terça-feira, 14 de junho de 2022

TEATRO FOLLIES


Em meados do século XX eram comuns os teatros de bolso pela Zona Sul. Um deles, pouco conhecido, foi o Teatro Follies, que ficava no térreo e subsolo do Edifício Safira, na Av. N.S. de Copacabana nº 1246, ao lado da Confeitaria Milka (famosa pelo banana split e pela “vaca preta”) e em frente à Galeria Alasca, no Posto 6. O telefone para reservas era o 27-8216.

Foi construído por Juan Daniel, pai do Daniel Filho. A primeira a se apresentar neste teatro foi a dançarina Luz del Fuego, que chocou a sociedade carioca nos anos 50.

Grandes nomes se apresentaram neste teatro como, em 1955, Silvia Telles aqui ali cantou a música “Amendoim Torradinho”, de Augusto Garcez e Ciro de Sousa, gravada naquele mesmo ano, na peça "Gente bem e champanhota", com Colé, Isa Rodrigues e Marina Marcel.

Nesta casa de shows também tínhamos a presença de artistas do teatro de revista e da televisão como Renata Fronzi, Jô Soares, Dercy Gonçalves, Dorinha Duval, Daniel Filho, Augusto Vanucci, Sonia Mamede, Mara Rúbia, Brigitte Blair, Virgínia Lane, Carmem Verônica, Zélia Hoffman, Agildo Ribeiro, Sonia Mamede, Consuelo Leandro, Walter d´Ávila e Eloína foram alguns artistas que passaram pelo "Teatro Follies”.

No Teatro Follies se apresentou um travesti francês chamado Ivaná, que imitava com perfeição artistas da época como Marilyn Monroe, Gina Lollobrigida, Brigitte Bardot, Sophia Loren.

Foi neste teatro que em 1957 estrearam as Irmãs Marinho. Na década seguinte o teatro já não existia. No final dos anos 50 o “Teatro Follies” encerrou suas atividades por uma ação na Justiça por parte do condomínio do “Edifício Safira”. O caso acabou no STF que deu provimento ao pedido do condomínio já que “verificou-se a afluência para o posto de desocupados, cuja algazarra prejudicava o sossego dos moradores.”


Em janeiro de 1950 no Teatro Follies estreava a revista "Ele vem aí", de Mary Daniel e Floriano Faissal. O teatro tinha 300 poltronas, ar refrigerado, palco pequeno, mas maior que o do Teatro Jardel. Com uma orquestra de doze figuras, o maestro Cesar Siqueira conduz a música com habilidade, não encobrindo a voz dos atores. Participaram desta peça Carlos Tovar, Juan Daniel, Zaquia Jorge, Mesquitinha e, segundo os jornais, "um cômico de futuro" chamado Ankyto. 


PS: outro teatro de bolso na Av. N.S. de Copacabana foi visto em https://saudadesdoriodoluizd.blogspot.com/2021/05/teatrinho-jardel.html


11 comentários:

  1. Olá, Dr. D'.

    Teatro não é a minha área. Fui uma única vez no Villa Lobos, na Princesa Isabel, no Leme (ou Copacabana?). Isso há uns 25 anos.

    Alguns artistas citados morreram relativamente recentemente. Outros já se foram há mais tempo, com comoção na despedida, como Zaquia Jorge. Jô Soares está aposentado, ultimamente aparecendo mais como escritor... Sempre achei que o "Daniel" do Daniel Filho fosse o nome, por isso estranhava que a filha dele fosse Carla "Daniel"... Carlos Tovar deveria ser parente do Claudio Tovar.

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  2. Lembrete: O "Saudades do Rio" tem como norma evitar a publicação de comentários agressivos e deselegantes.

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  3. Bom dia Saudosistas. Não havia ouvido falar deste Teatro, infelizmente nos dias de hoje a população não vai ao teatro e os atores só fazem empreendimentos sustentados pela Lei Roanet. Hoje a maioria dos teatros do Rio de Janeiro se encontram fechados por falta de espetáculos, por incrível que pareça somente teatros que apresentam peças infantis mantem atividades durante o ano inteiro. Outros fatores contribuem para que a cidade não tenha casas de espetáculos em funcionamento, a violência é o primeiro deles, o empobrecimento da população é o segundo, e o terceiro é falta de interesse cultural da maioria da população por atividades culturais que enriquecem o conhecimento cultural. Hoje o que mais se vê são os espetáculos de Stand Up, que na sua maioria são de grande mal gosto e até mal educados e deselegantes.

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  4. Gostaria de saber esse ódio contra uma lei que existe em todos os paises que admiramos. Poderia ser melhorada, óbvio, sempre existe espaço pra isso. Ou vcs acreditam que séries ou filmes Americanos filmados em Toronto o fazem pq la é melhor!!!
    Ao menos existe algum controle do projeto e tudo mais, bem pior é esse esquema das prefeituras.
    Fica igual ao que falavam dos empréstimos do BNDES a outros paises, famosa "caixa preta", que nunca foi encontrada.
    Qualquer filme Britanico começa com apoio da loteria, basta observar, a BBC e mantida com um imposto anual sobre toda televisão. Isso na UK que de todos esses paises seria o mais conservador/liberal.

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    1. Muito bem colocado.

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    2. José Rodrigo, o problema é esse, os "esqueminhas", aquele que todos levam e nós é que pagamos. Sabe aquele ditado, o Brasil não é um País sério, é muito bem aplicado a Lei Rouanet.

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  5. O problema no Brasil é que todo mundo se acha especialista em tudo. Quem realmente conhece a Lei Rouanet integralmente? Fala-se muito de ouvir dizer.
    É como se falava do bolsa-família ignorando suas contrapartidas.
    Não chego ao exagero e à agressividade de Umberto Eco, mas as redes sociais deram voz a uma legião de pessoas que propõem solução simples para problemas complexos.

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    1. Comentário perfeito.

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    2. A Lei Rouanet é necessária e deveria ser ampliada, assim como o bolsa família e o vale gás deveriam ter um alcance maior. O país é rico e todos podem se beneficiar. Todos poderiam ter casas financiadas a perder de vista com juro zero.

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  6. Juro zero é exagero.

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