Vemos um trecho da Rua
Cosme Velho, acho que perto da igreja de São Judas Tadeu. Os trilhos são para o
bonde da linha 3 – Águas Férreas. Na internet há um vídeo sobre esta região
muito bom, criado pelo ilustre psicanalista Francisco Daudt, morador da região.
Ele, ex-aluno do Colégio Santo Inácio e da Faculdade Nacional de Medicina,
descreve todas as mansões que aí existem/existiam.
À direita vemos uma
lavadeira com sua trouxa de roupas na cabeça. Lembro de uma em particular, que
toda semana passava lá em casa em Copacabana para pegar as roupas para lavar, quando
eu era criança. Era o tempo anterior às máquinas de lavar. As roupas sujas,
principalmente lençóis e toalhas, eram separadas e fazia-se um rol em duas vias.
Um ficava lá em casa e outro ia com a lavadeira, que morava no alto da Rua
Santa Clara, numa casinha no final da enorme escadaria do Morro dos Cabritos. Na
semana seguinte voltava a roupa lavada, o rol era conferido e nova trouxa de
roupa suja era levada. Chamava-se D. Maria, mãe do “Portuguesinho”, que era
coroinha da igreja de São Paulo Apóstolo.
Esta ilustração, do
acervo da tia Milu, mostra o Santuário Nacional de São Judas Tadeu, em
construção. Pedia auxílio dos fiéis. Remessas ao Vigário Campos Góes, Rua Cosme
Velho, 470 – Rio de Janeiro.
Embora a Paróquia tivesse
começado em 1945, desmembrada da Paróquia de N.S. da Glória, somente bem mais
adiante foi iniciada a construção desta igreja. O pároco, o famoso Padre Góes,
que por baixo da batina sempre vestia uma camisa do Flamengo, comandava a
arrecadação dos donativos para erguer o templo. Com projeto de Benedito Calisto
Netto a nova igreja foi construída e inaugurada em 28/12/1968.
Eis os "carros de
praça" estacionados junto à estação da Estrada de Ferro do Corcovado, no
Cosme Velho. A Estrada de Ferro do Corcovado foi a primeira ferrovia
eletrificada do Brasil. Inaugurada em 1884, é mais antiga do que o próprio
monumento do Cristo Redentor. O primeiro passageiro ilustre a subir o Morro do
Corcovado de trem foi Dom Pedro II, Imperador do Brasil. O trem, na época a
vapor, foi considerado um milagre da engenharia por percorrer 3.824 metros de
linha férrea, em terreno totalmente íngreme. Foi substituído pelo trem elétrico
em 1910.
Foto enviada pelo prezado Menezes mostra o Colégio São Vicente de Paulo, que teve como arquiteto Rolf Werner Hürther e a construção a cargo dos engenheiros Milton Saramago e Manoel de Mello Machado. O São Vicente, católico, destacou-se por uma linha de educação avançada para seu tempo. Este colégio começou a funcionar neste local em 1959, com o pátio ainda em obras, recebendo 350 alunos. Inspira-se nos ensinamentos de seu patrono: primeiro faz, depois organiza, sistematiza, cria regras, normas e busca as condições necessárias para fazer bem feito!