quarta-feira, 6 de abril de 2022

HOTEL O.K.

A postagem de hoje conta, mais uma vez, com texto e envelope da coleção do J.P. Braida Lopes, a quem o “Saudades do Rio” agradece.

Hotel O.K. (Rua Senador Dantas, 22)

O Hotel O. K. no Rio de Janeiro/RJ foi inaugurado no dia 22 de março de 1937. O saguão principal, onde fica a recepção, é todo em mármore da cidade de Carrara, com lustres de cristal belga. Bem localizado fica próximo ao Centro Financeiro e da boemia do Rio de Janeiro. Desde sua inauguração até mudança da capital federal para Brasília o Hotel O. K. recebia muitos políticos, em função da proximidade com o Palácio Monroe onde funcionava o Senado Federal. O Hotel O.K., atualmente, possui 160 apartamentos finamente decorados e modernizados.


Envelope do Hotel O. K. utilizado para enviar correspondência do Rio de Janeiro/RJ para Porto Alegre/RS. A carta foi postada no dia 18 de setembro de 1939. Recebida em Porto Alegre no dia 19 de setembro de 1939 e liberada pelo Censor Postal nº 6 de Porto Alegre/RS (carimbo azul).

O Hotel O. K., segundo um famoso político da década de 50, não seria O.K., mas o "Hotel Zero Quilômetro"...



Ao fundo vemos o hall superior ao lado do qual se localizavam as instalações da administração e o gabinete do responsável, o Sr. Thadeu Macedo.  

Um antigo postal do Hotel O.K. nos mostra sua exata localização. Alguns políticos tinham o local como endereço fixo.


14 comentários:

  1. De acordo com a postagem o Hotel O.K recebia políticos "estaduanos" em razão da proximidade da Câmara e do Senado Federal, o que mostra a inexistência de apartamentos funcionais e outras "facilidades", e os congressistas certamente pagavam pela hospedagem. Resta saber se era com dinheiro público ou às próprias expensas".

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito interessante a colocação do Joel Almeida.
      Tenho na minha coleção um envelope do Hotel da Estação de Barra do Pirai/RJ, com uma carta, enviada em 17 de outubro de 1923 pelo Senador mineiro Francisco Escobar para sua esposa. Na carta ele descreve a sua chegada a Barra do Pirai, juntamente com outros quatro senadores, da região do sul de Minas. Num certo trecho da carta ele escreve: ...”Vão todos como eu à sessão extraordinária e ... aos 1.800 réis de subsidio e de ajuda de custo. Imagina tú se fosse de graça este trabalho? Lá não haveria número...”

      Excluir
    2. Sim, uma ajuda de custo era razoável, já que nem naquele tempo "relógio trabalhava de graça". Quando o RJ sediava o Distrito Federal os deputados e senadores tinham currais eleitorais em seus estados de origem, muitos deles eram fazendeiros, e em razão disso possuíam recursos próprios. No filme Rio 40° de 1955 é mostrada uma passagem onde um deputado que era um "Coronel Fazendeiro" aparece com toda a sua "estrutura que incluía uma amante jovem". Bons tempos onde políticos não eram chefes de organizações criminosas e andavam livremente pelas ruas sem preocupação, bem diferente dos políticos atuais. Em uma realidade do ano de 1944 e "por incrível que pareça", a novela das 18 horas da Rede Globo mostra o quotidiano daquele tempo mostrando a "Primeira Dama" viajando em trens da Leopoldina, participando de eventos sociais, e sem nenhum aparato. Outros tempos...

      Excluir
  2. Olá, Dr. D'.

    Passava em frente inúmeras vezes em minhas idas ao centro da cidade e não conhecia os detalhes. A região ainda tem alguns hotéis. Mas a clientela nunca mais será a mesma.

    ResponderExcluir
  3. Curiosidade: segundo o livro "Nova técnica de convencer", a expressão "OK" tenha se originado dentro dos quartéis militares durante a Guerra da Secessão. Quando as tropas voltavam para os alojamentos depois de um dia de batalha sem a morte de nenhum militar, era exposto um grande painel com os caracteres "0K", que significava "0 Killed", (que em português quer dizer "zero mortos") que era um bom sinal, pois após um dia inteiro não havia mortos, por esse motivo foi traduzido como "tudo bem".

    ResponderExcluir
  4. Já o linguista Alan Metcalf diz que aa edição de 23 de março de 1839 de um jornal de Boston trazia pela primeira vez o termo “O.K. – all correct”. Era uma brincadeira que trocava as primeiras letras do “all correct” (tudo certo), de acordo com o som delas na palavra. Uma brincadeira que gerou a palavra “mais bem sucedida da língua inglesa”.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Esta é a versão mais defendida pelos estudiosos. Uma brincadeira com as iniciais de "all correct" com o som: O.K. Ficou tão arraigada na cultura norte americana, que tem até o sinal com a mão, fechando os dedos indicador e polegar para formar a letra "O".

      Excluir
    2. Ouvi dizer que esse sinal de OK com os dedos foi adotado entre os aviadores de guerra e o pessoal de pista em aeródromos. Um contato visual criado por conta do barulho dos motores de avião. Só não sei dizer se na 1ª. ou 2ª. Guerra Mundial.

      Excluir
  5. Quem já contou por aqui que se hospedava no Hotel OK foi o Belletti, em suas primeiras vindas ao Rio. Depois trocou o Centro por Copacabana.
    O Menezes também conta que o Menezão e outros políticos cearenses também se hospedavam no OK ou no Serrador.

    ResponderExcluir
  6. A última ilustração pode ser anterior à construção do Hotel Serrador, porém a "licença poética" do criador do postal eliminou até o espaço físico (o terreno) entre o Hotel OK e a Rua do Passeio.

    ResponderExcluir
  7. Fico imaginando o entra e sai até 1960, nos hotéis do Centro e acho que amantes, concubinas, quebra-galhos, favoritas da noite, musas e outras (e porque não outros) de relações fora do casamento foram deixadas aqui no Rio, quando senadores, deputados, juízes, promotores, além de muitos assessores e funcionários dos três poderes foram para Brasília.
    Não deve ser por outro motivo a manutenção do Palácio Monroe como subsede do Senado por mais uns 15 anos após a transferência da capital.
    Sem manter unidades de repartições aqui, políticos de fora do Rio teriam sérias dificuldades para explicar em casa as vindas ao antigo Distrito Federal.
    Se não me engano o Dr. Celsão contava boas histórias a respeito.
    E tenho certeza que mesmo às custas da União, as despesas com mordomias aqui eram bem menores do que em Brasília, inclusive com combustível já que lá tudo parece muito distante das sedes dos três poderes.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E ali em frente ao Monroe ainda continua de pé no n° 277 o Edifício São Borja, que ficou famoso pela quantidade de "rendez-vouz" que ali funcionavam (?).

      Excluir
  8. Em junho de 1963 no grande incêndio do Ed. Astória os bombeiros subiram ao terraço do edifício do Hotel OK, fronteiro ao prédio em chamas, atiraram cordas e mangueiras finas em direção das janelas. Um deles passou para o Edifício Astória para ajudar os que estavam encurralados e as pessoas começaram a dramática travessia.

    ResponderExcluir
  9. Boa tarde Saudosistas. Do hotel OK só lembro de quando era criança, alguns amigos da terrinha do meu pai que trabalhavam no hotel, também passava sempre em frente a ele, quando ia a fazer compras na antiga Mesbla, saltava do Metro e seguia pela rua Senador Dantas.

    ResponderExcluir