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sábado, 1 de maio de 2021

COSME VELHO

Vemos um trecho da Rua Cosme Velho, acho que perto da igreja de São Judas Tadeu. Os trilhos são para o bonde da linha 3 – Águas Férreas. Na internet há um vídeo sobre esta região muito bom, criado pelo ilustre psicanalista Francisco Daudt, morador da região. Ele, ex-aluno do Colégio Santo Inácio e da Faculdade Nacional de Medicina, descreve todas as mansões que aí existem/existiam.

À direita vemos uma lavadeira com sua trouxa de roupas na cabeça. Lembro de uma em particular, que toda semana passava lá em casa em Copacabana para pegar as roupas para lavar, quando eu era criança. Era o tempo anterior às máquinas de lavar. As roupas sujas, principalmente lençóis e toalhas, eram separadas e fazia-se um rol em duas vias. Um ficava lá em casa e outro ia com a lavadeira, que morava no alto da Rua Santa Clara, numa casinha no final da enorme escadaria do Morro dos Cabritos. Na semana seguinte voltava a roupa lavada, o rol era conferido e nova trouxa de roupa suja era levada. Chamava-se D. Maria, mãe do “Portuguesinho”, que era coroinha da igreja de São Paulo Apóstolo.

Esta ilustração, do acervo da tia Milu, mostra o Santuário Nacional de São Judas Tadeu, em construção. Pedia auxílio dos fiéis.  Remessas ao Vigário Campos Góes, Rua Cosme Velho, 470 – Rio de Janeiro.

Embora a Paróquia tivesse começado em 1945, desmembrada da Paróquia de N.S. da Glória, somente bem mais adiante foi iniciada a construção desta igreja. O pároco, o famoso Padre Góes, que por baixo da batina sempre vestia uma camisa do Flamengo, comandava a arrecadação dos donativos para erguer o templo. Com projeto de Benedito Calisto Netto a nova igreja foi construída e inaugurada em 28/12/1968.


Eis os "carros de praça" estacionados junto à estação da Estrada de Ferro do Corcovado, no Cosme Velho. A Estrada de Ferro do Corcovado foi a primeira ferrovia eletrificada do Brasil. Inaugurada em 1884, é mais antiga do que o próprio monumento do Cristo Redentor. O primeiro passageiro ilustre a subir o Morro do Corcovado de trem foi Dom Pedro II, Imperador do Brasil. O trem, na época a vapor, foi considerado um milagre da engenharia por percorrer 3.824 metros de linha férrea, em terreno totalmente íngreme. Foi substituído pelo trem elétrico em 1910.


Foto enviada pelo prezado Menezes mostra o Colégio São Vicente de Paulo, que teve como arquiteto Rolf Werner Hürther e a construção a cargo dos engenheiros Milton Saramago e Manoel de Mello Machado. O São Vicente, católico, destacou-se por uma linha de educação avançada para seu tempo. Este colégio começou a funcionar neste local em 1959, com o pátio ainda em obras, recebendo 350 alunos. Inspira-se nos ensinamentos de seu patrono: primeiro faz, depois organiza, sistematiza, cria regras, normas e busca as condições necessárias para fazer bem feito!

sexta-feira, 30 de abril de 2021

COPACABANA


Nas fotos de hoje, garimpadas pelo Nickolas, vemos Copacabana por volta de 1967. Defronte ao hotel Copacabana Palace chama a atenção o Galaxie estacionado. Devia estar estalando de novo.


A "Feira do Livro" que fazia grande sucesso na época. Esta era montada na Praça Serzedelo Correia e era um excelente local para comprar livros com descontos. O menino se delicia com seu Chica-Bon.

Esta rua é a Fernando Mendes, vendo-se o Hotel Excelsior. Lá no fundo, nesta época, ficava o Cinema Ricamar, na Av. N.S. de Copacabana. Na calçada à esquerda, dez anos depois, se instalaria um dos melhores restaurantes de massa da Zona Sul, o "La Trattoria", do Mario Pautasso.


 A típica carrocinha de frutas das esquinas de Copacabana, hoje quase desaparecidas. A rua é difícil de identificar, mas aquela construção típica das escolas públicas dos anos 60 sugere que seja a República do Peru.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

MADUREIRA




Vemos hoje fotos de Madureira, bairro que conheço pouco. A primeira vez que lá estive foi para assistir a um Madureira e Flamengo, em que o Flamengo venceu por 1x0 com gol de Dida. Décadas depois fui várias vezes à Fábrica Piraquê, por motivos de trabalho. A primeira foto mostra o Viaduto de Madureira.



A estação de trem de Madureira.


A estação de trem de Madureira.

Um flagrante do grande movimento nas vizinhanças da estação de trem de Madureira. O pipoqueiro está acendendo o fogo para fazer pipoca.

As pipocas já estão prontas.

A flâmula do Madureira Atlético Clube.


 A carteirinha do prezado comentarista Aurelio da época em que foi diretor de esportes aquáticos (diretor de piscina) quando da fusão dos três clubes que existiam em Madureira: o Imperial Basquete Clube, o Madureira Tênis Clube e o Madureira Atlético Clube. 


quarta-feira, 28 de abril de 2021

ONDE É?

                                                               Foto 1


                                                                Foto 2 

                                                                    Foto 3

                                                             Foto 4


                                                                  Foto 5

terça-feira, 27 de abril de 2021

BONDE PENHA

Relembrando os FRA (Fotologs do Rio Antigo), como o “Rio de Fotos”, do Derani, e o “Zona Norte”, voltamos à Penha. Neste bonde lotado, o 94, fico imaginando a dificuldade do "condutor" executar seu trabalho. A propósito transcrevo um relato que bem descreve a situação:

“Meu pai foi condutor (cobrador) da linha Penha-Praça Mauá desde os meados dos anos 40 até quando os bondes desapareceram em 1962 ou 1963. A chapa do meu pai era 5056. Um "bonde" era composto do "motor" (o primeiro carro) e o "reboque". Aquele que conduzia o bonde chamava-se "motorneiro" e os dois que cobravam (um no motor e o outro no reboque) chamavam-se "condutores". Em certos pontos da linha "fiscais" (uniformizados) controlavam os condutores comparando o número dos passageiros marcados no relógio (visível ao alto no início do motor e do reboque), com os passageiros no bonde e também com a "guia fiscal" (registro de papel onde os fiscais faziam anotação do número de passageiros e portados pelos condutores). Os "fiscais" eram fiscalizados pelos "inspetores", estes em número bem reduzido. A cada passageiro que pagava o condutor registrava a passagem no relógio. Isto era lançado no final na "guia fiscal" e as contas eram prestadas na "garagem" de bondes ao lado do Parque da Penha.

No fim da tarde o meu pai estava com todos os bolsos da calça e do paletó completamente entulhados de dinheiro que não era dele e sim da Light. Nunca foi assaltado durante o trabalho e a caminho de prestar contas. Tampouco nenhum colega dele daqueles tempos havia sido roubado ou assaltado. E o meu pai foi condutor de bonde por mais de 30 anos!!! Meu pai ia almoçar em casa e levava o dinheiro (notas/moedas) arrecadado durante parte do dia (primeiro turno). Eu o ajudava a organizar montes de 1 cruzeiro (Tamandaré), 2 cruzeiros (Caxias), etc, e também a fazer canudos de papel com as moedas do mesmo valor. Ele voltava ao trabalho, trabalhava o segundo turno, arrecadava mais dinheiro durante o dia. Muitas vezes prestava contas tarde da noite. Nada de roubos e assaltos.” 

O bonde da foto está pronto a dobrar à esquerda e entrar na famosa Rua dos Romeiros onde era ponto final da linha Penha-Praça Mauá e Penha-Madureira. O bonde acaba de passar em frente de um túnel (passagem sob a linha férrea) que foi construído por iniciativa do vereador/deputado Mourão Filho no início dos anos 60 e como tal passou a ser chamado de "Buraco do Mourão".

Na esquina vê-se um bar com as iniciais "Cerve...". Ali se desfrutava de um bom caldo de cana com pastel, nos anos 50 e início dos anos 60. No início dos anos 50 construíram o Cine São Pedro que durante alguns anos era o maior cinema do Rio. Simplesmente enorme. Vemos a roda gigante ao fundo, abaixo da Igreja da Penha, onde havia as famosas Festas da Penha de outrora. Entrava-se neste parque ao som de "Cerejeira Rosa" (mambo de Perez Prado) e dos chorinhos "Brasileirinho" e "Pedacinhos do Céu".


Nesta foto do bonde 93, vemos o bonde "Penha" na Av. Suburbana. Segundo o Helio, o trajeto do 93 era:     IDA: Praça Mauá - Acre - Marechal Floriano - Praça Duque de Caxias - Presidente Vargas (lado par) - Francisco Bicalho - Francisco Eugênio - Figueira de Melo - Campo de São Cristóvão - São Luís Gonzaga - Largo de Benfica - Av. Suburbana - Democráticos - Uranos - Ibiapina - José Maurício - Romeiros - Largo da Penha.                                                                           VOLTA: Inverso da ida até a Praça. Duque de Caxias, e daí em diante Praça Cristiano Otoni - Senador Pompeu - Camerino - Sacadura Cabral - Praça Mauá.

Imagino a dificuldade do ciclista em pedalar pela avenida de paralelepípedos, alagada, o meio de bondes, lotações, caminhões e automóveis.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

SANTUÁRIO DA PENHA

Esta fotografia de Luciano Ferrez mostra a vista do bairro da Penha a partir da escadaria da igreja. A festa de N.S. da Penha que inicialmente se comemorava no dia 8 de setembro, passou depois para o mês de outubro. Neste mês, milhares de pessoas, muitas delas pagando promessas, sobem de joelhos os mais de trezentos degraus. 

Esta foto, de 1932, mostra uma Penha ainda quase rural, sem as dezenas de favelas que hoje dominam a região. Era o tempo das barraquinhas coloridas e dos grupos de choro, como o do Pixinguinha, animando a grande festa. No início do século XX o porto de Maria Angu ganhou uma ponte para as barcas da Companhia Cantareira atracarem, facilitando a ligação com o Cais Pharoux, na Praça XV, de onde vinham muitos dos fiéis para as festas da Penha.

A foto nos mostra um batizado na Igreja da Penha nos anos 50. Hoje em dia as formalidades foram abandonadas e não mais se veem crianças com camisolões ou pais de terno e gravata.  E a degradação da região no entorno da igreja, com inúmeras favelas, torna um risco ir nesta igreja.

Como já contou o comentarista Irajá, atualmente não é difícil ir à Igreja da Penha, pois para subida do penhasco estão disponíveis três lances de plano inclinado. Mas subir pelas escadas é sempre muito agradável, pois gradativamente vai se tendo a visão da baía de Guanabara e a quase totalidade da Baixada de Irajá. 

O festejo religioso da Festa da Penha inclui uma grande procissão pelas ruas do bairro, a qual, segundo os organizadores, conta com a presença de cerca de inúmeras congregações das igrejas e paróquias vizinhas. Para os não católicos o evento serve para apreciar uma das grandes tradições existentes há mais século.

Apenas por orientação, geograficamente a Penha, como os vizinhos Olaria e Ramos, pertence a Baixada de Irajá, a qual corresponde ao território ocupado por 38 bairros. Em se falando em igreja da Penha, ela pertenceu, até o início do século XX, à Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá. A Matriz de Irajá, igreja barroco-jesuítica do início do Século XVII (1613), é a mais antiga Matriz em sua volumetria original da Cidade do Rio de Janeiro e segunda no Estado. Em 2013 comemorou o seu quarto centenário.


Para finalizar temos esta bela imagem da Igreja da Penha, valorizada pelo Buick 1948. Esta escadaria esculpida na pedra é uma obra extraordinária. Antigamente eram comuns pessoas subindo de joelhos a escadaria.

PS: alguns comentaristas poderão aproveitar o tema e recordar aventuras adolescentes no Parque Shangai...

domingo, 25 de abril de 2021

PADARIA MAIA

Esta bela foto de Malta, de 1915, mostra a Padaria Maia, no Largo do Rio Comprido. Podemos ver o poste com a marca branca, bem na esquina, indicando a parada do bonde. Chamam a atenção a fiação exposta, o bem cuidado gradil do 2º andar, o traje dos passantes (o do menino, à direita, é especial: chapéu, paletó, calças curtas, meias altas e sapatos), os trilhos de bonde, inclusive com desvio de linha. O calçamento era de paralelepípedos.

A caixa presa na parede era uma caixa onde se lia "Socorros Policiaes", coisa da virada para o século 20. Foram todas roubadas porque a fiação - para os contatos com a polícia - era de platina, o que valia e vale muita grana. Só os "fiscais de quarteirão" tinham a chave. Abriam a caixa e chamavam a polícia em caso de necessidade.

Quanto ao local temos uma informação da Sheila Castello: “Os trilhos do bonde, que estão em linha reta, estão vindo da Rua Itapiru. A esquina da Padaria Maia é a da Rua da Estrela. Aquelas casas ficam na mesma calçada da Escola Pereira Passos, a padaria era onde hoje é o prédio da Lanchonete Ondina. Voltemos aos trilhos, eles vinham reto, no sentido contrário ao atual trânsito, chegavam no Largo pela calçada da farmácia Max, entravam na Av. Paulo de Frontin, circulando a praça e paravam em frente à Escola Pereira Passos, onde ficava o ponto final. Agora percebam que entre os trilhos retos, há dois em curva: são os que iam e vinham da Rua Santa Alexandrina e que também circulavam a praça antes de seguir seu itinerário.”