Antigamente era um acontecimento viajar de navio. Meus pais mesmo foram à Europa no pós-guerra no Ana C, um dos navios da Linea C. Nosso amigo Rouen publicou uma série de fotos de sua chegada ao Brasil com a família nos anos 50.Na foto vemos o transatlântico
REX, em 1938, na Praça Mauá, em foto garimpada pelo Nickolas.
Em dezembro de
1929 foi firmado o contrato entre Navigazione Generale Italiana e o estaleiro
Ansaldo di Genova Sestri e com a O. A.R.N. (Officine Allestimento e Riparazioni
Navi) para a construção do Rex. O Rex entrou em serviço em 1932, pesava 51,062
toneladas e tinha um comprimento de 268,20 metros, com largura máxima de 31
metros. Possuía 142.000 cavalos de potência que permitiram desenvolver uma
velocidade máxima de 29,5 milhas por hora. Tinha uma tripulação de 756 pessoas.
Podia transportar 604 passageiros de primeira classe, 378 de segunda classe,
410 em classe turística e 866 terceira classe.
A viagem inaugural foi em
27/09/1932 com destino a Nova York sob o comando de Francesco Tarabotto.
Em 11/08/1933 o Rex
consegue o "Nastro Azzurro", pela travessia mais veloz do Atlântico,
com velocidade média de 28,92 nós.
Em 29/01/1938 assume o
comando do Rex o capitão Attilio Frugone. Na mesma data, com o
"slogan" REX TO RIO, inicia-se um cruzeiro para o Brasil, partindo de
Nova York, passando pelos portos de Cristobal, La Guayra, Trinidad, Rio de
Janeiro e Barbados.
Em maio de 1940 o Rex
cumpre sua centésima viagem transatlântica, faz sua última viagem deste tipo
indo de Genova a Nova York e voltando a Genova.
Em 1943 o Rex é ocupado
por forças militares alemãs e em 08/09/1944 é bombardeado pela aviação aliada,
6 Beaufighters da Royal Air Force e dois caças da South African Air Force
lançam 123 foguetes incendiários. O Rex,
incendiado, afunda para o lado esquerdo.
Em 1947 se inicia a lenta
obra de demolição do Rex que dura quase dez anos.
O Nickolas também
descobriu fotos de um outro viajante, este em 1959, que veio ao Rio de navio e registrou
seu primeiro contato com a cidade. É o que vamos ver hoje e amanhã.
Nesta foto acima vemos o
monumento a Mauá, com a Casa Mauá à esquerda, no início da Av. Rio Branco. A
Casa Mauá era uma casa comercial, que foi demolida no final da década de 80
para a construção da horrenda torre de vidro, o RB1. A Casa Mauá era legitima
representante da arquitetura eclética do início do século 20.
Do lado direito podemos ver o edificio A
Noite, o primeiro arranha-céu da cidade construído no fim da década de 20. Foi
o primeiro prédio da cidade a ser construído com o moderno concreto armado. Seu
estilo art-deco estava mais para construções norte-americanas do que para as
francesas que ainda existiam na região. Foi sede de inúmeras repartições
públicas, escritórios, do jornal A Noite e da Rádio Nacional. O edifício possui
22 andares, correspondentes a 30 de um prédio moderno, devido a seu pé-direito
ampliado.