terça-feira, 8 de agosto de 2023

BONDES ANTIGOS

Bonde 646, PIEDADE, no Largo de São Francisco.

Bonde 379, destino?, no Largo de São Francisco.

Bonde 374, BARCAS, na Praça Tiradentes.

Bonde 163, SÃO JANUÁRIO, na Praça Tiradentes.


 Bonde 194, LEME, no Passeio Público.


Bonde 154, MATTOSO, na Praça XV.

35 comentários:

  1. Esse sim foi um Rio que passou.
    Difícil imaginar que as pessoas se vestiam assim há 100 anos, por mais que a cidade fosse mais fresca.
    Se eu tivesse a cabeça que tenho hoje teria feito milhares de perguntas a meus avós para saber como era o cotidiano deles.

    ResponderExcluir
  2. Bom dia, Dr. D'.

    A princípio, hoje vou só de passageiro, acompanhando os comentários.

    ResponderExcluir
  3. Bom Dia ! NA foto 6 um grupo de Escoteiros se deslocando. Para onde? O carro "bonde" 154 é bi direcional, pela posição da alavanca coletora de energia, a barra lateral que está posicionada no meio na altura dos bancos, a traseira de um reboque de outro bonde, o que vemos do 154 é a traseira e não a frente como parece se olharmos sem atenção. Na foto 1 Também pela posição do coletor de energia me perece que o carro 646 é bi direcional. Quando esta série foi reformada e renumerada e que passou a ser a serie 2000, não lembro de ter visto nenhum carro bi direcional.O único carro com teto "redondo" fora da série 2000 que conheci era o 1718 que era lotado na "seção B ". Vamos ver o que diz o Hélio.

    ResponderExcluir
  4. Bom dia,
    Fotos das décadas de 1910 e 1920 ?

    ResponderExcluir
  5. Bom dia Saudosistas. Hoje é dia de muita ansiedade a espera da chegada dos netos que virão passar férias no Brasil.
    Também é dia de ter aulas do mestre Hélio, e começo querendo tirar uma dúvida, a foto 4 do bonde São Januário diz que ele está na Pça Tiradentes, tenho minhas dúvidas, devido aos prédios vistos na foto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Lino, netos são uma das melhores coisas do mundo.
      Quanto aos bondes o Helio irá esclarecer todas as dúvidas e citar os nomes dos motorneiros.

      Excluir
  6. O uniforme dos escoteiros que aparecem na última foto foi copiado do modelo adotado pelo exército norte-americano no início do Século XX, e pelo que se sabe continua sendo usado até os dias de hoje. ## A instalação das "capelinhas" em 1942/43 facilitou a vida dos usuários, já que com a identificação da linha pelo número não haveria margem para "tomar o bonde errado", uma expressão bastante utilizada no passado.

    ResponderExcluir
  7. O Luiz cutucou a onça com vara curta e agora os pobres visitantes do SDR vão me aturar. Sei que a maioria deles sequer viu esses bondes e os que os viram devem ter apenas vaga lembrança deles. Só os mais matusalêmicos como eu os guardaram bem na memória. Eu em especial, porque dediquei alguns anos da minha adolescência fazendo anotações sobre eles. E atualmente tenho uma coleção de fotos deles, com quase 1500 delas.

    Mas vamos à minha catilinária de hoje. Arrependei-vos, Luiz!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ledo engano. Apesar da ser bem criança quando erradicaram os bondes, tenho muitas lembranças bem vivas. Como por exemplo quando ia com meu pai à loja da Kibon na rua do Matoso e eu via o bonde passar rente à calçada que tem um metro, ou como as incontáveis vezes que ia à "cidade" com meu país, ou à Vila Isabel, ou ao Alto da Boa Vista, sem contar os que eu via. E a minha memória é muito boa...

      Excluir
    2. Lembro quando eu tinha uns três anos e estava com minha avó em frente à vila em que eu morava na Vinte e Oito de Setembro, quando saí correndo e atravessei a rua e parei entre as duas pistas. Naquele tempo não havia um calçada dividindo as pistas e sim pequenas ilhas redondas. Minha avó passou mal e quase foi levada para o Prontocor, que ficava quase em frente. Eram carros, bondes e ônibus, que circulavam nos dois sentidos. E já se vão mais de 60 anos, mas na memória o fato continua vivo.

      Excluir
  8. Hélio vc é um gênio....tens minha admiração!!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado. Mas se eu fosse um gênio me concederia três pedidos e os realizaria. rsrsrs

      Excluir
  9. Foto 2, bonde 379 ==> a foto não tem muita nitidez, mas me parece que se trata da linha Praia das Palmeiras. Essa praia ficava no bairro de São Cristóvão, mais ou menos entre a Praça Padre Seve e a rua Monsenhor Manuel Gomes, até a Ponta do Caju. Em 1944 essa linha recebeu o número 41, mas foi extinta na grande devastação feita pela Light em 17 de agosto de 1955, quando deixaram de existir muitas linhas e também os taiobas.

    ResponderExcluir
  10. Mauro Xará, 07:49h ==> sim, o 1718 era um bonde de teto muito parecido com o dos bataclãs e tinha numeração fora da série 2000, que era a dos bataclãs. Mas eu tinha vaga recordação que havia outro bonde com essas características e me parecia ser o 1792. Fiquei com essa dúvida durante muitos anos, até que ano passado uma foto do 1792 foi colocada em leilão, confirmando minha vaga lembrança: ele também era parecido com o 1718. A foto tinha péssima resolução e só mostrava parte do bonde, tanto que ninguém se interessou em arrematá-la e o lance mínimo era 20 reais. Um amigo, também colecionador de fotos de bondes, me alertou sobre ela e disse que não iria comprá-la pelos motivos que citei acima. Então pedi-lhe que a comprasse e eu pagaria a ele. Assim foi feito. Tempos depois encontrei na Internet outra foto do 1792, não muito melhor que a primeira. Hoje tenho as duas.

    Ainda a respeito do 1718: ele está num museu norte-americano. Escrevi um email alertando a eles sobre a raridade que possuem, mas me ignoraram com entusiasmo.

    ResponderExcluir
  11. Ainda Mauro Xará, 07:49h ==> sim, durante alguns anos todos os carros-motor e reboques eram bidirecionais, inclusive os bataclãs, que entraram em circulação em março de 1924. Não costumava haver rodos no final das linhas fora do Centro da cidade. Os bondes que puxavam reboque tinham de fazer um malabarismo para se desligar do reboque de um lado e atrelá-lo no outro. Era um arranjo nos trilhos feito no final das linhas. Difícil explicar por escrito. Só mesmo desenhando.
    A partir de 1940/41 os bidirecionais foram sendo extintos, transformados em unidirecionais. As séries 2500 e seu reboque 3500 (os sossega-leão) já foram construídas unidirecionais. Os bataclãs (série 2000, reboques 2400) deixaram de ser bidirecionais aos poucos. Já os demais carros-motor e reboques permaneceram com vários exemplares ainda bidirecionais, até seu fim nada glorioso em 1966.

    ResponderExcluir
  12. Nas fotos de carros-motor médios e bataclãs, pela posição da alavanca coletora de energia dá para saber se ele é bidirecional. Se o for, a alavanca vai estar mais na parte final do telhado, como acontece na foto 1, do bonde 646. Já nos carros-motor pequenos não dá para saber, porque ela ficava no centro do telhado. Só por meio de outras pistas na foto seria possível saber, ao comparar a posição da alavanca com o letreiro e este com a posição dos passageiros sentados ou com os trilhos, ou outra pista qualquer.

    ResponderExcluir
  13. Embora não estejam tão nítidas assim, se compararmos as fotos do 163 com o 194 veremos algo estranho: no 163 não existe parabrisa e o motorneiro e os passageiros do primeiro banco ficam completamente expostos às intempéries; já no 194 existe parabrisa. Os bondes médios da Light, todos eles, foram projetados sem parabrisa desde o início; já os da JB os tinham desde o início (a partir de 1911, pois os bondes comprados na virada do século eram bem pequenos e também não tinham parabrisa, mas foram extintos paulatinamente até deixarem de existir na década de 1920).

    Só na grande arrumação feita tanto pela Light quanto pela JB, a partir de 1940/41, todos os carros-motor passaram a ter parabrisa.

    ResponderExcluir
  14. A GRANDE ARRUMAÇÃO DE 1940/41 ==> por que eu a chamo assim? Pelos seguintes motivos:

    1) todos os carros-motor passaram a ter parabrisas tanto na frente quanto atrás.

    2) o formato dos algarismos dos números de ordem mudou. As fotos de hoje mostram a primeira versão, das três que houve. Como a quantidade de bondes era muito grande, até todos os algarismos passarem a ter um novo formato demorava cerca de 6 anos, pois a mudança só era feita quando o bonde passava pela reforma total que era feita com essa periodicidade.

    3) a bidirecionalidade foi extinta na quase totalidade dos carros-motor e em todos os reboques de bataclã. Ela restou em alguns carros-motor pequenos e médios e em certa quantidade de reboques pequenos. No caso dos bondes da Zona Sul, nenhuma linha precisava de bidirecionalidade a essa altura, mas alguns carros ainda assim a mantiveram, como o 1811, 1812, 1831, 1876, 1979, por exemplo.

    ResponderExcluir
  15. A GRANDE ARRUMAÇÃO DA DÉCADA DE 1920 ==> essa década também foi de grandes alterações na frota de bondes. A saber:

    1) o formato dos algarismos dos números de ordem mudou do original mostrados nas fotos de hoje para um outro. O tamanho deles permaneceu o mesmo, porém a "fonte" mudou bastante.

    2) foram extintos os bondes alemães e os da Saint-Louis (estes foram comprados para Santa Teresa, com bitola 1000 mm, e não sei porque foram bater na Light, com mudança de bitola para 1435 mm, o que lhes deu uma aparência muito feia). Essa extinção provocou grandes lacunas nos números de ordem, mistério que me intrigou durante décadas.

    3) os bondes pequenos da JB, comprados na virada do século, foram extintos ou uma parte deles passada para a Light, nas linhas de Irajá, eletrificada em 1928. Mas posteriormente também foram extintos e substituídos por outros modelos.

    4) entraram em circulação os bataclãs, a partir de 1924.

    ResponderExcluir
  16. A TEMPO ==> ainda na grande arrumação de 1940/41, houve um reordenamento nos números de ordem dos carros-motor e de alguns reboques, a saber:

    1) todos os carros-motor médios, cuja numeração estava espalhada em parte da série 000 (números 1 a 99), toda a série 100, parte da 200, toda a 500 e início da 600, foram renumerados para as novas séries 1700, 1800 e 1900.

    2) todos os bataclãs, que ocupavam a maior parte da série 600, foram renumerados para a nova série 2000.

    3) todos os reboques de bataclãs, que começavam em 1580 e iam até metade da 1600, foram renumerados para 2400.

    4) os novos sossega-leão (série 2500), ao contrário dos seus irmãos quase-gêmeos bataclãs, que só podiam puxar reboques grandes, foram construídos parte deles podendo puxar reboques pequenos e parte podendo puxar grandes. Com isso surgiram as séries de reboque 3000 (pequenos) e 3500 (grandes). Como mistério para mim, ficou o fato de que foram construídos 74 carros-motor na série 2500 mas apenas 55 reboques (20 na série 3000 e 35 na 3500). Já os bataclãs, quando foram construídos, tinham 76 carros-motor e idêntico número de reboques. Qual a explicação para essa divergência? Não sei.

    ResponderExcluir
  17. Joel, 09:53h ==> apesar de bem mais novo do que eu, o Joel é uma pessoa interessada em bondes e tem dado muito boas informações sobre eles, e não deixo de agradecer por isso e parabenizá-lo pela memória e boa vontade em compartilhar seus conhecimentos sobre o assunto. Tenho um conhecido, atualmente com 96 anos de idade, que se interessava por bondes desde menino e que tem também uma excelente memória sobre eles, a um nível espantoso. Ao contrário de mim, que era atraído pelo formato e partes externas dos bondes, ele também era atraído pelas partes internas e pelos motorneiros, sabendo o nome de alguns, descrevendo-os e contando coisas muito curiosas sobre o assunto. No meu site registrei vários relatos enviados por ele. O nível de lembrança dele chega ao ponto de lembrar como era a disposição de lâmpadas de alguns bondes, citando seus números, como o antigo 103 (que ele acha que era o famoso bonde de ceroulas) e o 1774, o formato do teto, como o 314, e muitas outras particularidades.

    ResponderExcluir
  18. Na foto do 163, à frente dele (extrema direita da foto) aparecem dois reboques pequenos, sendo o primeiro o 1046. Se notarem bem, eles não são iguais: o de trás é um reboque de segunda classe, com apenas seis fileiras de bancos e um espaço central para transporte de pequenas mercadorias ou embrulhos. Os reboques pequenos que não eram de segunda classe possuíam 10 fileiras de bancos, sem espaço central.

    ResponderExcluir
  19. Na foto do 374, um carro-motor pequeno, dá para notar que ele puxa um reboque bem menor, provavelmente também um de segunda classe. Os reboques normais tinham quase o mesmo comprimento dos carros-motor pequenos.

    ResponderExcluir
  20. Agora vou ter de me afastar um pouco e sair da Internet. Mais tarde voltarei. Mas acho que esgotei o assunto, a menos que alguém faça questionamentos.

    ResponderExcluir
  21. Helio Fiz o Primário e dois anos de Ginásio no Colégio Dois de Dezembro. O bonde que passava na porta da escola e que era também o que eu viajava nessa época era o 84 José Bonifácio. Por acaso você teria foto de algum carro rodando nessa linha?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Infelizmente, não. Só tenho uma foto do 2004 que veio em desabalada carreira, descarrilou, quebrou o muro da linha férrea e caiu de frente nos trilhos do trem. A plaqueta traseira indica que ele fazia a linha José Bonifácio.

      Excluir
    2. Um Bataclã rodando na 84 de vez em quando acontecia. O que não se via era Bataclã na 85 . A curva de retorno no Cachambi era apertada e nas 76 e 86 acredito que pelas manobras que tinham que ser feitas no Largo dos Pilares. outras linhas que não rodavam Bataclã eram a 81 e 87. As linhas deles eram as 77 e 79 Tudo isso era na Seção "M".

      Excluir
    3. Na seção M também rodavam bataclãs na 78 - Cascadura. E eu tenho fotos deles com reboque na 83 - Méier x Largo de São Francisco e na 79 - Licínio Cardoso. Mas já me disseram que poderia ser acerto de horário do Cascadura ou do Piedade.

      Excluir
  22. Impressionante o conhecimento do Helio sobre bondes. O "Saudades do Rio" fica honrado com seus comentários, que são devidamente acrescentados nos alfarrábios do Blogspot.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Luiz, o interessante é que a maior parte desse conhecimento eu adquiri a partir de 2007, colecionando fotos de bondes e fazendo comparações e deduções. Também foi importante a leitura dos sites do Allen Morrison e do Marcelo Almirante. Juntando tudo isso, consegui armar a maior parte do quebra-cabeças que foram os bondes no Rio, restritos à Light e JB. Quanto aos da Ilha do Governador e Campo Grande, nunca me aprofundei no assunto.

      Excluir
  23. FF: nos jogos de hoje, Colômbia e França foram as últimas classificadas das oitavas de final da copa feminina e irão jogar, respectivamente, contra Inglaterra e Austrália.

    No brasileiro, pessoal além Dutra deve estar com calafrios ao ver a tabela da classificação. Os botafoguenses ficaram um "tiquinho" preocupados no domingo.

    ResponderExcluir
  24. A aula de hoje do Helio, como sempre, impressiona pela clareza e riqueza de detalhes fornecidos.
    Está, mais uma vez, de parabéns.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigado pelas gentis palavras. Quando se trata de bondes fico mais prolixo do que já sou normalmente. Entendo que nem todos se interessam pelo nível de detalhes que descrevo. Mas não consigo me conter.

      Excluir