O “Do fundo
do baú” foi enviado pelo josé paulo braida lopes a quem o “saudades do Rio”
agradece. um interessante apanhado de envelopes de hotel do rio de janeiro.
Aeroporto Hotel (Av. Beira Mar, 147)
Em 1943, Othon Lynch Bezerra de Mello
criava a Companhia Brasileira de Novos Hotéis. O seu primeiro hotel foi o Aeroporto
Hotel, inaugurado em 1944 no centro do Rio de Janeiro, então Capital da
República, localizado entre o Senado Federal e o aeroporto Santos Dumont. O
hotel contava com 80 apartamentos. Atualmente o edifício onde funcionava o
hotel está fechado sem nenhuma utilização.
Envelope do Aeroporto Hotel utilizado para enviar correspondência do Rio da Janeiro/RJ para Kennewick/USA. A carta foi postada no dia 26 de setembro de 1958.
Astoria Hotel
(Praia do Flamengo, 70)
O
Astoria Hotel, situado na Praia do Flamengo, foi inaugurado no dia 24 de março
de 1931. Era uma construção nova, projetada para uso hoteleiro. Entre as
modernidades para a época, os 70 quartos do hotel eram equipados com banheiro
privativo e instalação de uma linha telefônica. O Astoria Hotel muda de direção
nos anos de 1935 e 1942, e em 1950 fecha as portas para reforma e adaptação.
Após as reformas o prédio passou a ter uso residencial, que permanece até os
dias atuais.
Envelope do Astoria Hotel utilizado para
correspondência da cidade do Rio de Janeiro para Porto Alegre/RS. A carta foi
postada no dia 3 de julho de 1933.
Copacabana Palace (Av. Atlântica, 1702)
Construído
entre 1919 e 1923 pelo empresário Octávio Guinle, o Copacabana Palace foi
inaugurado no dia 13 de agosto de 1923. O hotel empregava mais de mil
funcionários e oferecia 230 apartamentos de alto padrão, algo inimaginável para
o Brasil desta época. Nos anos 1970 e 1980, chegou a ser cogitada a demolição
do Copacabana Palace. Em 1989 foi comprado pela rede Orient-Express Hotels,
Trains & Cruises. O hotel passou por uma série de reformas, com as quais se
buscava posicioná-lo novamente entre os melhores hotéis da América do Sul. Em
2018, o Copacabana Palace foi adquirido pelo grupo Belmond, proprietário de
outros 25 hotéis de luxo pelo mundo. Com isso, renovou sua posição entre os
hotéis mais charmosos do Brasil.
Envelope do Copacabana Palace utilizado
para envio de correspondência do Rio de Janeiro para Beverly Hills, nos Estados
Unidos da América. A carta foi postada no dia 9 de junho de 1944.
Correspondência foi censurada no Brasil (etiqueta de censura do lado esquerdo)
e nos Estados Unidos com etiqueta de censura do lado direito.
Verso do envelope com a marca do Copacabana Palace.
Hotel Avenida (Av. Central 152 a 160)
Inaugurado
em 1909, o Hotel Avenida dispunha de 220 quartos, iluminados a luz elétrica, e
também oferecia aos hóspedes o conforto do elevador. Na época de sua inauguração
a diária mínima era de nove mil réis. O Hotel Avenida se transformou em um
marco histórico do centro e cartão-postal do Rio Antigo. No térreo funcionava
uma estação circular dos bondes da Companhia Ferro-Carril do Jardim Botânico
que trafegavam pela Zona Sul da cidade, e também a famosa Galeria Cruzeiro,
assim chamada devido à existência de duas passagens em cruz. Essa estação
oferecia embarque coberto e confortável e acesso a diversos bares e
restaurantes que também funcionavam no térreo do Hotel Avenida. Um dos mais
frequentados era o da Brahma, denominado formalmente de “Ao Franzisbnaner”,
nome da cerveja mais popular da época. Em 1957 o Hotel Avenida foi demolido
para dar lugar ao Edifício Avenida Central.
Envelope do Hotel Avenida utilizado para
envio de correspondência do Rio de Janeiro/RJ para Casa Branca/SP e depois de
Casa Branca/SP para São Paulo/SP. A carta foi postada no Rio de Janeiro no dia
05 de agosto de 1911.
Hotel Central (Praia do Flamengo)
O
Hotel Central, inaugurado em 1915, foi projetado pelo alemão L. Riedlinger que
também projetou o Copacabana Palace. O Hotel Central tinha 124 quartos,
restaurantes, salões, uma área para ginástica e terraços com bela vista para a
Baía de Guanabara. Situava-se em frente
ao único espaço da Praia do Flamengo que dispunha de areia. Além dos quartos
para hospedagem, oferecia, quando de sua inauguração, vestiários para os
banhistas se trocarem e pacotes que incluíam as refeições, sem a necessidade de
hospedagem. Em 1952 foi demolido e em seu lugar foi construído o prédio
residencial Edifício Conde de Nassau.
Envelope do Hotel Central do Rio de
Janeiro/RJ utilizado em São Paulo/SP para envio de correspondência para
Califórnia/USA. Carta foi postada no dia 21 de novembro de 1926.
Olá, Dr. D'.
ResponderExcluirMais uma aula hoje, sobre hotéis.
Mais um exemplo de colecionismo, Não sei se no início os envelopes podiam ser usados por não-hóspedes, logo não sei se a circulação era bem mais restrita. Provavelmente em algum momento passaram a vender para não-hóspedes, até para divulgar mais o estabelecimento.
Acredito que também em algum momento foram trocados (ou coexistiram) pelos cartões postais "personalizados".
Sobre a carta censurada (nas duas pontas), fato normal em tempos de guerra.
Fui vizinho do Aeroporto Hotel, situado em um dos lados da Pr. Itália, por 48 anos. Parentes se hospedaram lá e, em certa ocasião, também fui hóspede. Fui à praia e tive meu carro arrombado. Levaram algumas ferramentas e, por descuido, as chaves de casa. Nessa época guardava uma cópia das chaves com uma vizinha que havia viajado e tinha um irmão completamente surdo. Apesar de acionar a campainha o sujeito não atendeu. Sem alternativa tive que me hospedar no hotel até achar outra solução.
ResponderExcluirLembro que a delegação da seleção brasileira, ainda do tempo em que o Castilho era um dos goleiros, também se hospedou nesse hotel. Suas instalações eram comuns mas confortáveis e os banheiros eram equipados com uma banheira de razoáveis dimensões. Desconhecia que estaria desativado.
Cortesias dos grandes hotéis para seus ilustres hóspedes.
ResponderExcluirNão imagino o que fazem como cortesia atualmente, mas acho que até aqueles computadores de uso coletivo em hall e arredores quase não são utilizados mais. Ou até já foram retirados.
Muito show e original essa coleção. Nunca ouvi falar desse tipo. Era mais comum a de guardanapos. Aquele envelope com carimbos da censura é do balacobaco.
ResponderExcluirLembrei os casos de correspondência na época da II Guerra Mundial em que microfotografias em forma circular eram entranhadas na tessitura do papel do texto, no lugar de pontos. Os censores ficavam atentos a isso, pois esses pontos falsos refletiam a luz quando a carta era posicionada num ângulo de incidência de luz conveniente.
ResponderExcluirTambém me lembrei de um cartão postal que coloquei nos Correios da cidade de Moštar, na Bósnia-Herzegovina, com adesivo de Via aérea, mas que levou 3 meses para chegar aqui. Acho que veio de navio.
ResponderExcluirColeções de cartão postal são muito comuns. De envelopes de cartas, não.
ResponderExcluirPodem existir coleções de envelopes, assim como existem coleções de chapinhas de garrafa, de bonecas Barbie etc. Porém, a coleção de selos sobre envelopes, como a que foi mostrada na postagem, é estabelecida à parte no meio filatélico e chama-se “cover”. São especialmente valorizados os envelopes raros (como, p.ex., os transportados pela mala aérea via Zeppelin) ou aqueles com o carimbo do primeiro dia de circulação do selo que lhe é aposto – estes têm até nome especial, “FDC” (do inglês “first day cover”).
ExcluirVivendo e aprendendo. Tem coleção de tudo, mesmo. Eu faço parte de um grupo ZAP de colecionadores de placas de automóveis (de veículos, em geral). Alguns colecionam só do Brasil, outros abrangem o mundo todo. Tem cada espécime espetacular. Alguns países se esmeram no design das placas, que viram autênticas obras de arte. Outros as projetam mais espartanas. E têm as placas que, simples ou não, são de países exóticos ou dos quais é difícil obtê-las.
ExcluirMas, como sempre acontece, também têm as falsificações.
Falando em placas, o Helio não ia querer uma que apareceu ontem na BAND. Depois do treino da F1 começou o Brasil Urgente, estava fazendo outras coisas e a TV ficou por algum tempo no programa. Estava mostrando a tentativa de assalto a dois delegados na estranha cidade, que revidaram e cancelaram o CPF de um bandido, travestido de entregador, praga recente nas cidades. A dupla de bandidos estava em uma moto, que tinha uma placa tão fake que qualquer criança um pouco mais letrada ia identificar.
ExcluirSimplesmente era uma impressão por cima de uma chapa, imitando a placa Mercosul, mas com o padrão ainda das antigas, com três letras e quatro dígitos...
mesmo agora, na Europa, vejo em alguns hotéis, envelopes timbrados. Só servem para souvenir...
ResponderExcluirCartas e bilhetes que eram tão comuns no passado há muito caíram em desuso. Escrever é uma arte que também está em decadência e isso pode ser observado nas redes sociais. Sobre a "censura" existente no passado, ela continua a existir de outra forma. Mas algo que incomodava eram as "cartas anônimas", pois causavam desconforto e inquietação para muita gente, principalmente em questões de "fidelidade conjugal".
ResponderExcluirBom dia Saudosistas. Coleção bastante interessante, jamais imaginaria uma coleção destas. Principalmente pela época e os hotéis identificados. Realmente existe muitas coleções improváveis que se quer imaginamos.
ResponderExcluirÓtima coleção. Quantos segredos e emoções transferidos para o papel. Quantas noites e trades no hotel, amores e negócios transferidos via Air Mail. Lembro também dos papéis de carta de Companhias aéreas.
ResponderExcluirMuito legal os comentários.
ResponderExcluirFiquei muito feliz de poder compartilhar uma parte de minha coleção de "Envelopes circulados com propaganda de HOTEL", mostrando um pouco da história da cidade do Rio de Janeiro.
Aguardamos nova rodada.
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