sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

DO FUNDO DO BAÚ - FILMES BRASILEIROS (3)

 

FILMES BRASILEIROS 50+ ANOS, por Helio Ribeiro




Continuação da série sobre filmes brasileiros lançados entre 1955 e 1975.


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Lançamento: 1962
Diretor: Ruy Guerra
SinopseUm jovem rico, muito mimado, ao ver seu pai indo à falência, organiza um plano para reverter a situação. Ele consegue um cúmplice para armar um flagrante do tio rico com uma mulher. O objetivo era tirar fotos e tentar ganhar dinheiro através de uma chantagem.

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Lançamento: 1965

Diretor: Joaquim Pedro de Andrade
SinopseA chegada de um novo padre numa pequena cidade do interior de Minas Gerais causa verdadeira comoção na conservadora atmosfera local. A situação se agrava quando se descobre que o padre fica completamente atraído por um jovem moça. Uma história de amor proibido que logo se transforma em paixão desenfreada. Baseado no poema de Carlos Drummond de Andrade.

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Lançamento: 1965

Diretores: Geraldo e Renato Santos Pereira
SinopseHistória de um amor proibido e de imensa profundidade psicológica entre seus dois personagens principais: Riobaldo sente-se atraído pelo companheiro Diadorim, sem saber que este é na verdade uma garota vestida de homem. Ela fez isso para poder acompanhar o pai e seus jagunços nas andanças pelo sertão.

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Lançamento: 1968
Diretores: Antônio Lima, Carlos Reichenbach, João Callegaro
Sinopse: Dividido em três episódios que tratam de casamento, adultério e aventuras sexuais num hotel de praia. Em "Alice", de Reichenbach, um escritor medíocre divide as atenções entre sua esposa e uma jovem, enquanto um jornalista picareta caça candidatas para fotos eróticas. Em "Ana", de Callegaro, marido induz a esposa a conquistar outro homem, também casado, para que possa chantageá-lo com fotos comprometedoras. Em "Angélica", de Antônio Lima, mulher suspeita que o marido está acompanhado de uma amante, e confunde realidade e imaginação, projetando romances extraconjugais para ambos.

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Lançamento: 1965
Diretores: Leon Hirszman
Sinopse: Baseado em peça de Nelson Rodrigues, "A Falecida" narra a história de Zulmira, uma mulher obcecada pela ideia da morte e assim ter um enterro de luxo para compensar a sua vida simples e miserável num subúrbio do Rio de Janeiro. Com interpretação notável de Fernanda Montenegro, em seu primeiro papel no cinema, o filme expõe a alienação da mulher que idealiza a própria morte como redenção para o vazio existencial.

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Lançamento: 1968

Diretor: Antônio Carlos Fontoura
Sinopse: Marquinhos (Carlo Mossi) é um jovem alienado que sonha em ter um Mustang vermelho. Ele inicia um romance com uma mulher madura (Odete Lara), mas ela acaba se envolvendo também com o irmão mais velho do rapaz (Claudio Marzo).
 
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Lançamento: 1970
Diretor: Nelson Pereira dos Santos
Sinopse: Século XIX. Na província de Serafim, vive uma população muito religiosa, mas sem pastor. Para orientá-la, chega da Capital o padre Simão, trazendo uma bagagem de novas ideias. Mais preocupado com a saúde mental do que com os problemas da alma de seus paroquianos, o padre manda construir, com a ajuda de rica senhora, Dona Evarista, um hospital de alienados. O local fica conhecido como a Casa Verde e nele é recolhida quase toda a população da cidade. Apreensivos com a ameaçadora situação criada na província, seus dirigentes tentam tirar do padre seus poderes de Alienista.

Adaptação livre do conto "O Alienista", de Machado de Assis, o filme representou o Brasil no Festival de Cannes de 1970 e obteve o Prêmio Luis Buñuel da crítica espanhola.

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Lançamento: 1965
Diretor: Luís Sérgio Person
Sinopse: Em São Paulo, entre 1957 e 1961, é mostrada a trajetória de Carlos (Walmor Chagas), que pertence à classe média. Guiando-se pelas chances imediatas que lhe são dadas pela sociedade, ele ingressa numa grande empresa. Depois aceita um cargo numa fábrica de autopeças, da qual se torna gerente. A certa altura se vê na pele de um chefe de família, que trabalha muito, ganha bem, mas vive insatisfeito. Sem projeto de vida ou perspectivas de se opor à condição que rejeita, só lhe resta fugir.

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Lançamento: 1959
Diretor: Watson Macedo
Sinopse: Maria 38 é uma vigarista da Lapa, no Rio de Janeiro, mas que tem bom coração. Emprega-se como babá de um menino de sete anos a serviço de um plano para sequestrá-lo, mas afeiçoa-se a ele, arrepende-se e tenta evitar o sequestro.

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Lançamento: 1972
Diretor: Pedro Carlos Rovai
Sinopse: Cristina fica viúva na noite de núpcias. Abalada, vai para o Rio e fica no apartamento que herdou do marido. Lá, o malandro Constantino passa a cortejá-la e o fantasma do esposo aparece e a impede de perder a virgindade.

  

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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

RÁDIO ROQUETTE-PINTO

 

A Rádio Roquette-Pinto tem uma história fascinante e significativa na radiodifusão brasileira. Fundada por Edgard Roquette-Pinto, considerado o pai da radiodifusão no Brasil, a rádio foi criada com o objetivo de difundir cultura e educação.

Edgard Roquette-Pinto, médico, antropólogo e educador, fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1923. Ele acreditava no potencial do rádio para melhorar a educação no país. Em 1934, ele criou a Rádio Escola Municipal do Rio de Janeiro, uma emissora de caráter estritamente educacional.

Para garantir que a rádio mantivesse seu foco educacional e cultural, Roquette-Pinto doou a emissora ao Ministério da Educação e Cultura em 1936, impondo a condição de que a rádio transmitisse apenas programação educativa e cultural, sem proselitismo comercial, político ou religioso.

Em 1946, a Rádio Escola passou a se chamar Rádio Roquette-Pinto, em homenagem ao seu fundador. Desde então, a rádio foi uma importante emissora pública, operando na frequência 94,1 MHz e sendo administrada pelo Governo do Estado.

Nos anos 40 a Rádio Roquette-Pinto funcionava no último andar do Edifício Andorinha.

A programação do dia 20/04/1946 foi: 

8h – Jornal da PRD-5, com um noticiário especializado da Prefeitura do Distrito Federal.

11h – Horário do lar.

13h - Leituras e suplemento musical.

18h – Variações sinfônicas de Cesar Franck.

18:30h – Recordações da época áurea da Ópera, com Caruso, Pasquale, Amato, Amelita e Jornet.

19h – Noticiário do Departamento de Segurança Pública.

19:15h – Noticiário da BBC.

19:30h – D.N.I.

20h – Ano Litúrgico com o programa Aleluia.

21h – Pianistas célebres apresentando um recital de Alexandre Brailowsky: Liszt, Chopin e Moussorgsky.

22:15h – Ouverture, prelúdios e intermezzos famosos.

23h: Grande diário do ar.

24h: Programa da PRD-5 para amanhã. Encerramento.



Esta foto de Malta, de 02/10/1922, mostra a estação de Radio-Telephonia no Mirante Chapéu do Sol.

Realizou-se, no dia 7 de setembro de 1922, a primeira transmissão radiofônica oficial no Brasil, conduzida por Roquette-Pinto a partir da Exposição Internacional, como parte das comemorações do centenário da Independência. A Westinghouse Electric junto com a Companhia Telefônica Brasileira instalou no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, uma estação de 500W, inaugurada com um discurso do presidente Epitácio Pessoa. Seguiram-se emissões de música lírica, conferências e concertos, captados pelos oitenta aparelhos de rádio distribuídos pela cidade.

No Brasil o início efetivo e regular das transmissões do rádio ocorreu somente no ano seguinte, graças ao esforço de Roquette Pinto. Ele tentou em vão convencer o Governo a comprar os equipamentos da Westinghouse, que permitiram a transmissão experimental. A aquisição acabou sendo feita pela Academia Brasileira de Ciências e assim entrou no ar, em 20 de abril de 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.


Vemos a estação radiofônica da Praia Vermelha. Conta o Prof. Jaime Moraes, antigo frequentador dos "FRA-Fotologs do Rio Antigo": 

"Em janeiro de 1923 era encerrada a Exposição Internacional. A Westinghouse que havia instalado o transmissor do Corcovado, resolveu desmontar todo o sistema e reenviar para os Estados Unidos, uma vez que já havia um comprador para o mesmo. A Western Electric, em uma tentativa de vender o seu transmissor, manteve o mesmo em operação. O Governo Brasileiro então o adquire, entregando-o à Repartição dos Correios para que fosse operada como estação de telegrafia. No entanto, alguns radioamadores conseguiram autorizações e começaram por sua conta a utilizar o sistema no modo de Radiofonia, transmitindo boletins meteorológicos, cotações das Bolsas de café e açúcar, algumas palestras e transmissão de discos.

A Estação de prefixo SPE a partir de 19 julho de 1923 começou a transmitir regularmente a previsão do tempo, tendo no período entre 14 a 17 de julho, levado ao ar os concertos da Filarmônica de Viena, diretamente do Teatro Municipal.

Cada vez mais entusiasmado pela ideia de utilizar o Rádio para fins educativos, Edgard Roquette-Pinto tenta de todas as maneiras sensibilizar o governo para que a Estação da Praia Vermelha fosse utilizada com este propósito, não obtendo, no entanto, o apoio que desejava. 

Naquela época a lei que regulava o rádio no Brasil ainda não tinha sido regulamentada. O rádio era considerado quase que uma “arma secreta”, de propriedade do Governo, e a Polícia prendia os afoitos que ousavam construir seu próprio rádio de galena para ouvir as transmissões da Praia Vermelha, finalmente mais tarde comprada pelo Departamento de Telégrafos à companhia Western."

A aquisição acabou sendo feita pela Academia Brasileira de Ciências e assim entrou no ar, em 20 de abril de 1923, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

RÁDIO NACIONAL

A Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi inaugurada em 12/09/1936, no edifício "A Noite", na Praça Mauá. Foi fundada como uma empresa privada, mas foi estatizada em 1940 por Getúlio Vargas.

Apresentava atrações musicais, programas humorísticos e esportivos, radiojornais, radionovelas e famosos programas de auditório.



Nesta fotografia, enviada por José Roberto Pereira, a quem o "Saudades do Rio" agradece, vemos uma caravana de estudantes desembarcando na porta da Rádio Nacional para assistir ao programa do Paulo Gracindo.  Preso com pregadores na cesta de lixo um exemplar de "O DIA" que trazia a manchete "Auto colhido por trem".


Os maiores astros do "show-business" se apresentavam no auditório da Rádio Nacional. Na foto vemos Fred, Carequinha e Angela Maria. Os programas de Cesar Ladeira, Paulo Gracindo, Cesar de Alencar, entre outros, faziam grande sucesso, onde se apresentavam cantores como Cauby Peixoto, Marlene e Emilinha.


Vemos radioatores da Rádio Nacional em pleno trabalho. 

Naquele tempo, início da década de 50, por mais incrível que possa parecer, não havia TV. O divertimento de final do dia era ficar ouvindo a Rádio Nacional, com as transmissões dos capítulos do "Anjo" e das "Aventuras de Jerônimo". Logo após o jantar começavam as novelas. Sempre fiquei impressionado com a dicção dos radioatores e com os efeitos sonoros. Acabada a novela havia programas esportivos, musicais, humorísticos, com toda a família reunida em volta do rádio. 

Na Rádio Nacional, era imperdível o "Repórter Esso", com Heron Domingues, e o "Balança mas não cai" com seus quadros famosos: Primo Pobre (Brandão Filho) e Primo Rico (P. Gracindo) e Peladinho (Germano), o folclórico flamenguista.


Em 1951, foi ao ar pela Rádio Nacional o maior fenômeno de audiência em radionovelas em toda a América Latina: era "O Direito de Nascer". Texto original de Félix Caignet, com tradução e adaptação de Eurico Silva. O original possuía 314 capítulos, o que correspondia a quase três anos de irradiação. No elenco estavam Nélio Pinheiro, Paulo Gracindo, Talita de Miranda, Dulce Martins e Iara Sales, entre outros.

OBS: a foto talvez não seja da radionovela, mas sim de uma apresentação do "O Direito de Nascer" na TV, na década de 60.

Quem se lembra dos programas antigos da Rádio Nacional?

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

JARDIM DE ALÁ

 O “Jardim de Alá”, na fronteira entre Ipanema e Leblon, onde fica uma canal que liga o mar à Lagoa Rodrigo de Freitas, possui três praças: Grécia, Paul Claudel e Saldanha da Gama. Curiosamente, em alguns blogs do Rio antigo, a Paul Claudel é chamada de “Praça Couto Abel”...

O nome “Jardim de Alá” foi dado por na época de sua inauguração, em 1938, durante o mandato do Prefeito Henrique Dodsworth, estar em cartaz e fazendo muito sucesso o filme “Jardim de Alá”, com Marlene Dietrich.

David Xavier de Azambuja foi o paisagista responsável pelos jardins. Na época cogitou-se usar gôndolas para passeios pelo canal, mas só barcos a remo e pedalinhos por ali navegaram. O monumento a Saldanha da Gama é de autoria de Antônio Caringi.

Até o início dos anos 1970 o "Jardim de Alá" era um local muito aprazível, muito frequentado por famílias nos finais de semana.

Recentemente foi proposto um grande projeto de revitalização do “Jardim de Alá” que, há anos, está semiabandonado. Uma das praças funciona como um parque para cães, outra abriga uma instalação da Comlurb e a terceira tem pouco uso.

Muitos foram contra o projeto, mas parece que a Justiça deu ganho de causa à Prefeitura, mesmo com o local estar tombado. Recentemente, o anúncio de retirada de 130 árvores gerou grande revolta nas redes sociais.

O projeto prevê a “criação de um parque urbano sustentável, com áreas verdes, lazer, esporte e atividades comerciais, com o objetivo de ampliar as áreas verdes, reduzir as ilhas de calor, promover a inclusão social, criar um ecossistema cultural e esportivo, integrar paisagem, meio ambiente e comunidade, revitalizar o espaço abandonado, construir pontes de integração entre a Cruzada São Sebastião e o tecido sócio urbano, com quadras esportivas, ginásio, feiras, eventos, ateliês,  estacionamento, gastronomia, publicidade. O investimento total será de R$ 110 milhões." 

Na opinão dos favoráveis ao projeto cariocas e turistas vão frequentar o Jardim de Alá, mantido pela iniciativa privada, com boa programação permanente e segurança 24 horas.  

Por outro lado, no último sábado, como conta o A. Decourt, "Num dia de muito calor, com o principal jornal da cidade contra, com um tráfico de influência gigante que inclusise cooptou duas Associações de Moradores, com vereadores retaliando inclusive com ameaças à mudança da Lei Orgânica do Município, a Sociedade Civil deu seu recado contra o shopping que querem construir em área tombada e geograficamente sensível."

Alegam os contrários ao projeto que este prevê 18.889,92 metros quadrados de edificações, que já existe o shopping Leblon ao lado, que é um crime contra o patrimônio público, que árvores demoram a crescer, que o trânsito ficará ainda mais congestionado.

Estamos, portanto, com uma grande polêmica. Qual seria a opinião dos comentaristas do "Saudades do Rio"?


A tranquilidade do "Jardim de Alá" nos anos 50. Numa das praças havia cavalos, charretes e carrinhos puxados por bodes para as crianças passearem.


O "Jardim de Alá" era um dos locais prediletos para fotografias familiares. Ao fundo, o Leblon quase deserto dos anos 50.


As crianças esperando a vez para passear nos barcos a remo pelo canal.


Um cartão-postal mostra a tranquilidade do "Jardim de Alá" e como era bem cuidado.


O que levou a Prefeitura a negligenciar a manutenção do "Jardim de Alá"? 
Teria sido proposital? É verdade que parte do local serviu como depósito para as obras do metrô, mas por que não foi restaurado ao término delas? 
O tráfico de drogas existente nas imediações da Cruzada São Sebastião é um problema atualmente. 
O local é privilegiado. Qual seria a melhor solução?