sábado, 22 de maio de 2021

HOTEL INTERNACIONAL DO GALEÃO




Tenho dúvidas sobre esta foto de hoje e peço ajuda aos especialistas em Ilha de Governador, torcendo para que o prezado Jaime Moraes nos ajude.

Achei esta foto, apenas com a identificação que nela consta. Procurando por “Hotel Internacional do Galeão” achei, em artigo do “Correio da Manhã”, a seguinte notícia: “Em 1985 os jornais noticiavam que o Ministro da Aeronática, Delio Jardim de Matos, inaugurou a Casa Gerontológica do Galeão, um luxuoso prédio de repouso para militares, com 164 leitos. O prédio de três pavimentos foi projetado para a instalação do Hotel Internacional do Galeão, mas a firma construtora entrou em falência. O prédio fica ao lado do Hospital da Força Aérea do Galeão.” Esta Casa Gerontológica seria construída aí onde vemos na foto?

Quanto ao aeroporto em si, em 1º de fevereiro de 1952 foi oficialmente inaugurado o Aeroporto do Galeão com o início do funcionamento do terminal de passageiros, atual TPS-5, onde hoje funcionam escritórios de companhias cargueiras. Esse terminal passou por diversas ampliações ao longo dos anos até ser substituído pelo atual Terminal 1, que agregou o que de mais atual havia na época de sua inauguração, em 20 de janeiro de 1977.


 

sexta-feira, 21 de maio de 2021

CHAFARIZES




Houve uma época em que a cidade do Rio ea muito mais agradável e bem tratada. Não havia praça carioca que não tivesse uma boa manutenção.

Os chafarizes funcionavam, funcionários da prefeitura faziam a poda das árvores, recolhiam folhas caídas no chão, consertavam os brinquedos como os balanços, rema-remas, gangorras  e escorregas.

Vivia-se de forma mais calma.

quinta-feira, 20 de maio de 2021

COLÉGIO MILITAR









 Em 1889, oito meses antes da República, foi instalado o primeiro Colégio Militar brasileiro, dedicado sobretudo à educação dos filhos dos oficiais do Exército. Em 09 de março de 1889, Sua Majestade, o Imperador Dom Pedro II, dispôs-se a assinar o importante Decreto de nº 10.202 que aprovou para o Imperial Colégio Militar o seu primeiro regulamento. Sua divulgação ocorreu em 05 de abril de 1889 por intermédio da Ordem do Dia para o Exército de nº 2251. A ânsia do Ministro da Guerra, Thomaz Coelho, de pôr em funcionamento o Colégio, levou-o a fazer, em 07 de abril de 1889, sua primeira visita oficial ao Palacete da Baronesa de Itacurussá, cujo terreno fazia esquina com as ruas São Francisco Xavier e Barão de Mesquita, e se prestava a servir de sede do Colégio Militar. Em 29 de abril de 1889, foi lavrada a escritura de compra e venda do Palacete da Babilônia. Por fim, no começo de maio de 1889, dois avisos importantes do Ministério da Guerra: o do dia 02, concedia licença aos candidatos inscritos para serem matriculados e o do dia 04 determinava que a abertura das aulas se realizasse dois dias depois.

O Colégio Militar foi criado pensando nos órfãos da Guerra do Paraguai. Saiu um pouco tarde para seu objetivo, porém até hoje prevalece um sistema de cotas que privilegia os órfãos de militares, depois as vagas são preenchidas por filhos de militares vivos e, finalmente, por filhos de civis.

Na opinião de um amigo antigamente seguir a carreira de militar ou de padre era a garantia de respeitabilidade e soldo perene. Hoje não passa de uma profissão como outra qualquer. Consta que a Escola da Agulhas Negras está às moscas. Tal como acontece também com muitos seminários e mosteiros habitados apenas por alguns fantasmas.

Temos uma foto mostrando o bonde "Barcas", em frente ao Colégio Militar, por volta de 1930, na Rua São Francisco Xavier. A linha de bondes que passava por aí era da antiga Companhia São Cristóvão, herdeira da primeira linha de bondes que funcionou na América Latina, em 1859, numa concessão feita pelo Governo Imperial em março de 1856 ao cidadão tijucano Thomas Cochrane. A Companhia dos bondes da Tijuca teve grande sucesso inicial, mas em 1868, faliu quando estava sendo dirigida pelo notável Barão de Mauá. Em 1870 retornou a circular, já em mãos estrangeiras, e com o nome de Companhia São Cristóvão. 

quarta-feira, 19 de maio de 2021

AV. ATLÂNTICA ENTRE BARÃO DE IPANEMA E CONSTANTE RAMOS

Temos hoje mais uma fantástica pesquisa do Maximiliano Zierer sobre a Avenida Atlântica, hoje mostrando o quarteirão entre as ruas Constante Ramos e Barão de Ipanema, Posto 4, Copacabana. Comparativo no início dos anos 1920, nos anos 1950 e em 2020.Vamos comparar quatro fotos da Av. Atlântica no quarteirão entre as ruas Constante Ramos e Barão de Ipanema, num intervalo de 100 anos. As três primeiras fotos fazem parte do sensacional acervo do meu amigo Francisco Patrício, sendo a última foto obtida recentemente do Google Street View, para permitir compreender a evolução das construções deste quarteirão da orla.

A primeira foto é do início dos anos 1920. Vemos um grupo de cinco pessoas na praia de Copacabana, e ao fundo as únicas três construções que existiam neste quarteirão da orla (atualmente são 4 edifícios). No canto direito temos uma moça deitada no colo do pai, a pianista Zilah de Moura Brito. Ao lado do pai está a mãe de Zilah, mais um casal de amigos no lado esquerdo. Nenhum deles está com roupa de praia, os homens estão de terno, gravata, chapéu e sapatos, e as mulheres estão de vestido.

Quanto às construções, no lado esquerdo havia um casarão de dois pavimentos mais uma torre (que não está visível nesta foto), e logo à esquerda deste casarão havia um lote vazio de esquina, onde seria construído (somente em 1928) o edifício Lellis-São Paulo, na esquina com a rua Barão de Ipanema (um edifício em estilo neoclássico de 9 andares que permanece no local até os dias atuais). A casa do centro da foto possuía apenas um pavimento sobre um porão elevado. E a casa do canto direito era uma casa geminada de dois pavimentos, com as suas duas metades simétricas. Esta casa ficava exatamente na esquina com a rua Constante Ramos. Reparem nos muros baixos das três casas e no Morro dos Cabritos ao fundo.

Nesta segunda foto, do início dos anos 50, vemos uma bela jovem na praia de Copacabana, diante do cinema Rian. O filme em cartaz é Lágrimas de Mulher. O cinema Rian foi inaugurado em 1932 e demolido em 1983 (em seu lugar foi construído o Hotel Pestana). O prédio do cinema foi construído no local onde havia duas casas, a de um pavimento no centro e a de dois pavimentos no lado esquerdo da foto dos anos 1920 (as duas casas foram demolidas no final da década de 1920). O cinema Rian foi fundado pela atriz, cantora e primeira-dama do Brasil Nair de Tefé von Hoonholtz (segunda esposa do Marechal Hermes da Fonseca, oitavo presidente do Brasil). O nome do cinema – Rian (Nair de trás para frente) é uma alusão à sua fundadora. Voltando para os anos 1950, vemos atrás da cabeça da moça a fachada do edifício Tiradentes (uma fachada estreita e arredondada, como veremos adiante), que foi construído no lugar da metade da casa geminada da esquina com a rua Constante Ramos. A outra metade da casa geminada ainda estava de pé, mas foi demolida na segunda metade da década de 50 para a construção do edifício Carvalho Mesquita. O cinema Rian foi tema recente aqui no blog: https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2021/05/cinema-rian.html

Na terceira foto, também do início dos anos 50, vemos a mesma moça da foto anterior, agora junto ao seu namorado, um belo casal! Ao fundo, no canto esquerdo temos a fachada estreita e arredondada do edifício Tiradentes, depois atrás do rapaz temos a metade da casa geminada da esquina, e no lado direito o edifício Guarujá, de 10 andares (construído em 1927) e localizado na outra esquina da Av. Atlântica com rua Constante Ramos. O edifício Guarujá, um ícone de Copacabana e o prédio mais alto da orla durante alguns anos, ficou abandonado e decadente nas décadas de 80-90, após ter sido construído (no final dos anos 60) um prédio no seu jardim frontal na Av. Atlântica que lhe roubou a vista para o mar, o feio edifício verde, o Ribeiro Campos. O edifício Guarujá foi restaurado na metade dos anos 90, sendo atualmente um residencial com serviços, rebatizado de South Beach Copacabana Residence Club.


 Esta quarta foto é do Google Street View de 2019 e mostra o quarteirão da Av. Atlântica entre as ruas Constante Ramos e Barão de Ipanema. Essa foto deve ser comparada com a foto do início dos anos 20.

PS: as pesquisas do Maximiliano Zierer sobre a orla de Copacabana são tão interessantes e completas que mereciam ser reunidas em um livro. Já dei a ele esta sugestão. Tomara que aceite.

terça-feira, 18 de maio de 2021

RESTAURANTE MESBLA


Esta foto, enviada pelo prezado Carlos Paiva, mostra o interior do Restaurante Panorâmico Mesbla. Este simpático local fica no topo do edifício da loja Mesbla no Passeio.

Em 1953 foi aberta a concorrência para a concessão do Bar-Restaurante dos Empregados da Mesbla, no Rio. Em 1955 os jornais já anunciavam “No coração do Rio, em plena Cinelândia, o mais belo panorama do mundo, o mais moderno e completo restaurante: Restaurante Mesbla, excelente almoço, chá musical, no 11º pavimento."


Em garimpagem do prezado Nickolas Nogueira vemos a capa do cardápio do Restaurante Mesbla. Pela sua excelente localização e com a fantástica vista para a Baía de Guanabara foi uma atração por bastante tempo. 

A quantidade enorme de pratos no cardápio favorecia a escolha, mas, na minha opinião, todo restaurante que tem tanta variedade acaba por não ser bom em nada. Não é uma verdade absoluta, mas é muito difícil ter uma cozinha que seja especialista em tanta coisa. 

Achei muito curioso que o menu do almoço fosse em português enquanto o meun do jantar fosse em francês. 

Podemos observar que este menu foi comemorativo do IV Centenário da cidade em 1965. 


Um "souvenir" do restaurante: uma caixinha de fósforo. Numa época em que fumar era mito mais comum que hoje em dia era comum receber este brinde onde quer que se fosse. Houve grandes colecionadores deste item. 

 

segunda-feira, 17 de maio de 2021

CONFEITARIA COLOMBO

Vemos a Confeitaria Colombo, na Rua Gonçalves Dias, no Centro, perto da virada do século XIX para o século XX. A Colombo era um ponto de encontro das elites. É um exemplo típico da arquitetura art-nouveau e da “belle époque” carioca. Os gigantescos espelhos belgas, os mármores italianos e o mobiliário em jacarandá testemunharam mais de um século de história e trazem aos dias de hoje ares e aromas do século XIX. 

Foto dos anos 20 do século passado. A Colombo, fundada em 1894 pelos portugueses Joaquim Borges de Medeiros e Manoel José Lebrão - este último criador da célebre frase “O freguês tem sempre razão” - funcionou como um dos mais tradicionais pontos culturais e turísticos da cidade.

Na época, a mulher pouco saía de casa, mas frequentava a Colombo a partir das 14 horas, após as compras na cidade. Até quatro e meia da tarde, a Confeitaria estava repleta de senhoras elegantes e de boa família, que iam tomar chá ou sorvete, e fazer o seu lanche de empadinhas e quindins. Àquela hora, produzia-se uma verdadeira metamorfose no lugar. As famílias se retiravam como a um sinal dado. Às cinco horas em ponto começava a encher e, pouco a pouco, estava cheia outra vez. Chegava o batalhão da Suzana, logo depois o da Valéria, e outros grupos, era a hora em que as proxenetas de alto coturno chegavam, e conduziam suas artistas. (Do livro Contos e Contos, de Jorge Mitidieri). 

Esta foto, se me permitem a brincadeira, mostra o salão da Colombo no Centro por ocasião do aniversário, num dia 8 de abril, da comentarista Dra. Evelyn. O menu incluiu “Crême de Volaille aux perles du Nizam", “Filet de Badèje Montrouge", "Quartier de Pré-Salé Financière", “Aspic de Jambon orné", “Dinde truffée aux Marrons", "Salade Margot", "Argenteuils à la Chantilly", "Bavaroise aux pêches de Californie", "Parfait Praliné". Fromages. Fruits. Madère. Chablis. Margaux. Moulin-à-vent. Moët-Chandon Brut et Porto. Café et Liqueurs.

Vemos a desaparecida Confeitaria Colombo na esquina da Av. N.S. de Copacabana com Rua Barão de Ipanema. Li em algum lugar que este prédio foi construído pela Colombo, quando a sociedade comprou uma antiga estação de bondes que existia no local. Estávamos nos anos 80, com muitos camelôs pelas ruas.

Era o local de chá preferido de minha avó, fosse no salão térreo, fosse no segundo andar. Depois do chá ela sempre ia na loja da Colombo que dava para a Barão de Ipanema onde comprava uma lata de "marmeladinhas" e torradas que vinham num tipo de “bauzinho” de metal, em duas colunas, uma sobre a outra, acolchoadas com um papel branco franzido e, também, com um papel branco em tiras, para não se quebrarem. Estas torradas tinham um gosto todo especial. Faziam sucesso o “açucrinha” (tabletes de açúcar como aqueles que se dão para os cavalos) e a “coupe rêve d´amour”.  Nesta loja, como um armazém, os produtos eram embalados em papel cor de rosa e os rolos de barbante ficavam pendurados numa armação de ferro presa no teto, o que facilitava o trabalho de embrulhar. Era um ambiente bastante chique nos anos 50.

A Confeitaria Colombo de Copacabana, situada na esquina da Rua Barão de Ipanema com Avenida Nossa Senhora de Copacabana, ficou aberta até os anos 90, quando foi fechada e substituída por uma agencia do Banco do Brasil. Não sei se até hoje, mas até há alguns anos a arquitetura interior ainda estava intacta e no segundo andar, onde funcionava o restaurante e salão de chá, o velho piano ainda estava lá, trazendo à memória dos mais velhos os bons tempos da confeitaria.


O Conde di Lido, que lá ia para impressionar suas inúmeras namoradas, adorava comer o bolinho chamado “Rivadávia”, bem como o Sacripantina. E se empanturrava com os empanados de camarão. 

Já o Mauro Marcello, segundo os arquivos do SDR, era um apreciador dos deliciosos waffles com manteiga e geléia de morango.

Há alguns anos a Colombo abriu uma filial dentro do Forte de Copacabana. De suas mesas se tem uma vista estupenda, mas, contam, a comida não é como a dos velhos tempos.

As latas redondas de Leques Gaufrettes para servir com sorvete, faziam sucesso. Na casa do prezado Gustavo Lemos há uma coleção delas.

A Nota Fiscal das despesas do chá de D. Balbina Albuquerque Sousa em 1935.

 

domingo, 16 de maio de 2021

TEATRINHO JARDEL

Teatrinho Jardel, onde antes funcionou, em 1948, o Cineminha Cineac Infantil. Localizado na então tranquila Av. N.S. de Copacabana nº 921, entre as ruas Barão de Ipanema e Bolivar. Era tipo um teatro de bolso criado por Geysa Boscoli, tio de Jardel Filho e Ronaldo Boscoli. Não era pequeno. Tinha 180 lugares.

No canto esquerdo, estacionada, uma Dodge Perua Kingsway 1950 ou 1951.

No local hoje existe um prédio com uma agência do Banco Itáu, mas, surpreendentemente, numa Copacabana que colocou quase tudo abaixo, os imóveis à esquerda ainda existem, muito alterados é verdade, mas são os mesmos até hoje.

A Agacê, era uma loja de modas cujo dono era o cearense Hugo de Castro, daí o nome da loja.

A peça em cartaz era “Si quer...diz logo”, com Agildo Ribeiro. 

Foi inaugurado com um espetáculo da Companhia Vienense de Espetáculos para Crianças. Na década de 1950 e início da de 1960, os atores principais destas peças infantis eram Norma Blum, Roberto de Cleto, Fabio Sabag, Zilka Salaberry, todos oriundos do Teatrinho Trol, grande sucesso da TV Tupi, canal 6 (no Rio).

Este Teatrinho Trol, todos os domingos às 14 horas, era programa obrigatório da criançada, com uma peça por domingo. Logo após, iniciava-se a transmissão esportiva, com o jogo do Maracanã que, na época, tinha o horário de 15h15min.

Mais adiante, já nos anos 60, Geysa Boscoli mudou o teatrinho para a Av. Atlântica, ao lado do Hotel Miramar.

Quem se apresentou logo após a inauguração, apenas nas segundas-feiras, foi Procopio Ferreira com a peça “Ciúme”, de Louix Verneuil.