, bolinho de bacalhau e até roda de samba como acontece na Feira da Glória. Mesmo não mais frequentando as feiras, tenho uma grande admiração por elas e pelas pessoas que fazem delas o seu sustento. Sempre me vem a lembrança um Português que chegou ao Brasil em 1939 com 20 anos de idade, começou a trabalhar como empregado em uma barraca de feira e logo depois passou a ter a sua própria barraca, sendo esta atividade o ponta pé inicial, para progredir economicamente e vencido na vida, fazer uma família com dois filhos que além de os deixar formados, lhes deixou como principal ensinamento que o trabalho é o único caminho para se mudar uma situação. Lembro como se ainda fosse hoje, ainda bem criança, ele dizer o seguinte ditado.
    Um homem não vale pelo dinheiro que ele tem, pela casa que ele mora, pelo carro que dirige, um homem tem valor pelo respeito que as pessoas tem por seus atos e comportamentos. Muito bom relembrar este ditado, mesmo vindo as lágrimas ao rosto.

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  8. Boa Tarde! Lembro de ter visto no começo dos anos 70, nesta mesma feira carregadores com cestos ao invés de carrinhos.

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  9. No último Sábado estive na feira da Duquesa de Bragança e ela estava "bem caidinha", ocupando apenas uma parte da rua. Existem artigos que só podem ser encontradoos nas feiras e as ervas são um exemplo. Ervas como Arruda, "Folha de Colônia", Manjericão miúdo, "Catinga de mulata", e muitas outras são colhidas nos morros por residentes locais e levados diariamente às feiras.

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  10. Lino,

    "Um homem não vale pelo dinheiro que ele tem, pela casa que ele mora, pelo carro que dirige, um homem tem valor pelo respeito que as pessoas tem por seus atos e comportamentos".

    Merece um moldura isso.

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  11. A nitidez dessas fotos é incrível.

    Essas mulheres com o lenço na cabeça para esconder os bobs de cabelo eram presença garantida nas feiras.

    Esses carrinhos de frete feitos com rolimã lembram-me uma parte da minha infância; sim, porque, simplesmente, eu vivi essa realidade.

    Na verdade, meus irmãos mais velhos que tocavam o "negócio", desde a construção mambembe dos veículos (utilizava-mos tábuas de refugo de obras, ou caixotes de embalagens feitos de madeira), até a abordagem das "madames" e o transporte. Eu só acompanhava.

    E quer saber de uma coisa: eu não tenho saudades nenhuma dessa época. As dificuldades a qual vivíamos eram inúmeras e seria longo enumerar. Fui tratar da minha vida e ir estudar.

    Confrade (como julgo que este espaço é uma confraria, permito-me este tratamento, rsrs) Hélio, em nosso grupo de amigos sempre aparecia uns espertinhos e perigosos, dos quais nos afastávamos. Se entregavam a qualquer "empreitada" de ganho fácil. Nos dias de hoje certamente estariam trabalhando para o dono da boca. Como falei, a essência do indivíduo não mudou. Como nós criamos uma sociedade que valoriza a grana, seja a pessoa de qualquer clase social, para ingressar numa atividade que dará dinheiro a questão é apenas a relação custo/benefício. Nem todos querem seguir o caminho virtuoso, como citado pelo estimado Lino. Sempre foi assim, desde que o mundo é mundo.

    Quanto a aparente tranquilidade na foto, ao meu ver apenas retrata uma época de maior resignação, na qual "cada um sabia o seu lugar", parodiando uma citação já feita aqui por um notório comentarista.

    Abraço

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  12. O comentário das 15:38 foi certeiro quando retrata uma época na qual "cada um conhecia o seu lugar" mas foi infeliz quando afirmou que teria sido por "resignação" e não pelo fato de que em uma sociedade organizada existe ordem e respeito, em razão disso "cada um conhecia o seu lugar na própria sociedade. O termo "resignação" é inadequado porque dá a idéia de que naquela época a vida era muito ruim. E era mesmo para "alguns", já que esses não conheciam seus lugares numa nação ordeira, quiseram "dar o seu jeito", e tiveram a resposta adequada. Simples assim...

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  13. O gerente só volta depois do feriado ou tem postagem na segunda?

    O Wagner foi feliz lembrando da nitidez das fotos os filmes "analógicos" dão um banho de qualidade na resolução comparado a uma grande maioria de máquinas digitais e/ou smartphones.

    Só recentemente os smartphones começaram a oferecer opções de fotografias com resolução alta ou altíssima.

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  14. O Rio não é para amadores.

    Consulado de Portugal invadido por bandidos em Botafogo. Uma vizinha também foi assaltada.

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  15. Luis gostou da feira de Ipanema! Só volta na 6a pelo jeito !

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